Pedido de prisão de Eduardo Bolsonaro é rejeitado pela PGR

Deputados da oposição pediram a prisão preventiva do Deputado Federal Eduardo Bolsonaro mas tiveram o pedido negado, nesta terça-feira (14), pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O documento apresentado pelos opositores destacou que apenas o Ministério Público ou a polícia judiciária  podem cumprir o artigo 311 do Código de Processo Penal para execução de prisão do parlamentar. Sendo assim, os deputados não têm autoridade formal para propor o pedido que havia sido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação que envolve Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro é alvo de investigações

Eduardo Bolsonaro é alvo de investigações do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados após estar afastado de seu cargo desde o começo do ano, devido a viagens.

O parlamentar pediu licença do mandato em fevereiro de 2025 e viajou para os EUA. Em terras americanas, ele teria coagido e ajudado o presidente americano, Donald Trump, a impor tarifas comerciais que prejudicam diretamente o Brasil, em uma tentativa para tentar livrar seu pai, Jair Bolsonaro, da condenação em um processo pela tentativa de golpe de Estado.


 

PGR descarta prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro a pedido de deputados (Vídeo: reprodução/ Youtube/ CNNBrasil)

Pedido de prisão negado

O pedido de prisão foi negado pela procuradoria-geral da Repúplica, mas Paulo Gonet destacou que o tema já está sendo apurado na Câmara dos Deputados.

O caso segue para a Câmara dos Deputados e se for aprovado segue para o STF.

Os deputados opositores de Eduardo Bolsonaro pediram além de sua prisão, o bloqueio do salário do parlamentar e das verbas parlamentares, já que Eduardo Bolsonaro não se encontra no Brasil e não teve autorização para atuar como deputado federal à distância.

A decisão final será dada pelo ministro relator do caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes, ele que decidirá se irá aceitar ou não os pedidos feitos pelos deputados.

 

STF julga núcleo da minuta do golpe e define novas etapas do processo

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro o julgamento dos seis réus da Ação Penal 2693, processo que trata da tentativa de golpe de Estado investigada no inquérito das milícias digitais. A ação envolve integrantes do chamado “núcleo 2”, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável pela elaboração da “minuta do golpe” e pela coordenação de ações que visavam interferir no resultado das eleições de 2022.

De acordo com o STF, as sessões ocorrerão em quatro datas, com dois turnos nos dias 9 e 16 de dezembro — das 9h às 12h e das 14h às 19h — e turnos únicos nos dias 10 e 17, apenas pela manhã. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, solicitou a inclusão do julgamento na pauta da Primeira Turma, sob a condução do ministro Flávio Dino, presidente do colegiado.

Entre os acusados estão o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, o delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira e o general da reserva Mário Fernandes. A PGR aponta que o grupo teria atuado para “neutralizar” autoridades públicas e mobilizar ações da PRF para dificultar o voto de eleitores da Região Nordeste.

PGR aponta planejamento e tentativa de interferência eleitoral

A Procuradoria-Geral da República detalhou que o “núcleo 2” foi essencial na tentativa de viabilizar o golpe de Estado. Segundo a denúncia, os réus articularam medidas para anular o resultado das eleições e elaborar um documento com instruções para a decretação do Estado de Defesa — a chamada “minuta do golpe”. O texto previa a intervenção militar e o afastamento de ministros do Supremo, em uma tentativa de manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder.


 Especialista explica o que é e a importância da minuta do golpe (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalg1)

Além da elaboração do documento, os acusados teriam planejado ações de monitoramento contra autoridades públicas e estratégias de desinformação. Há também indícios de que o grupo tenha participado de operações que restringiram a mobilidade de eleitores, especialmente no Nordeste, no segundo turno das eleições de 2022.

A PGR reforça que a atuação foi coordenada, com divisão de tarefas e uso de estruturas estatais para fins políticos e eleitorais. Os crimes imputados incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Supremo avança no julgamento e sinaliza rigor institucional

Com a conclusão da fase de instrução processual e o envio das alegações finais, o STF avança em mais uma etapa das investigações relacionadas à tentativa de golpe de 2022. O julgamento do “núcleo 2” ocorre após a condenação de dezenas de réus vinculados à invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. A expectativa é de que este novo julgamento aprofunde a responsabilização de agentes que ocuparam cargos estratégicos no governo anterior.

