Em meio ao crescimento das tensões políticas na Bolívia, o ex-presidente do país, Evo Morales, publicou um vídeo em suas redes sociais do momento em que seu carro é alvejado por tiros perto da cidade de Cochabamba. Morales denunciou a tentativa de assassinato Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) logo após o incidente.
Segundo Morales, a intenção era prendê-lo por conta de sua oposição ao atual presidente do país, Luis Arce. Nas últimas semanas, agricultores que apoiam o ex-presidente tem feito uma série de bloqueios nas estradas do país e no último sábado (26), houve confrontos contra a polícia que tentava desbloquear as vias do país.
O ataque
No vídeo publicado por Evo Morales em suas redes sociais, o motorista do carro em que o ex-presidente estava aparece com a cabeça ensanguentada e uma mulher não identificada pede para que ele acelere o carro.
Para Morales, a tentativa de assassinato se deu após uma tentativa frustrada de prisão imputada a ele. No trecho do vídeo, é possível escutar o apelo do ex-presidente para uma mobilização rápida em torno dele.
O vídeo
É possível observar nas imagens divulgadas por Evo em suas redes sociais que ele estava ao telefone quando os tiros contra o veículo na qual estava começou a ser atingido, e ele diz: “Estão atirando em nós, estão nos detendo; rapidamente, mobilizem-se”.
Logo após a declaração de Morales, é possível observar no vidro dianteiro do carro marcas de tiros e o motorista ensanguentado na cabeça e na região do peito. Segundo informações de uma rádio local, o veículo foi atingido por 14 tiros.
Vídeo do ataque ao ex-presidente boliviano Evo Morales (Vídeo: reprodução/Facebook/@Evo Morales Ayma)
Aumento das tensões internas
Nas últimas semanas, o presidente Luis Arce tem enfrentado uma série de protestos promovidos por agricultores apoiadores de Evo Morales, insatisfeitos com as políticas econômicas adotadas pelo governo. Estes incidentes começaram em 14 de outubro, exigindo, entre outras coisas, o fim da perseguição contra o ex-presidente.
Os protestos também visam proteger o ex-presidente de uma provável prisão por conta de acusações de crime sexual contra uma jovem menor de idade durante o seu governo, em 2015. A ele, também, é imputado o crime de tráfico de pessoas, segundo a justiça, ocorrido no mesmo período.
No sábado (26), houve conflito em uma estrada no interior do país entre policiais que tentavam desobstruir as vias e os manifestantes. Foi preciso uso da força para desbloquear os locais interditados.
Polícia boliviana tenta dispersar manifestantes a favor de Evo Morales (Foto: reprodução/ERNANDO CARTAGENA/AFP/Getty Images Embed)
Morales diz que protestos continuarão
Segundo o ex-presidente boliviano, os protestos e os bloqueios nas estradas continuarão por tempo indeterminado. Morales declarou no sábado (26) a uma rádio que “O povo é honesto, não se vende nem se rende” e que a luta irá continuar sem rendição de seus apoiadores.
Até o momento, segundo as autoridades bolivianas, existem ainda dezesseis pontos de bloqueios nas estradas do país e o governo afirma ter enviado cerca de dois mil policiais para tentar desbloquear as vias. Ao todo, 44 pessoas foram presas e 14 feridas durante os embates.
Foto Destaque: Evo Morales afirma ter sido alvo de (Reprodução/FERNANDO CARTAGENA/AFP/Getty Images Embed)
