Lula expressa solidariedade ao Catar depois do ataque de Israel

Após o ataque aéreo causado por Israel, em Doha, Catar, ocorrido no dia 9 de setembro esse ano, mirando nos possíveis alvos do grupo Hamas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva fez um telefonema para o emir do Catar, Tamin Bin Hamad Al Thani, para prestar solidariedade em razão a este acontecimento que gerou danos civis e muita repercussão internacional. A ligação aconteceu nesta quinta-feira (18).

Ataque Israelense

Israel havia anunciado no começo de setembro que bombardeou alvos do grupo Hamas, bem na capital do Catar. Esse ataque gerou críticas pelas comunidades e foi classificado pela ONU, como uma violação de soberania. Além disso, o governo do Catar prometeu que iria dar uma resposta pela ofensiva israelense. Vale lembrar que o Catar é atualmente o mediador das negociações do cessar-fogo.


Momento do bombardeio em Doha, Catar (Vídeo: reprodução/YouTube/@Terra)

Solidariedade e preocupação quanto aos reféns

Durante a ligação, Lula manifestou preocupação de que o ataque comprometa as negociações lideradas pelo Catar com objetivo de libertar reféns mantidos por grupos na região. Ele reforçou que todo esforço diplomático deve priorizar a segurança de civis e das pessoas envolvidas em processos de libertação.

Além de demonstrar apoio ao povo do Catar, Lula também defendeu a criação de um Estado Palestino, que, segundo ele, deve existir “em paz e segurança ao lado do Estado de Israel”. A proposta é apresentada como parte de uma solução de longo prazo para o conflito, mantendo a coexistência e o respeito entre os dois lados como princípio fundamental. O presidente também criticou o ataque, dizendo que a ação israelense foi considerado um genocídio.

Convites e metas internacionais

Na conversa, Lula aproveitou e convidou formalmente o Emir do Catar para participar da COP30, que será realizada em Belém (Pará), no Brasil. Também ressaltou agradecimentos pela realização, no Catar, da Reunião de Líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, programada para ocorrer no contexto de uma cúpula da ONU sobre desenvolvimento social em 3 de novembro.

Trump nega envolvimento em ataque israelense ao Catar

O recente bombardeio de Israel contra o Catar, em meio às negociações por um cessar-fogo em Gaza, desencadeou uma onda de reações internacionais e abriu uma nova frente de tensão diplomática. A ofensiva surpreendeu aliados estratégicos e gerou críticas de líderes globais, colocando ainda mais pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu e expondo divergências entre Israel, Estados Unidos e União Europeia quanto aos rumos do conflito.

Trump é informado em cima da hora e nega envolvimento

Autoridades dos EUA confirmaram que Donald Trump só soube da operação pouco antes de sua execução, informado pelo general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto. Logo em seguida, o então presidente solicitou a Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca e interlocutor próximo ao governo do Catar, que alertasse Doha sobre a ofensiva iminente.

Em coletiva, Trump procurou se afastar da responsabilidade pelo ataque e direcionou críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não vejo essa situação como positiva. Queremos os reféns de volta, mas não concordamos com a forma como tudo foi conduzido”, afirmou.

Netanyahu justifica ataque, Hamas fala em sabotagem

Israel alegou que a operação foi uma resposta ao atentado em Jerusalém, ocorrido na véspera, que matou seis israelenses e foi reivindicado pelo Hamas. Netanyahu reforçou que a guerra poderia terminar “imediatamente” caso o grupo aceitasse a proposta de cessar-fogo apresentada por Trump.

O Hamas reagiu com dureza, acusando o governo israelense de inviabilizar a negociação: “Atacar os negociadores justamente quando discutiam a proposta de trégua confirma que Netanyahu não deseja chegar a nenhum acordo e busca deliberadamente fracassar os esforços internacionais, sem se importar com a vida de seus prisioneiros.”, afirmou o grupo em comunicado.


