Após bombardeios dos EUA, líder do Irã promete “punição ao inimigo sionista”

Primeira declaração de Khamenei após os ataques dos EUA ocorre em meio à escalada do conflito entre Irã, Israel e Estados Unidos

23 jun, 2025
Ayatollah Ali Khamenei, líder supremo do Irã | Reprodução/ATTA KENARE/Getty Images Embed
Ayatollah Ali Khamenei, líder supremo do Irã | Reprodução/ATTA KENARE/Getty Images Embed

Em sua primeira manifestação pública após os ataques dos Estados Unidos, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que o “inimigo sionista” deve ser responsabilizado pelos bombardeios às instalações nucleares iranianas. A declaração foi feita em meio ao agravamento das tensões no Oriente Médio, após uma ofensiva dos Estados Unidos contra três complexos nucleares iranianos.

Na rede social X, Khamenei classificou os ataques como um “grande erro e crime” e afirmou que as punições já estavam em curso. A declaração foi publicada pouco após as Forças de Defesa de Israel informarem que sirenes de ataque aéreo soavam na região central do país, indicando um possível lançamento de mísseis por parte do Irã.


Pronunciamento de Ali Khamenei (Vídeo:reprodução/Youtube/Terra Brasil)

EUA bombardeiam instalações nucleares

Durante a noite do último sábado (22), os Estados Unidos lançaram bombardeios contra três instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a operação, alegando que se tratava de uma ação “defensiva”, visando barrar o avanço do programa nuclear iraniano.

Durante seu pronunciamento, Trump declarou que a ofensiva busca proteger os Estados Unidos e seus parceiros estratégicos, e advertiu que, sem uma interrupção nos confrontos, novas ações militares poderão ser realizadas.


Pronunciamento de Donald Trump (Vídeo:reprodução/Youtube/Metrópoles)

Segundo Trump, o Irã “precisa escolher entre paz ou tragédia”, e reforçou que a ofensiva representa uma resposta à escalada de ataques registrados nos últimos dias. Os alvos escolhidos são centrais estratégicas no programa nuclear iraniano.

Reações internacionais e reunião de emergência da ONU

As respostas ao ataque americano vieram de diferentes frentes. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou a operação como “ilegal e perigosa”. Em coletiva realizada em Istambul, ele afirmou que os Estados Unidos violaram a Carta da ONU e prometeu consequências diplomáticas. 

Durante uma coletiva em Istambul, o chanceler também anunciou a convocação de uma reunião de emergência com representantes de países aliados para avaliar os impactos da operação militar e discutir possíveis medidas diplomáticas.

Rússia e China também se posicionaram de forma crítica. O governo russo classificou a ofensiva como uma “ação irresponsável” e ressaltou que representa uma violação à soberania do Irã. A China, por sua vez, relembrou a invasão do Iraque em 2003 e alertou para o risco de o Oriente Médio mergulhar em um novo ciclo de instabilidade.

Em contraste, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saiu em defesa da ação norte-americana do presidente Donald Trump.

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