Alexandre de Moraes determina vigilância permanente na residência de Bolsonaro

Na terça-feira, 26 de agosto de 2025, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, atendeu a um pedido da Polícia Federal e acatou a recomendação da Procuradoria-Geral da República, determinando o aumento do policiamento ostensivo na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão estabelece que a Polícia Penal do Distrito Federal deve monitorar continuamente a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e manter uma equipe dedicada ao acompanhamento em tempo real do réu,  porém com discrição, sem expor o domicílio ou incomodar a vizinhança.

Motivação e medidas complementares

A ação é uma resposta a um ofício da PF, assinado pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, que alertou sobre o risco de fuga do ex-presidente Bolsonaro, para possivelmente ir em direção à Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de dez minutos de sua residência, com o objetivo de pedir asilo político. O documento ressaltou que essa manobra poderia impedir a execução de possíveis mandados judiciais.


Determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Ao avaliar o pedido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) endossou a ação e sugeriu que o reforço fosse realizado de maneira discreta, assegurando a privacidade da residência e prevenindo situação que possa vir afetar o sossego dos demais ao redor do endereço do réu.

Controles restritivos e contexto judicial

Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde 4 de agosto de 2025, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida abrange restrições como a proibição de contato com outros investigados, limitações nas visitas de familiares e advogados autorizados, além da proibição do uso de redes sociais.


Esclarecimentos sobre a prisão de Jair Bolsonaro (vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O reforço policial decidido pelo STF intensifica essas medidas cautelares em resposta a indícios de possível fuga, apontados pela Polícia Federal. A ação visa assegurar que Bolsonaro continue sendo monitorado até o julgamento previsto para setembro, no caso que investiga sua alegada envolvimento na suposta tentativa de golpe contra a democracia.

Lula convoca segunda reunião ministerial de 2025 e critica tarifaço dos EUA: “Somos um país soberano”

Na manhã desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou no Palácio do Planalto a segunda reunião ministerial de 2025. O encontro teve como objetivo avaliar as ações do governo e alinhar pautas estratégicas, especialmente diante do cenário internacional marcado pelo anúncio do chamado “tarifaço” pelos Estados Unidos, que prevê sobretaxas de até 50% sobre exportações brasileiras.

O presidente também fez críticas diretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro, a quem acusou de atuar contra os interesses do país no exterior. Durante a abertura, Lula destacou que ministros como Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira estão “24 horas por dia à disposição” para negociações, mas ressaltou que o Brasil não aceitará ser tratado como subordinado em acordos comerciais.

Somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação, quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, têm que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação“, disse o presidente.

Lula reforçou que o governo está aberto ao diálogo, desde que em condições de igualdade, e citou o impacto econômico que as medidas tarifárias americanas podem trazer ao Brasil.


Ministro Fernando Haddad com o boné "O Brasil é dos brasileiros" (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pautas prioritárias

A discussão sobre comércio exterior dominou a reunião, com foco nas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos e na resposta do governo brasileiro. Lula reiterou que sua equipe econômica e diplomática está pronta para defender os interesses nacionais em negociações. A orientação dada aos ministros foi de manter firmeza nas tratativas e garantir que o país seja respeitado em qualquer mesa de negociação.

O presidente ainda mencionou conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza, e defendeu que o Brasil mantenha posição clara de defesa da paz e da dignidade humana, afirmando que o conflito na Faixa de Gaza segue resultando em mortes diárias e acusou as forças israelenses de tratarem crianças famintas como se fossem integrantes do Hamas, caracterizando a situação como um genocídio em curso.

Discurso político

O evento também teve forte caráter político. Lula criticou Eduardo Bolsonaro, acusando o deputado de trabalhar contra o Brasil nos Estados Unidos, o que classificou como “uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.

Além do discurso, símbolos foram utilizados para reforçar a mensagem de soberania: ministros compareceram usando bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. No mesmo contexto, Lula direcionou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e relacionou sua postura à tentativa de enfraquecer a imagem do país.

Moraes pede detalhes à PGR sobre reforço policial na residência de Bolsonaro

Nesta segunda-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou detalhamento, em um prazo de cinco dias, à Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito do pedido de reforço policial na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, o ofício da Polícia Federal (PF) solicita reforço urgente nas intermediações da casa do ex-chefe de Estado brasileiro.

Risco de fuga de Bolsonaro

Solicitado pelo deputado federal e líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), a Polícia Federal elaborou um pedido ao STF para haver reforço policial ostensivo nas proximidades da casa de Bolsonaro, além de checagem do sistema de monitoramento eletrônico, incluindo a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente.