Explosões na capital de Doha, Catar, devido a ataque israelense contra autoridades do Hamas na cidade (Foto: reprodução/Jacqueline Penney/AFP)

Casa Branca e Catar criticam ação unilateral

O Catar, anfitrião de diversas rodadas de diálogo para uma trégua em Gaza, considerou o ataque uma violação de sua soberania. Washington também reagiu de forma contundente. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “bombardear unilateralmente uma nação soberana e aliada próxima dos EUA, que atua corajosamente na busca da paz, não promove os objetivos de Israel nem dos Estados Unidos.”, disse Karoline.

Repercussão internacional

A resposta de Israel gerou indignação em várias capitais. A Turquia acusou Netanyahu de transformar o terrorismo em política de Estado, enquanto a Rússia classificou a ação como uma séria violação da Carta da ONU. O Reino Unido também se posicionou contra o ataque, destacando o risco de implosão das negociações em andamento.

Na União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que apresentará uma proposta de sanções contra membros do governo israelense de linha dura e poderá rever parcialmente o acordo de associação com Israel. A iniciativa, motivada pelo agravamento da crise humanitária em Gaza, ainda enfrenta resistência de alguns países, mas reflete uma mudança de postura da UE em relação ao governo Netanyahu.

Israel e Irã proclamam vitória após fim do conflito e confirmam cessar-fogo

Após 12 dias de conflito, Israel e Irã celebram o desfecho como vitória. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país conquistou uma vitória histórica, mas ressaltou a necessidade de continuar a campanha contra o ‘eixo do Irã’, derrotar o Hamas e assegurar o retorno dos reféns em Gaza. Já o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o resultado representa uma grande vitória para Teerã.

Essas declarações foram feitas em meio à pressão de Donald Trump, poucas horas depois do anúncio desta segunda-feira (23) de um cessar-fogo pelos Estados Unidos, negociado com a mediação do Catar. Irã e Israel demonstraram apoio à trégua.

As Forças Armadas de Israel suspenderam, às 20h no horário local (17h em Brasília), as restrições impostas à circulação no país. Segundo autoridades, o aeroporto Ben Gurion já voltou a operar. Do lado iraniano, a agência Nournews informou que o espaço aéreo do país também voltará a funcionar.

Trump anuncia cessar-fogo

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cessar-fogo passou a valer no início da madrugada desta terça-feira (1h, horário de Brasília). Trump anunciou após conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Já o Irã concordou com a trégua após uma mediação conduzida pelo primeiro-ministro do Catar, com participação direta de integrantes da Casa Branca, segundo a agência Reuters.

Segundo fonte oficial dos EUA, o Irã indicou que obedeceria ao cessar-fogo desde que Israel não fizesse novos ataques. As negociações envolveram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.

O acordo foi fechado poucas horas após o Irã disparar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação ao ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas no sábado (21).


Irã e Israel anunciam vitória e aceitam cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Trégua começa sob tensão e incertezas

Apesar do acordo, houve registros de novos ataques em Teerã, e as declarações das partes envolvidas colocaram o acordo como incerto desde o início. Trump afirmou que ambos os países descumpriram os termos da trégua e demonstrou insatisfação com a situação.

Antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia, Trump declarou que Israel precisa se acalmar. Em publicação nas redes sociais, alertou que, se o país lançar novos ataques, isso representará uma grave violação.

Israel volta a mirar o Hamas

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir, declarou que o país retomará o foco nas operações contra o grupo Hamas e no resgate dos reféns que ainda estão em Gaza.

Israel recomeçou os ataques aéreos na Faixa de Gaza em março, o que encerrou uma trégua que durou pouco mais de dois meses. Embora tenha permitido a entrada de ajuda humanitária, surgiram relatos de longas filas e confrontos armados nos locais de distribuição de alimentos.

Catar afirma ter o direito de responder a ataques do Irã

Nesta segunda-feira (23), ataques iranianos foram realizados contra bases militares dos Estados Unidos próximas a Doha. Os mísseis foram interceptados, mas o Catar afirmou que possui o direito de responder diretamente aos ataques.

Os ataques também foram confirmados pelas forças militares iranianas e descritos como “devastadores”. Um cenário de confusão e pânico foi registrado nas ruas de Doha quando os mísseis se aproximaram da base de Al Udeid, mas não houve vítimas.

