Senado do Uruguai aprova projeto que legaliza a Eutanásia

Na noite desta quarta-feira(15), o Senado do Uruguai aprovou por ampla maioria o projeto de lei que legaliza a eutanásia no país. Ao todo, o projeto teve 20 votos dos 31 possíveis para a aprovação.

A aprovação no Senado acompanha a Câmara dos Deputados que também aprovou por ampla maioria a descriminalização da morte assistida com 64 votos favoráveis.

Projeto permite eutanásia a pedido do paciente

Segundo o projeto de lei, adultos mentalmente competentes que sofrem de doenças terminais, incuráveis ou degenerativas podem pedir de forma expressa a morte assistida, sem contar com a interferência de familiares ou terceiros na decisão.

O projeto ainda prevê que em caso de discordância entre dois médicos sobre o caso, uma junta médica pode tomar a decisão de conceder ou não a morte assistida mediante o caso de cada paciente.


Momento da aprovação da lei de eutanásia no Senado Uruguaio (Vídeo: reprodução/X/@eixopolitico)

Caso o presidente Yamandú Orsi sancione o projeto de lei, o Uruguai irá se tornar o quarto país da América Latina a permitir a eutanásia em seu território e será o primeiro país latino a ter uma regulamentação sobre o tema, já que Colômbia, Equador e Cuba aprovaram a morte assistida, mas sem uma legislação específica. Outros países como Canadá, Espanha e Nova Zelândia já garantem a morte assistida em lei.

Além disso, a decisão destaca novamente o pioneirismo uruguaio em temas sociais e polêmicos no país. No país já são legalizados o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto e o uso recreativo da maconha.

Discussão por eutanásia ganhou forma em 2019

As discussões sobre a descriminalização da morte assistida no Uruguai começaram em 2019 após Fernando Sureda, ex-presidente da Associação Uruguaia de Futebol, ser diagnosticado com Esclerosa Lateral Amiotrófica, que compromete os neurônios motores e leva a perda gradual da fala, da locomoção, da capacidade de engolir e até de respirar.

Na ocasião, Sureda defendeu publicamente seu direito de morrer e afirmou que queria passar pela morte assistida e escolher o momento de sua morte e se quer passar ou não pelo sofrimento da doença.

Desde então, o tema tem avançado politicamente no país e tem tido discussões acaloradas com argumentos contrários ou favoráveis a eutanásia. 

Maduro critica autorização de Trump a operações secretas na Venezuela

Na noite desta quarta-feira(15), o presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas a autorização do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a CIA para operações secretas no país sulamericano.

As críticas foram feitas em um discurso realizado na Venezuela, mas sem mencionar diretamente a outorga de Trump, a qual chamou de golpe de Estado da CIA.

Maduro criticou oposição fora do país

Durante o discurso, Maduro criticou a oposição, a qual chamou de covarde por não estar no país e por segundo ele pedir os Estados Unidos para bombardear ou atacar militarmente um país onde reside uma população nobre cujo objetivo é trabalhar e viver em paz.

Maduro ainda relembrou campanhas militares da CIA no Afeganistão, Iraque e Líbia, chamando de guerras eternas e fracassadas. Além disso, classificou as ameaças dos Estados Unidos como guerra psicológica.


Trecho do discurso de Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/X/@somoscorta)

Outro agente do governo venezuelano que se pronunciou sobre a autorização de Trump foi o Ministério de Relações Exteriores, que classificou a declaração do presidente estadunidense como belicista e extravagante e que as políticas adotadas são de ameaça, assédio e agressão. Na nota, o governo venezuelano afirma que os EUA querem tirar Maduro do poder e também admite pela primeira vez que o objetivo da operação é os Estados Unidos se apropriarem das reservas petrolíferas venezuelanas, de onde os EUA compram petróleo desde o início da guerra russo-ucraniana.