Bolsonaro mostra sua tornozeleira eletrônica à imprensa (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

No ofício, a PF declara que possui conhecimento acerca de uma possível fuga de Bolsonaro, e uma evasão para o interior da Embaixada norte-americana, localizada a aproximadamente dez minutos de sua casa, podendo assim solicitar asilo político aos EUA. O político do PL cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, e ainda é réu, assim como outras 7 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, caso esse que será julgado no dia 2 de setembro.


Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues assinou o pedido de reforço policial na residência de Bolsonaro (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

Desde o início deste mês, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, podendo receber visitas apenas de advogados e familiares, sob autorização judicial. A pena aplicada ao ex-presidente decorre do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, a Polícia Federal divulgou um relatório em que indicia o ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), por coação na suposta tentativa de golpe de Estado. O documento da PF ainda aponta novos descumprimentos de Bolsonaro das medidas cautelares.

O relatório revela também que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam influenciado diretamente a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, acerca da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, como Alexandre de Moraes. Mensagens trocadas entre pai e filho corroboram para a tese em questão.

Com isso, o ministro do STF deu um prazo de 48 horas para que a PGR se manifeste a respeito das explicações prestadas pela defesa do ex-presidente. Em seguida, Moraes poderá decidir se manterá a prisão domiciliar de Bolsonaro, ou a converterá em prisão preventiva.

Defesa de Bolsonaro presta esclarecimento ao STF por pedido de exílio na Argentina

A equipe de defesa de Jair Bolsonaro entregou um documento ao STF com esclarecimento sobre solicitação de exílio político ao presidente da Argentina, Javier Milei, no início de 2024, identificado entre as mensagens do celular do ex-presidente pela Polícia Federal. A resposta da defesa de Bolsonaro foi enviada no final do prazo de 48 horas para explicação sobre o texto encontrado, estabelecido pelo Ministro Alexandre de Moraes.

Esclarecimento sobre pedido de exílio

No texto encontrado pela Polícia, Bolsonaro faz um apelo ao presidente argentino e afirma estar sendo injustiçado e cita as medidas determinadas pelo STF como evidência de uma perseguição.

“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares. Para decretação de tais medidas foram mencionados os delitos dos Arts. 359-I e 359-M do Código Penal brasileiro”, escreveu o ex-presidente.


Javier Milei, à esquerda, e Jair Bolsonaro, à direita (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

A defesa do político declarou através do esclarecimento que a mensagem era um rascunho escrito há mais de ano, antes do processo contra Bolsonaro, e não deve ser lido como plano de fuga.

“Parece claro que um rascunho de pedido de asilo ao presidente argentino, datado de fevereiro de 2024, não pode ser considerado um indício de fuga. Seria necessário avisar à Polícia Federal, especialmente ao setor de inteligência, que o processo criminal que originou as cautelares foi proposto um ano depois e, desde então, o ex-presidente compareceu a todos os seus atos, inclusive estando em sua residência quando determinado o uso de tornozeleira por Vossa Excelência”, afirmou a defesa

Mensagem de Braga Netto

O relatório da Polícia Federal também registrou como descumprimento das medidas impostas pelo STF uma mensagem de SMS de Braga Netto à Jair Bolsonaro, em que o ex-ministro da Defesa dizia que o número pelo qual estava se comunicando era exclusivo para emergência, não possuía WhatsApp e só permitia ligações de vídeo.


Braga Netto, à esquerda, e Jair Bolsonaro, à direita (Foto: reprodução/Evaristo Sa/Getty Images/Embed)

Os advogados de Bolsonaro alegam que o contato não foi correspondido e que o réu cumpre com todas as determinações da justiça.

“A ausência de resposta é mais do que esclarecedora sobre a perseguição aqui apontada. A mensagem foi apenas recebida! Sem notícia de resposta. Sem qualquer reação. Sem qualquer comunicação por parte do ex-presidente.”, escreveu a equipe de Bolsonaro.

Explicações ao STF

Esta é a segunda vez, durante o período de um mês, que Bolsonaro precisou prestar esclarecimento acerca de ações contrárias as determinações do STF.

No final de julho, a equipe de defesa de Jair Bolsonaro teve 1 dia para justificar a entrevista aos repórteres presentes na Câmara dos Deputados, quando já cumpria as medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes e estava proibido de falar com a imprensa.

Após resposta da defesa do ex-presidente, Alexandre de Moraes aceitou as alegações apresentadas e afirmou que caso ocorresse outro episódio de descumprimento, Bolsonaro poderia ser preso.

