Médicos e funcionários passam fome em assistência aos refugiados em Gaza
ONU relata que alguns chegaram a desmaiar de fome; Agência das Nações Unidas diz ter recebido alerta dos agentes sobre condições graves e exaustão
24 jul, 2025

O chefe da agência para refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarine, afirmou na última terça-feira (22), que funcionários da equipe humanitária estão desmaiando devido ao cansaço e a fome.
Ele também critica o esquema de distribuição de amparo aos funcionários, que tem apoio dos EUA, operado pela Gaza Humanitarian Foundation.
Agência da ONU recebeu mensagens de emergências
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que mensagens enviadas pelos prestadores, sinalizavam o estado de emergência que enfrentavam e foram enviadas dezenas de vezes. Os funcionários da Agência descreviam condições graves e exaustão durante os serviços em Gaza, onde Israel trava uma guerra desde outubro de 2023 contra o Hamas. Lazzarini disse que ninguém está sendo poupado, e que os cuidadores em Gaza necessitam de cuidados. Ele ainda afirma que médicos, jornalistas, enfermeiros e trabalhadores humanitários também estão com carência de alimentos.
O chefe da Agência para refugiados também desaprovou o sistema de distribuição de ajuda aos funcionários, apoiado pelos Estados Unidos.
A organização, com finalidade de oferecer amparo aos trabalhadores, atuava desde o fim do mês de maio, mas autoridades de Israel, responsáveis pelo controle dos suprimentos que entram em Gaza, interrompeu um fechamento de 11 semanas.
Palestinos indo para região de Zakim em busca de alimento (Foto:reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/ Getty Images Embed)
Consequências
O número de pessoas atingidas foram mais de mil, que morreram tentando buscar ajuda alimentar desde o fim de maio. O porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke, contou aos jornalistas que as suposições de que a ONU teria cessado as atuações são “manifestamente incorretas”.
Além disso, o representante da OMS, Tarick Jasarevic, afirmou em uma coletiva que aconteceu em Genebra, que Israel atacou a moradia onde funcionários da OMS residiam, e que também fez ataques ao principal armazém da organização localizado na cidade de Deir al-Balah, em Gaza. Essa ação teria comprometido as operações da OMS no local.
Preocupações com jornalistas
A emissora Britânica BBC se uniu com as agências de notícias AFP, AP e Reuters nesta quinta-feira, para fazer um apelo pelos jornalistas que estão presos. A petição é para autorizarem a entrada e saída dos jornalistas em Gaza.
Segundo um comunicado em conjunto da Agence France-Presse, a americana Associated Press, a canadense-britânica Reuters e a BBC News, os jornalistas enfrentavam privações e dificuldades em zona de guerra, e que também eles eram motivo de preocupação por sofrerem ameaça a sobrevivência por estarem passando fome.