Nesta quinta-feira (11), o Banco Mundial divulgou o resultado da pesquisa inédita, realizada entre os dias 27 de abril e 28 de maio deste ano, sobre “Ética e Corrupção no Serviço Público Federal – a Perspectiva dos Servidores”. Com o apoio do governo federal, o objetivo é inibir a corrupção e ações antiéticas. O evento aconteceu em formato virtual na plataforma do Youtube.
A pesquisa alcançou mais de 22 mil servidores, destes a maioria afirma ter presenciado alguma atividade antiética no setor público. Dentre estas, a mais recorrente é o uso da posição para ajudar amigos ou familiares. No entanto, segundo o relatório da pesquisa, enquanto a metade dos servidores públicos consentem que seus colegas praticam atos antiéticos, 37,9 % afirmam que nenhum dos servidores em sua organização pratica tais atos.
Pessoas trabalhando (Foto: Reprodução/Jovempan)
O relatório também mostra que nos últimos três anos, mais de 30% dos servidores testemunharam algum ato antiético, contudo, somente 12% fizeram a denúncia. A grande maioria destes atos foram perceptíveis na formulação de políticas, projetos ou programas e contratações de serviços ou obras.
Ainda referente aos últimos anos, um terço dos servidores alegam ter sofrido pressão para tomar medidas antiéticas. Como exemplo flexibilizar as regras (62,5%) ou ignorar um ato indevido (39,9%). “Dos 7.004 servidores que relataram haver sido pressionados, 65,0% indicam que a pressão veio de seu superior hierárquico (direto ou indireto)”, aponta o relatório.
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Referente os denunciantes, 41% indicam que a denúncia não teve andamento e 27,4% sofreram retaliação. A insegurança com relação às denúncias impacta diretamente 51% dos servidores, o que tende a variar dependendo do tipo de contratação, gênero e tempo de serviço no setor público. A falta de proteção para quem denuncia e o medo de gerar conflitos, tende a contribuir acerca de 59% nos dados apresentados.
Os pesquisadores acreditam que os programas de integridade existentes, além de melhorar a questão da insegurança entre os servidores, contribuem para uma possível cultura anticorrupção. O especialista e coordenador Daniel Orterga Nieto, sugeriu mais treinamento das lideranças nessa busca contra ações antiéticas e salientou a falta de dirigentes para dar continuidade ao assunto.
A covid-19 também apareceu nos dados da pesquisa, ainda segundo o relatório, durante a pandemia 55,9% afirma que as práticas como interferência política nas decisões da sua organizaçao aumentaram. 50,6% perceberam o aumento de conflitos de interesse entre os serviços público e privado e 22,4% dos servidores relataram que aumentaram as decisões sobre contratação e compras feitas com pouca transparência e sem prestação de contas.
Foto Destaque: Logo do Banco Mundial. Reprodução/Worldbank.org