Bolsonaro nega envolvimento em golpe e defende que Eduardo permaneça nos EUA

Em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) convocou a imprensa nesta quinta-feira (17) para uma coletiva no Senado. Dois dias após a PGR reiterar o pedido de sua condenação por crimes contra o Estado Democrático de Direito, Bolsonaro afirmou não ter participado de qualquer trama golpista e garantiu que jamais cogitou a hipótese de ser preso.

Segundo ele, a acusação é uma injustiça, e, diferentemente de outros escândalos envolvendo políticos brasileiros, afirmou que não está sendo acusado de corrupção. O ex-presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), encarregado de julgar o caso, e manifestou apreensão com os desdobramentos das investigações que envolvem pessoas de seu círculo próximo.

Bolsonaro admite que filho pode ser alvo da PF caso retorne ao Brasil

Durante a coletiva, Bolsonaro também comentou a situação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está licenciado do cargo e reside nos Estados Unidos. Segundo o ex-presidente, há risco real de que Eduardo seja detido caso volte ao Brasil, o que justificaria sua permanência no exterior. Afirmou, inclusive, que o filho “seria preso no aeroporto”.



Embora a afirmação, até agora não há qualquer mandado de prisão contra Eduardo Bolsonaro. Alguns parlamentares adversários chegaram a pedir sua prisão ao STF, mas as solicitações não avançaram.

A licença de Eduardo termina no próximo domingo (20), e, se não retornar ao país, o deputado poderá ter o mandato ameaçado por excesso de faltas nas sessões da Câmara dos Deputados.

Tarifas, Tarcísio e disputas internas na direita

Bolsonaro também foi questionado sobre a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros. Trump justificou a medida citando uma suposta perseguição sofrida por Bolsonaro no Brasil. 

Para o ex-presidente, a tarifação não representa ameaça à soberania do país. Ele chegou a dizer que não seria descabido caso Trump solicitasse uma anistia em seu favor, já que essa prerrogativa cabe ao Parlamento brasileiro.

Na mesma entrevista, Bolsonaro comentou a recente crítica feita por Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que procurou autoridades norte-americanas para negociar as tarifas. Eduardo acusou o governador de se comportar de forma subserviente às elites. Bolsonaro, no entanto, tentou apaziguar a situação e elogiou o esforço de Tarcísio, mas ponderou que, sozinho, o governador não conseguiria convencer Trump a recuar.

Pedido da PGR pode levar Bolsonaro a condenação de até 43 anos

Jair Bolsonaro pode ser condenado a até 43 anos de prisão caso receba as penas máximas dos cinco crimes apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As alegações finais foram apresentadas no final desta segunda-feira (14).

A apuração ocorreu a partir da tentativa de interrupção do funcionamento normal das instituições do país, planejada pela base de apoiadores próxima ao ex-presidente. Entre as acusações da PGR estão inclusos os crimes de tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do Código Penal), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP), organização criminosa armada (Lei 12.850/2013), dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, do CP) e deterioração de patrimônio tombado (Lei 9.605/1998).

Segundo a PGR, o ex-presidente também foi responsável por liderar uma organização criminosa que atacava as instituições democráticas e o sistema eleitoral brasileiro, além de articular um Estado de exceção (quando o Poder Executivo se sobrepõe ao Judiciário e ao Legislativo, tirando o equilíbrio entre os Três Poderes).

PGR pede a condenação de Bolsonaro

Nesta última segunda-feira, Paulo Gonet, procurador-geral da República, apresentou as alegações finais e, logo em seguida, pediu a condenação. Além de Jair Bolsonaro, outros sete aliados do ex-presidente também são alvos, como o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Augusto Heleno.

Os réus agora têm um prazo de 15 dias para apresentarem sua defesa. O primeiro será o tenente-coronel Mauro Cid, por conta de um acordo de delação premiada.

Assim que as defesas forem apresentadas, o ministro Alexandre de Moraes irá liberar o julgamento para a Primeira Turma do STF, que será responsável por analisar o caso e decidir a condenação ou absolvição dos réus. É esperado que o julgamento aconteça antes de setembro.

Quanto tempo Bolsonaro ficará preso

Mesmo com uma pena máxima de 43 anos avaliada pela PGR, é provável que o ex-presidente receba uma condenação final menor durante seu julgamento pelo STF. Advogados especialistas no tema apostam em torno da metade dessa pena — entre 15 a 20 anos de prisão.