Notas sobre depoimento de Mauro Cid são encontradas em veículo de Bolsonaro

A Polícia Federal encontrou anotações feitas por Bolsonaro sobre as declarações de Mauro Cid durante operação de busca e apreensão na última segunda-feira (18). Os escritos de Jair Bolsonaro estavam no porta-luvas do carro do ex-presidente, mas não entraram na investigação sobre coação por serem considerados sem importância para o andamento do processo.

Conteúdo das notas

As anotações escritas por Bolsonaro contêm uma linha temporal que se inicia na delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Em uma das partes de suas notas, o político registrou “não existiam grupos, sim, indivíduos, considerando 3 ou 3 reuniões.”; “Previa: comissão eleitoral, nova eleição”.


Bolsonaro fazendo anotações durante interrogatório no STF (Foto: reprodução/Ton Molina/STF)

Bolsonaro também anotou a citação sobre a declaração de Cid acerca do dinheiro recebido da parte de Braga Netto. “Recebi o $ do Braga Netto e repassei para o Major Oliveira (…) Pelo volume, menos de 100 mil. Pressão para PR assinar ‘um decreto’ (…) defesa ou sítio, mas nada vai acontecer.” Algumas frases soltas também estavam registradas, como “preocupação em não parar o Brasil” e “Das oito, fiquei quatro semanas fora da Presidência”.

Sobre o planejamento do golpe, o ex-presidente escreveu que “Nem cogitação houve. Decreto de golpe? Golpe não é ilegal, golpe e conspiração”. Bolsonaro também havia destacado o dia 29 de novembro, mas teria riscado o registro em seguida. Ao lado da data, colocou “Plano de fuga do GSI caso a Presidência fosse sitiada”. Segundo a polícia, as anotações foram feitas ao longo da fala de Mauro Cid no interrogatório ocorrido em junho no STF e devem servir para a construção de estratégias da defesa de Jair Bolsonaro.

Inquérito por coação

Na última quarta-feira (20), Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados por coação durante a investigação sobre tentativa de golpe. Os dois são suspeitos de intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores para suspender processos contra o ex-presidente.


Bolsonaro, à esquerda, e Eduardo Bolsonaro, à direita (Foto: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)

Mensagens de texto e áudio enviados por Bolsonaro, desrespeitando as medidas de proibição de uso de redes sociais determinadas pelo STF, foram encontradas pela Polícia Federal após a apreensão do dispositivo e confirmam a ação de coação do político.

PF afirma que Bolsonaro recebeu R$ 30,5 milhões durante um ano

Um relatório criado pela PF, com os dados de recebimento e saída das contas de Bolsonaro. Essa lista com esses detalhes é para a investigação direcionada ao ex-presidente e o seu filho Eduardo Bolsonaro, consta que desde março de 2023 a fevereiro 2024 entrou R$ 30.576.801,36 e saiu quase a mesma quantidade R$ 30.595.430,71. A movimentação está sob suspeita de lavagem de dinheiro, o ex-militar está proibido de sair de casa após as 19:00 e não pode usar o celular, e segue cumprindo o regime de prisão domiciliar.

Dados de transações financeiras do ex-presidente

Os dados são de um relatório de Inteligência Financeira (RIF) organizado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). As informações foram apresentadas pelo Banco do Brasil.

As entradas nas contas do ex-presidente no período:

  • R$ 19,2 milhões são derivados de 1,2 milhão de transações via PIX
  • R$ 8,7 milhões têm origem em 52 resgates de CDB/RDB
  • R$ 1,3 milhão de origem de 3 operações de câmbio
  • R$ 373,3 mil de rendimentos do ex-presidente
  • R$ 304 mil de 203 transferências
  • R$ 166 mil de 12 resgates de investimentos
  • R$ 687,49 de uma previdência privada

Foi somado outros gastos ainda, como telefone, energia, cartão de crédito e contas de compras, contado com outras entradas. Houve outros favorecidos nos valores gastos pelo ex-presidente, sendo eles o advogado Paulo Cunha Bueno, que recebeu R$ 3,3 milhões, o escritório de advocacia DB Tesser também recebeu R$ 3,3 milhões, em seguida temos uma empresa de engenharia com R$ 900 mil, e outra de arquitetura com o total de R$ 235 mil.

Possibilidade de Lavagem de dinheiro está sendo investigada

Michelle Bolsonaro, sua esposa, recebeu transferências e o seu filho Jair Renan, que no momento exerce a função de vereador em Balneário Camboriú–SC, também recebeu de Bolsonaro. Durante o relatório da PF é alegado que as transações feitas pelo Jair estão sendo investigadas por possíveis suspeitas de terem sido usadas para lavagem de dinheiro e outros crimes ilícitos, ainda não foi comunicado nenhum esclarecimento de Jair, ou de sua defesa, após a divulgação dessas informações.


