A maior greve do setor de saúde do Reino Unido teve início nesta segunda-feira (6), quando enfermeiros e motoristas de ambulância que integram o Serviço Nacional da Saúde (NHS) interromperam os serviços, pedindo pelo reajuste salarial.
Em outubro do ano passado, o aumento generalizado de preços no Reino Unido atingiu o nível mais alto em quatro décadas, chegando a 11,1%. De acordo com o sindicato Royal College of Nursing (RCN), que representa quase meio milhão de profissionais de enfermagem, a inflação corroeu 20% dos salários da área desde 2010.
“[Os enfermeiros] estão sobrecarregados e sob pressão, além de serem mal pagos. E isso coloca os pacientes em risco”, afirmou o secretário-geral e chefe-executivo da RCN, Pat Cullen, em comunicado para a imprensa. “Um aumento salarial significativamente acima da inflação é crucial para o recrutamento e retenção de pessoal de enfermagem qualificado.”
More than half a million workers are on strike across the UK today, the biggest strike in a decade. Schools are closed, railroads are halted, and government offices are empty. The unions are striking for better pay with the cost of living soaring. pic.twitter.com/rAjP3iMrXN
— Read Jackson Rising by @CooperationJXN (@JoshuaPHilll) February 1, 2023
O setor de saúde não é o único que vem sofrendo paralisações. Segundo os sindicatos, cerca de 500 mil pessoas entraram em greve no Reino Unido, logo no início de fevereiro. Ao todo, participaram maquinistas de dez empresas ferroviárias, funcionários de 150 universidades, 300 mil professores e aproximadamente 100 mil trabalhadores de diversos ministérios.
Ainda que cada categoria profissional possua reivindicações específicas, todos os setores demandam por aumentos salariais.
“A posição do governo é insustentável. Não se pode ignorar um movimento grevista sem precedentes e que continua crescendo”, disse o secretário-geral do sindicato PCS, Mark Serwotka, ao jornal Sky News, exigindo que as autoridades tenham uma atitude “mais realista”.
Até agora, o Centro de Economia e Pesquisa Empresarial (Cebr) calcula que o custo das paralisações realizadas em oito meses tenha atingido 1,7 bilhão de libras.
Apesar dos gastos e dos serviços interrompidos, a pesquisa da consultora Public First estima que 59% dos britânicos concordam com a greve dos enfermeiros, enquanto 43% aprovam a dos professores e 36% apoiam a dos ferroviários.
Foto Destaque: Reprodução/@cpeace313