Story de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Na manhã dessa terça-feira (15), Jair Bolsonaro compartilhou uma imagem através do Instagram dizendo estar “lutando pela maioria que não se curvou“, fazendo uma alusão a seus apoiadores, que se preocupam com o bem-estar do ex-presidente.

Ontem (14), o presidente norte-americano Donald Trump fez um pronunciamento dizendo que está acompanhando de perto o julgamento de Jair Bolsonaro.

PGR pede ao STF a condenação do ex-presidente Bolsonaro

Nesta segunda-feira (14), Paulo Gonet, procurador-geral da República, apresentou as alegações finais da ação penal contra o chamado “núcleo 1” da trama golpista ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
O “núcleo 1” é composto pelos seguintes réus: Jair Messias Bolsonaro, Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Almir Garnier. Todos eles tiveram a solicitação de condenação emita pela PGR.

Pedido de condenação

A apresentação das alegações finais é a última etapa que antecede o julgamento e ocorre após testemunhas e interrogados serem ouvidos.
O pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) ao Supremo Tribunal Federal (STF) é para que haja a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro pelos diversos crimes dois quais ele é acusado.

Dentre estes crimes estão: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa.
Estas acusações constam nas alegações finais que apuram o planejamento do núcleo próximo a Bolsonaro de tentar uma ruptura institucional.


Pedido da PGR (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNbrasil)

De acordo com a PGR, o líder desta organização criminosa criada para depreciar o sistema eleitoral, estimular ataques às instituições democráticas e articular medidas de exceção, foi o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda em afirmação da PGR, ele teria tido o papel central na articulação e execução dos atos antidemocráticos que ocorreram após as eleições de 2022.
Segundo Gonet, “Bolsonaro figura como o líder da organização criminosa. É o principal articulador, autor e o maior beneficiário dos atos mais graves para o rompimento do Estado Democrático de Direito”.

Próximas etapas

Embora Mauro Cid tenha contribuído com esclarecimentos dos fatos por delação premiada, a PGR afirma que ele omitiu informações relevantes e não cumpriu as obrigações acordadas de forma integral.
Contudo, a partir de agora Cid terá o prazo de quinze dias para apresentar sua manifestação final. Após este processo, as defesas dos demais réus terão também quinze dias para fazer o mesmo.
Logo após o término desta etapa, provavelmente no final de agosto ou início de setembro, o processo estará pronto para ser julgado.

Caso Jair Bolsonaro seja condenado, sua pena poderá chegar até 43 anos de prisão se a Primeira Turma do STF optar por aplicar as penalidades máximas referentes aos crimes listados.

Tarcísio nega pedido ao STF para Bolsonaro negociar tarifa com Trump e vira alvo de investigação

Com a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros, o mercado nacional entrou em alerta. No entanto, o que realmente ganha destaque é o impacto político dessa decisão, principalmente no Brasil. No centro da polêmica está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vem sendo apontado de tentar impulsionar a ida de Bolsonaro (PL) para os EUA. A intenção seria reverter a medida diretamente com o ex-presidente norte-americano.


Tarcísio fala sobre o impacto que a taxação vai trazer para São Paulo (Vídeo: reprodução/Instagram/globonews)

A suposta articulação com Bolsonaro

Segundo informações vazadas por interlocutores do Judiciário, Tarcísio teria recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir autorização especial que permitiria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível e com o passaporte retido, viajar aos Estados Unidos. O objetivo seria negociar diretamente com Donald Trump a revogação da tarifa. A iniciativa, se confirmada, representaria uma tentativa informal de diplomacia paralela.

No entanto, Tarcísio negou categoricamente a existência desse pedido. Em nota, afirmou nunca ter procurado o STF com tal finalidade. Ainda assim, o suposto vazamento levantou suspeitas e acendeu um novo embate político.

A reação após o anúncio da tarifa

O caso ganhou força após a tarifa de 50% ser anunciada oficialmente na tarde de quarta-feira (9). A medida afeta diretamente a exportação de produtos brasileiros e reacende tensões entre os dois países. Vale lembrar que Bolsonaro está impedido de deixar o Brasil por conta das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado, e segue sob escrutínio do Judiciário.