O ministro Alexandre de Moraes tem defendido que o Supremo atue com rigor para preservar o Estado Democrático de Direito e punir qualquer tentativa de ruptura institucional. O ministro Flávio Dino, que presidirá as sessões, destacou a importância de garantir a transparência e o devido processo legal durante o julgamento.

A decisão de agendar o julgamento para dezembro sinaliza a intenção do STF de encerrar as principais ações penais ligadas à trama golpista ainda em 2025. A conclusão desses casos é considerada essencial para consolidar a resposta institucional às tentativas de subversão da ordem democrática.

Eduardo Bolsonaro é denunciado pela PGR por suspeita de coação em processo judicial

Nesta segunda-feira (22), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por uma suposta participação do parlamentar na aplicação de sanções dos EUA ao Brasil e a membros do judiciário. O jornalista Paulo Figueiredo também foi denunciado pelo órgão.

Eduardo Bolsonaro teria atuado com objetivo de atrapalhar o processo judicial que investigou seu pai, Jair Bolsonaro, e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado, julgado na primeira quinzena deste mês.

Influência nas sanções

A PGR entende que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo tiveram influência direta nas medidas de sanções aplicadas dos EUA ao Brasil como uma forma de mudar os rumos do julgamento da trama golpista.

Segundo o Procurador-Geral, Paulo Gonet, o parlamentar e o jornalista não hesitaram em atuar e de deixar claro as suas intenções de fazer com que o governo americano tomasse medidas econômicas contra o Brasil por conta do julgamento por tentativa de golpe de Estado. Para isso, segundo a denúncia, houve a aproximação de ambos com pessoas ligadas ao governo Trump. Gonet ainda menciona as comemorações feitas por eles, em entrevistas e em suas redes sociais, a cada sanção que o Brasil era vítima.

Após a ação do órgão, cabe ao STF decidir se aceita a denúncia, para assim tornar tanto Eduardo, quanto Paulo Figueiredo, réus no em uma ação penal.

Também alvo do inquérito, a procuradoria não encontrou indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou da ação com seu filho.


Paulo Figueiredo, Eduardo Bolsonaro, e outros aliados participam de coletiva de imprensa em frente ao Capitólio, EUA (Foto: reprodução/Mandel Ngan/AFP/Getty Images Embed)

Resposta dos denunciados

Em nota, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo negaram qualquer cometimento de crime. Os denunciados pela PGR alegaram que atuaram conforme a Primeira Ementa dos EUA, país onde ambos residem atualmente, que é legítimo peticionar ao governo para que o mesmo faça correção de abusos e injustiças. “É exatamente isso que estamos fazendo e continuaremos a fazer” afirmam o deputado e o jornalista, em texto a resposta da denúncia apresentada por Gonet.

STF julga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe com base em gravações e mensagens

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus, todos acusados de envolvimento em crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu gravações, mensagens e documentos que, segundo o procurador-geral Paulo Gonet, revelam de forma quase completa como o grupo teria atuado para fragilizar o Estado Democrático de Direito.

Acusações e réus

Bolsonaro e seus aliados respondem por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Entre os acusados estão figuras de destaque do governo anterior, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Todos negam participação em planos golpistas e alegam que não houve qualquer ação efetiva para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Provas apresentadas pela PGR

As evidências reunidas incluem transmissões ao vivo com ataques sem fundamento ao sistema eleitoral, documentos internos e registros de reuniões voltadas ao uso irregular das forças de segurança. Mensagens analisadas também indicam tentativas de manipular o relatório militar sobre a votação eletrônica.

Depoimentos e registros obtidos pela investigação apontam ainda para a convocação do Alto Comando do Exército em discussões sobre medidas contra a posse de Lula. Entre os materiais apreendidos estão minutas de decretos, mensagens estratégicas e até planos militares, como a chamada operação “Punhal Verde Amarelo”.

As imagens da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, também foram incluídas no processo como prova de deterioração do patrimônio público. Câmara, Senado e STF enviaram relatórios detalhando os prejuízos.


Polícia Federal tem supervisionado Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Estrutura criminosa e riscos atuais

De acordo com a PGR, a atuação ocorreu de forma estruturada, com hierarquia e divisão de tarefas, configurando uma organização criminosa instalada dentro do próprio Estado e com respaldo de setores militares.

