Trump apresenta proposta de paz para Gaza e aguarda a resposta do Hamas

O conflito em Gaza, que já se estende por quase dois anos desde o ataque de 7 de outubro de 2023, ganhou um novo esforço diplomático dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (29 de setembro de 2025), o Presidente Donald Trump, ao lado do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, anunciou um “plano abrangente para encerrar o conflito em Gaza”.

A proposta de 20 pontos da Casa Branca visa o cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns, a desmilitarização do território e o estabelecimento de uma complexa estrutura de governança e reconstrução para o pós-guerra. A iniciativa foi imediatamente aceita por Israel, mas o grupo militante palestino Hamas, essencial para sua implementação, ainda está em processo de análise.

Pilares da proposta são o cessar-fogo e a troca de reféns

O ponto de partida do plano é a interrupção imediata das hostilidades, sendo necessárias ações de ambos os lados. Cessar-fogo imediato: se as partes concordarem, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses deverão retirar gradualmente as linhas pré-acordadas, bombardeios e operações militares devem ser suspensos.

Libertação de reféns em 72 horas: o plano exige que todos os reféns israelenses, vivos e mortos (cerca de 50 restantes, estimados em 20 vivos), sejam devolvidos em até 72 horas após a aceitação pública de Israel.

Troca de prisioneiros: em contrapartida, Israel libertaria 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 gazenses detidos após 7 de outubro de 2023. Há também previsão para a troca de restos mortais na proporção de 15 gazenses falecidos para cada refém israelense falecido.


Uma mulher palestina, no sul da Faixa de Gaza.(Foto: reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Propostas de construção de um futuro para Gaza

A proposta americana dedica grande parte de seus pontos a reestruturar a Faixa de Gaza após o fim dos combates. Zona livre de terror e desarmamento: Gaza deve se tornar uma “zona livre de terror e desradicalizada“. Toda a infraestrutura militar, ofensiva e de túneis do Hamas deve ser destruída e não pode ser reconstruída. Membros do Hamas que depuserem as armas e se comprometerem com a paz receberão anistia (perdão dos crimes).

Força de Estabilização Internacional (ISF): será criada uma Força de Estabilização Internacional, desenvolvida com parceiros árabes, para ser implantada imediatamente. A ISF será responsável pela segurança interna de longo prazo, treinando forças policiais palestinas e trabalhando com Israel e Egito para prevenir a entrada de armas.

Governança temporária: o plano estabelece uma governança transitória temporária liderada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico. A supervisão será do “Conselho de Paz” (Board of Peace), presidido pelo Presidente Trump, com outros membros, incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Reconstrução e economia: será lançado um Plano de Desenvolvimento Econômico Trump para reconstruir e energizar Gaza, incluindo a criação de uma zona econômica especial. O objetivo é atrair investimentos e criar empregos.

Sem ocupação ou deslocamento: o plano garante que Israel não ocupará nem anexará Gaza, e reitera que ninguém será forçado a deixar o território.


Infográfico intitulado "Plano do Presidente dos EUA, Trump, para Gaza". (Foto: reprodução/Kadri Suat Celik/Anadolu via Getty Images Embed)

Reações: do otimismo ao ceticismo

A divulgação do plano gerou uma variedade de respostas globais. Israel e Estados Unidos: o Primeiro-Ministro Netanyahu endossou o plano, afirmando que ele atende aos objetivos de guerra de Israel. No entanto, ele também fez ressalvas sobre uma retirada israelense “lenta e limitada”, com Israel mantendo presença na maior parte do território. O Presidente Trump prometeu “apoio total” dos EUA a Israel caso o Hamas rejeite a proposta.

Hamas e palestinos: o Hamas está estudando a proposta, que recebeu através de mediadores. Fontes indicam que o grupo avalia o potencial para um cessar-fogo. No entanto, a população em Gaza expressou descrença e pessimismo, com alguns moradores temendo que o plano seja uma “farsa” para libertar reféns sem garantias reais de um fim duradouro para o conflito. A Jihad Islâmica Palestina, aliada do Hamas, classificou a proposta como uma “receita para explodir a região”.

