Fome emocional: como reconhecer e lidar com esse desafio cotidiano

A fome física é uma necessidade biológica. O corpo precisa de energia para funcionar. Ela aparece aos poucos, pode ser adiada por alguns minutos e costuma ser saciada com qualquer tipo de alimento, do arroz com feijão até um lanche rápido.

Já a fome emocional é diferente. Ela surge de repente, quase como uma urgência que não dá para ignorar. E, em vez de qualquer comida, existe vontade específica de algo: chocolate, batata frita, bolo, pizza. Normalmente são alimentos que trazem conforto imediato.

Outro ponto importante é que a fome física desaparece quando o estômago está satisfeito. A fome emocional, não. Mesmo depois de comer, a sensação de vazio ou de ansiedade pode continuar. É como se a comida servisse para tapar um buraco que não é físico, mas sim emocional.

Quais são as principais causas da fome emocional?

As causas mudam de pessoa para pessoa. O estresse é uma das mais comuns. Quando o corpo está sob pressão ele solta cortisol. Esse hormônio pode aumentar a vontade de comer alimentos calóricos.

Fato: 38% das pessoas dizem comer em excesso por causa do estresse, segundo a American Psychological Association.

Outra causa é a falta de sono. Dormir mal desregula hormônios como leptina e grelina que controlam fome e saciedade. O resultado é mais vontade de comer principalmente doces.

Memórias também influenciam. Muitas pessoas cresceram recebendo comida como recompensa: um doce por boas notas ou um lanche especial em momentos felizes. Na vida adulta, esse padrão pode se repetir.

Baixa autoestima e dificuldades emocionais também têm peso. Comer pode se transformar em uma válvula de escape, uma forma de buscar prazer rápido quando outras áreas da vida não estão equilibradas.

Sinais de que você pode estar sofrendo de fome emocional

Reconhecer os sinais é essencial para não misturar fome emocional com fome física. Alguns pontos de atenção:

  • Vontade súbita e forte de comer, sem aviso.
  • Desejo específico por alimentos calóricos ou açucarados.
  • Comer rápido, sem saborear de verdade.
  • Continuar comendo mesmo sem sentir fome física.
  • Sentir culpa ou arrependimento depois da refeição.
  • Usar comida como forma de aliviar tédio, solidão ou estresse.

Imagine a cena: depois de um dia cansativo no trabalho, você chega em casa, abre a geladeira e pega qualquer coisa que traga prazer imediato. O estômago nem estava roncando, mas a mente buscava alívio. Isso é um típico exemplo de fome emocional.

Impactos da fome emocional na saúde e no bem-estar

No curto prazo, ela pode parecer inofensiva. Afinal, quem nunca comeu um doce para “compensar” um dia ruim? O problema é quando isso se torna um padrão.

Fisicamente, pode levar ao ganho de peso, desequilíbrio de nutrientes, fadiga e problemas digestivos. Com o tempo o risco de obesidade cresce junto com diabetes tipo 2 e doenças do coração.

No campo mental, os impactos também são grandes. Surge um ciclo difícil de quebrar: a pessoa come para se sentir melhor, depois sente culpa, o que gera mais ansiedade, levando a novos episódios de compulsão. É um círculo vicioso que afeta autoestima, humor e produtividade.

Fato Rápido: 7 out of 10 Brazilians have experienced emotional eating at least once, and 64% report overeating to cope with anxiety and stress. Among young adults aged 18-24, this rate rises to 70%.

Estratégias práticas para controlar a fome emocional

A boa notícia é que existem formas de lidar com esse desafio. Não é sobre cortar alimentos de vez, mas aprender a reconhecer gatilhos e adotar hábitos mais saudáveis.

  • Faça uma pausa antes de comer. Pergunte: “Estou com fome real ou buscando conforto?”
  • Crie uma rotina de sono. Dormir de 7 a 8 horas ajuda a equilibrar hormônios do apetite.
  • Pratique exercícios físicos. Caminhar, correr ou simplesmente alongar libera endorfinas que reduzem ansiedade.
  • Anote em um diário. Escrever sobre sentimentos ajuda a identificar padrões que levam à fome emocional.
  • Tenha lanches saudáveis à mão. Substituir bolachas recheadas por frutas, castanhas ou iogurtes já faz diferença.
  • Encontre outras fontes de prazer. Um banho quente, ouvir música ou ligar para um amigo podem aliviar emoções sem envolver comida.
  • Estabeleça horários fixos para refeições. Isso ajuda o corpo a se acostumar com uma rotina estável, reduzindo impulsos repentinos.

