Papa Leão XIV e Rei Charles III rezam junto após ruptura religiosa de 500 anos

Na manhã desta quinta-feira(23), o Papa Leão XIV recebeu o Rei Charles III da Grã-Bretanha para um momento de oração ecumênica realizada na Capela Sistina no Vaticano, sendo o primeiro em 500 anos.

O próprio Rei Charles já esteve presente no Vaticano anteriormente para acompanhar a cerimônia de canonização de um bispo católico inglês. Em 1961, a rainha Elizabeth II também esteve presente no Vaticano, se tornando a primeira monarca a visitar o Papa desde o cisma.

Liturgia contou com textos de ambas as fés

A liturgia deu o tom do encontro histórico entre os líderes da Igreja Católica e da Igreja Anglicana com a presença do coro da Capela Sistina e da Capela de St. George do Castelo de Windsor, convidados da Família Real Britânica. Além do coro, representantes católicos e anglicanos entraram juntos para a celebração e participaram lado a lado do rito.

O repertório escolhido para a celebração ecumênica contou com um hino escrito por Santo Ambrósio traduzido por São John Neumann, um santo britânico que em uma parte da sua vida foi anglicano e em outra que durou até o fim de sua católico. O teólogo foi canonizado pelo Papa Francisco em 2019 e proclamado como doutor da Igreja pelo Papa Leão em julho deste ano.


Oração Ecumênica com Papa Leão XIV e Rei Charles (Vídeo: Reprodução/YouTube/Vatican News PT)

Um hino anglicano também foi cantado na Capela Sistina na celebração. O hino “if ye love me” cantado pelo coro anglicano foi escrito por Thomas Tallis em 1565 e faz parte do conjunto de hinos presentes no Livro da Oração Comum Inglês.

Os textos da celebração foram rezados em latim e inglês e contou com orações retiradas dos salmos 8 e 64 da Bíblia e com uma leitura em inglês da Carta de São Paulo aos Romanos.
Encerrando a celebração, o Papa e o arcebispo mais antigo da Inglaterra e de York, Stephen Cotrell rezaram junto a oração a Deus Criador.

Leão e Charles falaram sobre meio ambiente

A visita ainda se seguiu com um encontro entre os dois onde o assunto principal foi sustentabilidade e meio ambiente, uma preocupação de ambos os líderes.

O evento já estava marcado para abril, quando se celebravam os 10 anos de publicação da encíclica Laudato Si escrita pelo Papa Francisco, onde se falava sobre o cuidado com a criação e a preocupação com as condições climáticas do Mundo. A visita precisou ser cancelada na época por conta da morte de Francisco.


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Meio ambiente foi pauta de encontro histórico (Foto: Reprodução/Alberto Pizzoli/Getty Images Embed)

O Rei Charles é conhecido como um grande apoiador da causa ambiental e tem feito discursos em prol da energia sustentável, agricultura orgânica e sustentabilidade desde antes de ascender ao trono britânico.

Assim também, o Papa Leão tem manifestado desde o início de seu pontificado sua preocupação com o meio ambiente, criticando a ganânica e o desmatamento e promovendo uma conversão ambiental para o cuidado com a casa comum.

Além disso, tem sido um promotor de alternativas de energia limpa para o Vaticano e inspirou a construção de um parque de energia solar para a COP30 em Belém, a qual foi convidado e deve mandar apenas um representante para a Santa Sé, por conta de outros compromissos já firmados anteriormente por Francisco.

Diálogo ecumênico tem marcado o pontificado de Leão XIV

O diálogo com outras vertentes do cristianismo tem marcado o início do pontificado de Leão XIV, tendo como principal alvo as Igrejas Ortodoxas que não estão em comunhão com o Vaticano, promovendo um diálogo fraterno com outras vertentes cristãs.

Em junho, ele recebeu uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla por ocasião da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo celebrados em 29 de junho.

Em setembro, promoveu uma celebração chamada Comemoração dos Mártires e das Testemunhas da Fé do Século XXI na Basílica de São Paulo Fora dos Muros durante a solenidade da Exaltação da Santa Cruz em 14 de setembro, onde recebeu representantes dos diversos ritos ortodoxos incluindo o da Igreja da Armênia.