Operação já era analisada desde setembro

De acordo com a imprensa estadunidense, uma operação que incluia ataques na Venezuela já eram discutidas pela Casa Branca desde setembro em busca de tirar Nicolás Maduro da presidência da Venezuela e combater cartéis de drogas que supostamente estariam presentes no país.

O próprio Maduro é acusado pelos Estados Unidos de liderar um cartel de drogas chamado Cartel de los Soles, o que o presidente venezuelano nega veementemente, mas o torna alvo legítimo para o governo estadunidense que considera o cartel como organização terrorista.

Em agosto, Trump já tinha anunciado o envio de embarcações e aeronaves militares para o Caribe em uma área próxima à Costa venezuelana. Além disso, foi anunciada uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.

EUA tem bombardeado navios no Caribe

Os Estados Unidos estão desde setembro bombardeando embarcações no Mar do Caribe com a alegação de serem embarcações pertencentes ao tráfico de drogas. No ataque mais recente, seis pessoas foram mortas em Águas Internacionais, o que é considerada uma violação dos direitos internacionais.

O governo da Venezuela pede investigação a órgãos internacionais e países estrangeiros, afirmando que os EUA estão bombardeando pescadores na Costa venezuelana.

Órgãos internacionais criticam a operação, afirmando que vai contra as leis nacionais tanto por se tratarem de execuções sumárias como pelos ataques serem feitos em Águas Internacionais.

A pauta é discutida no Conselho de Segurança da ONU, que vê com preocupação um novo conflito no Mundo, desta vez na América Latina, que é um continente que tem registrado poucos conflitos nos últimos anos.

Trump autoriza ações secretas da CIA contra Venezuela

O jornal americano “The New York Times” divulgou nesta quarta (15) que o governo de Donald Trump autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA) faça operações secretas contra a Venezuela visando tirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.  No mês passado, a imprensa americana também havia informado que o governo americano estava avaliando uma operação militar com alvo a possíveis estruturas ligadas a cartéis de drogas, podendo resultar em ataques à Venezuela.

Essa ação da Cia representa mais uma investida contra o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo que recentemente o governo americano classificou como organização terrorista internacional envolvida no tráfico de drogas. 

A carta-branca de Trump

Segundo o “The New York Times” essas ações podem incluir operações letais. O alvo seria o governo venezuelano, principalmente Maduro, porém, não está claro se a CIA já planejou ou quando essa operação pode ocorrer. 

Trump confirmou que autorizou as operações porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. Mas preferiu não responder quando jornalistas perguntaram se ele tinha conferido autoridade aos agentes da CIA para eliminar o presidente venezuelano. 

A relação entre EUA e Venezuela nos últimos meses tem ficado cada vez mais tensa e preocupante. Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$50 milhões para informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, quem eles consideram um fugitivo. E logo após, o governo americano enviou navios e aeronaves militares para uma área próxima à costa da Venezuela, no Caribe. 

O jornal também afirmou que dificilmente se tornam públicas as ações secretas da CIA, que alguns integrantes do Congresso podem ser informados, mas são proibidos de dar qualquer detalhe. Uma das exceções mais conhecidas foi a operação que ocasionou a morte do terrorista Osama Bin Laden, responsável pelo ataque do 11 de setembro. No entanto, só foi anunciada após a conclusão da ação. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Mattey/Getty Images Embed)

Os ataques

Desde setembro, os Estados Unidos bombardeiam barcos que eles dizem ser de organizações narco terroristas envolvidas com o transporte de drogas para o país norte-americano. 27 pessoas morreram. O mais recente foi na última terça (14), militares atingiram, em águas internacionais, um barco próximo à costa da Venezuela, o ataque matou 6 pessoas, segundo Trump. 

Especialistas dizem que o aparato militar levado ao Caribe pelos EUA é incompatível com uma operação militar contra o tráfico de drogas. Pelo menos 7 navios foram enviados, incluindo um esquadrão anfíbio, um submarino nuclear e aviões espiões P-8 sobrevoam a região, em águas internacionais, além de 4.500 militares. 

