Na noite desta quarta-feira(15), o Senado do Uruguai aprovou por ampla maioria o projeto de lei que legaliza a eutanásia no país. Ao todo, o projeto teve 20 votos dos 31 possíveis para a aprovação.
A aprovação no Senado acompanha a Câmara dos Deputados que também aprovou por ampla maioria a descriminalização da morte assistida com 64 votos favoráveis.
Projeto permite eutanásia a pedido do paciente
Segundo o projeto de lei, adultos mentalmente competentes que sofrem de doenças terminais, incuráveis ou degenerativas podem pedir de forma expressa a morte assistida, sem contar com a interferência de familiares ou terceiros na decisão.
O projeto ainda prevê que em caso de discordância entre dois médicos sobre o caso, uma junta médica pode tomar a decisão de conceder ou não a morte assistida mediante o caso de cada paciente.
🇺🇾 Uruguai se torna o primeiro país da América Latina a legalizar por lei a eutanásia, após aprovação no Senado.
Procedimento é permitido em outros países da AL, como Colômbia e Cuba, mas sem uma lei específica. Já no Equador, a autorização da Suprema Corte em um caso abriu… pic.twitter.com/eE0RhEztYB
— Eixo Político (@eixopolitico) October 16, 2025
Momento da aprovação da lei de eutanásia no Senado Uruguaio (Vídeo: reprodução/X/@eixopolitico)
Caso o presidente Yamandú Orsi sancione o projeto de lei, o Uruguai irá se tornar o quarto país da América Latina a permitir a eutanásia em seu território e será o primeiro país latino a ter uma regulamentação sobre o tema, já que Colômbia, Equador e Cuba aprovaram a morte assistida, mas sem uma legislação específica. Outros países como Canadá, Espanha e Nova Zelândia já garantem a morte assistida em lei.
Além disso, a decisão destaca novamente o pioneirismo uruguaio em temas sociais e polêmicos no país. No país já são legalizados o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto e o uso recreativo da maconha.
Discussão por eutanásia ganhou forma em 2019
As discussões sobre a descriminalização da morte assistida no Uruguai começaram em 2019 após Fernando Sureda, ex-presidente da Associação Uruguaia de Futebol, ser diagnosticado com Esclerosa Lateral Amiotrófica, que compromete os neurônios motores e leva a perda gradual da fala, da locomoção, da capacidade de engolir e até de respirar.
Na ocasião, Sureda defendeu publicamente seu direito de morrer e afirmou que queria passar pela morte assistida e escolher o momento de sua morte e se quer passar ou não pelo sofrimento da doença.
Desde então, o tema tem avançado politicamente no país e tem tido discussões acaloradas com argumentos contrários ou favoráveis a eutanásia.