Comunidade internacional: a Autoridade Palestina (AP) saudou os esforços de Trump, reiterando o compromisso de trabalhar para uma solução de dois Estados. Líderes de países árabes-chave (incluindo Arábia Saudita, Egito e Catar) receberam a proposta positivamente, prontos para cooperar na implementação. Líderes europeus, como França e Reino Unido, elogiaram a iniciativa e pediram que todas as partes “aproveitem o momento”.


Manifestantes seguram fotos de reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)

O que a proposta tem de novo ativas anteriores

O novo plano dos EUA se diferencia de iniciativas anteriores por sua abordagem detalhada para o pós-guerra, em contraste com o cessar-fogo de janeiro de 2025, que fracassou na segunda fase de negociações. Enquanto o acordo anterior previa a libertação escalonada de reféns e adiava a discussão sobre governança, o plano atual exige a libertação de todos os reféns em 72 horas e define imediatamente uma governança de transição que exclui o Hamas, apesar de a viabilidade do plano ser baseada na aceitação pelo Hamas.

Trump ameaça impor tarifa sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos

Após impor tarifaços no Brasil e ameaçar colocar tarifa na Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação recente nesta segunda-feira (29), ameaçando impor uma tarifa de 100% em qualquer filme que seja produzido fora do país, sendo a primeira vez que é imposto uma tarifa sobre um serviço, caso a ameaça seja cumprida. Trump não explicou como a tarifa será promulgada ou quando vai ser.

Motivo da tarifa

A principal razão de Trump começar a impor tarifa nos filmes do exterior, é devido aos países de fora estarem oferecendo incentivos fiscais para atraírem os especialistas do cinema para o exterior. Ele afirma que esse modelo teria “roubado” mercado de Hollywood, prejudicando empregos e a própria identidade cultural dos Estados Unidos. O presidente havia apresentado a tarifa ainda neste ano, em maio, e volta com essa ameaça mais uma vez, deixando Hollywood mais uma vez surpreendido e na sua publicação no Truth Social, Trump acaba destacando que a Califórnia foi afetado por esses incentivos.


Notícia sobre Trump impor a tarifa (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Impacto para estúdios e indústria global

A proposta causa apreensão em estúdios americanos que dependem de coproduções internacionais, locações externas e mercados estrangeiros para realizar parte do seu faturamento. Muitos filmes modernos envolvem equipes e locações em outros países, elementos que, com a tarifa, passariam a ser penalizados. Preços de ingressos, serviços de streaming e direitos de distribuição poderiam subir, e contratos já fechados com parceiros fora dos EUA ficariam em risco.

Dúvidas sobre implementação

Embora Trump tenha anunciado a intenção, ainda não ficou claro quando a tarifa entrará em vigor nem qual será o mecanismo legal utilizado. Questões chaves permanecem abertas: como definir se um filme é “feito fora dos EUA”, se a tarifa incidirá sobre produção, distribuição ou exibição, e como lidar com filmes com as partes gravadas em diferentes países.

Trump troca foto de Biden por “caneta automática” na Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inaugurou a “Presidential Walk of Fame” (Calçada da Fama Presidencial) na Casa Branca nesta quarta-feira (24). Na nova galeria de retratos presidenciais, Trump colocou uma foto de uma “autopen”, caneta automática usada para assinar documentos, no lugar de uma imagem do antecessor, Joe Biden, acusando-o de fazer uso excessivo do equipamento.

“A Calçada da Fama Presidencial chegou à Colunata da Ala Oeste”, publicou Margo Martin, assistente especial do presidente e assessora de comunicação, no X, acompanhando um vídeo que exibe fotos em preto e branco de presidentes em molduras douradas.

