Maduro anuncia uso de armas de fogo como treinamento para a população
Presidente falou que militares vão dar treinamento para as pessoas frente ao aumento das tensões, devido ao envio de navios americanos para o Caribe

Devido a tensão se aumentando com os Estados Unidos, com o envio dos navios americanos ao Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (18) que enviará militares paras as comunidades para ensinar a população sobre como utilizar armas de fogo. A medida contempla pessoas que já se alistaram voluntariamente, tanto homens quanto mulheres, com o objetivo declarado de torná-los capazes de lidar com esse tipo de armamento. O treinamento irá acontecer neste sábado (20).
Mobilização e ações concretas
Segundo o anúncio, a Força Armada Nacional Bolivariana conduzirá atividades diretamente nas comunidades, nos bairros, com uso de instalações militares. As ações vão englobar instruções práticas, manuseio de armas e orientações operacionais. Essa será a primeira vez que os quartéis se deslocam para ministrar treinamento além de seus limites militares tradicionais.
O anúncio repercute com preocupação dentro e fora da Venezuela. Grupos de defesa dos direitos humanos questionam os riscos de conflitos armados internos, uso indevido de armas por civis e aumento de violência. Especialistas em segurança alertam para a necessidade de clara regulamentação, supervisão e limites firmes, para que esses treinamentos não se transformem em incentivos à militarização do cidadão comum.
Maduro falando com a mídia (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)
Escalada das tensões
A iniciativa vem em um clima de tensão que está escalando muito com os Estados Unidos, que recentemente mobilizou navios e aeronaves no Caribe e o seu motivo de realizarem tal ação, é devido ao combate ao narcotráfico. O governo Maduro aponta que essas medidas, são tomadas em função dessas ações externas percebidas como ameaças, e em defesa da soberania venezuelana. Apesar do tom bélico, o presidente afirma que não se trata de um preparo ofensivo, mas sim de uma autoproteção em cenário de pressões políticas externas. O presidente também acusou Washington, que já destruiu embarcações na região sob alegação de estarem transportando drogas, de planejar uma invasão ao seu país. Já o governo de Donald Trump, acusa Maduro de ser afiliado ao narcotráfico, chegando a oferecer 50 milhões de dólares pela sua captura e além disso, ele não é reconhecido pelo país americano e pelas principais democracias da Europa, como presidente da Venezuela.