Lula, oposição e investigações

Diante da gravidade da acusação, o Partido dos Trabalhadores (PT) solicitou na sexta-feira (11) que o ministro Alexandre de Moraes apure a possível participação de Tarcísio. Além disso, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o governador de São Paulo.

Lula cobra respeito às leis brasileiras e diz que Brasil busca negociar em caso de tarifaço de Trump

O presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista ao Jornal Nacional na última quinta-feira (10) para explicar melhor os últimos acontecimentos acerca das taxas anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

Delis Ortiz fez uma série de perguntas sobre o tema ao presidente. Lula adiciona que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e sim negociar, mas que as leis brasileiras precisam ser respeitadas. Ao comentar a decisão de Trump taxar os produtos brasileiros, comenta: “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de taxas. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, fechou o presidente.

Lula também destacou que a relação virtuosa que o Brasil mantém com os Estados Unidos há 200 anos está sendo prejudicada pelo presidente americano. Segundo ele, Trump parece mal-informado, já que, nos últimos 15 anos, o Brasil acumula um déficit comercial de R$ 410 bilhões com os EUA.

Lula concede entrevista sobretaxas de Trump

O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade se for necessário, de acordo com o presidente Lula. Ele afirmou ainda que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e quer negociar, mas que as leis brasileiras sejam respeitadas. “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de milhões de por cento de taxa. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, finalizou o presidente.


Presidente Lula concede entrevista ao Jornal Nacional (Vídeo: reprodução/Youtube/G1)

Quando questionado pela repórter sobre as acusações relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e às ações do Supremo Tribunal Federal, Lula afirmou que Bolsonaro não apenas tentou dar um golpe: “Ele não tentou dar um golpe. Ele tentou preparar a minha morte. A morte do presidente da Suprema Corte, que na época era o Alexandre de Moraes, a morte do vice-presidente”. Ele defendeu que as leis brasileiras são para todos, e que o ex-presidente está sendo julgado de acordo com os autos do processo, podendo ser preso caso seja condenado.

Sobre o BRICS, Lula ressaltou a importância do bloco, que representa quase 30% do PIB mundial. Ele declarou que os Estados Unidos não deveriam se preocupar com o fórum, uma vez que quase todos os países do BRICS também integram o G20, e três foram convidados para o G7. O presidente pontua que o bloco é um agrupamento de países que atuam em prol do Sul Global, numa tentativa de reduzir a subordinação ao Norte, com o objetivo de conquistar mais independência em suas políticas e promover um comércio mais livre. Lula também destaca que a participação do Brasil no bloco não tem como objetivo prejudicar a relação com os Estados Unidos, considerada virtuosa.

Entrevista para o Jornal Nacional

Outros pontos discutidos na entrevista foram a visita de Lula a Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina condenada por corrupção, e a preocupação dos empresários brasileiros com as exportações. O presidente informou que recebeu autorização da Justiça argentina, após ser convidado pela própria Cristina para visitá-la. “Eu nunca me preocupei com o Trump receber o Bolsonaro”, adiciona.

Lula também afirmou que pretende reunir os principais empresários que atuam com maior volume de exportações para os Estados Unidos, a fim de estudar melhor a situação do setor, mas espera cooperação. “Porque se existe algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo o que o presidente do outro país quer, sinceramente, esse cidadão não tem nenhum orgulho de ser brasileiro”, declarou.

O presidente brasileiro finalizou a entrevista respondendo sobre um suposto afastamento do país em relação a Donald Trump desde que este assumiu a presidência dos Estados Unidos. Ele brincou, dizendo que dois presidentes não se ligam para contar piada, e comentou sobre a ocasião em que deveria ter se encontrado com Trump no G7, o que não ocorreu devido a problemas do presidente norte-americano no Canadá. Lula afirmou que está disposto a conversar com Trump quando for necessário e que não teria problema algum com isso, e expressou a relação amistosa que teve com líderes anteriores, como Clinton, Bush, Obama e Biden.

Lula também lamentou a carta divulgada por Trump a respeito das taxações brasileiras, classificando como falta de respeito o fato de ela ter sido publicada apenas em seu site pessoal, sem ser enviada oficialmente ao presidente brasileiro.