A Casa Branca também divulgou uma imagem de Trump, cujas fotos como 45º e 47º presidente dos Estados Unidos foram colocadas ao lado da de Joe Biden. Em vez de um retrato oficial, o ex-presidente democrata é representado por uma foto da caneta automática, acompanhada da sua assinatura. Trump e aliados no Congresso afirmam que o uso do equipamento fazia parte de um suposto plano para ocultar limitações cognitivas do antecessor.

Pronunciamento de Biden

Na época em que surgiram acusações sobre uma suposta tentativa de esconder deteriorações cognitivas do ex-presidente, Biden refutou as insinuações de Trump em comunicado: “Deixe-me ser claro: eu tomei as decisões durante minha presidência. Tomei decisões sobre perdões, ordens executivas, legislações e proclamações. Qualquer sugestão de que não o fiz é ridícula e falsa.”

Ainda não houve manifestação de Biden ou de sua assessoria sobre a nova exibição.


 Calçada da Fama Presidencial (Foto: reprodução/AFP/SAUL LOEB/Getty Images Embed)

Trump já havia indicado que o retrato de seu antecessor seria substituído por uma imagem da autopen. Em entrevista ao The Daily Caller, ele afirmou que nem todos os presidentes seriam representados da mesma forma e, ao ser questionado sobre Biden, confirmou a decisão: “Vamos colocar uma foto da autopen automática.”

Reformas e mudanças na Casa Branca

O presidente norte-americano fez várias mudanças na decoração da Casa Branca, que tem mais de 200 anos, incluindo a renovação do Salão Oval com ornamentos dourados, a instalação de grandes mastros de bandeira e a construção de um salão de festas de grandes proporções, aparentemente financiado com recursos próprios.

Ele também realizou reformas no Jardim das Rosas da Casa Branca no início do verão, substituindo a grama por mármore e pedras, instalando nova iluminação e caixas de som para eventos. O espaço, em estilo de pátio e inspirado em Mar-a-Lago, foi batizado de “Rose Garden Club”.

O republicano também reposicionou o quadro de Barack Obama e, rompendo com a tradição, passou a exibir vários retratos próprios na Casa Branca. Anteriormente, ele já havia alterado a disposição de retratos de George W. Bush e chegou a substituir o retrato da ex-primeira-dama Hillary Clinton por um de si mesmo.

Trump afirma ter sido sabotado na ONU e exige investigação

Nesta quarta-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na rede social Truth Social exigindo uma investigação após afirmar ter sofrido uma sabotagem durante a Assembleia Geral da ONU, citando problemas na escada rolante e no teleprompter.

“Uma verdadeira vergonha aconteceu nas Nações Unidas ontem. Não um, não dois, mas três eventos muito sinistros! (…) Isso não foi uma coincidência, foi uma tripla sabotagem na ONU. Eles deveriam ter vergonha. Estou enviando uma cópia desta carta ao secretário-geral e exijo uma investigação imediata. (…) O Serviço Secreto está envolvido”, disse.

Imprevistos durante o evento

Trump esteve na sede da ONU para discursar na Assembleia Geral, acompanhado de Melania e de sua comitiva. Durante o evento, ele afirmou ter enfrentado três falhas técnicas: a escada rolante parou de repente, o teleprompter não funcionou e o som do auditório foi desligado, o que teria impedido os líderes de ouvirem seu discurso.

Em sua fala, o presidente norte-americano mencionou o episódio ao direcionar críticas à ONU: “Acabei com sete guerras, negociei com os líderes desses países e nunca recebi um telefonema das Nações Unidas oferecendo ajuda para finalizar o acordo. Tudo o que recebi das Nações Unidas foi uma escada rolante que, na subida, parou bem no meio.”


Confira o discurso completo de Donald Trump na ONU (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O presidente descreveu os episódios como uma “sabotagem tripla”, solicitando que a ONU preservasse as imagens das câmeras de segurança e cobrando uma investigação. Ele afirmou que o Serviço Secreto está apurando o caso.

ONU rebate alegações

Em resposta às acusações, a organização se pronunciou esclarecendo os imprevistos. Sobre as falhas no teleprompter — equipamento que projeta o discurso em uma tela para auxiliar o orador —, a ONU informou que ele estava sendo operado pela própria Casa Branca.