Com a proximidade do julgamento, a Polícia Federal reforçou a segurança na residência de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar. O ex-presidente utiliza tornozeleira eletrônica e é monitorado em tempo real.

Matéria por Igor Boigues (In Magazine)

STF inicia julgamento de Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta semana a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete integrantes do seu governo. Todos são acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022, que teria ameaçado o funcionamento do Estado Democrático de Direito.

Processo detalhado

O processo resulta de um levantamento minucioso da PGR, que compilou mais de 500 páginas detalhando a conduta de cada investigado. Somente a seção dedicada às ações de Bolsonaro ocupa 137 páginas, assinadas pelo procurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco. Entre os crimes apontados estão: dano qualificado por violência ou ameaça, tentativa de destruir ilegalmente a democracia, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio público e golpe de Estado, com penas que podem variar de um a 17 anos de prisão, dependendo do enquadramento.


Julgamento de Bolsonaro e aliados no STF: veja o que esperar (Vídeo: reprodução/YouTube/MetrópolesTV)

Segundo a PGR, Bolsonaro atuou como líder do grupo, utilizando-se do cargo de presidente da República para difundir desconfiança sobre as urnas eletrônicas e instituições públicas. A denúncia destaca o uso de recursos estatais, transmissões oficiais e eventos públicos para dar respaldo a um discurso que questionava a integridade do sistema eleitoral, incluindo a utilização irregular de estruturas de inteligência, conhecida como “Abin paralela”.

Documentos

Documentos apreendidos indicam que a estratégia incluía repetir críticas ao sistema de votação e criar um ambiente de contestação caso os resultados fossem desfavoráveis. A denúncia cita ainda falas de Bolsonaro em 7 de setembro de 2021, em Brasília e São Paulo, interpretadas como ataques coordenados ao Judiciário e ao processo eleitoral.

Na fase de interrogatório, realizada em junho, Bolsonaro negou qualquer intenção de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e classificou a denúncia como injusta. O julgamento seguirá a ordem de votação determinada pelo STF: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Matéria por Natasha Ferreira

Moraes estende prazo e cobra posicionamento da PGR sobre Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (26) estender o prazo para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A nova determinação dá cinco dias para que a PGR analise supostos descumprimentos de medidas cautelares, além de eventuais denúncias contra ambos.

A medida substitui um despacho anterior, no qual Moraes havia concedido apenas 48 horas para que a PGR se posicionasse. O prazo para a manifestação terminaria nesta quarta-feira (27), mas o ministro decidiu estender a análise após determinar que a polícia penal do Distrito Federal passasse a acompanhar Bolsonaro de perto. A decisão também leva em conta o pedido da defesa para reverter a prisão domiciliar imposta pelo Supremo.

Questões em análise

De acordo com informações do STF, a manifestação da PGR deverá incluir três pontos principais: o suposto descumprimento de cautelares, o recurso da defesa de Bolsonaro contra as medidas impostas e o relatório final da Polícia Federal (PF) sobre obstrução de investigações.

Na semana passada, a Polícia Federal entregou um relatório apontando que Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro teriam tentado pressionar o STF e atrapalhar o andamento de investigações.


PGR deve se manifestar sobre prisão de Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Relatório da PF

No relatório, a PF indicia os dois por crimes como coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

De acordo com a apuração, eles teriam usado as sanções aplicadas pelos Estados Unidos como estratégia para enfraquecer as investigações sobre a chamada trama golpista.

A defesa do ex-presidente, no entanto, nega qualquer irregularidade. Em resposta, a defesa afirmou ao Supremo que Bolsonaro nunca teve restrição para usar aplicativos de mensagens nem para se comunicar com os seus aliados. Para eles, o relatório da PF se baseia em interpretações equivocadas e representa um exemplo de lawfare expressão usada para descrever perseguição política por meio de processos judiciais.

PGR pede monitoramento em tempo real de Bolsonaro por risco de fuga

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a Polícia Federal (PF) realizasse o monitoramento “em tempo real” das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O parecer, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, foi enviado em resposta a uma representação do deputado Lindbergh Farias (PT) apontando um risco de fuga do ex-presidente. A decisão acontece a menos de uma semana do início do julgamento do ex-presidente no STF no âmbito de inquéritos que investigam os atos de 8 de janeiro e supostas tentativas de golpe.

