Queimadas históricas que vão além de causas “naturais”

Níveis de queimadas nunca vistos antes possui causas que vão além da seca extrema enfrentada pelo país

21 set, 2024

Nesta temporada de seca extrema, as queimadas por todo o país têm alcançado níveis históricos, fazendo com o que o mundo, se virasse para nós. Fato como o ocorrido na última semana, onde uma cortina de fumaça encobriu boa parte das capitais brasileiras, sendo vista, inclusive, por satélite (DSCOVR) da Nasa.  

Seca recorde e seus efeitos

Essa alarmante situação vivenciada pelos brasileiros assuntou muita gente, que além de todos os malefícios já conhecidos para a saúde, ainda tiveram que lidar com o fenômeno da chuva preta. Fenômeno gerado pelo encontro das partículas grossas de fumaça com as nuvens de chuva, o que resulta no escurecimento da água. Os principais afetados por esse fenômeno ambiental foram os moradores dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.


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Seca extrema compromete vida de milhares de animais (Fonte: reprodução/Aizar RALDES/Getty Images Embed)


De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a seca recorde, que atinge 58%, concentra-se principalmente nos biomas do Pantanal, Cerrado e o Amazônico e naturalmente favorece os focos de incêndio. Recentemente em um debate no senado, a responsável pela pasta de meio ambiente, a Ministra Marina Silva salientou que a “a combinação de temperaturas altas, a baixa precipitação e um processo interno de evapotranspiração criam um ciclo vicioso, o que torna o bioma mais seco e sensível aos efeitos do fogo”.

Fogo que nem sempre é “natural”

Mesmo com um ambiente favorável à sua propagação, as queimadas vistas e noticiadas em todo o mundo não se restringem às causas naturais. Ao olharmos para a região amazônica, por exemplo, logo podemos observar que devido as características de seu bioma, que é mais úmido, o fogo “natural” enfrentaria grandes dificuldades em tonar-se de grandes proporções como os vistos atualmente.


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Incêndio Florestal ( Foto: reprodução/Carl de Souza/Getty Images Embed)


Temos ainda as questões apontadas pelo delegado da Polícia Federal Humberto Freire em uma recente entrevista ao canal Globo News. Freire salienta a atividade humana como principal gerador dessas queimadas históricas no país, ao afirmar que muitos incêndios começaram simultaneamente e que há indícios de que ocorreram ações coordenadas, ponto este que está sendo investigado.

Tanto os governos estaduais quanto o federal vêm tentando controlar essa crise ambiental. Nesta última quinta-feira (17), em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Flávio Dino estabeleceu algumas diretrizes a serem tomadas pelos 10 maiores estados afetados. Os respectivos governantes deverão providenciar um minucioso relatório da situação enfrentada e também observar as suas possíveis causas. O ministro autorizou ainda a emissão de créditos que não impactarão as metas fiscais, ou seja, permitirão a entrada de recursos financeiros sem impactar os balanços dos estados beneficiados.

Foto Destaque:  Incêndio Florestal na Amazônia (reprodução/AFP/Lourival Izaque/Getty Images Embed)

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