O porta-voz Stéphane Dujarric afirmou que a escada rolante parou após o acionamento de um mecanismo de segurança e explicou que o cinegrafista de Trump, ao subir de costas para filmar a chegada com Melania, provavelmente acionou o mecanismo sem querer.

“O mecanismo de segurança é projetado para impedir que pessoas ou objetos sejam acidentalmente presos ou puxados para a engrenagem. O videógrafo pode ter acionado inadvertidamente a função de segurança”, afirma o comunicado.

Sobre a alegação de que o som do auditório estava desligado, as autoridades da ONU afirmaram que o sistema foi projetado para permitir que os delegados ouvissem os discursos traduzidos em seis idiomas por meio de fones de ouvido.

Lula menciona a condenação de Bolsonaro durante seu discurso na ONU

O presidente Lula citou a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro durante seu discurso na abertura dos debates na ONU nesta terça-feira (23). De acordo com ele, com a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado o Brasil transmitiu um recado “diante dos olhos do mundo” a todos os candidatos a autocratas e também aos que os apóiam que, a soberania e a democracia do país são inegociáveis e que o país seguirá como uma nação independente e livre de qualquer tipo de tutela.

Menção a Bolsonaro

Em seu discurso, Lula falou sobre a condenação do ex-presidente pontuando a importância histórica do ocorrido. De acordo com ele, com 525 anos de história do Brasil, esta foi a primeira vez que um ex-chefe de Estado foi condenado por cometer um atentado contra o Estado Democrático de Direito.

Ele também esclareceu que Bolsonaro foi investigado, indiciado e julgado por suas ações em um processo meticuloso e teve direito à defesa, o que é negado em regimes ditatoriais.


Lula menciona Bolsonaro (Vídeo: reprodução/youtube/@CNNbrasil)

O presidente também deixou claro que não haverá uma pacificação sem impunidade para os “falsos patriotas” que conspiram publicamente contra o Brasil.

Nos últimos meses, o julgamento de Bolsonaro foi o ponto crucial para a tensão entre o governo brasileiro e o governo norte-americano.

Donald Trump impôs sanções tarifárias ao país e aos membros do poder Judiciário brasileiro como forma de retaliação às investigações contra Jair Bolsonaro, tornando a relação entre os países como a pior das últimas décadas.

Tradição brasileira

Ano após ano o Brasil é o responsável por iniciar a Assembleia Geral das Nações Unidas abrindo o debate diplomático mais importante mundialmente.

A tradição é diplomática, e de acordo com o livro O Brasil nas Nações Unidas, 1946 – 2012, teve início em 1949, durante a Guerra Fria, e foi uma solução para evitar dar prioridade aos Estados Unidos ou à União Soviética.

A partir disso, tornou-se habitual que, antes da abertura da lista para oradores, o secretário-geral da ONU envia uma nota ao Brasil perguntando se o país tem o desejo de seguir com a tradição.

Na palavras da publicação do livro, está prática faz com quem o Brasil seja honrado e consolidado como um peso estratégico para a circunstância.

Ainda de acordo com o livro, o Brasil se difere da maiorias das outras delegações pois utiliza a oportunidade para fazer análises mais amplas sobre questões internacionais e projetar sua visão de mundo para defender temas estruturais, como o combate à fome, a reforma e o desenvolvimento das instituições.

Ao discursar na ONU, Lula defende a democracia do Brasil e manda recado a Trump

Nesta terça-feira (23), o presidente Luís Inácio Lula da Silva abriu o 80° Assembleia Geral da ONU. Durante seu discurso, Lula declarou que a agressão ao judiciário do país é algo “inaceitável”, falou sobre a possibilidade de anistiar quem faz ataques à democracia, condenou os “falsos patriotas” e direcionou recados a Donald Trump.

Falas de Lula

Tradicionalmente, o Brasil é o responsável pelo discurso que abre o debate entre os líderes na ONU. Este ano o evento completa sua 80° edição e ocorreu em Nova York.