Neste domingo(19), o Papa canonizou o beato Inácio Choukrallah Maloyan bispo de Mardin dos Armênios, martirizado durante uma perseguição religiosa na Turquia durante o evento conhecido como Holocausto Armênio. 

Cassação de Eduardo Bolsonaro é arquivada por Conselho

A ação sobre a cassação do deputado Eduardo Bolsonaro foi arquivada, nesta quarta-feira (22), pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A reunião, que teve a decisão de 11 votos a 7, discutia a punição e possível perda de mandato do deputado, processado por quebra de decoro parlamentar com sua atuação nos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro. Eduardo está fora do país desde fevereiro. 

processo, que foi aberto a partir de uma ação apresentada pelo PT, questionava a articulação de Eduardo com autoridades estadunidenses contra o +governo brasileiro.

Diferentes lados de uma mesma reunião

O encontro no Conselho evidenciou o embate entre dois polos: uma parcela que afirma defender a liberdade de expressão e outra que cobra por responsabilidade diante de ataques às instituições. Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), Eduardo Bolsonaro “fere o Código de Ética e Decoro Parlamentar por causa de declarações públicas”, se referindo às situações em que Eduardo ofendeu os ministros do Supremo e executou uma tentativa de desenvolver uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro para as eleições de 2026.

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), se trata de uma disputa política e ideológica. “O deputado Eduardo decide um autoexílio nos Estados Unidos – e é seu direito individual. Tenho convicção de que ele decidiu pelo autoexílio para fazer um trabalho à luz do seu entendimento parlamentar”, afirmou.


Reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (Foto: reprodução/Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

A maioria do colegiado acompanhou o voto do relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), que recomendou o arquivamento. Após o anúncio do resultado, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), declarou que deve apresentar um recurso no plenário.

Eduardo Bolsonaro e a cassação

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) reside nos Estados Unidos e afirma que não pode voltar ao Brasil por ser alvo de perseguição política. Em maio, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da União), o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro.

Além disso, o deputado é alvo de outras três representações no Conselho de Ética. O deputado Fabio Schiochet (União-SC) afirmou que, até sexta-feira (24), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidirá acerca dessas ações.

Bolsonaro pode ir para a prisão ainda em 2025

Após a publicação do acórdão da condenação com pena 27 anos e três meses em regime inicial fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por cinco crimes na trama golpista que culminou nos atos golpistas do oito de janeiro de 2023.

Com isso, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal abriu o prazo de cinco dias corridos para que a defesa dos réus recorra através de embargos de declaração, que é a única possibilidade de recurso neste caso.

Recursos devem ser julgados ainda em outubro

Com o prazo para os embargos de declaração chegando ao fim na segunda-feira(27), a expectativa dentro da Corte é que o julgamento comece no dia seguinte(28) podendo inclusive ser em plenário virtual.


Acórdão inicia prazo para defesa de Bolsonaro trazer seus embargos declaratóios (Vídeo: Reprodução/YouTube/Uol News)

Interlocutores próximos ao ministro Alexandre de Moraes confirmaram a informação e afirmam que existem duas possibilidades para que o julgamento seja inserido na pauta da Primeira Turma na próxima semana. A primeira seria a inserção do julgamento no calendário como geralmente é feito, que tem a pauta aberta sete dias antes da sessão ou o próprio ministro pode pedir a marcação de uma sessão extra, como foi feito no julgamento dos réus em setembro, que tem um prazo de 24 ou 48 horas para colocar o julgamento em pauta.

Ainda segundo interlocutores, o trânsito em julgado deve ser feito até o final de novembro, finalizando o processo com o Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, pedindo a imediata execução das penas.

Defesa deve pedir prisão domiciliar

Além da Primeira Turma, a defesa dos réus também se movimenta nos bastidores para fazer seus embargos de declaração, afinal tem o prazo de cinco dias corridos para apresentá-lo a Corte.

Apesar de ter praticamente a certeza da rejeição dos embargos, a defesa de Bolsonaro deve pedir a manutenção da prisão domiciliar, evitando uma ida a prisão. A alegação da defesa deve passar por problemas de saúde que o ex-presidente tem enfrentado desde 2018 após sofrer uma facada em Minas Gerais durante um evento de sua campanha eleitoral.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto por conta do inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, nos Estados Unidos, que segundo o mesmo teria trabalhado para que o país executasse um tarifaço de 50% contra os brasileiros.