Bolsonaro pediu asilo político à Argentina

A PGR pediu o monitoramento de Bolsonaro 24 horas após a PF enviar um ofício ao STF alertando para a possibilidade de evasão de Bolsonaro. O relatório da PF foi motivado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que destacou a existência de informações sobre um “plano de fuga” e a “proximidade geográfica e a conjuntura política e investigativa” como fatores de risco.

Esse risco foi agravado pela revelação de que a PF apreendeu no celular do ex-presidente um documento de 33 páginas, que seria um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. No texto, Bolsonaro alega ser perseguido por motivos e delitos “essencialmente políticos” no Brasil, o que reforça a preocupação das autoridades.


Ex-presidente Jair Bolsonaro aponta para sua tornozeleira eletrônica (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

As medidas cautelares até então

As restrições impostas a Bolsonaro pela Justiça servem para garantir o andamento do processo judicial. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, a retenção do passaporte, a proibição de sair do país sem autorização, e a restrição de contato com outros investigados e com redes sociais. Em fevereiro de 2024, a permanência de Bolsonaro na embaixada da Hungria manifestou suspeitas de um plano de fuga, o que motivou também a suspensão de se aproximar de representações diplomáticas estrangeiras.

A recomendação da PGR para o monitoramento em tempo real é vista como um “agravamento” das medidas já existentes. Gonet defendeu que esse policiamento seja feito com “cuidado” para não ser intrusivo no domicílio do ex-presidente ou perturbar a vizinhança, mas que garanta a presença de equipes da PF em prontidão.

Próximos passos

Com o parecer de Gonet, caberá agora a Alexandre de Moraes decidir qual procedimento será adotado. A defesa de Bolsonaro já negou qualquer intenção de fuga e pediu a revogação da prisão domiciliar, argumentando que a leitura das medidas cautelares deveria ser restrita. A análise da PGR sobre a declaração da defesa de Bolsonaro e o relatório da PF ainda está pendente, mas a decisão final sobre o monitoramento intensificado deve ser tomada nos próximos dias pelo ministro do STF.

Moraes pede detalhes à PGR sobre reforço policial na residência de Bolsonaro

Nesta segunda-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou detalhamento, em um prazo de cinco dias, à Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito do pedido de reforço policial na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, o ofício da Polícia Federal (PF) solicita reforço urgente nas intermediações da casa do ex-chefe de Estado brasileiro.

Risco de fuga de Bolsonaro

Solicitado pelo deputado federal e líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), a Polícia Federal elaborou um pedido ao STF para haver reforço policial ostensivo nas proximidades da casa de Bolsonaro, além de checagem do sistema de monitoramento eletrônico, incluindo a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente.


Bolsonaro mostra sua tornozeleira eletrônica à imprensa (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

No ofício, a PF declara que possui conhecimento acerca de uma possível fuga de Bolsonaro, e uma evasão para o interior da Embaixada norte-americana, localizada a aproximadamente dez minutos de sua casa, podendo assim solicitar asilo político aos EUA. O político do PL cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, e ainda é réu, assim como outras 7 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, caso esse que será julgado no dia 2 de setembro.


Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues assinou o pedido de reforço policial na residência de Bolsonaro (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

Desde o início deste mês, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, podendo receber visitas apenas de advogados e familiares, sob autorização judicial. A pena aplicada ao ex-presidente decorre do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, a Polícia Federal divulgou um relatório em que indicia o ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), por coação na suposta tentativa de golpe de Estado. O documento da PF ainda aponta novos descumprimentos de Bolsonaro das medidas cautelares.

O relatório revela também que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam influenciado diretamente a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, acerca da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, como Alexandre de Moraes. Mensagens trocadas entre pai e filho corroboram para a tese em questão.

Com isso, o ministro do STF deu um prazo de 48 horas para que a PGR se manifeste a respeito das explicações prestadas pela defesa do ex-presidente. Em seguida, Moraes poderá decidir se manterá a prisão domiciliar de Bolsonaro, ou a converterá em prisão preventiva.

Bolsonaro nega envolvimento em golpe e defende que Eduardo permaneça nos EUA

Em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) convocou a imprensa nesta quinta-feira (17) para uma coletiva no Senado. Dois dias após a PGR reiterar o pedido de sua condenação por crimes contra o Estado Democrático de Direito, Bolsonaro afirmou não ter participado de qualquer trama golpista e garantiu que jamais cogitou a hipótese de ser preso.

