Ao discursar na ONU, Lula defende a democracia do Brasil e manda recado a Trump

O presidente também pontuou que os ataques quem vem ocorrendo com o judiciário brasileiro é algo inaceitável, além de criticar guerras e o genocídio em Gaza

23 set, 2025
Lula em discurso na ONU | Reprodução/X/@LulaOficial
Lula em discurso na ONU | Reprodução/X/@LulaOficial

Nesta terça-feira (23), o presidente Luís Inácio Lula da Silva abriu o 80° Assembleia Geral da ONU. Durante seu discurso, Lula declarou que a agressão ao judiciário do país é algo “inaceitável”, falou sobre a possibilidade de anistiar quem faz ataques à democracia, condenou os “falsos patriotas” e direcionou recados a Donald Trump.

Falas de Lula

Tradicionalmente, o Brasil é o responsável pelo discurso que abre o debate entre os líderes na ONU. Este ano o evento completa sua 80° edição e ocorreu em Nova York.

Durante seu discurso, o presidente Lula reiterou que a soberania brasileira é algo inegociável e que a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado serviu como uma mensagem para o mundo. Sua fala ocorreu apenas um dia após o governo americano impor novas sanções a cidadãos brasileiros como retaliação à condenação de Bolsonaro.

De acordo com Lula, o Brasil decidiu por resistir e defender a democracia que foi reconquistada há apenas 40 anos, após passar por duas décadas de ditaduras, apesar dos ataques sem precedentes e que, “diante dos olhos do mundo”, o Brasil passou uma mensagem para todos os candidatos autocratas e aos que os apoiam que a soberania do Brasil é algo inegociável.


Lula discursa na ONU (Vídeo: reprodução/YouTube/@g1)

O presidente também pontuou que não existem justificativas para as medidas arbitrárias e unilaterais que recaem sobre as instituições brasileiras e que tais ações contam com o auxílio de “uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias”.

Quanto aos “falsos patriotas”, que estão conspirando publicamente contra o país, não haverá pacificação com impunidade.

Lula também defendeu a regulação de redes sociais, criticou os atos de Israel dizendo que não há justificativa para o genocídio que segue em curso em Gaza e também aproveitou o momento para convidar os líderes dos países que estavam presentes na reunião para comparecer à COP30, que acontecerá em Belém, no Pará, de 10 a 21 de novembro deste ano.

Recados a Trump

Durante o pior momento nas últimas décadas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, Lula iniciou seu discurso com críticas à política externa tarifária aplicada por Trump na tentativa de interferir no julgamento de Bolsonaro.

Segundo ele, há a consolidação de desordem internacional e que atentados à soberania, intervenções unilaterais e sanções arbitrárias estão virando algo comum.

“Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento das democracia”, falou.

Nos últimos meses, Lula e Donald Trump trocaram reprovações após o presidente norte-americano sobretaxar o Brasil sob o argumento de tentar cessar a perseguição a Bolsonaro, além de atacar o judiciário e soberania brasileira.

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