Durante seu discurso, o presidente Lula reiterou que a soberania brasileira é algo inegociável e que a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado serviu como uma mensagem para o mundo. Sua fala ocorreu apenas um dia após o governo americano impor novas sanções a cidadãos brasileiros como retaliação à condenação de Bolsonaro.

De acordo com Lula, o Brasil decidiu por resistir e defender a democracia que foi reconquistada há apenas 40 anos, após passar por duas décadas de ditaduras, apesar dos ataques sem precedentes e que, “diante dos olhos do mundo”, o Brasil passou uma mensagem para todos os candidatos autocratas e aos que os apoiam que a soberania do Brasil é algo inegociável.


Lula discursa na ONU (Vídeo: reprodução/YouTube/@g1)

O presidente também pontuou que não existem justificativas para as medidas arbitrárias e unilaterais que recaem sobre as instituições brasileiras e que tais ações contam com o auxílio de “uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias”.

Quanto aos “falsos patriotas”, que estão conspirando publicamente contra o país, não haverá pacificação com impunidade.

Lula também defendeu a regulação de redes sociais, criticou os atos de Israel dizendo que não há justificativa para o genocídio que segue em curso em Gaza e também aproveitou o momento para convidar os líderes dos países que estavam presentes na reunião para comparecer à COP30, que acontecerá em Belém, no Pará, de 10 a 21 de novembro deste ano.

Recados a Trump

Durante o pior momento nas últimas décadas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, Lula iniciou seu discurso com críticas à política externa tarifária aplicada por Trump na tentativa de interferir no julgamento de Bolsonaro.

Segundo ele, há a consolidação de desordem internacional e que atentados à soberania, intervenções unilaterais e sanções arbitrárias estão virando algo comum.

“Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento das democracia”, falou.

Nos últimos meses, Lula e Donald Trump trocaram reprovações após o presidente norte-americano sobretaxar o Brasil sob o argumento de tentar cessar a perseguição a Bolsonaro, além de atacar o judiciário e soberania brasileira.

Maduro envia carta aos EUA para desmentir boatos sobre ligação com tráfico de drogas

Em carta divulgada pelo governo venezuelano aos EUA no último domingo (21), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desmentiu ser um traficante de drogas, como o governo americano o acusava. A correspondência é datada em 6 de setembro, dias após um ataque dos norte-americanos a uma embarcação, que, segundo o presidente americano Donald Trump, transportava pessoas ligadas ao tráfico de drogas.

Ainda na carta, Maduro se coloca à disposição para um diálogo com o Trump, mencionando o diplomata Richard Grenell como uma pessoa fundamental nesse trabalho.

Desmentindo boatos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contatou os EUA para desmentir boatos acerca da ligação do país sul-americano ao tráfico de drogas, como Trump acusou. Maduro usa o espaço para afirmar que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas ao território americano por meio da Venezuela. 70% dessas substâncias, segundo o líder venezuelano, são destruídas e neutralizadas pelas autoridades do país.

Maduro ainda escreveu que deseja derrotar as falsidades que vêm desmanchando o relacionamento entre ele e o governo Trump, que espera ser histórico e pacífico. Para isso, o líder da Venezuela conta com Richard Grenell, diplomata norte-americano, que resolveu o contratempo sobre as alegações de que a Venezuela não estaria recebendo pessoas naturais do país que foram deportadas dos EUA.

Mesmo sob protestos, os voos que transportam imigrantes venezuelanos ilegais nos EUA continuam funcionando, segundo autoridades ligadas ao tema.


Após ordem de Trump, frota naval dos EUA aumenta a presença nos mares caribenhos (Foto: reprodução/Daniel Gonzalez/Anadolu via Getty Images Embed)

Guerra contra os cartéis

No último dia 2 de setembro, quatro dias antes da carta escrita por Maduro, os EUA atacaram um navio venezuelano, matando 11 pessoas, que, segundo Donald Trump, pertenciam à gangue Tren de Aragua e estavam ligadas ao tráfico de drogas.

