Catar afirma ter o direito de responder a ataques do Irã
Irã lança mísseis contra base dos EUA no Catar em resposta aos bombardeios americanos a instalações nucleares; mas ofensiva é interceptada sem vítimas

Nesta segunda-feira (23), ataques iranianos foram realizados contra bases militares dos Estados Unidos próximas a Doha. Os mísseis foram interceptados, mas o Catar afirmou que possui o direito de responder diretamente aos ataques.
Os ataques também foram confirmados pelas forças militares iranianas e descritos como “devastadores”. Um cenário de confusão e pânico foi registrado nas ruas de Doha quando os mísseis se aproximaram da base de Al Udeid, mas não houve vítimas.
As autoridades do Catar e o primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani condenaram o ataque.
Guerra do Irã
O ataque ocorre dois dias após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã. O presidente Trump declarou que a medida foi tomada para frear o desenvolvimento de armas nucleares no país.
Brasileira em Doha em entrevista para a CNN sobre o ataque no Catar (Reprodução: vídeo/YouTube/CNN Brasil)
A base de Al Udeid é conhecida por ser uma das maiores dos Estados Unidos no Oriente Médio, abrigando cerca de 10 mil soldados. Apenas nessa base, seis mísseis foram lançados. Tentativas de ataque também foram registradas em bases no Iraque.
Irã avisou sobre ataque
Denominados como “Anunciação da Vitória”, os ataques foram prometidos pelo Irã, que chegou a notificar tanto as autoridades dos Estados Unidos quanto as do Catar sobre a ofensiva. Como forma de prevenção, o espaço aéreo no Catar já estava fechado para proteger a população. O governo local também pediu que moradores e visitantes permanecessem em áreas protegidas.
Recentemente, o Ministro das Relações Exteriores do Irã viajou para Moscou para solicitar apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, contra os ataques realizados por Israel e pelos Estados Unidos a Teerã. Uma carta de Ali Khamenei, líder supremo do Irã, será entregue pelo ministro, segundo uma fonte da agência Reuters.
A Rússia é uma aliada tradicional do Irã, mas está envolvida em seu próprio conflito contra a Ucrânia. Tanto Putin quanto Xi Jinping, líder chinês, condenaram os ataques dos Estados Unidos e de Israel ao Irã e conversaram sobre o assunto, mas estão “mantendo a calma” quanto a tomar partido no conflito.