A defesa até pediu a revogação da medida em setembro, alegando que a Procuradoria Geral da República não o indiciou neste inquérito, mas foi negado alegando indícios de que a prisão domiciliar deveria ser mantida.

Além da prisão domiciliar, Bolsonaro pode ir para uma unidade militar, como aconteceu com seu vice nas eleições de 2022 e também condenado neste inquérito Braga Netto, uma sala na sede da Polícia Federal ou uma cela especial na Papuda para cumprir a pena pelos crimes cometidos na trama golpista.

Aliados esperam Bolsonaro em presídio

Quem também se movimenta nos bastidores após a publicação do acórdão da condenação de Bolsonaro são aliados do ex-presidente.

Segundo fontes ligadas a alguns deles, a expectativa é que Bolsonaro cumpra a pena em uma cela especial na Papuda, mesmo com a defesa alegando problemas de saúde, e que isso já comece em novembro, quando o trânsito em julgado deve ser confirmado.

Com isso, os aliados já começam a pensar nas estratégias para as eleições de 2026 e em quem deve ser o concorrente “bolsonarista” na votação que ocorre em outubro do próximo ano, mas com vários nomes se levantando como candidatos deste lado da política partidária do Brasil, é muito difícil que tenha um nome único vindo do bolsonarismo.

Além da condenação que retira sua possibilidade de candidatura até 2062 como sanção pela condenação na trama golpista, Bolsonaro está inelegível para eleições presidenciais até 2030 por abuso de poder econômico e político na campanha das eleições de 2022.

Para especialistas, a condenação de Bolsonaro somada a não ter um nome unanime entre seus aliados somado aos fracassos da PEC da Anistia e na não revisão da inelegibilidade do ex-presidente podem ser pontos a fragilizar o bolsonarismo como um todo.

Além disso, as votações na PEC da Blindagem e contrária a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham abaixo de 5 mil reais por mês e outras votações têm feito a opinião pública olhar negativo para a base do ex-presidente.

 

Lula confirma candidatura à presidência em 2026 durante visita à Indonésia

Durante uma viagem oficial à Indonésia, nesta quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que pretende concorrer a um quarto mandato nas eleições brasileiras de 2026. O anúncio foi feito ao lado do presidente indonésio, Prabowo Subianto, no palácio presidencial do país asiático. Lula ressaltou que, ao completar 80 anos, ainda manterá a mesma disposição que tinha aos 30. A declaração aconteceu durante comentários sobre o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países.

Lula confirma quarta candidatura e fala sobre saúde e energia

“Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Digo isso porque ainda teremos muitas oportunidades de diálogo. Este meu atual mandato se encerra apenas no final de 2026, mas estou preparado para futuras eleições, buscando tornar a parceria entre Indonésia e Brasil ainda mais estratégica, atraindo mais investidores brasileiros ao país de vocês”, afirmou o presidente.


Lula se encontra com o presidente indonésio Prabowo Subianto para fortalecer relações bilaterais (Video: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Nos últimos meses, Lula havia sinalizado o desejo de participar do pleito de 2026, embora tenha deixado margem a dúvidas devido a questões de saúde. Em 2022, antes de assumir o mandato atual, declarou que não pensava em reeleição imediata, mas sim em “deixar o Brasil pronto para o futuro”.

Comércio, multilateralismo e oportunidades bilaterais

Durante o encontro em Jacarta, o chefe do Executivo brasileiro defendeu políticas de multilateralismo e criticou barreiras comerciais. “Buscamos um comércio aberto e, mais do que isso, tanto o Brasil quanto a Indonésia têm interesse em explorar negociações diretas, inclusive usando nossas moedas. Precisamos revisar velhos hábitos. O século 21 exige ousadia que o século 20 não nos permitiu. Precisamos evoluir nas relações comerciais, sem dependência de terceiros. Queremos multilateralismo, democracia econômica e não protecionismo. Nosso objetivo é crescer, gerar empregos e oferecer oportunidades de qualidade”, declarou.

Ainda nesta quinta, Lula participa de um fórum econômico que reúne aproximadamente 200 empresários dos dois países. A pauta principal envolve a expansão das exportações de proteína animal do Brasil para a Indonésia, que, com a quarta maior população do planeta, se tornou membro pleno do Brics em janeiro deste ano.

