Câmara dos Deputados envia 14 parlamentares à Corregedoria após desordem no plenário

Na última semana, protestos ocorreram na Câmara dos Deputados em decorrência da decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos dias 5 e 6, quatorze parlamentares da direita ocuparam o espaço, protagonizando a desordem no plenário e provocando uma obstrução que interrompeu os trabalhos legislativos durante a semana.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu encaminhar à Corregedoria Parlamentar da Casa representações disciplinares contra os deputados envolvidos no ato. A decisão foi tomada em reunião extraordinária da Mesa Diretora e divulgada pela Secretaria-Geral. Caso a Corregedoria acate as representações, os parlamentares poderão ter seus mandatos suspensos por até seis meses.

A desordem

A ocupação foi motivada pela decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e investigado por obstruir processos. Seus aliados, insatisfeitos com o decreto, reagiram com o protesto na Câmara, ocupando o plenário e, especificamente, a mesa diretora da Casa.


Ocupação do Plenário (Vídeo/Reprodução/Instagram/@jornalcinforme)

Os deputados envolvidos no ato

No primeiro momento, a Mesa Diretora declarou que todas as representações seriam encaminhadas à Corregedoria, sem especificar quantas. Mais tarde, porém, constatou-se que a queixa do PL contra a deputada Camila Jara (PT-MS) ficou de fora. A acusação, feita por Nikolas Ferreira (PL-MG), alega que ela o teria empurrado enquanto o presidente da Câmara presidia a sessão.

Ao todo, quatorze nomes foram encaminhados à Corregedoria: doze são do PL, um do PP e um do Novo.
O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), vai analisar as representações contra:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido

  • Carlos Jordy (PL-RJ)

  • Nikolas Ferreira (PL-MG)

  • Zucco (PL-RS), líder da minoria

  • Allan Garcês (PP-MA)

  • Caroline de Toni (PL-SC)

  • Marco Feliciano (PL-SP)

  • Domingos Sávio (PL-MG)

  • Marcel Van Hattem (Novo-RS), líder do partido

  • Zé Trovão (PL-SC)

  • Bia Kicis (PL-DF)

  • Paulo Bilynskyj (PL-SP)

  • Marcos Pollon (PL-MS)

  • Júlia Zanatta (PL-SC)

A análise da Corregedoria poderá resultar na suspensão de deputados e servirá como termômetro político sobre a tolerância da Casa a atos que impeçam seu funcionamento. O episódio reforça a tensão entre apoiadores de Bolsonaro e as instituições democráticas.

Ex-ministro de Bolsonaro diz que não irá assinar impeachment de Moraes

Na última quarta-feira (6), o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), rejeitou a chance de assinar uma solicitação de impeachment direcionada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com ele, a situação é uma “Pauta Impossível”.

Políticos aliados de Jair Bolsonaro estão coletando assinaturas para que Moraes deixe o STF. Em contrapartida, o assunto é de competência do Senado.

Assunto impossível

Aliados de Bolsonaro ocuparam, desde essa última terça-feira, o plenário da Câmara e do Senado, visando coagir para que ocorra a votação na tentativa de assegurar anistia aos presos pelo “8 de janeiro” e também exigem que inicie o processo de impedimento contra Moraes, ação que só pode ser tomada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre do partido (União–AP).


Ministro Alexandre de Moraes(Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

O presidente ainda explicou o motivo, e garante que é uma proposta impossível e que pretende não participar. “Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment, porque é uma pauta impossível”, declarou Ciro ao site Metrópoles. E compartilhou que não perde tempo com assuntos impossíveis. “Não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso” o assunto polêmico vem gerando muitos comentários por parte do público, tanto positivo quanto negativos.

Presidente do Senado

Ciro acredita que o Congresso não tem os votos necessários para o impedimento do ministro. Os apoiadores bolsonaristas estão coletando assinaturas para sustentar o início do processo, entretanto, o assunto depende especificamente do presidente do Senado brasileiro.


Ex-presidente Jair Bolsonaro(Foto:reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)

Perante a lei o artigo 52 da Constituição Federal estabelece que o Senado consegue iniciar um processo e julgar ministros integrantes do STF, membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União por potenciais crimes de responsabilidade.

Os parlamentares prosseguem criticando a prisão do ex-presidente e solicitando novas ações que favoreçam Bolsonaro.

Defesa de Bolsonaro usa frase de Moraes para rebater acusações

Após decisão de Alexandre de Moraes sobre prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, a defesa do ex-presidente responde com frase usada pelo ministro.
Nas decisões tomadas contra Bolsonaro, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmava que justiça não é tola. Advogados de Bolsonaro em resposta disse “sabemos que a justiça não é tola”.

Pedido de revogação

Os advogados do ex-presidente fizeram um pedido de revogação da prisão domiciliar em que ele foi submetido. Na última quarta-feira (06), a defesa apresentou um recurso do pedido.
Na petição enviada ao supremo, a defesa de Bolsonaro, que são Celso Vilardi, Daniel Tesser e Paulo Bueno, afirmam que sabem que a justiça não é tola, em resposta a Alexandre de Moraes, mas que quando se trata de direito penal e direito processual penal, o campo é de responsabilidade subjetiva, ou seja , demanda provas e indícios concretos de que o alvo decidiu desrespeitar o judiciário.


Bolsonaro sendo interrogado por Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Arthur Manescal/ Getty Images Embed)

Decreto de prisão domiciliar

A frase em questão foi usada na última segunda-feira (04) quando Moraes decidiu pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Além da frase, o ministro enfatizou que a justiça não permitirá impunidade ao réu, independente de seu poder Político e econômico.
Jair Bolsonaro teve prisão decretada após sua aparição, em chamada de vídeo, nas manifestações a seu favor que aconteceram em São Paulo e Rio de Janeiro no último domingo (03).
Não só à prisão domiciliar, o ex-presidente também teve apreensão do celular e não pode utilizar nenhum outro aparelho. Além disso, Bolsonaro só pode receber visita com a autorização do supremo.

Defesa

No pedido em defesa a Bolsonaro, os advogados alegam que ele não descumpriu nenhuma ordem do ministro, já que ele não publicou nenhuma imagem.
Ainda afirmam que ele não pode ser culpabilizado pela ação de terceiros, dado que ele fez apenas uma saudação aos apoiadores. Defesa diz que usar situação como medida para sua prisão, distorce a ordem judicial.

Alexandre de Moraes leva recurso de prisão de Bolsonaro a primeira turma do STF

Na manhã desta quinta-feira(07), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro encaminhou à primeira turma do Supremo Tribunal o pedido de revogação da prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira(04). O pedido da defesa foi protocolado hoje(07) pelo ministro que submeteu a decisão da prisão domiciliar à Primeira Turma do Supremo, mas ainda não tem data para julgamento.

Pedido se baseia em agravos regimentais

O pedido se baseia em agravo regimental da corte, onde decisões deste tipo não podem ser feitas apenas por um magistrado, mas sim pelo colegiado ao qual o ministro pertence, neste caso a Primeira Turma do STF. O recurso da defesa do ex- presidente se baseia no artigo 317 do regimento interno do Supremo Tribunal Federal, que veda decisões individuais, inclusive em ações penais como o atual processo contra Bolsonaro.


Entendimento de Alexandre de Moraes é de que Bolsonaro participou de protestos via ligações (Foto: Reprodução/CNN Brasil)

A decisão pela prisão domiciliar passou por Alexandre de Moraes por ele ser o relator do caso da tentativa de golpe de estado, a qual está na fase de apelação e da investigação contra Eduardo Bolsonaro pela participação, dita pelo mesmo em entrevistas, no tarifaço e nas sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump contra o Brasil e contra membros da corte.

A defesa afirma que caso não tenha o pedido de soltura aceito, o recurso deve ser submetido ao plenário do Supremo Tribunal Federal de forma presencial, o que também será decidido pela Primeira Turma formada pelo próprio Alexandre de Moraes, pelo presidente da turma Cristiano Zanin e por Flávio Dino, Luiz Fux e Carmen Lucia.

Entendimento do Tribunal diferente da defesa

Apesar do esforço da defesa de conseguir o recurso contra a prisão domiciliar por ato monocrático, o entendimento é de que o acusado está submetido a uma série de medidas cautelares e que a prisão foi decretada pelo descumprimento de algumas dessas medidas.

A medida cautelar quebrada foi o uso de redes sociais feita pelo próprio Bolsonaro ou por terceiros envolvendo o ex-presidente. Além disso, ele é proibido de participar de transmissão ou retransmissões ao vivo, vídeos e transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais.

Com isso, o Supremo entende que o ministro tinha direito de decretar a prisão domiciliar e, apesar de existirem os agravos regimentais, a decisão não interfere no regimento interno da corte.

Prisão domiciliar faz parte de pacote de sanções a Bolsonaro

Bolsonaro não esteve presencialmente nas manifestações ocorridas no domingo(03) por conta de medidas cautelares que impediam sua saída no período noturno de segunda a sexta-feira e integralmente aos fins de semana, além do uso de tornozeleira eletrônica para monitoração.

Além disso, a proibição de uso de redes sociais, seja por si próprio ou por terceiros, contato com demais réus e investigados e de manter contato com embaixadores e outras autoridades estrangeiras.

Na decisão pela prisão domiciliar, Moraes afirma que a mesma foi decretada por sucessivas violações das determinações judiciais já em vigor com conduta ilícita e dissimulada com o objetivo de coagir o Supremo Tribunal Federal.

Moraes ainda explica que o ex-presidente participou das manifestações contra o STF e pela anistia realizados no domingo(03) utilizando as redes sociais de aliados com materiais pré-fabricados para divulgar mensagens com o claro objetivo de incentivar e instigar ataques a corte e apoio a intervenção estrangeria no judiciário brasileiro.

Além dos vídeos posteriormente apagados das redes divulgadas por Flávio Bolsonaro, a qual mostra o réu ao telefone falando com o mesmo dando recado aos manifestantes em Copacabana, também houve uma ligação de vídeo com Nikolas Ferreira durante manifestação em São Paulo.

Alexandre de Moraes concluiu ainda afirmando que a justiça é cega, mas não é tola e que não irá permitir que o réu a faça de tola, achando que vai ficar impune por conta de seu poder político e econômico.

Bolsonaro recebe visita de Ciro Nogueira em seu primeiro dia de prisão domiciliar

Nesta segunda-feira (04), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada devido ao descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas. O ex-presidente permanecerá recluso em sua residência, localizada em Brasília. Durante as primeiras 24 horas em reclusão domiciliar, Bolsonaro recebeu a visita do Senador Ciro Nogueira.

Ele segue as restrições impostas pelo ministro durante suas primeiras 24 horas recluso. Na casa do ex-presidente não há policiais a postos, já que ele segue sendo monitorado pela tornozeleira. As redes sociais dele seguem sob vigilância, não sendo possíveis postagens nem o relacionamento com ninguém via mídias sociais.


Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)

Passos seguidos e visitas restritas

Bolsonaro faz uso da tornozeleira eletrônica mesmo em prisão domiciliar, pois, se retirado o aparelho, não será mais possível que as autoridades confirmem se o ex-presidente permanece em casa. As visitas feitas a Bolsonaro são limitadas e todas precisam da autorização do Ministro Alexandre de Moraes. As únicas pessoas que podem transitar, sair e voltar a qualquer momento são os empregados, sua esposa Michelle Bolsonaro e a filha do casal, Laura, que mora com eles.

Durante a prisão domiciliar, Moraes afirmou que somente advogados e pessoas autorizadas poderiam visitar o ex-presidente, de forma que não façam uso de celulares, não tirem fotos nem gravem imagens.

Visita de Ciro Nogueira

Nesta terça-feira (05), Bolsonaro recebeu a visita de Ciro Nogueira, Senador membro dos progressistas. “Fui autorizado pelo relator, ministro Alexandre, a visitá-lo, seguindo todas as normas e como a imprensa acabou de ver saindo”, relatou o senador.