Ex-presidente Bolsonaro (Foto: Reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Durante o ano anterior, em 2024, desde agosto a dezembro, o valor de R$ 872 mil foram depositados nas contas do Bolsonaro, ocorrendo saídas no mesmo período no valor total de R$ 1,2 milhão. Desde dezembro de 2024 até o mês de junho de 2025, foi recebido o total de R$ 11 milhões e a mesma quantia saiu das contas de Jair.

Contando com 8 transferências realizadas para Eduardo Bolsonaro de R$ 2,1 milhões. Nesse mesmo período, ocorreu uma transferência no valor de R$ 2 milhões destinada a um dos advogados de Jair, e outros R$ 2 milhões enviados para Michelle, sua esposa. A PF averiguou somente movimentações que pudessem apresentar algum tipo de crime, não sendo necessário analisar todas as entradas e saídas da conta do ex-presidente.

“Cela de Bolsonaro” é preparada pela Polícia Federal para eventual prisão

A cela do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já foi arrumada pela polícia federal (PF) caso ocorra seja decretada a condenação em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.

Foi divulgado que o ambiente se localiza em uma área no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, situada no Setor Policial de Brasília, capital do Brasil.

Detalhes da cela

O ambiente conta com um banheiro, mesa de trabalho, cama, televisão e cadeira. O local foi organizado rapidamente, no mesmo padrão da cela na qual o atual presidente Lula (PT) ficou durante um período, na prisão da PF no Paraná, em Curitiba, nos anos de 2018 e 2019. Fernando Collor de Mello, ex-presidente que também ficou por um curto período preso, obtendo uma cela especial com os mesmos detalhes, mas que se localizava em Maceió–AL, foi esclarecido por advogados que ex-presidentes do Brasil têm esse direito garantido em possíveis prisões.


Ex-presidente Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Sendo nomeada como a “cela de Bolsonaro”, por policiais no Distrito Federal, onde não será necessário dividir com outros detentos por se tratar de um ambiente individual para atender às necessidades do ex-presidente, podendo ser designada a outras autoridades. Membros da PF fizeram um esclarecimento alegando que a cela foi elaborada há mais de 3 meses, sem focar especificamente em Bolsonaro, podendo servir para qualquer autoridade brasileira que for pressa atualmente.

Prisão militar para Bolsonaro

Foi esclarecido por delegados sobre a possibilidade de o Bolsonaro ser mantido em uma prisão militar por já ter exercido uma função no exército. As chances estão analisadas, a ação só pode ser ordenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, caso julgue necessário, cumprir regime fechado. Outra situação parecida foi a prisão do ex-ministro Anderson Torres, que se sucedeu em 2023.


Jair Messias Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A cela especial foi finalizada para, caso seja necessário, utilizá-la. Tendo sido estruturada logo após o fim da cúpula da PF, em conjunto com a Vara de Execuções Penais do DF, para realizarem uma conferência na Superintendência para ser averiguada a disponibilidade de um local para a detenção de Jair, sendo separada para ele. Pois no prédio central da PF não há lugar para residir.

Alexandre de Moraes determina depoimento de Bolsonaro em 48 horas após relatório da PF

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento em até 48 horas, após a Polícia Federal apresentar um relatório que aponta indícios de crimes cometidos por ele e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho. A investigação apura tentativas de interferir no julgamento de uma ação penal no STF relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes destaca a necessidade de esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas, a repetição de condutas ilícitas e a possibilidade de fuga. O pastor Silas Malafaia e o comentarista Paulo Figueiredo também são citados por disseminarem desinformação para desestabilizar instituições brasileiras.


Jair Bolsonaro fala à imprensa em Brasília (Foto: reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed/)

Violações de medidas

Ao analisar o celular de Jair Bolsonaro, foi revelado que o ex-presidente violou medidas que o proibiam de usar redes sociais. Ainda segundo a Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscaram apoio nos Estados Unidos para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, alegando perseguição política. Já Malafaia teria propagado narrativas falsas e incentivado iniciativas contra ministros do STF.


Bolsonaro deixa hospital após exames médicos (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Possibilidade de fuga

A PF também levanta a questão de risco de fuga do ex-presidente, já que em seu celular foi encontrado um documento com pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei. Conversas com o advogado norte-americano Martin de Luca, ligado a Trump Media & Technology Group e à plataforma Rumble, indicam que Bolsonaro discutiu ações judiciais nos EUA contra Moraes, sob a acusação de censura.