CAS aprova o projeto ‘Super MEI’ nesta quarta-feira (22)

Nesta quarta-feira (22), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou, simbolicamente, o projeto que amplia o limite de faturamento anual dos Microempreendedores Individuais (MEIs). A proposta original tem autoria da senadora Ivete da Silveira (MDB-SC) e foi apresentada em março deste ano. Após o relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), acolher sugestões da Receita Federal e apresentar emendas ao texto, a comissão aprovou a matéria.

O projeto aumenta o limite de R$ 81 mil para R$ 140 mil. Com a aprovação, a medida será analisada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e, depois, seguir para o plenário do Senado. Pelo projeto, se a mudança for aprovada no Congresso e sancionada, a atualização do regime do MEI valerá a partir de 1° de janeiro de 2026.

Motivações por trás da decisão

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que é constitucional a terceirização de atividades-fim. Isso ocasionou algumas críticas de juízes do trabalho e de quem afirmava que muitas empresas utilizam da contratação PJ para driblar encargos típicos de uma relação CLT.  Assim, notou-se que a “pejotização” – onde trabalhadores são contratados como empresas, e não como empregados – levanta debates sobre precarização e direitos trabalhistas.

E foi com base nessas críticas que a Comissão decidiu aprovar o projeto. Entre as justificativas está a discussão sobre o valor atual e a possibilidade de estimular a formalização dos trabalhadores que atuam na informalidade por ultrapassar ligeiramente o teto atual. O relator e senador Veneziano Vital protocolou uma nova versão da proposta e retirou a previsão de um mecanismo de atualização anual dos limites do regime, além de trechos que permitiam a contratação de até dois empregados.


Veneziano Vital do Rêgo (esq.) e Ivete da Silveira (Foto: reprodução/Saulo Cruz/Agência Senado)

A legislação e o microempreendedorismo

“Há pelo menos seis ou sete anos que não há atualização desses valores [de faturamento]”, mencionou Veneziano. Segundo o senador o limite atual de R$ 81 mil vigora desde 2018. Uma sugestão incluída na proposta pelo relator foi a expressão “Super MEI”, como o projeto tem sido chamado. Assim, a matéria ajudará a diminuir a informalidade no país e pode ter impacto positivo na arrecadação a médio prazo.


Aplicativo do MEI (Foto: reprodução/Receita Federal)

A atual lei prevê que, para se enquadrar como MEI, o empreendedor não pode ser ou se tornar titular, sócio ou administrador de outra empresa. Além disso, é permitida a contratação de no máximo um empregado, que receba o piso da categoria ou um salário mínimo. Com a decisão acerca da mudança no Plenário, em 2026, mais de 200 mil ações judiciais relacionadas a “pejotização” podem ser impactadas.

Moraes mantém restrições e veta reunião entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira (22) o pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para receber o presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em sua residência, onde cumpre prisão domiciliar.

O encontro estava previsto para o dia 29 de outubro e, segundo os advogados, teria caráter partidário e de alinhamento de agenda. A solicitação foi apresentada sob a justificativa de que o diálogo direto entre os dois seria necessário para tratar de assuntos internos do PL.

Moraes alega risco às investigações

Ao rejeitar o pedido, Moraes reforçou que permanecem válidas as medidas cautelares impostas a Bolsonaro, entre elas a proibição de manter contato inclusive por intermédio de terceiros com outros investigados ou réus nos processos ligados à tentativa de golpe de Estado em 2022. A decisão também cita que qualquer comunicação entre os envolvidos poderia interferir nas apurações em curso.


Alexandre de Moraes nega visita de Valdemar a Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

A negativa ocorre um dia depois de a Primeira Turma do STF determinar a reabertura das investigações contra Valdemar Costa Neto. O dirigente é suspeito de envolvimento na articulação que buscava invalidar o resultado das eleições presidenciais e de participação em uma possível organização criminosa voltada para tentar abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito.

Investigações reabertas

Durante o julgamento que autorizou a retomada das apurações, Moraes destacou que, conforme o Código de Processo Penal, a investigação pode ser reaberta sempre que surgirem novos elementos de prova, mesmo após o arquivamento inicial.

Com a decisão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) volta a analisar o caso e deverá decidir se oferece denúncia formal ou se solicita novas diligências à Polícia Federal.

