Incriminado pela polícia Federal, Jair Bolsonaro parte para o ataque a Ministro
Ex-presidente consta do relatório de indiciamento da polícia Federal entregue a Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal

Jair Messias Bolsonaro, agora indiciado no inquérito que vai apurar crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, se pronunciou em entrevista ao portal “Metrópoles” nesta quinta-feira (21) preferindo atacar o ministro do STF, confirmando sua opinião logo em seguida, em seu perfil em rede social.
O ex-presidente afirmou que Alexandre de Moraes manipula os depoimentos, conduz sozinho todo e qualquer inquérito e, não satisfeito, prende sem apresentar denúncia. Tudo isso porque conta com uma assessoria criativa demais, o que permite fazer tudo o que a lei não estipula.
Entrevista com o ex-presidente
Mais adiante, na entrevista, Bolsonaro afirmou que vai esperar orientações do seu advogado para fazer mais comentários sobre a indiciação. Como o conteúdo do indiciamento continua sob sigilo, Bolsonaro declarou que precisa saber qual o teor da denúncia que consta contra ele no documento, e por isso contará com as orientações de seu advogado. Somente após ter esclarecimentos é que poderá tecer outros comentários a respeito, uma vez que tudo passará antes pela Procuradoria-Geral da República, onde, segundo ele, existe um colegiado especialmente criado para incriminá-lo.
Alexandre de Moraes participa de sessão plenária do STF (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)
Relatório da PF
Segundo o divulgado à mídia, também constam na indiciação os nomes do general Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil do Brasil, de 2020 a 2021, e ministro da Defesa, de 2021 a 2022; Alexandre Ramagem, que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência no governo Bolsonaro; Mauro Cid e outras 33 pessoas.
O indiciamento é parte integrante do inquérito que investiga a tentativa de manter Bolsonaro no poder, mesmo sendo derrotado por Luis Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A PF mantém essa investigação desde o início do ano passado, quando surgiram iniciativas de desestabilização, após Lula ter tomado posse.
O passo seguinte agora é com o relator, ministro Moraes, que analisará o material e vai enviá-lo posteriormente para a Procuradoria-Geral da República, que então decidirá se o caso requer denúncias contra os pronunciados na documentação. O STF, acatando o parecer favorável às denúncias, tornará réus os investigados.
Foto destaque: ex-presidente Jair Bolsonaro se indignou com indiciamento (reprodução/Andressa Anholete/Getty Images Embed)