Crise com Trump não impede Gonet de concluir parecer por condenação de Bolsonaro

A finalização do parecer pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro ocorre em plena turbulência diplomática, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, em retaliação ao processo penal em curso contra o ex-chefe de Estado. Apesar do cenário externo adverso, fontes da PGR afirmam que o parecer, que pode solicitar penas de 20 a 30 anos de prisão, será apresentado com independência entre os dias 11 e 14 de julho, preservando os prazos legais e deixando claro que interferências políticas externas não afetarão o curso da ação penal. A PGR afirma que a crise diplomática não influenciará a recomendação jurídica.

A crise diplomática e o parecer de Gonet

Conforme noticiado pelo Diário do Centro do Mundo, Gonet deve entregar nas próximas horas seu parecer ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal, dentro do prazo final de 14 de julho. A conclusão coincide com a imposição das tarifas de 50% pelos EUA, anunciadas de forma pública por Trump e consideradas retaliações diretas ao processo em que Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado.


Paulo Gonet e Ministro Alexandre de Morais no STF sobre trama golpista de Bolsonaro 
(Foto: Reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed)

Apesar da tensão internacional, fontes internas da PGR garantem que a atuação do procurador seguirá com firmeza. Uma figura próxima ao gabinete declarou: “Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada” — em referência à tentativa de interferência diplomática no andamento do caso.

Expectativa de penas e independência jurídica

Analistas que acompanham os desdobramentos indicam que o parecer será rigoroso e poderá recomendar uma pena entre 20 e 30 anos de prisão ao ex-presidente Bolsonaro, considerado líder de uma organização criminosa envolvida com a trama golpista. Segundo advogados ouvidos pela imprensa, o julgamento do chamado “núcleo 1” deve ocorrer na Primeira Turma do STF até setembro.

A coluna Farol da Bahia destaca que, mesmo com a elevada pressão da crise externa, não há indício de que o procurador aceitará recuar ou adiar suas conclusões no documento final.

Lula afirma que tarifaço será respondido por lei de Reciprocidade Econômica

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em post nas redes sociais nesta quarta-feira(09) que as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump que entram em vigor no dia 1 de agosto sobre os produtos brasileiros serão respondidos com a lei de Reciprocidade Econômica.

A afirmativa do presidente vem logo após a cúpula do BRICS+ realizada no Rio de Janeiro entre os dias 4 e 7 de julho, que foi considerada um sucesso pelos membros do bloco econômico e trouxe muitos acordos econômicos para as relações bilaterais dos países do bloco.

Tarifaço é apresentado em carta e sem provas

A taxação vem, segundo carta emitida pelo próprio Trump, por conta de “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e violação da liberdade de expressão dos estadunidenses”.

A afirmativa se baseia, segundo a carta, em ordens de censura secretas e ilegais à plataforma de redes sociais e ameaças de multas às big techs responsáveis pelo setor. Todas essas acusações foram feitas sem apresentar qualquer tipo de prova.

Além disso, a carta chama o processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de estado como uma vergonha internacional. O ex-presidente, já inelegível por abuso de poder político e econômico, é acusado de ser mentor de uma tentativa de golpe de estado contra o presidente Lula que culminaram nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.

O tarifaço foi comemorado por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de apoio, inclusive com elogio de alguns deputados e senadores ligados principalmente ao PL, partido pelo qual o ex-presidente concorreu às eleições de 2022. Alguns deputados e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas chegaram a afirmar que a culpa das tarifas era do presidente Lula.

Taxação é vista como agressão à soberania brasileira

Para o governo, essa taxação é vista como manobra para atacar a soberania nacional de um país soberano com instituições independentes.

Além disso, o presidente afirmou que o Brasil não aceita ser tutelador por ninguém e que o processo judicial sobre a tentativa de golpe de estado da qual Bolsonaro é réu pertence apenas a Justiça Brasileira e não está sujeito a nenhum tipo de ameaça ou interferência vinda de outro lugar e que fira a independência institucional do país.


Lula responde carta de Trump em redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Sobre as acusações sobre as redes sociais, o presidente afirmou que não se pode confundir liberdade de expressão com agressão e que para operar no país todas as empresas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, estão submetidas à legislação brasileira.

