Irã confirma ataques a bases americanas no Iraque e Catar em retaliação
Irã ataca bases militares dos EUA no Iraque e Catar, incluindo Al Udeid que é a maior da região, em retaliação a bombardeios americanos no último sábado (21)

O Irã confirmou, nesta segunda-feira (23), que realizou ataques, denominados como “Anunciação da Vitória”, a bases militares dos Estados Unidos localizadas no Iraque e no Catar. Essa ação iraniana surge como uma resposta à operação Martelo da Meia-Noite, conduzida pela força aérea norte-americana no último sábado (21), em que os EUA bombardearam instalações nucleares iranianas, justificando que a medida foi para frear o desenvolvimento de armas atômicas no Irã.
Entre os alvos do ataque de hoje (23) está a base de Al Udeid, no Catar, que se destaca por ser a maior base dos Estados Unidos na região, abrigando mais de 10 mil soldados. Segundo um oficial israelense, seis mísseis foram lançados neste ataque específico. Além do ataque direto à base aérea americana, relatos indicam diversas explosões em Doha, a capital do Catar. No caso do Iraque, o sistema de defesa da base aérea de Ain al-Assad foi ativado em antecipação a um possível ataque iraniano, pois um dos mísseis foi direcionado para lá.
Ataque foi prometido
O Irã já vinha prometendo uma “forte resposta” aos ataques americanos e israelenses. Autoridades dos EUA já se antecipavam, com o Catar inclusive tendo fechado seu espaço aéreo. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, havia declarado que “o inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime, deve ser punido” e que “está sendo punido neste exato momento”, sinalizando a iminência dos ataques.
Irã ataca bases dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/O Povo)
Reações e consequências imediatas
Os Emirados Árabes Unidos anunciaram que estão acompanhando de perto os desdobramentos dos ataques.
Os Estados Unidos defendem que os ataques ao Irã visavam apenas instalações e não tropas, e afirmam buscar a paz. No entanto, o cenário atual é de extrema volatilidade.
O chanceler iraniano classificou o ataque dos EUA como uma “violação imperdoável da lei internacional” e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
A Rússia, através do presidente Vladimir Putin, condenou o que chamou de “agressão não provocada” dos EUA e não descartou fornecer ajuda militar ao Irã.
No Brasil, o governo também se manifestou, condenando os ataques de Israel e dos EUA.
Protestos pró-Irã e anti-EUA já se espalham por diversas cidades, enquanto manifestações pró-Israel também ocorrem, evidenciando a polarização global em torno do conflito.