Não é sobre cortar tudo o que você gosta. É sobre aprender a comer com consciência. Um chocolate pode fazer parte de uma vida equilibrada desde que não vire a resposta automática para qualquer emoção.

Quando buscar ajuda profissional?

Em alguns casos, lidar sozinho não é suficiente. Se a fome emocional começa a afetar sua saúde, seu sono, seu trabalho ou seus relacionamentos, é hora de buscar ajuda. Psicólogos podem identificar os gatilhos emocionais e ajudar a criar estratégias mais saudáveis para lidar com eles.

Nutricionistas orientam sobre escolhas alimentares mais equilibradas sem restrições extremas. Em situações mais complexas, médicos podem investigar questões hormonais ou metabólicas ligadas ao comportamento alimentar. Eles também podem recomendar soluções médicas para excesso de peso – saiba mais – como parte do tratamento, sempre avaliando cada caso individualmente.

Buscar ajuda não significa fraqueza. Pelo contrário, é um sinal de autocuidado e coragem. Reconhecer o problema e buscar apoio pode ser o passo mais importante para quebrar o ciclo da fome emocional.

Conclusão

A fome emocional faz parte da vida de muitas pessoas. Mas entender o que ela é, reconhecer seus sinais e aplicar estratégias práticas pode transformar a relação com a comida. A chave está em identificar os gatilhos e buscar alternativas mais saudáveis para lidar com as emoções.

Não se cobre perfeição. O processo envolve tentativas, erros e aprendizado. Com tempo e apoio certo é possível retomar o equilíbrio entre corpo e mente.

Saiba mais, cuidar da saúde emocional é tão importante quanto cuidar da saúde física.

Mais de mil mortos após deslizamento de terra no oeste do Sudão

Após dias de chuvas intensas, um deslizamento de terra atingiu uma vila nas Montanhas Marrah, no oeste do Sudão, no domingo (31), deixando mais de mil mortos. O desastre é considerado uma das maiores tragédias naturais da região.

A informação foi divulgada na segunda-feira (1º) pelo Movimento/Exército de Libertação do Sudão, liderado por Abdelwahid Mohamed Nour, que relatou que apenas uma pessoa sobreviveu à tragédia.

A avalanche destruiu por completo a aldeia e atingiu uma área reconhecida pela produção de frutas cítricas, ampliando os impactos econômicos e sociais na região. Diante da tragédia, o grupo solicitou apoio da ONU e de outras entidades internacionais para ajudar na recuperação dos corpos.

O Sudão vive há três anos um conflito armado entre o Exército nacional e as Forças de Apoio Rápido (FAR), milícia paramilitar, o que agravou ainda mais a crise humanitária no país, especialmente na região de Darfur, onde a fome se intensificou.


Sudão vive sofrimento em “muitos sentidos”

 

Sudão vive sofrimento em “muitos sentidos” (Foto: Reprodução/Getty images/AFP)

Desastre natural agrava crise em Darfur

Boa parte de Darfur, incluindo as Montanhas Marrah, está praticamente isolada para a ONU e organizações humanitárias, em razão das intensas restrições e dos embates entre as forças armadas do Sudão e a RSF.

O Movimento/Exército de Libertação do Sudão, com base nas Montanhas Marrah, atua em Darfur e Kordofan, mas permanece fora dos combates da guerra civil.

As Montanhas Marrah, cordilheira vulcânica de difícil acesso, se estendem por 160 km ao sudoeste de El-Fasher e abrigam famílias deslocadas pela violência na região.

Fome avança onde a ajuda não chega

A fome se agrava em Darfur, onde o acesso de organizações humanitárias é severamente limitado por confrontos armados e restrições impostas pelas forças em disputa.

O conflito civil que começou em abril de 2023, motivado pela rivalidade entre o general Abdel Fatah al Burhan e Mohamed Hamdan Daglo, comandante das Forças de Apoio Rápido (FAR), agravou a situação no Sudão, mergulhando o país em uma crise marcada por níveis alarmantes de fome.