Nas últimas semanas, Trump tem priorizado a pauta do combate aos cartéis venezuelanos através do reforço naval no Mar do Caribe. Membros do governo americano disseram que o reforço naval pretende interromper a entrada de substâncias ilícitas aos EUA.

Trump tem “subido o tom” contra a Venezuela. No último dia 15, por exemplo, o líder norte-americano escreveu na Truth Social que ordenou um ataque contra “narco terroristas venezuelanos”, que deixou 3 mortos.

Já no último sábado (20), Trump exigiu que o governo venezuelano receba os deportados que anteriormente foram enviadas de maneira forçada aos EUA, segundo palavras do republicano.

Censura nos EUA: Trump ameaça anular licenças de TV que foram contra ele

O presidente americano Donald Trump ameaça retirar licenças de TV que foram contra ele na época das eleições de 2024. Mesmo sem provas, Trump afirma que 97% das emissoras de televisão americanas foram contra sua candidatura. A decisão aconteceu após um dia em que o programa de comediante Jimmy Kimmel foi retirado do ar após comentários sobre a morte de Charlie Kirk, apoiador e influenciador pró-Trump. Em uma nota aos repórteres, o presidente afirmou: “Li em algum lugar que as emissoras estavam 97% contra mim novamente, 97% negativas, e mesmo assim eu venci, e com facilidade. Acho que talvez a licença deles devesse ser retirada. Caberá a Brendan Carr decidir”, afirmou.

Presidente de comunicação de Trump comenta caso de comediante

O presidente da comissão de Comunicação de Trump, Benny Show, comentou em um podcast que Jimmy Kimmel é “um sem talento” e fez duras críticas à mídia americana: “Uma licença concedida por nós traz consigo a obrigação de operar no interesse público. (…) Temos uma regra no livro que interpreta um padrão de interesse público que diz que a distorção de notícias é algo proibido. Da mesma forma, temos uma regra que trata de fraudes em transmissões. E assim, novamente, ao longo dos anos, a FCC se absteve de aplicá-la. E não acho que tenha beneficiado ninguém. Basta olhar para a credibilidade dessa mídia tradicional. Ela está completamente destruída”.


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Donald Trump (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images News)

Trump pede indenização bilionária ao The New York Times

Trump pediu uma multa bilionária de R$ 79 bilhões ao jornal americano “The New York Times” após uma publicação de um livro da editora Penguin e incluiu quatro jornalistas do veículo. O presidente disse em sua rede social Truth Social que o jornal fez publicações mentirosas sobre ele, sua família, seus negócios e sua vida política, e ainda ajudou na campanha afavor de Kamala Harris, candidata que concorreu às eleições americanas junto a Trump em 2024. O jornal “The Wall Street Journal” também foi citado em processos movidos por Trump por revisitar reportagens que ligam o presidente a polêmicas como o caso do abusador de menores, Jeffrey Epstein, em que o jornal mostra relação de amizade que os dois tinham, e ao ser perguntado sobre o caso do estuprador que foi morto em 2019, Trump disse que o caso estava encerrado.

“Um país que me acolheu”: Anitta comenta saída dos EUA e elogia cultura local

Em coletiva de imprensa realizada em 16 de setembro de 2025, a cantora Anitta abriu espaço para esclarecer sua decisão de deixar os Estados Unidos e voltar ao Brasil, abordando ao mesmo tempo como enxerga o atual clima político norte-americano.

Motivo da saída

Quando questionada se sua saída estaria ligada ao governo Donald Trump ou ao crescimento de tensões políticas no país, Anitta foi enfática: “Acho que não existe ficar com ranço de um país inteiro por conta de uma situação política no momento.” E a artista comentou sobre as oportunidades que recebeu no país norte-americano “Imagina, tem toda uma população, toda uma riqueza cultural, tem todo um país que me abraçou e me acolheu, eu fiz vários projetos lá, que me abriram milhares de portas.”