As autoridades do Catar e o primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani condenaram o ataque.

Guerra do Irã

O ataque ocorre dois dias após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã. O presidente Trump declarou que a medida foi tomada para frear o desenvolvimento de armas nucleares no país.


Brasileira em Doha em entrevista para a CNN sobre o ataque no Catar (Reprodução: vídeo/YouTube/CNN Brasil)

A base de Al Udeid é conhecida por ser uma das maiores dos Estados Unidos no Oriente Médio, abrigando cerca de 10 mil soldados. Apenas nessa base, seis mísseis foram lançados. Tentativas de ataque também foram registradas em bases no Iraque.

Irã avisou sobre ataque

Denominados como “Anunciação da Vitória”, os ataques foram prometidos pelo Irã, que chegou a notificar tanto as autoridades dos Estados Unidos quanto as do Catar sobre a ofensiva. Como forma de prevenção, o espaço aéreo no Catar já estava fechado para proteger a população. O governo local também pediu que moradores e visitantes permanecessem em áreas protegidas.

Recentemente, o Ministro das Relações Exteriores do Irã viajou para Moscou para solicitar apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, contra os ataques realizados por Israel e pelos Estados Unidos a Teerã. Uma carta de Ali Khamenei, líder supremo do Irã, será entregue pelo ministro, segundo uma fonte da agência Reuters.

A Rússia é uma aliada tradicional do Irã, mas está envolvida em seu próprio conflito contra a Ucrânia. Tanto Putin quanto Xi Jinping, líder chinês, condenaram os ataques dos Estados Unidos e de Israel ao Irã e conversaram sobre o assunto, mas estão “mantendo a calma” quanto a tomar partido no conflito.

Irã confirma ataques a bases americanas no Iraque e Catar em retaliação

O Irã confirmou, nesta segunda-feira (23), que realizou ataques, denominados como “Anunciação da Vitória”, a bases militares dos Estados Unidos localizadas no Iraque e no Catar. Essa ação iraniana surge como uma resposta à operação Martelo da Meia-Noite, conduzida pela força aérea norte-americana no último sábado (21), em que os EUA bombardearam instalações nucleares iranianas, justificando que a medida foi para frear o desenvolvimento de armas atômicas no Irã.

Entre os alvos do ataque de hoje (23) está a base de Al Udeid, no Catar, que se destaca por ser a maior base dos Estados Unidos na região, abrigando mais de 10 mil soldados. Segundo um oficial israelense, seis mísseis foram lançados neste ataque específico. Além do ataque direto à base aérea americana, relatos indicam diversas explosões em Doha, a capital do Catar. No caso do Iraque, o sistema de defesa da base aérea de Ain al-Assad foi ativado em antecipação a um possível ataque iraniano, pois um dos mísseis foi direcionado para lá.

Ataque foi prometido

O Irã já vinha prometendo uma “forte resposta” aos ataques americanos e israelenses. Autoridades dos EUA já se antecipavam, com o Catar inclusive tendo fechado seu espaço aéreo. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, havia declarado que “o inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime, deve ser punido” e que “está sendo punido neste exato momento”, sinalizando a iminência dos ataques.


Irã ataca bases dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/O Povo)

Reações e consequências imediatas

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram que estão acompanhando de perto os desdobramentos dos ataques.

Os Estados Unidos defendem que os ataques ao Irã visavam apenas instalações e não tropas, e afirmam buscar a paz. No entanto, o cenário atual é de extrema volatilidade.

O chanceler iraniano classificou o ataque dos EUA como uma “violação imperdoável da lei internacional” e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

A Rússia, através do presidente Vladimir Putin, condenou o que chamou de “agressão não provocada” dos EUA e não descartou fornecer ajuda militar ao Irã.

No Brasil, o governo também se manifestou, condenando os ataques de Israel e dos EUA.

Protestos pró-Irã e anti-EUA já se espalham por diversas cidades, enquanto manifestações pró-Israel também ocorrem, evidenciando a polarização global em torno do conflito.