Câmara dos Deputados envia 14 parlamentares à Corregedoria após desordem no plenário
Parlamentares protestaram por dois dias seguidos no plenário após o ministro Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Na última semana, protestos ocorreram na Câmara dos Deputados em decorrência da decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos dias 5 e 6, quatorze parlamentares da direita ocuparam o espaço, protagonizando a desordem no plenário e provocando uma obstrução que interrompeu os trabalhos legislativos durante a semana.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu encaminhar à Corregedoria Parlamentar da Casa representações disciplinares contra os deputados envolvidos no ato. A decisão foi tomada em reunião extraordinária da Mesa Diretora e divulgada pela Secretaria-Geral. Caso a Corregedoria acate as representações, os parlamentares poderão ter seus mandatos suspensos por até seis meses.
A desordem
A ocupação foi motivada pela decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e investigado por obstruir processos. Seus aliados, insatisfeitos com o decreto, reagiram com o protesto na Câmara, ocupando o plenário e, especificamente, a mesa diretora da Casa.
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Ocupação do Plenário (Vídeo/Reprodução/Instagram/@jornalcinforme)
Os deputados envolvidos no ato
No primeiro momento, a Mesa Diretora declarou que todas as representações seriam encaminhadas à Corregedoria, sem especificar quantas. Mais tarde, porém, constatou-se que a queixa do PL contra a deputada Camila Jara (PT-MS) ficou de fora. A acusação, feita por Nikolas Ferreira (PL-MG), alega que ela o teria empurrado enquanto o presidente da Câmara presidia a sessão.
Ao todo, quatorze nomes foram encaminhados à Corregedoria: doze são do PL, um do PP e um do Novo.
O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), vai analisar as representações contra:
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Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido
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Carlos Jordy (PL-RJ)
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Nikolas Ferreira (PL-MG)
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Zucco (PL-RS), líder da minoria
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Allan Garcês (PP-MA)
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Caroline de Toni (PL-SC)
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Marco Feliciano (PL-SP)
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Domingos Sávio (PL-MG)
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Marcel Van Hattem (Novo-RS), líder do partido
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Zé Trovão (PL-SC)
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Bia Kicis (PL-DF)
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Paulo Bilynskyj (PL-SP)
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Marcos Pollon (PL-MS)
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Júlia Zanatta (PL-SC)
A análise da Corregedoria poderá resultar na suspensão de deputados e servirá como termômetro político sobre a tolerância da Casa a atos que impeçam seu funcionamento. O episódio reforça a tensão entre apoiadores de Bolsonaro e as instituições democráticas.