Nego Di e sócio são condenados a mais de 11 anos em regime fechado

A decisão foi tomada nesta terça-feira (10), pela justiça do Rio Grande do Sul; a dupla é acusada por estelionato com estimativa de prejuízos em R$ 5 milhões

11 jun, 2025
Nego Di pousa para | Reprodução/X/@negodioficial
Nego Di pousa para | Reprodução/X/@negodioficial

O ex BBB 21, influenciador digital e humorista Dilson Alves da Silva Neto – Nego Di, junto ao seu sócio, Anderson Boneti, foram sentenciados a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Além disso, sofreram multa por crimes de estelionato por lesar contra 16 vítimas entre 18 de março e 26 de julho de 2021 em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, mas segundo o inquérito policial pode chegar a mais de 370 crimes. A decisão foi tomada nesta terça-feira (10) pela Justiça do Rio Grande do Sul (RS).

A dupla criminosa vendia smartphones, televisores e aparelhos de ar-condicionado na loja virtual “Tadizuera” bem abaixo do preço de mercado. As vítimas não receberam os produtos comprados ou o reembolso dos valores pagos. A polícia estima um prejuízo superior a R$ 5 milhões.

O caso

Nego Di foi preso em 14 de julho de 2024 e ficou mais de quatro meses na Penitenciária Estadual de Canoas, sendo colocado em liberdade provisória em novembro do mesmo ano. Durante a audiência realizada em outubro, o humorista afirmou à juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas e ao Ministerio Público (MP) que planejava pagar as vítimas e resolver a sua situação, destacando ainda que era vítima de seu sócio, Boneti.

Por outro lado, a juíza destaca que o caso foi um “verdadeiro esquema meticulosamente organizado para ludibriar um grande público, auferindo vantagem financeira expressiva, e de lesividade social altíssima, pois focado em pessoas de condição financeira não elevada, em comércio de bens de consumo necessários e que se valeu da credibilidade inconteste de que um dos réus ostentava para retardar a percepção geral de que se tratava de um crime”.

A defesa 

A defesa de Dilson comunicou ao G1 que pretende se manifestar acerca da condenação. Já a advogada de Anderson afirmou que irá recorrer da decisão.


Nego Di e sócio são condenados a 11 anos de prisão por estelionato (Vídeo: reprodução/YouTube/SBTBrasil)

Íntegra da nota da defesa de Boneti:  

“A defesa de Anderson Bonetti informa que irá recorrer da decisão que o manteve em regime fechado sem possibilidade de apelar em liberdade, destacando a violação ao princípio da isonomia. Apenas um dos réus do mesmo processo teve reconhecido o direito de recorrer em liberdade, o que configura, na visão da defesa, tratamento desigual entre partes em situação jurídica semelhante. A defesa também ressalta que a permanência de Bonetti em regime fechado durante o recurso compromete a reparação dos danos às vítimas, já que ele se encontra impossibilitado de exercer sua atividade profissional e, portanto, de reunir recursos financeiros para eventuais indenizações. Manter a prisão, nesse contexto, acaba sendo prejudicial inclusive aos lesados, que ficam privados de qualquer possibilidade concreta de ressarcimento.

Daniela Schneider Couto (OAB/RS 102.466)”

Outro caso com a justiça 

Nego Di, participou do Big Brother Brasil, na edição 2021, como representante do grupo Camarote, sendo o terceiro eliminado do reality com cerca de 98,76% dos votos do público. Antes da condenação, em maio de 2024, ele já havia sofrido sanções judiciais por divulgar fake news em suas redes sociais, incluindo alegações falsas sobre enchentes na região de Canoas. 

Na ocasião, Nego Di declarou que as autoridades estavam impedindo barcos e jet skis de propriedade particular de efetuar operações de resgate na área de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, justificando a restrição pela ausência de habilitação dos condutores. Além disso, divulgou imagens de corpos boiando que não estavam relacionados à tragédia em questão, incluindo uma de uma inundação ocorrida no Rio de Janeiro. A decisão do Tribunal de Justiça (TJ), o obrigou a apagar as publicações e o proibiu de fazer afirmações semelhantes sob multa de aproximadamente R$ 100 mil.

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