A Casa Branca não comenta claramente quais são os objetivos militares dessa operação, mas Trump, apesar de recusar a falar se ordenará ou não um ataque contra Venezuela, deixou claro que autorizou aos militares irem contra caças venezuelanos que ofereçam risco aos Estados Unidos. 

Já na Venezuela, está sendo criada uma mobilização com militares e milicianos para defender o país caso haja um ataque. Civis também estão sendo treinados. 

A comunidade internacional tem criticado fortemente as operações. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por ser um caso de “execuções extrajudiciais ilegais”. Já o Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião na última sexta (10), levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento e com a possível escalada militar. 

O governo venezuelano pediu para a comunidade internacional investigar os ataques e afirmou, contrariam as falas do governo americano, que as vítimas eram pescadores.

ONU confirma recorde histórico de CO₂ na atmosfera

A concentração de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera atingiu em 2024 o maior nível desde o início das medições modernas, segundo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU. O aumento de 3,5 partes por milhão (ppm) entre 2023 e 2024 representa o crescimento mais rápido já registrado, e acende um alerta global às vésperas da Conferência do Clima (COP 30), que será realizada em Belém, no Brasil.

De acordo com a OMM, o avanço do CO₂ está diretamente ligado às atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Incêndios florestais intensos, aliados à menor capacidade de absorção de carbono por oceanos e florestas, também contribuíram para o aumento recorde. O órgão destaca que cerca de metade do dióxido de carbono emitido anualmente permanece na atmosfera, o que intensifica o aquecimento global e suas consequências.

Calor crescente e efeito dominó climático

Além do CO₂, outros gases do efeito estufa, como o metano (CH₄) e o óxido nitroso (N₂O), também alcançaram níveis inéditos. A ONU alerta que o calor retido por esses gases amplifica fenômenos climáticos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor, enchentes e queimadas. O ano de 2024 foi o mais quente da história, impulsionado por um forte El Niño.


Charge ilustrando o aquecimento global (Foto: reprodução/Pinterest/@edugeo360graus)

A secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett, destacou que “o calor retido pelo CO₂ e outros gases de efeito estufa amplifica as condições climáticas e intensifica os fenômenos meteorológicos extremos. Portanto, é fundamental reduzir as emissões, não apenas pelo nosso clima, mas também para a nossa segurança econômica e o bem-estar da população”.

A agência também alerta que os sumidouros de carbono — florestas e oceanos que absorvem parte do CO₂ — estão se tornando menos eficientes. A cientista sênior da OMM, Oksana Tarasova, explicou que “há uma preocupação de que esses sumidouros estejam se tornando menos eficazes, o que aumentará a quantidade de CO₂ que permanece na atmosfera, acelerando o aquecimento global”.

COP 30 busca frear avanço

Diante do cenário, a OMM reforça que o monitoramento contínuo e o compartilhamento de dados são essenciais para embasar políticas públicas e decisões globais. O relatório foi divulgado justamente para orientar as discussões da COP 30, que pretende intensificar a ação climática e cobrar compromissos concretos de redução de emissões.

Para Barrett, “manter e expandir o monitoramento de gases de efeito estufa é fundamental para apoiar esses esforços”. A ONU destaca que, sem medidas urgentes, os impactos ambientais e econômicos podem se tornar irreversíveis, comprometendo o equilíbrio climático e a qualidade de vida das próximas gerações.

Medicina lidera o rank da FUVEST 2026

A Fuvest divulgou a escolha de cursos para o vestibular 2026, confirmando mais uma vez a força da área da saúde. O curso de Medicina segue como o mais concorrido da Universidade de São Paulo (USP), alcançando 55,75% das inscrições na primeira opção e 32,33% na segunda, com uma concorrência recorde de 90,7 candidatos por vaga.

Já o curso de Psicologia aparece em segundo lugar entre os cursos mais procurados, com 10,32% dos inscritos em primeira opção e 17,53% em segunda, mostrando o crescente interesse dos estudantes pelas áreas que envolvem o cuidado e o comportamento humano. Essa grande procura cresceu a partir da pandemia, trazendo um entendimento sobre a vida humana e seu comportamento e consequentemente um olhar mais acentuado para a humanidade.