Embora o Exército tenha retomado o controle do centro do país, as FAR permanecem dominando grande parte de Darfur e áreas do sul de Kordofan, dificultando a chegada de alimentos e assistência à população vulnerável.

 

Gaza sofre fome crítica: entenda os critérios para atingir desnutrição aguda

A província de Gaza atingiu o nível mais crítico de insegurança alimentar, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (22) pela Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), responsável por monitorar a insegurança alimentar e a desnutrição no mundo. O órgão ligado à ONU afirmou que se trata do primeiro caso desse tipo no Oriente Médio e atribuiu o cenário às ações do governo israelense.

A situação extrema foi registrada pela primeira vez em 22 meses de conflito. O levantamento indicou sinais evidentes de morte, miséria e níveis alarmantes de desnutrição aguda.

Crise em Gaza

O ponto mais crítico da fome foi na Cidade de Gaza, maior centro do território palestino, atualmente alvo de uma nova operação terrestre do Exército israelense. A IPC alerta que a crise pode se expandir para outras áreas da região nos próximos meses caso a situação não se altere.

“Há fome generalizada em Gaza, em pleno no século 21. Uma fome que se desenvolve sob o olhar de drones e da tecnologia mais moderna. Uma fome promovida abertamente por alguns líderes israelenses como uma arma de guerra. A fome de Gaza é prevenível, algo que se desenvolveu sob o nosso olhar e deve nos assombrar”, afirmou Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários.


Palestinos recebem alimentos em Gaza (Foto: reprodução/Abed Rahim Khatib/Anadolu/Getty Images Embed)

Regiões próximas à província, como Deir al-Balah e Khan Younis, ainda não enfrentam o estágio mais crítico da crise. Embora parte desses domicílios registre falta severa de alimentos, os índices de desnutrição infantil e mortalidade permanecem abaixo do nível mais grave

Escala IPC

O IPC monitora a insegurança alimentar em regiões e períodos específicos por meio da Escala de Insegurança Alimentar Aguda (AFI), utilizada por organizações como OMS e Unicef. A escala possui cinco níveis, que vão de “mínimo/nenhum” (fase 1), “sob estresse” (fase 2), “crise” (fase 3) e “emergência” (fase 4) até “catástrofe/fome” (fase 5), avaliando a capacidade das populações de suprir suas necessidades alimentares e não alimentares.

No último estágio da escala, registrado em Gaza, “catástrofe” e “fome” são conceitos distintos: a primeira descreve situações críticas dentro de residências, com extrema escassez de alimentos e risco de desnutrição aguda e morte, enquanto a declaração de “fome” está associada a uma realidade regional. Por ser uma classificação domiciliar, a catástrofe pode ocorrer mesmo em regiões sem fome generalizada.


Palestinos recebem alimentos em Gaza (Foto: reprodução/Abed Rahim Khatib/Anadolu/Getty Images Embed)

O relatório do IPC identificou 513.720 pessoas em situação de catástrofe em Gaza, incluindo cerca de 280 mil na Cidade de Gaza, a única região classificada como em “fome”. Para essa categoria, três critérios devem ser atendidos: ao menos 20% das residências enfrentando escassez extrema de alimentos, pelo menos 30% das crianças com desnutrição aguda e uma taxa diária de mortes não traumáticas entre 2 e 4 a cada 10 mil habitantes.

A combinação dos três critérios para declarar a fase 5 de fome é rara. Antes de Gaza, apenas Somália (2011), Sudão do Sul (2017 e 2020) e Sudão (2024) atingiram esse nível.

ONU confirma que o Brasil está fora do Mapa da Fome

Conforme boletim reportado na última segunda-feira (28), a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que o Brasil mais uma vez saiu do Mapa da Fome.

A análise demonstrou que menos de 2,5% da população encontra-se em situação de vulnerabilidade alimentar, mais conhecida como subalimentação, uma condição onde o consumo diário de calorias não supera as necessidades mínimas para uma vida saudável.

A informação foi dada no evento da 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (evento internacional voltado para avaliar o progresso global na transformação dos sistemas alimentares), na Etiópia.