Segundo ele, a acusação é uma injustiça, e, diferentemente de outros escândalos envolvendo políticos brasileiros, afirmou que não está sendo acusado de corrupção. O ex-presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), encarregado de julgar o caso, e manifestou apreensão com os desdobramentos das investigações que envolvem pessoas de seu círculo próximo.

Bolsonaro admite que filho pode ser alvo da PF caso retorne ao Brasil

Durante a coletiva, Bolsonaro também comentou a situação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está licenciado do cargo e reside nos Estados Unidos. Segundo o ex-presidente, há risco real de que Eduardo seja detido caso volte ao Brasil, o que justificaria sua permanência no exterior. Afirmou, inclusive, que o filho “seria preso no aeroporto”.



Embora a afirmação, até agora não há qualquer mandado de prisão contra Eduardo Bolsonaro. Alguns parlamentares adversários chegaram a pedir sua prisão ao STF, mas as solicitações não avançaram.

A licença de Eduardo termina no próximo domingo (20), e, se não retornar ao país, o deputado poderá ter o mandato ameaçado por excesso de faltas nas sessões da Câmara dos Deputados.

Tarifas, Tarcísio e disputas internas na direita

Bolsonaro também foi questionado sobre a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros. Trump justificou a medida citando uma suposta perseguição sofrida por Bolsonaro no Brasil. 

Para o ex-presidente, a tarifação não representa ameaça à soberania do país. Ele chegou a dizer que não seria descabido caso Trump solicitasse uma anistia em seu favor, já que essa prerrogativa cabe ao Parlamento brasileiro.

Na mesma entrevista, Bolsonaro comentou a recente crítica feita por Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que procurou autoridades norte-americanas para negociar as tarifas. Eduardo acusou o governador de se comportar de forma subserviente às elites. Bolsonaro, no entanto, tentou apaziguar a situação e elogiou o esforço de Tarcísio, mas ponderou que, sozinho, o governador não conseguiria convencer Trump a recuar.

Pedido da PGR pode levar Bolsonaro a condenação de até 43 anos

Jair Bolsonaro pode ser condenado a até 43 anos de prisão caso receba as penas máximas dos cinco crimes apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As alegações finais foram apresentadas no final desta segunda-feira (14).

A apuração ocorreu a partir da tentativa de interrupção do funcionamento normal das instituições do país, planejada pela base de apoiadores próxima ao ex-presidente. Entre as acusações da PGR estão inclusos os crimes de tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do Código Penal), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP), organização criminosa armada (Lei 12.850/2013), dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, do CP) e deterioração de patrimônio tombado (Lei 9.605/1998).

Segundo a PGR, o ex-presidente também foi responsável por liderar uma organização criminosa que atacava as instituições democráticas e o sistema eleitoral brasileiro, além de articular um Estado de exceção (quando o Poder Executivo se sobrepõe ao Judiciário e ao Legislativo, tirando o equilíbrio entre os Três Poderes).

PGR pede a condenação de Bolsonaro

Nesta última segunda-feira, Paulo Gonet, procurador-geral da República, apresentou as alegações finais e, logo em seguida, pediu a condenação. Além de Jair Bolsonaro, outros sete aliados do ex-presidente também são alvos, como o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Augusto Heleno.

Os réus agora têm um prazo de 15 dias para apresentarem sua defesa. O primeiro será o tenente-coronel Mauro Cid, por conta de um acordo de delação premiada.

Assim que as defesas forem apresentadas, o ministro Alexandre de Moraes irá liberar o julgamento para a Primeira Turma do STF, que será responsável por analisar o caso e decidir a condenação ou absolvição dos réus. É esperado que o julgamento aconteça antes de setembro.

Quanto tempo Bolsonaro ficará preso

Mesmo com uma pena máxima de 43 anos avaliada pela PGR, é provável que o ex-presidente receba uma condenação final menor durante seu julgamento pelo STF. Advogados especialistas no tema apostam em torno da metade dessa pena — entre 15 a 20 anos de prisão.


Story de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Na manhã dessa terça-feira (15), Jair Bolsonaro compartilhou uma imagem através do Instagram dizendo estar “lutando pela maioria que não se curvou“, fazendo uma alusão a seus apoiadores, que se preocupam com o bem-estar do ex-presidente.

Ontem (14), o presidente norte-americano Donald Trump fez um pronunciamento dizendo que está acompanhando de perto o julgamento de Jair Bolsonaro.