Tendências entre os candidatos da FUVEST 2026

A lista de cursos mais buscados mostra que os estudantes continuam priorizando formações ligadas à saúde e às ciências humanas. Além de Medicina e Psicologia, também há destaque para áreas voltadas ao bem-estar e à compreensão do ser humano. Essa preferência reforça a valorização de profissões que oferecem contato direto com pessoas e a possibilidade de atuação social significativa.

Por outro lado, a menor procura por cursos de áreas técnicas e exatas mostra que o perfil do vestibulando atual tem se voltado para o desenvolvimento pessoal e interpessoal, buscando carreiras em que o diálogo, o cuidado e a empatia sejam centrais.


Vagas mais procuradas pelos estudantes (Foto: reprodução/Instagram/@fuvest.oficial)

O que revelam os números da FUVEST 2026

Os dados da Fuvest reforçam uma tendência que vem se repetindo nos últimos anos pós-pandemia: os estudantes estão mais atentos à realização pessoal e ao propósito profissional. A escolha por Medicina e Psicologia reflete não apenas o prestígio das carreiras, mas também o desejo de contribuir com a saúde física e mental da sociedade. Em um cenário de mudanças sociais e emocionais, o interesse crescente por essas áreas mostra que o futuro profissional dos jovens está cada vez mais ligado à empatia e ao compromisso com o outro.

Trump reforça laços com Milei e cita Brasil em conversa sobre América do Sul

O presidente argentino Javier Milei divulgou nesta terça-feira (14) imagens de seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Nas fotos, os dois aparecem sorridentes no Salão Oval, e Milei compartilhou também um bilhete escrito à mão por Trump, no qual o republicano o chama de “amigo” e o elogia como um “grande presidente”.

A publicação foi feita na rede social X, onde Milei escreveu as siglas MAGA (Make America Great Again, o lema de campanha de Trump) e VLLC (¡Viva la libertad, carajo!, seu próprio slogan político).  O gesto reforça a sintonia ideológica entre ambos, marcada por discursos liberais e nacionalistas.

A aproximação entre os líderes acontece em um momento em que Milei busca apoio político e econômico internacional, especialmente dos Estados Unidos, para enfrentar a grave crise econômica argentina. O encontro foi visto como um sinal de prestígio para o governo argentino e de fortalecimento de laços entre os dois países.

Trump cita Lula e destaca papel do Brasil no continente

Durante o encontro com Milei, Trump aproveitou para comentar sobre o Brasil e sua recente conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas Nações Unidas. Segundo o republicano, a conversa com Lula foi “muito boa”, apesar das diferenças políticas entre ambos. “Eu o encontrei nas Nações Unidas antes de subir para discursar”, afirmou Trump, mencionando o brasileiro como um exemplo de diálogo regional.

A menção ao Brasil chama atenção porque Lula e Milei mantêm uma relação distante, marcada por divergências ideológicas e pela ausência de encontros oficiais. Ainda assim, Trump destacou o papel do país como uma potência regional que pode contribuir para a estabilidade da América do Sul.


Confira o encontro de Javier Milei e Donald Trump na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@cnnpolitica)

Ao abordar o tema, Trump ressaltou que os países sul-americanos estão se aproximando dos Estados Unidos e que o fortalecimento das economias locais pode beneficiar todo o continente. “Se a Argentina for bem, outros vão seguir o exemplo”, declarou, sugerindo que o sucesso econômico argentino pode impulsionar uma nova fase de cooperação continental.

Aliança simbólica e interesses estratégicos na América do Sul

A reunião entre Trump e Milei, além de simbolizar afinidade pessoal e ideológica, reflete também um movimento estratégico de ambos os líderes. Para o argentino, o encontro representa a chance de fortalecer a confiança dos mercados e buscar apoio financeiro em Washington, enquanto tenta equilibrar o corte de gastos e o desafio da inflação persistente em seu país.