Declaração de Anitta sobre EUA (Vídeo; reprodução/Instagram/@metropoles)

A cantora admitiu que sua partida se deveu, em grande parte, a uma necessidade de cuidar de sua saúde mental. Segundo ela, o ritmo de trabalho intenso, a busca incessante por se manter no topo e realizar o máximo possível estava lhe cobrando emocionalmente. “Eu tinha muita sede de sucesso, de ser a maior, a número um, fazer todos os trabalhos.” Comentou a cantora “E conforme eu fui me analisando melhor e cuidando da minha saúde mental, fiquei com menos sede. Só estou com vontade de fazer o que eu gosto.”

Além disso, a cantora comentou que se sente mais livre para conviver com a família no dia a dia — algo que, segundo ela, ficou bastante limitado enquanto morava nos EUA — pesou na escolha de retornar ao Brasil. “Durante o meu dia a dia, me sinto feliz em poder falar: ‘Oi, mãe, vamos almoçar hoje? Oi, pai, vamos amanhã fazer um negócio?’’, explicou Anitta. No exterior, disse, sua rotina era quase exclusivamente trabalho.

Gratidão

Embora tenha reconhecido que enfrentou desafios pessoais e profissionais longe de casa — como episódios de estresse, pressões de carreira e dificuldades de adaptação — Anitta ressaltou que mantém gratidão pelo que viveu nos EUA: tanto pelas conquistas quanto pelas portas que se abriram.

Caso Charlie Kirk: Polícia prende Tyler Robinson, suspeito do assassinato

Nesta sexta-feira (12), a polícia de Utah, EUA, prendeu um homem suspeito pelo assassinato de Charlie Kirk, influenciador e ativista americano. A informação foi divulgada pelo próprio governador do Utah, Spencer Cox. O suspeito se chama Tyler Robinson, de 22 anos e a sua captura ocorreu no terceiro dia de busca. Ele estava sendo procurado pela polícia local e pelo FBI, durando 33 horas de procura.

Indícios do suspeito

Kash Patel, diretor-geral do FBI, disse que os policiais estavam fazendo interrogatórios e investigações com o suspeito para ter a confirmação de ser o assassino de Charlie Kirk, também foi dito que eles encontraram provas físicas que comprovam que Tyler Robinson é o autor do crime e pode ser indiciado ainda hoje, além disso, foram encontrados inscrições no fuzil e cartuchos usados na cena do crime, tendo frases com termo fascista, frase de despedida em italiano e uma “trollagem”. Tyler havia sido entregado pela própria família e amigos, segundo Spencer Cox, que agradeceu a eles pela atitude.


Tyler Robinson, suspeito do assassinato de Charlie Kirk (Foto: reprodução/PATRICK T. FALLON/Getty Images Embed)

Tyler Robinson e sua possível punição

O rapaz sabia que o ativista, Charlie Kirk, iria conceder uma palestra para os jovens universitários, dias antes do ato e ele não gostava do influenciador, essa informação foi dada de acordo com os próprios amigos de Tyler, que havia confessado o crime a eles que eram pessoas próximas ao suspeito. Foi confirmado também pelo governador, que Robinson não era um aluno da universidade, onde ocorreu a tragédia. Ele foi para palestra com seu carro e após o ato, mudou de roupa e fugiu a pé. O tiro que atingiu Charlie Kirk foi cerca de 400 km de sua posição até o local onde estava posicionado o apoiador de Donald Trump.

Sua punição ainda é incerta, mas o atual presidente dos Estados Unidos afirmou que defende a punição de morte ao suspeito, assim como o governador de Utah, mas independente da punição, o futuro de Tyler Robinson está em um caminho sem volta.

Repercussão política e social

A notícia da morte e da prisão gerou reação em diversos setores: líderes políticos pediram calma e responsabilização, enquanto organizações civis reforçaram o apelo pela redução da polarização. O episódio reacendeu debates sobre segurança em eventos públicos e o papel das redes na radicalização de atos violentos.