Desde o dia 29 de abril, o empresário Thiago Brennand está preso no Brasil, após ser detido por oito meses nos Emirados Árabes. Seu julgamento está sendo realizado nesta terça-feira (30), por um júri.
O empresário responde a oito processos no total, envolvendo: ameaça, estupro, corrupção de menores, sequestro, cárcere privado e difamação. O caso desta terça-feira, é sobre a acusação de estupro de uma norte-americana que reside no Brasil, a qual não teve a identidade revelada.
Thiago Brennand sendo levado pela polícia. (Foto: Reprodução/Metróples)
Segundo o Ministério Público, ele e a vítima se conheceram quando ela pretendia adquirir um cavalo. Foi relatado por parte da própria mulher, que havia entrado em um relacionamento com o acusado, durante um período de dois meses.
De acordo com a Promotoria de Porto Feliz, a vítima relata que, inicialmente, Thiago mostrou comportamento gentil, mas que algum tempo depois passou a agir de forma agressiva, chegando ao ponto de obriga-la a manter relações sexuais com ele. Além disso, o empresário é acusado de ter gravado cenas íntimas da vítima e passou a ameaçá-la com a divulgação das gravações caso ela terminasse o relacionamento.
A denúncia foi assinada por Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Junior, membros do Ministério Público, e foi aceita em 4 de novembro de 2022 pelo Judiciário, que decretou a prisão preventiva de Brennand.
A vítima foi a primeira a ser ouvida durante a audiência de instrução, seguida por oito testemunhas e Brennand que foi o último a ser interrogado. O empresário está prestando depoimento por videoconferência, direto do CDP de Pinheiros, onde está preso.
Conforme dito pelo Tribunal de Justiça (TJ), as testemunhas eram todas de defesa, pois o Ministério Público não relacionou testemunhas de acusação.
Logo depois de o Fantástico mostrar imagens exclusivas nas quais o empresário aparece agredindo a atriz Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo, o nome de Brennand veio a tona e em seguida surgiram novas acusações. Já neste caso, ele está tendo que responder pelos crimes de lesão corporal e de corrupção de menores, levando em conta que acabou incentivando o próprio filho, ainda menor de idade, a ofender Helena.
Após a reportagem ir ao ar, o MP foi procurado por outras mulheres que disseram terem sido vítimas de Brennand, denunciando o empresário. Existem cinco mandatos de prisão preventiva contra ele. Considerando que a pena para o crime de estupro pode vir a ocasionar uma reclusão de seis a dez anos.
As vítimas relataram que os crimes ocorreram entre 2021 e 2022, em uma casa que Thiago Brennand tem em um condomínio de luxo em Porto Feliz, no interior de São Paulo.
Uma das mulheres afirmou ter sido mantida em cárcere privado, sofrido agressões, ter tido um vídeo íntimo divulgado sem consentimento e forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais do empresário. A delegada Nuris Pegoretti está sendo investigada pela Corregedoria da Polícia Civil por suspeita de ter favorecido o suspeito no caso em questão.
Já uma estudante de medicina disse ter sido dopada pelo empresário durante um jantar. Um ex-funcionário, que conviveu 15 anos com Thiago, disse que ele batia e dava choques no próprio filho.
Além disso, um garçom que trabalha em um hotel dentro do condomínio de Brennand afirma que já foi agredido pelo empresário. Outro caso é o do caseiro de uma propriedade que alega ter sido ameaçado por Thiago.
No dia 4 de setembro de 2022, Thiago foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo. Deixando o Brasil no mesmo dia, para ir a capital dos Emirados Árabes Unidos, conhecida como Abu Dhabi. A Justiça havia dado um prazo de dez dias para que Thiago Brennand voltasse ao Brasil, o que não veio a acontecer. É bom ressaltar que nome de Thiago Brennand acabou sendo incluído na lista internacional de procurados pela Interpol. Brennand foi preso em outubro, em um hotel em Abu Dhabi, mas foi solto logo após pagar a fiança. Devido a isso, o empresário foi proibido de sair do país, mas ficou em liberdade enquanto aguardava a decisão do governo em relação ao processo de extradição. No dia 15 de abril, o pedido de extradição foi autorizado.
Devido ao histórico de violência, o avião que trouxe o empresário ao aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, chegou acompanhado por um delegado, dois agentes da Polícia Federal e um escrivão da Interpol treinado em jiu-jítsu.
Nos dias de hoje, os advogados de Thiago vem pedindo a transferência dele para Tremembé, no Vale do Paraíba (SP), saindo do Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo,
O advogado de defesa da vítima norte-americana informou que não falará sobre o caso, pois o processo encontra-se em segredo de Justiça. A imprensa tentou contato com a defesa de Brennand, mas não obteve retorno.
Foto destaque: Thiago Brennand sendo conduzido pela Polícia Federal no Aeroposto de Guarulhos. Reprodução/Alex Silva/ESTADÃO CONTEÚDO/G1