Já para o americano, o gesto de apoio a Milei reforça sua imagem de liderança influente nas Américas, em um momento em que o republicano busca ampliar sua projeção internacional durante o novo mandato. A aproximação também sinaliza o interesse dos Estados Unidos em conter a influência de outros atores globais, como a China, sobre a economia sul-americana.

O bilhete divulgado por Milei, “Javier, você é um grande presidente. Eu sou seu amigo”, resume o tom simbólico do encontro. Embora não tenha sido anunciada nenhuma parceria formal, o gesto diplomático reforça o alinhamento entre os governos e marca mais um capítulo na relação entre Washington e Buenos Aires.

Lula avalia indicação “firme e moderada” ao STF após conselho de ministros

Durante um jantar reservado no Palácio da Alvorada, na noite de terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouviu de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido direto: que escolha um nome “firme” e “moderado” para ocupar a vaga que será deixada por Luís Roberto Barroso. A conversa, segundo fontes próximas ao encontro, foi marcada por um tom de aconselhamento e pela preocupação com a estabilidade institucional do país.

Participaram do jantar os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O grupo, que mantém interlocução frequente com o Planalto, reforçou a importância de um perfil capaz de preservar o diálogo entre os Poderes e conter tensões políticas.

Jorge Messias e Pacheco são citados nos bastidores

Entre os nomes que mais agradam ao entorno do presidente está o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado um aliado leal e técnico de perfil discreto. Messias tem se destacado pela atuação institucional à frente da AGU e é visto como o favorito de Lula. No entanto, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também aparece como opção viável, sobretudo por contar com boa receptividade dentro da própria Suprema Corte.

Os ministros do STF presentes no encontro destacaram a necessidade de uma escolha que reforce a imagem de estabilidade e não aprofunde divisões políticas. A avaliação é de que a vaga aberta por Barroso, atual presidente do Supremo, oferece a oportunidade de reafirmar o equilíbrio entre o Executivo e o Judiciário.


Confira depoimento do Presidente sobre suas indicações (Vídeo: reprodução/Instagram/@cnnpolitica)

Fontes próximas ao Planalto afirmam que Lula avalia cuidadosamente o impacto político da decisão, levando em conta tanto o apoio no Senado, responsável pela sabatina, quanto a repercussão pública de sua escolha.

Decisão deve sair até a próxima semana

A expectativa é de que Lula anuncie o nome do novo ministro até a próxima semana. Antes, ele pretende se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir o trâmite da sabatina e assegurar o apoio da base aliada. O objetivo é que o processo ocorra ainda em novembro, evitando que a indicação se arraste para o fim do ano legislativo.

Nos bastidores, auxiliares próximos ao presidente afirmam que Lula quer transmitir uma mensagem de confiança e estabilidade institucional com sua escolha. O Planalto avalia que a indicação ao STF pode consolidar a imagem de um governo comprometido com o diálogo e o respeito entre os Poderes.

Com a saída de Barroso, que encerra seu mandato na presidência do Supremo em breve, o governo entende que o novo ministro terá papel central na definição dos rumos do tribunal nos próximos anos. Por isso, Lula tem adotado cautela, buscando um equilíbrio entre afinidade política e responsabilidade institucional — exatamente o tom pedido pelos ministros que o aconselharam.

Apagão nacional: ONS terá 30 dias para concluir relatório sobre causas

O Brasil viveu um apagão de grandes proporções na madrugada desta terça-feira (14), afetando 24 estados e o Distrito Federal, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que irá concluir em até 30 dias o relatório técnico que investigará as causas do blecaute. Em reunião com o ministro Alexandre Silveira, da Ministério de Minas e Energia (MME), foi definido que o documento — denominado Relatório de Análise de Perturbação (RAP) — vai apontar os fatores que levaram ao apagão, o impacto sobre o sistema e as correções necessárias para evitar repetição.