A decisão de Moraes reforça a urgência de esclarecer as condutas apontadas, enquanto a PF segue apurando as articulações que, segundo o relatório, visavam comprometer a democracia brasileira. As investigações continuam com foco na proteção das instituições e no combate a práticas ilícitas.

Defesa nega que Bolsonaro tenha descumprindo medidas e mostra surpresa com indiciamento

Nesta quinta-feira (21), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota à imprensa negando o descumprimento das medidas cautelares impostas a ele e se mostraram surpresos com o novo indiciamento da Polícia Federal (PF), não só ao ex-presidente, como também ao seu filho, Eduardo Bolsonaro.

A PF concluiu que pai e filho agiram conjuntamente para pressionar o Judiciário e cessar o avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que ocorreu após as eleições de 2022.

O que diz a defesa

Após o indiciamento anunciado pela PF nesta quarta-feira (20), o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, deu o prazo de 48 horas para que os advogados de Bolsonaro esclareçam as informações encontradas durante a investigação.

“Diante do exposto. Intime-se a defesa de Jair Bolsonaro para que, no prazo de 48 horas, preste esclarecimento sobre os reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas, a reiteração das condutas ilícitas e a comprovação da probabilidade de evasão”, disse Moraes.

A defesa reagiu com surpresa diante da decisão da Polícia Federal ao indiciar o ex-presidente pelos crimes de coação no curso do processo, mas cumprirão o prazo determinado pelo ministro e apresentarão os devidos esclarecimentos dos fatos.


Defesa de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/youtube/@opovo)

Em nota, os advogados, além de afirmarem que cumprirão o prazo, ressaltaram que “jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta”. O prazo se encerra às 20h34min da próxima sexta-feira (22).

Motivo do indiciamento

Após investigação no celular de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal encontrou e divulgou diversas mensagens e áudios entre o ex-presidente, Eduardo e o pastor Silas Malafaia.

Nestas conversas, Bolsonaro relaciona a aprovação da anistia aos condenados pela trama golpista com a retirada do tarifaço aplicado ao Brasil pelo presidente Donald Trump.

Também foi encontrado um documento de fevereiro de 2024 onde Bolsonaro pede asilo político a Javier Milei, presidente da Argentina. O documento que, embora não tenha sido assinado, valida a intenção de Jair Bolsonaro evadir do país.

Já sobre a troca de mensagens entre Bolsonaro e o General Braga Netto,  também foi pedido esclarecimento visto que a comunicação entre eles havia sido proibida.

Bolsonaro descumpre medidas do STF sob orientação de Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia teria incentivado e orientado Jair Bolsonaro (PL) a não cumprir medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, segundo investigação da Polícia Federal.

Nesta terça-feira (20), a PF cumpriu mandado de busca pessoal e apreensão de celulares de Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A autorização para a operação veio do STF, dentro do processo PET nº 14129, que investiga ações de obstrução à Justiça vinculadas a uma conspiração golpista.

De acordo com a PF, o religioso atuou para que Bolsonaro descumprisse as medidas impostas pelo Supremo, especialmente no uso de redes sociais.

Estratégia de postagens e instruções detalhadas

De acordo com os investigadores, Malafaia fornecia a Bolsonaro instruções precisas sobre os melhores horários para postar e quais meios seriam mais adequados para a divulgação das mensagens.

Dessa forma, o dolo na conduta dos investigados ficou evidente a partir de um conjunto de ações previamente combinadas e deliberadas, estruturadas de forma gradual e consistente, com a finalidade de atender interesses ilícitos, em clara tentativa de coação de autoridades e restrição do livre exercício dos poderes constitucionais”, afirmou a PF ao STF.


Bolsonaro descumpre medidas do STF, diz PF (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

Comunicação sobre tarifas e pressão ao STF

Em uma mensagem de 13 de julho, Malafaia indicou como Bolsonaro deveria se posicionar sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, liderado por Donald Trump.

Tem que pressionar o STF, dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa será suspensa. Também pode usar: não queremos sanções contra ministros do STF ou suas famílias. Eles vão se preocupar com isso! A questão da tarifa é sobre justiça e liberdade, não economia. Direcione o discurso para isso!”, escreveu Malafaia, segundo documento da PF enviado ao Supremo.

Naquele período, o STF proibiu Bolsonaro de utilizar suas próprias contas nas redes sociais e também de se comunicar por meio de perfis de terceiros, incluindo familiares ou aliados políticos. A Corte também exigiu que ele utilizasse tornozeleira eletrônica. Após descumprimentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente.