Plenário é liberado após dois dias de ocupação pela oposição
A liberação do local marcou o final de uma das condutas incisivas feita por participantes de um grupo de parlamentares contrários à prisão de Jair Bolsonaro

Na manhã desta quinta-feira (7), os parlamentares de oposição liberaram o plenário do Senado Federal após ocupá-lo por dois dias como forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
De acordo com o líder da oposição na casa, senador Rogério Marinho (PL-RN), eles se retiraram da Mesa do Senado da República para que “os trabalhos pudessem fluir normalmente”, reiterando que às 11h haveria uma sessão virtual, mas que poderia ser presencial se assim quisesse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Segundo Alcolumbre, a reunião ocorreria mesmo que fosse de maneira remota para que o funcionamento da Casa estivesse garantido e que a pauta legislativa não fosse paralisada.
O que diz Marinho
Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (7), o senador pontuou que estavam desobstruindo o plenário e expondo suas posições nas participações dos debates. “Toda oposição participará dos debates que ocorrerão normalmente nas pautas que interessam o Brasil”, disse.
De acordo com ele, a oposição conseguiu obter 41 assinaturas apoiando o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Apesar da obtenção destas assinaturas, a ação é apenas uma maneira da oposição sinalizar que terá quórum para ser aprovado caso Alcolumbre inclua um dos pedidos na pauta contra Moraes.
Entrevista Rogério Marinho (Vídeo: reprodução/youtube/@tvsenado)
Marinho disse também que, agora, o objetivo é debater pautas que interessam a todos, “independente de questão ideológica”. Para ele, os últimos dois dias foram todos com “atitude extraordinária” onde praticamente interditaram e ocuparam as mesas diretoras das duas Casas.
Reconhecendo que o acontecido foi um “gesto excepcional”, ele reiterou que os opositores parlamentares tiveram o apoio muito forte da população brasileira e agradeceu aos que estiveram ao lado deles. “A vida continua e o Brasil vai vencer no final”, completou.
A ocupação
A oposição ocupou tanto o Senado quanto a Câmara após a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro feita por Alexandre de Moraes na última segunda-feira (4).
Deputados e senadores prometeram que a obstrução da pauta do Congresso Nacional seria feita até que houvesse o diálogo entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta sobre os projetos contrários ao STF e a anistia aos condenados pelos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023.