Impacto imediato e região mais afetada

O incidente foi desencadeado por um incêndio em um reator da subestação de Bateias, no Paraná, que apagou parte da linha de transmissão de 500 kV e desconectou a região Sul do restante do país. O desligamento controlado de cerca de 10 GW de carga foi necessário para evitar que o efeito se propagasse, segundo o ONS. São Paulo foi o estado mais atingido em termos de volume, com interrupção de aproximadamente 2,6 GW, seguido por Minas Gerais (1,2 GW) e Rio de Janeiro (900 MW). Apesar da complexidade, o sistema conseguiu restabelecer a maior parte da energia em menos de uma hora nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste; a recuperação total demorou até cerca de duas horas.


Fiação elétrica (Foto: reprodução/Europa Press News/Getty Images Embed)

Investigação em curso e consequências para o setor elétrico

O RAP exigido pelo ONS e pelo MME servirá não apenas para identificar o que ocasionou o apagão, mas também para recomendar ações estruturais que fortaleçam o sistema elétrico nacional. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi acionada para fiscalizar o caso, e equipes técnicas foram enviadas à subestação de Bateias para realizar inspeções detalhadas. O episódio evidencia que, embora o sistema elétrico brasileiro tenha demonstrado agilidade na recuperação, ele ainda apresenta vulnerabilidades que precisam ser enfrentadas.

Especialistas destacam que a falta de investimentos em manutenção, a sobrecarga das linhas de transmissão e o envelhecimento da infraestrutura tornam o sistema mais suscetível a falhas em larga escala. Além disso, o relatório poderá indicar se há necessidade de atualização tecnológica e protocolos mais rígidos de segurança, especialmente diante do aumento no consumo de energia e da dependência crescente de fontes interligadas. O governo pretende usar as conclusões para revisar políticas energéticas e garantir maior estabilidade ao abastecimento nacional.

Trump diz que ajuda a argentina depende do resultado das eleições

Donald Trump comentou que a ajuda financeira para Argentina vai depender do resultado das eleições no país no próximo dia 26 de outubro. Ele afirmou que apoia Milei e que sua filosofia está correta e que confia em sua vitória, mas caso Milei tenha uma derrota, ele estará fora. E que o futuro político de Milei e o apoio dos EUA à economia argentina estão ligados.

O presidente dos Estados Unidos afirmou que “se Milei não ganhar, não seremos generosos”.

Scott Bessent, secretário do tesouro norte-americano, afirmou que Milei é a melhor chance de sucesso para a Argentina, que ele representa esperança para o povo argentino. Ele também comentou que o país sul-americano era um dos países mais ricos do mundo e passaram a ser uma dívida enorme, mas que com a ajuda dos EUA e políticas fortes, a Argentina pode se tornar grande novamente.

Corrida eleitoral na Argentina

As eleições legislativas na Argentina serão dia 26 de outubro, e para o futuro do governo de Milei será essencial ganhar esse apoio.

Nessas eleições será renovado um terço da Câmara e metade do Senado. O grande desafio de Milei será conseguir pelo menos um terço de todas as cadeiras do parlamento, formando o que os analistas locais chamam de “escudo legislativo”.

Caso consiga, Milei terá como impedir que seus vetos presidenciais sejam derrubados e poderá avançar com as reformas trabalhistas e tributárias, que foram prometidas em sua campanha eleitoral.

Trump disse que os números que Milei nas pesquisas são bons e que ela acha que vai melhorar. Porém, essa fala do presidente dos EUA contraria as principais pesquisas que circulam na Argentina. Elas antecipam um resultado negativo para Milei nas principais províncias como Buenos Aires, onde estão cerca de um terço do eleitorado nacional, Córdoba, Santa Fe e Entre Rios.

Fontes do governo argentino dizem que Trump se confundiu e pensou que as eleições no país seriam presidenciais e não legislativas. Mas essa declaração perde força quando fontes dizem que um dos principais pedidos do governo americano aos argentinos é garantir a governabilidade de Milei no país.