Processo da ONU para mapear a fome

Formulado pela FAO (uma agência da ONU) qualificada em alimentação e agricultura, ela conduz as métricas que avaliam o alcance da população à alimentação, visando combater a fome e garantir a segurança alimentar global.

Os resultados são apresentados a cada ano, porém, para inserir ou excluir um país do relatório do Mapa da Fome, determina-se a média dos últimos 3 anos.


Organização das Nações Unidas (Foto: reprodução/Stefan Cristian Cioata/Getty Images Embed)

Histórico do Brasil no Mapa da Fome

Em 2014, o Brasil saiu da lista dos países afetados pela fome, porém, após novas divulgações nos anos de 2018 e 2020, a ONU reinseriu o país sinalizando que houve crescimento de condição alimentar precária.

Com a média da análise de dados de 2022 a 2024, o documento “O Estado de Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” informou que o indicador de risco reduziu outra vez, mantendo-se abaixo do limite de 2,5%, deixando o Mapa da Fome, isso mostra que o país melhorou significativamente o acesso à alimentação da população.

Apesar de está fora do Mapa da Fome, o Brasil ainda enfrenta um cenário preocupante onde em média 35 milhões de pessoas ainda enfrentam a escassez alimentar, esse quadro é classificado pela ONU como falta de segurança alimentar, neste caso muitas famílias limitam recursos que seriam destinados à alimentação. E, em casos severos, deixam de alimentar-se por um ou mais dias.

O acesso à alimentação adequada é de total importância, pois eleva a qualidade de vida, fortalecendo a saúde física e mental, além de promover uma rotina mais ativa, elevando a qualidade de vida.

Trump acusa Irã de atrapalhar negociações de cessar-fogo em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Irã de interferir nas negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Em declaração feita na segunda-feira (28), após encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump afirmou que o Irã “mandou sinais muito ruins” ao grupo palestino, o que, segundo ele, dificultou os esforços diplomáticos para interromper o conflito.

Para um país que acabou de ser aniquilado, eles têm enviado sinais muito ruins, sinais muito desagradáveis. E eles não deveriam estar fazendo isso“, disse Trump.


Primeiro-ministro britânico Keir Starmer e Donald Trump (foto: reprodução/Carl Court/Getty Images Embed)

Trump disse ainda que os recados enviados por Teerã ao Hamas contribuíram para o fracasso das negociações. O presidente norte-americano não deu detalhes sobre o conteúdo das mensagens nem sobre como essas comunicações teriam ocorrido, mas reiterou que o Irã “não deveria ter interferido” no processo de mediação. O encontro com o premiê britânico ocorreu em Washington.

Tensão entre EUA e Irã

As declarações de Trump aumentam a tensão entre Estados Unidos e Irã, países que mantêm uma relação marcada por atritos diplomáticos e econômicos. A Casa Branca já havia expressado anteriormente preocupação com o papel de Teerã no apoio a grupos armados na região, como o Hamas e o Hezbollah. A acusação pública do presidente norte-americano reitera a posição de Washington de que o Irã tem influência direta sobre decisões do grupo palestino, o que, segundo o governo dos EUA, compromete negociações de paz.

Impasse no cessar-fogo e crise humanitária

As negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas estão paralisadas desde o início de julho. Segundo autoridades internacionais, o bloqueio nas conversas ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, onde mais de 60 mil pessoas morreram desde o início do conflito. Relatórios da ONU indicam que a fome e a escassez de recursos básicos afetam grande parte da população. Ainda não há previsão para retomada das tratativas mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

Israel anuncia pausa humanitária em Gaza, mas ataques continuam

No último sábado (26), as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma pausa humanitária nos bombardeios em determinadas áreas da Faixa de Gaza, especialmente nas regiões mais povoadas. A interrupção iniciou-se neste domingo (27), conforme o horário local de Israel.

Segundo o comunicado oficial, embora os ataques cessem temporariamente em algumas localidades, as operações militares continuarão em outras áreas consideradas estratégicas e com menor densidade populacional.

Contexto do anúncio

O que para muitos aparenta ser um alívio momentâneo para a população de Gaza, na verdade, é resultado da intensa pressão internacional sobre as ações israelenses, amplamente criticadas pela alta taxa de mortes por fome no território. As IDF reconheceram que a decisão pela pausa foi motivada por essas pressões, mas enfatizaram que os objetivos seguem a todo vapor e sem chance de cessar: resgatar todos os reféns sequestrados e exterminar o grupo armado Hamas, classificado por Israel e outros países como organização terrorista.