Outros pedidos de autorização de visitas a Bolsonaro ainda serão analisados pelo relator. As solicitações foram feitas pelos deputados Marcelo Moraes, Sóstenes Cavalcante, Eros Ferreira Biondini, Luciano Zucco e Junio Amaral, todos do PL, além do empresário e amigo pessoal Renato de Araújo Corrêa.

Restrições a Bolsonaro

Ao tomar a decisão da prisão domiciliar, Moraes determinou que somente advogados e pessoas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal podem visitar o ex-presidente, de modo que não descumpram as regras impostas, como uso dos celulares e gravações.

Bolsonaro está proibido de usar o seu celular ou o de qualquer outra pessoa. O relator manteve também o contato com embaixadores e autoridades estrangeiras restrito, restringiu também o suo das redes sociais, tanto pessoal quanto de outros.


Wálter Maierovitch, colunista da UOL, fala sobre motivo da prisão de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Por outro lado, a defesa de Jair Bolsonaro confirmou que irá recorrer contra a ordem de prisão domiciliar, porém ainda não informaram quando.

Bolsonaro se tornou réu em março deste ano, no STF, acusado de liderar tentativa de golpe de Estado, respondendo a cinco crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • E deterioração de patrimônio tombado.

A última etapa deverá ocorrer em setembro, atualmente o processo segue nas fases das alegações finais da defesa.

Oposição ocupa Congresso em protesto contra prisão domiciliar de Bolsonaro

Políticos da oposição, em sua maioria do Partido Liberal (PL) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocuparam as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nesta terça-feira (5) em um protesto contra a prisão domiciliar imposta a Bolsonaro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A ação paralisou os trabalhos legislativos no retorno do recesso, em resposta à decisão judicial que determinou a prisão do ex-presidente por suposto descumprimento de medidas cautelares. Com a ocupação, os parlamentares exigem a votação de pautas como o impeachment de Moraes e uma anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Embate entre o movimento e o STF

A manifestação, que começou na Câmara dos Deputados e se estendeu ao Senado, consistiu na ocupação das cadeiras da Mesa Diretora, impedindo que as sessões fossem abertas. Parlamentares usaram esparadrapos na boca, em um gesto simbólico de “mordaça” e defesa da liberdade de expressão.

O protesto gerou um clima de tensão e bate-boca nos plenários, com parlamentares de esquerda comparando a ação a um “novo 8 de janeiro” e acusando a oposição de tentar desestabilizar o Legislativo.


Base opositora exige solução para “pacificar o Brasil” (Vídeo: reprodução/X/@ALFINETEI)

As principais demandas do protesto, descritas como um “pacote da paz”, são a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, a quem acusam de abuso de autoridade, e a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim do foro privilegiado.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou que a partir de agora é “guerra total” em resposta à escalada da crise entre o Judiciário e o ex-presidente.


Base governista critica ação a favor de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/X/@PTnaCamara)

Consequências políticas

O presidente da Câmara, Hugo Motta, que mudou seus planos de viagem e convocou uma reunião de líderes, teve de cancelar a sessão do dia. O mesmo ocorreu no Senado, com a sessão sendo impedida de abrir. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a anistia como uma forma de “virar a página”, enquanto o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), prometeu pautar a anistia caso assuma a presidência da Casa.

A base governista criticou duramente a obstrução. Parlamentares como o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, argumentaram que a paralisação impede a votação de projetos importantes para o país.

Governo Trump critica prisão domiciliar de Bolsonaro e repudia ação de Moraes

Em publicação no X, o órgão responsável em Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, se posicionou contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta à decisão que impôs a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, proferida nesta segunda-feira (4).

Publicação destaca o direito de fala

Em postagem na plataforma social X, o órgão do governo de Trump declarou Alexandre de Moraes como um violador de direitos humanos”, que faz uso de organizações brasileiras para “silenciar a oposição e ameaçar a democracia”. A publicação foi além e mencionou a restrição e o direito de defesa de Bolsonaro. “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!“, acrescenta a publicação.

O post também faz um alerta aos líderes institucionais que demonstrarem apoio ou colaborarem com o decreto. “Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”, diz o conteúdo.

O conteúdo foi divulgado em português e inglês, o que tornou a mensagem acessível, contribuindo para um entendimento mais amplo por parte de todos. A Embaixada dos EUA no Brasil repostou o post.


Postagem que critica atuação de Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/X/@WHAAsstSecty)

A decisão de Moraes que gerou críticas

Na segunda-feira (4), Alexandre de Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, ordenou a apreensão de celulares e vedou visitas à casa do ex-presidente. No dia 18 de julho, Alexandre de Moraes havia determinado medidas preventivas em desfavor de Bolsonaro, por vestígios de que o ex-presidente estaria impedindo a ação judicial na qual responde como réu por tentativa de golpe de Estado.

As determinações incluíam a utilização obrigatória de tornozeleira eletrônica e a proibição de saída ao anoitecer e nos finais de semana. Bolsonaro também estava impedido de divulgar conteúdos em suas redes sociais, e usar redes de outras pessoas para divulgar suas publicações.

Segundo Moraes, a decisão pela prisão domiciliar foi tomada após Bolsonaro usar as redes sociais de seus aliados e filhos para compartilhar mensagens, desrespeitando as medidas cautelares e dialogando com outras pessoas investigadas.

Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Após despacho divulgado no início da noite desta segunda-feira (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O motivo do decreto se justifica pelo descumprimento de uma medida cautelar imposta pelo ministro, uma vez que Bolsonaro utilizou das redes sociais de terceiros durante a manifestação em seu apoio, ocorrida no último domingo (3).

Decreto de Moraes

Na decisão, divulgada na noite desta segunda-feira, Moraes declara que Bolsonaro divulgou mensagens através dos perfis nas redes sociais de seus três filhos, que são parlamentares. Conforme o despacho realizado pelo ministro do STF, as mensagens possuíam conteúdo que faziam incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal, além do apoio à intervenção estrangeira no Poder Judiciário nacional.

Moraes mencionou uma das publicações, que ocorreu no último domingo, promovida pelo senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro. O ministro afirma que o desrespeito às medidas foi tão notório, que Flávio removeu a postagem posteriormente.

Além de estar proibido de receber visitas em sua casa, Bolsonaro teve um aparelho celular apreendido pela Polícia Federal, após mando de busca ordenado por Moraes.


Apoiadores de Jair Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista (Foto: reprodução/Maira Erlich/Bloomberg/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

No último dia 18 de julho, Alexandre de Moraes havia imposto algumas medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, uma vez que, segundo a interpretação do ministro, o ex-presidente estaria prejudicando o processo de investigação pelo qual ele, e mais sete pessoas, são réus por tentativa de golpe de estado.

Além de passar a utilizar tornozeleira eletrônica, Bolsonaro ficou proibido de deixar a sua residência  à noite e aos finais de semana. Após a imposição das medidas, o ex-presidente também não pôde utilizar-se de suas redes sociais, e nem ter conteúdo veiculado ao seu nome em perfis de terceiros, motivo pelo qual sua prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira.

Ex-presidente Jair Bolsonaro vai ganhar um filme com produção americana

Um filme que contará a história política do ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo desenvolvido nos Estados Unidos e já tem uma previsão para o lançamento, que ocorrerá em 2026. A notícia foi apurada pelo portal do Leo Dias. Nomeado como Dark Horse, o longa será reproduzido totalmente em inglês e garante representar o ex-presidente Brasil como um herói nacional, destacando o seu fortalecimento na política que o encaminhou à conquista nas votações de 2018.

Produção

O longa está sendo criado por Michael Davis e na frente da direção temos Cyrus Nowrasteh. O filme irá reduzir temas polêmicos e controvérsias que definiram a carreira política de Bolsonaro. A sinopse, conforme o portal Leo Dias, caracteriza o ex-capitão do Exército como “um homem corajoso e determinado, impulsionado pela carreira política após a decepção com os rumos do seu amado país”, o enredo promete muitas emoções.


Bolsonaro e o seu filho Flavio (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)

O projeto segue na etapa para a escolha do elenco. Os rumores apontam que vários atores estão sendo avaliados para poder viver os filhos de Jair Bolsonaro, o senador Flávio, vereador Carlos e Eduardo, deputado federal, e também terá a primeira-dama anterior Michelle Bolsonaro. O nome dos candidatos segue em segredo e todos os atores concordaram em assinar um acordo de confidencialidade, uma atitude normal que ocorre frequentemente em famosos projetos internacionais.

Lugar das gravações

As gravações têm previsão para iniciar em outubro, com a localização focada no Brasil e na Argentina. A diretora que escolhera os atores Ricki G. Maslar encara algumas dificuldades para achar atores que tenham o perfil físico condizente e que fale fluentemente inglês com o sotaque brasileiro, esse é um dos requisitos peculiar do roteiro, tornando uma característica prioritária e desejam que se aproxime ao máximo dos personagens.


Jair Messias Bolsonaro (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Um dos momentos que será ressaltado no filme será a exibição do ataque com uma faca que Bolsonaro vivenciou, no período em que ocorreu a campanha eleitoral de 2018, na cidade de Juiz de Fora–MG. O roteiro introduz os desdobramentos do atentado contra o ex-presidente, a melhora médica do então candidato e situações comoventes que a sua família vivenciou ao longo da sua internação.

Moraes diz que vai ignorar sanções aplicadas por Trump

Durante a cerimônia de abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez seu primeiro pronunciamento público após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Em seu discurso, afirmou que a Corte irá ignorar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos e que não se “envergará a ameaças covardes e infrutíferas”.

“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada”, afirmou Moraes.

O ministro também agradeceu o apoio do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes, que o defenderam diante das sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

STF não vai ceder às pressões

Ele prosseguiu afirmando que a Corte continuará cumprindo sua missão constitucional e que, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais ligadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.

“Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras”, disse.

O ministro, relator dos processos contra Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, afirmou que o STF não vai tolerar ameaças. Ele criticou ações de brasileiros “supostamente patriotas” que, segundo ele, agem em benefício de interesses estrangeiros para obstruir a Justiça e arquivar processos criminais. Moraes apontou, ainda, uma tentativa de afastar ministros do STF para favorecer os acusados, o que considera uma continuidade do mesmo “modus operandi” golpista.


Assista a íntegra do discurso de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

Moraes acusa grupos criminosos

No discurso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que uma organização criminosa atua para submeter o STF ao controle de um Estado estrangeiro. Ele comparou esses grupos a milícias e criticou os projetos de anistia em tramitação no Congresso, classificando-os como “inconstitucionais”. Moraes ressaltou ainda que muitas dessas ações foram movidas por “pseudopatriotas” que deixaram o país, numa referência indireta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro.

“Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR [Procuradoria-Geral da República] ou investigados pela PF [Polícia Federal]. Estamos vendo diversas condutas dolosas e conscientes de uma organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de autoridade estrangeira”, afirmou Moraes.

Ele reiterou que o STF, a PGR e a PF não se “vergarão a essas ameaças”. Em outro momento, declarou que a soberania nacional é um dos pilares da República Federativa do Brasil e que jamais pode ser desrespeitada, negociada ou submetida à extorsão.

“O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo a crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista”, disse.

Lei Magnitsky

No início da semana, Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, criada para punir abusos de direitos humanos e corrupção, mas aplicada a ele por motivações políticas. O ministro é o primeiro brasileiro e o primeiro membro de uma Suprema Corte a sofrer essa sanção, que inclui bloqueio de bens e proibição de transações financeiras.

A medida gerou forte reação no governo brasileiro e no Judiciário, com manifestações de apoio de ministros do STF, políticos como Rodrigo Pacheco e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O presidente Lula também repudiou a sanção e tem se reunido com membros do STF para articular uma estratégia de defesa da Corte.