Milei e Trump em reunião na Casa Branca (Foto: reprodução /Kevin Dietsch/Getty Images Embed)

Resposta de Milei

O presidente argentino agradeceu o apoio recebido pela Casa Branca e disse que essa ajuda é necessária por conta da crise cambial que ele considera um “ataque político” de seus opositores. Ele e seu ministro da economia, Luis “Toto” Caputo, acusaram a oposição do governo de ter tentado dar um golpe de mercado para obrigar a desvalorização do peso argentino, obrigando o Banco Central da República Argentina (BCRA) e o tesouro nacional a fazerem intervenções permanentes.

O encontro deixou várias dúvidas, não foi informado quando nem como será implantada a ajuda ao país sul-americano, podendo gerar uma nova corrida cambial, principalmente após as eleições do dia 26. Sem essa ajuda externa, a Argentina não terá recursos para cobrir suas necessidades financeiras nos próximos meses.

Trump cita boa relação com Lula durante encontro com Milei

Durante o encontro de Donald Trump com o presidente da Argentina, Javier Milei, para discutir a ajuda financeira que a Argentina irá receber dos EUA, o presidente americano, depois do almoço, conversou com jornalistas e comentou sobre a relação dos países da América do Sul com os EUA. Trump citou que os países da América do Sul estão se aproximando do pais norte-americano, e, logo após, citou como exemplo seu encontro com Lula nas Nações Unidas. Trump, ainda acrescentou que a conversa, apesar de rápida, foi boa. Lula e Milei são grandes adversários políticos. 

Donald Trump, por outro lado, criticou o BRICS, grupo econômico formado por vários países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e afirmou que o bloco representa uma tentativa de enfraquecer o domínio do dólar no comércio global e que não vê problema em colocar tarifas sobre todos os produtos que entrarem nos Estados Unidos. 

Relação Brasil X EUA 

Lula e Trump conversaram durante 30 minutos por telefone no dia 6 de outubro, o tema do telefonema foi a economia e as tarifas de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros. 

O Governo brasileiro afirmou que Lula pediu a Trump para rever as tarifas e as sanções impostas às autoridades brasileiras em consequência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump, no mesmo dia da ligação, falou que pretende visitar o Brasil em breve, chamou Lula de “homem bom” e disse que os dois irão fechar acordos comerciais. 

O tom do telefonema foi completamente o oposto do que se estava sendo usando em meio a recente crise entre os dois países, após o anúncio da taxação de produtos brasileiros. Trump criticou o Brasil pelo que ele chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro. Lula respondeu que o presidente dos Estados Unidos queria ser o “imperador do mundo” e criticou as sanções aplicadas ao país, nomeando elas como um ataque à soberania. 

O ponto de mudança dessa relação foi o breve encontro entre os dois presidentes na Assembleia da ONU, em setembro. Espera-se que eles se encontrem presencialmente em breve. 


Donald Trump e Javier Milei após reunião na Casa Branca (Foto: reprodução/ Kevin Dietsch/ Getty Images Embed)

Ajuda à Argentina

A reunião desta terça-feira na Casa Branca, ocorreu uma semana após os Estados Unidos concordarem com a ajuda financeira à Argentina de US$20 bilhões. Segundo Scott Bessent, secretário do tesouro dos EUA, o apoio ao país argentino virá por um acordo de swap cambial com o banco central argentino. Esse movimento é visto como atípico, mas a Casa Branca afirma que faz parte de um acordo estratégico para estabilizar um aliado-chave na América do Sul. 

Trump citou que os EUA não precisam ajudar os países  da América do Sul, mas escolheu fazer porque considera importante para o continente e ainda acrescentou que “se a Argentina for bem, os outros países vão seguir o exemplo”.

Apesar das críticas vinda dos agricultores americanos, Trump comentou que não descarta a possibilidade de um acordo de livre comércio com a Argentina.