As buscas que duraram uma semana foram concluídas no domingo, e os restos mortais foram descobertos ao lado dos seus veículos de emergência, que incluíam uma ambulância, um caminhão de bombeiros e um carro da ONU. O Crescente Vermelho Palestino disse que também recuperou os corpos de seis agentes da Defesa Civil e um funcionário da Organização das Nações Unidas na mesma área.
Embora o Crescente Vermelho tenha afirmado que as forças israelenses tinham como alvo os trabalhadores, as declarações da Cruz Vermelha não atribuíram culpa pelos ataques. De acordo com chefe do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas para a Palestina, os trabalhadores do setor da saúde nunca deveriam ser um alvo e, no entanto, eles estavam no local para desenterrar uma vala comum de socorristas e paramédicos.
Corpos recuperados
Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU), relataram que os corpos de oito médicos do movimento humanitário Crescente Vermelho e outros socorristas palestinos que foram atacados há mais de uma semana foram recuperados de uma cova na areia no sul da Faixa de Gaza. Não foram revelados detalhes sobre o local onde os corpos foram encontrados, e o grupo desapareceu em 23 de março, depois que Israel retomou uma ofensiva total contra o Hamas no início deste mês.
O Secretário-Geral da FICV, Jagan Chapagain, fez uma nota lamentando sobre o incidente, que estava com o coração partido e relata ainda que esses trabalhadores de ambulância estavam respondendo à pessoas feridas, referindo que eles eram humanitários. De acordo com Whittall, os trabalhadores foram desenterrados ainda de uniforme e com as luvas calçadas. Eles usavam emblemas que deveriam protegê-los e suas ambulâncias estavam claramente marcadas. Jonathan ainda descreve que o local onde os corpos foram encontrados como uma “vala comum”, dizendo que havia sido marcada com a luz de emergência de uma ambulância amassada.
Trabalhadores humanitários encontrados em vala comum em Gaza (Vídeo: reprodução/Youtube/euronews)
Ataque mortal
As mortes elevaram o número total de trabalhadores humanitários mortos desde o início da guerra Israel-Hamas em Gaza para 408, e que o incidente foi o ataque mais mortal contra trabalhadores da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em qualquer lugar desde 2017.
De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 1.060 profissionais de saúde foram mortos nos 18 meses desde que Israel lançou sua ofensiva em Gaza depois que combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Devido a preocupações com a segurança, a ONU está reduzindo sua equipe internacional em Gaza em um terço.
Ainda segundo o Exército, muitos militantes pertencentes aos grupos Hamas e Jihad Islâmica foram mortos, e que a IDF condena o uso repetido de infraestrutura civil pelas organizações terroristas na Faixa de Gaza, incluindo o uso de instalações médicas e ambulâncias para fins terroristas.
A guerra na Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/Youtube/domingoespetacular)
O chefe da agência da ONU para Refugiados Palestinos descreve em publicação que os corpos foram descartados em covas rasas e que seria uma profunda violação da dignidade humana. Seus corpos foram identificados e recuperados para um enterro digno, e que esses funcionários e voluntários estavam arriscando suas próprias vidas para dar apoio a outros.
Foto Destaque: Corpos de trabalhadores humanitários encontrados (Reprodução/Instagram/@doldiarioonline)