Por fim, Lula afirmou que as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam que o país teve superávit no comércio com o Brasil na ordem de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos.

Desdobramentos já começam em Brasília

Com o recebimento do aviso da taxação a partir de 1 de agosto, o presidente Lula convocou o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin, que também é vice-presidente do país e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira para discutir as respostas ao tarifaço de 50% dentre elas, devolver a taxação aos EUA.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou em entrevista à CNN que não vê razão para o aumento da tarifa ao Brasil e afirmou que a medida vai prejudicar a economia dos Estados Unidos.

Em reunião no Itamaraty, o governo brasileiro devolveu a carta ao encarregado de negociações dos Estados Unidos no Brasil, afirmando que o conteúdo dela e a taxação é ofensiva e inaceitável. Ao ser consultado, o Itamaraty afirmou estar ciente do que foi feito na reunião de ontem (09).

O governo brasileiro ainda estuda novas medidas para responder aos Estados Unidos quanto à taxação de produtos brasileiros em 50% e às afirmações inverídicas que atacam a soberania brasileira.

Trump faz postagem em defesa de Bolsonaro contra possíveis perseguições

Nesta segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, usou as redes sociais para sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na publicação realizada na Truth Social, o chefe de Estado norte-americano afirma que ex-capitão do exército brasileiro é alvo de perseguição, e que acompanhará o caso em que seu aliado é investigado de perto.

Trump escreveu que “algo terrível” está sendo feito contra Bolsonaro desde a sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vitorioso na disputa. Para o republicano, o povo brasileiro não vai tolerar o que está sendo feito com o ex-presidente do país, e que acompanhará de perto a “caça às bruxas”, contra a família Bolsonaro e seus apoiadores.

Bolsonaro agradece

Após a publicação de Trump, Bolsonaro agradeceu o apoio do republicano, afirmando ter recebido a mensagem com alegria, além de mencionar que o “ilustre presidente e amigo” passou por algo parecido nos EUA, sendo “implacavelmente perseguido”.

No último dia 26 de março, Jair Bolsonaro e outros sete aliados tornaram-se réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota do candidato do Partido Liberal (PL) ser derrotado nas eleições de 2022. A decisão foi tomada pelos cinco ministros que compõe a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que aceitaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com isso, os réus responderão a um processo penal que pode ocasionar em prisão para esses acusados de formar uma organização criminosa com o intuito de romper o estado democrático de direito.


Donald Trump sai em defesa de Jair Bolsonaro, em publicação nas redes sociais (Vídeo: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Governo rejeita comunicado

Diferente de Jair Bolsonaro, o governo brasileiro mostrou sua insatisfação a respeito da publicação de Donald Trump. Em comunicado assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto respondeu à mensagem do presidente norte-americano. Segundo a nota, compete aos brasileiros defender a democracia do país, por tratar-se de uma nação soberana. A mensagem ainda diz que o Brasil não aceita qualquer tipo de interferência externa.

A ministra das Relações Internacionais, Gleisi Hoffmann, também “subiu o tom” para rebater a publicação de Trump. Hoffmann disse que o presidente dos EUA deveria se preocupar com os problemas de seu país, e que ele está enganado se pensa que pode interferir no processo judicial do Brasil.

Boletim médico diz que Bolsonaro está com ‘intensa esofagite’

Na manhã desta quarta-feira (02), Jair Bolsonaro (PL) publicou em seu Instagram o boletim médico dos profissionais do Hospital DF Star, em Brasília. Segundo a nota, o ex-presidente foi submetido a uma endoscopia digestiva alta, que identificou a presença de uma “intensa esofagite com processo inflamatório“, “erosões da mucosa” e “gastrite moderada“.

Ainda de acordo com o documento, Bolsonaro terá tratamento medicamentoso intensificado, dieta regrada e repouso domiciliar. No X (antigo Twitter), o militar reformado escreveu que está com “Crise de soluços e vômitos” que se tornaram constantes e estão o impedindo de falar. No boletim, também há a orientação de moderação da fala.

O quadro resultou na suspensão da agenda do político durante o mês de julho, como das visitas para os estados de Santa Catarina e Rondônia.

Estado de saúde

Jair Bolsonaro vem enfrentando um estado de saúde delicado há alguns meses. Em abril de 2025, ele passou por uma cirurgia para corrigir uma obstrução do intestino, que estava impedindo a saída de gases e fezes do intestino.

