Nesta terça-feira (03), a ONU para Direitos Humanos, através de sua porta voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, denunciou o momento vivido pela Venezuela como “clima de medo”.

Declarações 

Durante uma coletiva de imprensa em Genebra, Suíça, Shamdasani afirmou que a ONU reitera ao governo que garanta que “todas as medidas sejam tomadas de acordo com o direito internacional dos direitos humanos com transparência e que sejam tomadas medidas para resolver esta disputa de forma pacífica”.

Ravina completa dizendo que a situação na Venezuela é muito lamentável, em que pessoas estão sendo detidas por expressarem o seu direito à participação política, à liberdade de expressão e de reunião.

A porta voz disse ainda que não poderia comentar sobre casos específicos, mas que o sentimento de medo no país é notório.

Volker Türk, Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, declarou que “é especialmente preocupante que tantas pessoas estejam sendo detidas, investigadas ou acusadas de incitamento ao ódio ou ao abrigo da legislação antiterrorista.” Ele ainda afirma que o direito penal nunca deve ser usado para limitar de forma indevida os direitos à liberdade de expressão, de reunião e de associação.

_{Familiares de detidos participam de uma vigília na Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Rances Mattey/CNN Brasil)}

Repressão na Venezuela

Segundo dados do levantamento feito por parte de um grupo de inquérito independente criado pela ONU, mais de 2.400 manifestantes foram presos e 23 pessoas foram mortas no país desde as eleições. Entre os detidos, estão crianças e adolescentes.

Os membros do grupo de inquérito da ONU emitiram um comunicado afirmando que “o governo da Venezuela deve encerrar imediatamente a escalada de repressão que abalou o país desde as eleições presidenciais de 28 de julho e investigar minuciosamente a série de sepulturas reveladas de direitos humanos que estão ocorrendo no momento".

A Venezuela é liderada pelo ditador Nicolás Maduro, que intensificou as repressões à opositores desde a fraude eleitoral, em julho deste ano.

Foto Destaque: Venezuelanos tentam fazer manifestação contra reeleição de Maduro (Reprodução/Carlos Landaeta/AFP/O Globo)