Valdemar passou a ser investigado após o PL, partido que preside, ingressar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação de parte dos votos registrados nas urnas eletrônicas em 2022. Segundo a Polícia Federal, a legenda teria sido usada para financiar e sustentar narrativas de supostas fraudes no sistema eleitoral, o que teria contribuído para os atos antidemocráticos realizados em frente a quartéis em todo o país.

Troca de Fux para a Segunda Turma do STF é oficializada por Fachin 

Nesta quarta-feira (22), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, oficializou a transferência do ministro Luiz Fux da Primeira para a Segunda Turma da Corte. Não se sabe se Fux poderá atuar nos julgamentos dos núcleos 2 e 3, o ministro começará a participar da Segunda Turma a partir da próxima semana.

Pedido de transferência

A possibilidade de transferência surgiu após a aposentadoria do ministro Luis Roberto Barroso no último sábado (18) e o pedido foi feito nesta terça-feira (21) em plenário da Corte.

Durante a finalização do julgamento do núcleo 4 do plano de golpe, Fux explicou que já havia combinado a troca de turma com Barroso. Ele também se colocou à disposição para continuar com os julgamentos já agendados para a Primeira Turma do colegiado.

A troca está prevista no artigo 19 do regime interno do STF, onde diz: “o ministro de uma Turma tem o direito de transferir-se para outra onde haja vaga; havendo mais de um pedido, terá preferência o do mais antigo.”

No despacho, o ministro Fachin afirma que, diante da ausência de manifestação de um integrante mais antigo, foi aceita a transferência de Fux da Primeira para a Segunda Turma. Mas não há detalhes se Fux poderá atuar nos julgamentos dos núcleos 2 e 3 agendados para, respectivamente, novembro e dezembro.

Com a saída de Barroso, Lula indicaria o magistrado que ocuparia essa cadeira. Mas, com o pedido de Fux aceito, o indicado do presidente vai assumir a cadeira da Primeira Turma.


Ministro Edson Fachin (Foto: reprodução / Evaristo Sa / Getty Images Embed)

As Turmas do STF

Cada Turma  é composta por 5 dos 11 ministros, o presidente do Supremo fica de fora. Os julgamentos ocorrem em três locais: no plenário e nas duas turmas da Corte. A Primeira Turma é responsável por julgar os réus da tentativa de golpe de 8 de janeiro.

A Primeira Turma é composta por Alexandre de Moraes, Carmen Lucia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e o ministro indicado por Lula.

Já a Segunda Turma, com a transferência de Fux e aposentadoria de Barroso, será formada por: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.

Ministério Público italiano dá parecer favorável à extradição de Carla Zambelli 

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o Ministério Público da Itália deu o parecer favorável à extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para o Brasil. Apesar dessa manifestação, a situação final de Carla será analisada e julgada pela justiça italiana e o governo italiano dará o veredicto final.

A AGU afirmou que está acompanhando todo o processo com o obejtivo de assegurar que as decisões da justiça brasileira sejam cumpridas.

Condenação pelo STF

Carla tem duas condenações pelo STF, a primeira com pena de 10 anos pelo crime de invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsificação ideológica em associação com o hacker Walter Delgatti Neto. Já sua segunda condenação recebeu a pena de 5 anos e 2 meses em regime semiaberto pelo porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Além disso, terá de pagar uma multa de 400 salários mínimos e ainda prevendo a perda de seu mandato parlamentar.

Antes dela ser condenada pelo STF, ela fugiu para Itália, o que a levou a ser incluída na lista vermelha da Interpol. Em julho ela foi presa nos arredores de Roma. A justiça italiana considerou que havia um “grande risco de fuga”. Zambelli aguarda a decisão de sua extradição numa penitenciária feminina em Rebibbia.


Carla Zambelli (Foto: reprodução/Mauro Pimentel/Getty Images Embed)

Fuga de Zambelli

A deputada deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina em maio desse ano, e ao chegar em Buenos Aires saiu rumo aos Estados Unidos. Em julho ela publicou um vídeo em suas redes dizendo que estava fora do país e pelas imagens, um youtuber descobriu que o local que ela estava se tratava de Fort Lauderdale. Alguns dias depois da publicação do vídeo, a informação que ela estaria na Flórida foi confirmada por sua assessoria.