Ação humanitária

Com a suspensão parcial dos bombardeios, Israel também anunciou a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária coordenada pelas Nações Unidas, além da autorização para lançamentos aéreos de suprimentos destinados à população civil.


Pressionado, Israel pausa combate e deixa ajuda humanitária entrar no território de Gaza (Vídeo: reprodução/Instagram/@cidade_de_guarulhos)

Apesar da medida, o cenário em Gaza permanece crítico. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, ao menos 127 pessoas morreram por fome ou desnutrição, incluindo crianças e idosos. Entre os casos mais recentes está o de um bebê de cinco meses que faleceu nos braços da mãe na última sexta-feira (25). Hospitais enfrentam superlotação, falta de insumos e profissionais de saúde exaustos; há relatos de médicos que chegam a desmaiar de fome enquanto tentam salvar pacientes.

Novas provisões prometem apaziguar a situação da região, enquanto novos acordos de paz não são firmados entre as nações envolvidas.

Israel libera envio de ajuda aérea a Faixa de Gaza

Israel dá acesso livre a países que desejarem enviar ajuda a população na Faixa de Gaza. A informação é de uma autoridade da área de segurança de Israel e, ainda segundo ele, Israel também está planejando mandar ajuda aérea, ação organizada pelas Forças armadas e pelo Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios. Os Emirados Árabes Unidos e a Jordânia também farão lançamentos em breve para ajudar os que estão na região.

Fome na Faixa de Gaza

Na última quarta-feira (23), Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou atenção mundial para a fome enfrentada na parte Palestina da Faixa de Gaza. Segundo o diretor, os núcleos de distribuição de alimentos se tornaram locais inseguros para a população palestina, declaração atestada pela morte de 34 pessoas que estavam indo para um destes postos de distribuição, assassinadas por soldados israelenses. Tedros Adhanom também afirmou que a fome em massa é culpa pelo bloqueio promovido por Israel, que impedia a entrada de ajuda na região.


Palestinos em núcleos de distribuição de comida (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Recentemente, emissoras também fizeram um apelo a Israel pelos profissionais que estão cobrindo o conflito. No apelo, BBC, Reuters e outras agências de notícia pedem que o governo israelense acabe com o bloqueio e autorize a chegada de comida a população e aos jornalistas na Faixa de Gaza.

Ameaça de Trump a Hamas

Em meio a situação alarmante em Gaza, Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (25), que a não adesão de um plano de cessar-fogo da parte do Hamas é um sinal para que o grupo terrorista palestino seja aniquilado. “Eu acho que eles querem morrer, e isso é muito, muito ruim”, declarou o presidente americano.


Presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Se as Forças Armadas israelenses seguirem a ideia de Trump, o conflito constante na região será intensificado e agravará ainda mais as condições de vida dos que estão em Gaza, sofrendo com deslocamentos forçados e fome desde outubro de 2023, ano em que o conflito entre Israel e Palestina começou.

Médicos e funcionários passam fome em assistência aos refugiados em Gaza

O chefe da agência para refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarine, afirmou na última terça-feira (22), que funcionários da equipe humanitária estão desmaiando devido ao cansaço e a fome.
Ele também critica o esquema de distribuição de amparo aos funcionários, que tem apoio dos EUA, operado pela Gaza Humanitarian Foundation.

Agência da ONU recebeu mensagens de emergências

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que mensagens enviadas pelos prestadores, sinalizavam o estado de emergência que enfrentavam e foram enviadas dezenas de vezes. Os funcionários da Agência descreviam condições graves e exaustão durante os serviços em Gaza, onde Israel trava uma guerra desde outubro de 2023 contra o Hamas. Lazzarini disse que ninguém está sendo poupado, e que os cuidadores em Gaza necessitam de cuidados. Ele ainda afirma que médicos, jornalistas, enfermeiros e trabalhadores humanitários também estão com carência de alimentos.
O chefe da Agência para refugiados também desaprovou o sistema de distribuição de ajuda aos funcionários, apoiado pelos Estados Unidos.
A organização, com finalidade de oferecer amparo aos trabalhadores, atuava desde o fim do mês de maio, mas autoridades de Israel, responsáveis pelo controle dos suprimentos que entram em Gaza, interrompeu um fechamento de 11 semanas.


