EUA voltará a enviar cartas de tarifas após 90 dias de trégua

Trump voltará a pressão para cobrar e negociar as taxas imposta a outros países que está em trégua desde abril

07 jul, 2025
Trump em novas pressão por tarifas | Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed
Trump em novas pressão por tarifas | Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed

Os Estados Unidos darão prosseguimento à sua estratégia protecionista empregada por Donald Trump. O governo americano começará a enviar cartas a cerca de 100 países informando quais tarifas entrarão em vigor, caso não haja um acordo comercial após o fim da trégua de 90 dias iniciada em 2 de abril.

Cronograma da trégua e imposição de tarifas

Em 2 de abril, Trump anunciou o chamado “Dia da Libertação”, implementando tarifas de 10% base, com taxas adicionais entre 25% e 50% sobre setores como aço, alumínio e automóveis.

No mesmo contexto, o presidente suspendeu essas tarifas por 90 dias para dar prazo às negociações.

O secretário de Comércio, Howard Lutnick, confirmou que as cartas começarão a ser enviadas na próxima segunda-feira, com vigência das tarifas a partir de 1º de agosto para quem não fechar um pacto.

Estratégia de pressão e acordos

Nas correspondências, a Casa Branca informará a alíquota específica a ser aplicada, variando de 10% a até 70% em casos mais extremos e o país alvo terá até 1º de agosto para negociar termos bilaterais. O Tesouro americano, por sua vez, enfatizou que esse envio de cartas faz parte de uma estratégia de “máxima pressão” para fechar acordos rapidamente.

Até agora, os EUA já selaram preferências com o Reino Unido e Vietnã, e firmaram uma trégua com a China. Negociações com a União Europeia, Japão, Índia e Brasil continuam em andamento. O Brasil, inclusive, já figura entre os 32 países que mantêm diálogo com a Casa Branca.

Impacto global e reação dos mercados

A perspectiva de novas tarifas elevadas entre 10% e 70%, até 70% em casos extremos, reacendeu temores de uma escalada protecionista, especialmente em produtos como automóveis, aço, alumínio e bens agrícolas. Os mercados reagiram com instabilidade, os futuros de Wall Street por sua vez registraram queda de cerca de 0,3% diante da tensão comercial.


Instabilidade do mercado com a tarifas (Foto: reprodução/ANGELA WEISS/Getty Images Embed)

Economistas alertam que esse “tarifaço” pode retardar o crescimento global e comprometer cadeias de suprimento, sendo a volta aos patamares de abril, sem acordo, um risco significativo.

Este movimento marca a intensificação da pressão econômica dos EUA sobre parceiros comerciais, em uma operação que combina diplomacia tarifária e timeline rígida. Para as economias globais, é um teste crucial no equilíbrio entre negociação e retaliação.

Mais notícias