Ainda em junho, mais precisamente um dia após sua assessoria confirmar seu paradeiro, Carla desembarcou em Roma, onde possui cidadania italiana, no mesmo dia mais tarde, ela foi incluída na lista vermelha de procurados da Interpol.

Ela foi presa cautelarmente no dia 29 de julho pela justiça italiana, onde permanece esperando a decisão de sua extradição.

STF se prepara para julgar Bolsonaro: semana decisiva se aproxima

Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) apontam que, já na próxima semana, deve começar o julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelos demais réus do núcleo 1, condenados pela articulação golpista. A expectativa é que a Primeira Turma volte a negar os chamados embargos de declaração, embora a defesa ainda possa recorrer mais uma vez.

STF publica acórdão de Bolsonaro

O acórdão da condenação de Jair Bolsonaro foi finalmente publicado nesta quarta-feira (22) e tem nada menos que 1.991 páginas. O documento reúne os votos de todos os ministros da Primeira Turma do STF, incluindo a extensa manifestação do ministro Luiz Fux, que levou mais de 13 horas para ser lida durante o julgamento.

A publicação sofreu atraso após Fux solicitar a devolução de seu voto para ajustes. Segundo as regras do Supremo, o prazo máximo para disponibilização do acórdão era de 60 dias.

Bolsonaro na reta final jurídica

Com a divulgação do acórdão, que confirmou a pena de 27 anos e três meses em regime fechado para Jair Bolsonaro, começa automaticamente a contagem do prazo de cinco dias para que sua defesa apresente novo recurso. Isso significa que, já na segunda-feira (27), o processo estará apto para ser avaliado pela Primeira Turma do STF.


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

Aliados do ministro Alexandre de Moraes afirmam que ele deve acelerar o andamento do processo e levar o julgamento diretamente ao plenário virtual do STF. Ainda não há definição sobre o formato da análise, mas duas possibilidades estão na mesa: incluir o caso na sessão virtual que começa nesta sexta-feira e dura sete dias, ou convocar uma sessão extraordinária, o que encurtaria o prazo de julgamento para algo entre 24 e 48 horas.

Seja qual for o formato escolhido, a expectativa é de que o caso avance rapidamente, já que o STF tem tratado com prioridade os processos ligados à tentativa de golpe e aos ataques à democracia.

Tensão Global: míssil norte-coreano eleva alerta na Ásia

A Coreia do Norte voltou a desafiar a comunidade internacional ao disparar, nesta terça-feira, um míssil balístico em direção ao Mar do Japão. O lançamento, confirmado por autoridades sul-coreanas e japonesas, reacende as preocupações sobre a escalada militar na península coreana. De acordo com informações iniciais, o míssil percorreu cerca de 600 quilômetros antes de cair em águas internacionais, sem causar danos ou vítimas. O teste ocorre em um momento de crescente instabilidade na região, marcado por exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.

Cresce tensão global em relação à Coreia do Norte

Especialistas em segurança alertam que o disparo reforça a estratégia de dissuasão do regime norte-coreano e busca pressionar Washington a retomar negociações sobre sanções econômicas. Para o governo dos Estados Unidos, a ação representa uma provocação direta e um risco à segurança global. Já o Japão classificou o teste como uma “grave ameaça” e prometeu fortalecer sua defesa antimísseis.


Mapa destaca divisão entre Coreia do Sul e Coreia do Norte e o mar do Japão (Foto: reprodução/Pinterest/@8ostic)

O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nos próximos dias para discutir o episódio. Desde o início de 2024, a Coreia do Norte intensificou seus testes de mísseis, ampliando preocupações sobre o avanço de seu programa nuclear. Analistas avaliam que o país busca consolidar sua imagem de potência militar e garantir reconhecimento internacional através da força.

Debate global sobre poder nuclear e paz

Enquanto o mundo acompanha com apreensão cada novo teste, cresce o debate sobre os limites do poder nuclear e o papel das potências na manutenção da paz. Em meio às disputas políticas e demonstrações de força, especialistas ressaltam que a verdadeira segurança não está no arsenal bélico, mas no diálogo e na cooperação internacional.

O episódio reforça uma reflexão inevitável: em tempos de tanta tensão, o planeta não precisa de mais ameaças, mas de pontes de entendimento. O mundo não precisa de armas nucleares — precisa de acordos, empatia e vontade de coexistir em paz.