Palestinos indo para região de Zakim em busca de alimento (Foto:reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/ Getty Images Embed)

Consequências

O número de pessoas atingidas foram mais de mil, que morreram tentando buscar ajuda alimentar desde o fim de maio. O porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke, contou aos jornalistas que as suposições de que a ONU teria cessado as atuações são “manifestamente incorretas”.
Além disso, o representante da OMS, Tarick Jasarevic, afirmou em uma coletiva que aconteceu em Genebra, que Israel atacou a moradia onde funcionários da OMS residiam, e que também fez ataques ao principal armazém da organização localizado na cidade de Deir al-Balah, em Gaza. Essa ação teria comprometido as operações da OMS no local.

Preocupações com jornalistas

A emissora Britânica BBC se uniu com as agências de notícias AFP, AP e Reuters nesta quinta-feira, para fazer um apelo pelos jornalistas que estão presos. A petição é para autorizarem a entrada e saída dos jornalistas em Gaza.
Segundo um comunicado em conjunto da Agence France-Presse, a americana Associated Press, a canadense-britânica Reuters e a BBC News, os jornalistas enfrentavam privações e dificuldades em zona de guerra, e que também eles eram motivo de preocupação por sofrerem ameaça a sobrevivência por estarem passando fome.

ONU e União Europeia pressionam Israel em meio à fome e crise humanitária em Gaza

As Nações Unidas e a União Europeia reforçaram o apelo para que Israel facilite a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Faixa de Gaza, diante de relatos de mortes por desnutrição. Segundo informações do Hamas, que administra o território, cerca de 20 pessoas morreram de fome nas últimas 48 horas.

O governo israelense nega que a população esteja sofrendo com escassez de alimentos e acusa o Hamas de desviar parte da ajuda destinada aos civis.

Jornalistas em situação crítica

A agência de notícias France Presse (AFP) relatou que seus jornalistas em Gaza enfrentam dificuldades extremas para cobrir o conflito devido à falta de comida e água. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (22), a AFP pediu a Israel que autorize a evacuação de seus profissionais e familiares.

“Estamos sem forças devido à fome”, afirmou um dos colaboradores.


Cerca de 1.054 pessoas foram mortas pelo exército de Israel (Vídeo: reprodução/Youtube/@CNNBrasil)

Crise alimentar e aumento de preços

Com a guerra, muitas famílias perderam suas fontes de renda, e os preços dos alimentos básicos dispararam. A farinha, item essencial para a sobrevivência, aumentou cerca de 3 mil vezes, tornando-se inacessível para grande parte da população.

A AFP reforça que a situação de fome em Gaza é crítica, marcada por bloqueios na entrada de mantimentos e pelo colapso do mercado local. “O cenário é o mais grave que já presenciei”, declarou Carl Skow, diretor-executivo adjunto de operações do Programa Mundial de Alimentos (PMA), após visitar o território no início deste mês.

Somente nas últimas 24 horas, 19 palestinos — incluindo crianças — morreram de desnutrição, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas está Yehia, um bebê de três meses, que faleceu no Hospital Nasser, em Khan Younis. Desde o início do conflito, o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa 59 mil pessoas, com cerca de 142 mil feridos.


Distribuição de alimentos para os Palestinos em Gaza (Foto: reprodução/Getty Imagens Embed/Anadolu)

Tiroteio durante entrega de ajuda

No domingo (20), uma multidão aguardava caminhões da ONU com suprimentos no norte de Gaza. Um dos veículos foi interceptado por moradores, que levaram sacos de farinha.

Testemunhas relataram que civis levantaram as mãos quando soldados israelenses começaram a atirar, mas os disparos continuaram, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém, Yolande Knell. O PMA informou que houve ação de franco-atiradores e disparos de tanques, resultando na morte de ao menos 67 pessoas.

O exército israelense nega essa versão e afirma que suas tropas reagiram a uma “ameaça imediata”, efetuando tiros de advertência. A corporação divulgou imagens mostrando soldados de pé enquanto uma multidão cercava um caminhão de ajuda já vazio.