No dia 20 de junho, ele cancelou sua agenda de discursos em Goiás ao passar mal após um churrasco feito em um frigorífico da capital. Alguns dias antes, em discursos para os apoiadores, ele afirmou estar se sentindo mal e com vômitos frequentes.

O ex-presidente é submetido a exames e procedimentos médicos desde setembro de 2018, quando levou uma facada durante um comício para as eleições presidenciais daquele ano.


Boletim médico de Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Esofagite

A esofagite é uma inflamação do esôfago, na região do tórax, que pode ser causada por obesidade, consumo de álcool e vômitos. O órgão conecta a garganta e o estômago, transportando os alimentos mastigados para a digestão completa.

Segundo o portal Drauzio Varella, o diagnóstico é feito através de uma endoscopia digestiva alta, procedimento pelo qual o ex-presidente passou. O exame permite visualizar o interior de alguns órgãos que compreendem o sistema digestório.

Moraes ordena que PF ouça advogados de Bolsonaro em inquérito sobre obstrução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (25) que a Polícia Federal inicie, em até cinco dias, o interrogatório dos advogados Fábio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno, ambos ligados à defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposta obstrução às investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado. A decisão ocorreu após a apresentação de documentos pela defesa do delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que apontam tentativas de interferência nos depoimentos e contato com familiares do delator.

Moraes também determinou que a PF inclua nos autos do inquérito a extração e categorização de dados do celular da filha adolescente de Cid, que, segundo as acusações, foi contatada por Wajngarten e Bueno com o objetivo de influenciar depoimentos. A suspeita é de que os advogados teriam buscado direcionar os depoimentos para beneficiar Bolsonaro ou aliados.

Acusações envolvem contato com menor e familiares

Os documentos entregues à PF indicam que Eduardo Kuntz, advogado de outro investigado, Marcelo Câmara, teria enviado mensagens via WhatsApp à filha de Cid, sugerindo que ela convença o pai a apagar conversas comprometedoras, além de tentar marcar um encontro “em local seguro e confortável”. Ainda segundo o delator, Kuntz teria se aproximado da mãe de Cid, Agnes, em eventos sociais, com a finalidade de persuadi-la a trocar a representação legal de seu filho.



Wajngarten, que deixou a defesa de Bolsonaro em julho de 2023, também teria tentado contato com a família do ex-ajudante, incluindo a esposa e filha adolescentes, numa série de tentativas consideradas “intensas”. O objetivo seria evitar que depoimentos contrários ao ex-presidente fossem prestados, condutas que, conforme Moraes, configuram possível crime de obstrução de inquérito que envolve organização criminosa.

Defesa nega irregularidades

Em suas manifestações à imprensa, tanto Kuntz quanto Wajngarten defenderam sua conduta. Kuntz afirmou que manteve conversas com a família de Cid durante um evento de equitação apenas para garantir uma vaga da filha do delator em competições, rejeitando qualquer vínculo com o andamento do processo em si.

Wajngarten, por sua vez, reagiu à decisão com tom de indignação. Em publicação nas redes sociais, afirmou que a ordem de Moraes criminaliza o exercício da advocacia e questionou a exposição pública da medida, que estaria baseada em motivos ainda sigilosos. Ele ressaltou que produzia relatórios diários de mídia para mais de 200 pessoas e que sua abordagem foi sempre pautada na legalidade.

Próximos passos e impacto no processo

Com os advogados já devidamente intimados, a PF deverá colher os depoimentos dentro do prazo estipulado. Também será examinado o conteúdo do celular da jovem, para averiguar a existência de evidências sobre tentativas de manipulação. Esses elementos devem reforçar ou refutar a acusação de que a defesa de Bolsonaro teria executado ações coordenadas para dificultar as apurações envolvendo o esquema de golpe.

Este desdobramento demonstra a amplitude do inquérito, que não se limita à análise de atos do entorno de Bolsonaro, mas também de sua estrutura de apoio jurídico. A medida reforça ainda o papel de Moraes na condução das investigações sobre ameaças ao Estado democrático e consolida a jurisprudência sobre o alcance do crime de obstrução quando envolve agentes com acesso a informações sensíveis.