Nesta segunda-feira (02), a funcionária de Diddy, que pediu para não revelarem seu nome e atende apenas por "Mia", foi a primeira a depor no 14º dia de julgamento do rapper. Depois de três dias de depoimento, Mia deixou os tribunais e, em seu lugar, entrou a responsável pela área de vendas e marketing do Berverly Hills Hotel, Sylvia Oken, que prestou os seus esclarecimentos. Ela contou que várias multas haviam sido entregues ao cantor por destruição de patrimônio e limpeza.
Nessa semana, mais pessoas devem depor no caso, como o segurança do Inter Continental Hotel, Eddie Garcia; o especialista forense Frank Piazza e os ex-funcionários Derek Ferguson e Bryana Bongolan que trabalhavam para Diddy, além de outra vítima do cantor que também tem o nome protegido e será chamada para depor com o nome de "Jane" para preservar sua identidade.
Depoimentos
Em depoimento, Mia explicou o motivo de não ter denunciado Diddy. Ela alega que não pediu ajuda a ninguém pela violência sexual sofrida porque, ao fazer isso, poderia ser demitida pelo departamento de Recursos Humanos de sua empresa, que a puniria sem pensar duas vezes, além do medo de ser chamada de maluca. A falta de acolhimento fez com que ela ficasse calada.
Mia também afirma que trabalhava com promoção de eventos e projetos nas redes sociais e, por esse motivo, divulgava as festas do rapper, e que quando Diddy não gostava do que ela havia postado, ele gritava com ela e a humilhava, além de fazer diversas ameaças. Ela também era obrigada a fazer postagens de aniversário dedicadas ao seu ex-chefe, se ela não fizesse, ela poderia sofrer consequências.
Ela também afirmou que temia por sua segurança física e que Diddy tinha muito poder e ira. Também acreditava que, se deixasse o emprego, nunca mais conseguiria algo na área novamente, pois poderia perder sua credibilidade devido ao cantor. Mia também afirmou que quando tentou deixar seu trabalho, Diddy e outros funcionários a pressionavam para voltar.
Enquanto Sylvia Oken, em seu depoimento, afirmou que Diddy recebia muitas multas referentes à limpeza e danos ao patrimônio do local. Dentre essas multas, se destacam o pagamento de R$ 2.800 por danos envolvendo óleos essenciais e R$ 1.700 por limpeza de cortinas.
Oken contou que algumas reservas feitas por Diddy usavam o nome de "Frank Black", em referência ao rapper Notorious B.I.G., que faleceu em 1997, e que usava o nome "Frank White". Oken disse que é comum que famosos usem nomes falsos em hotéis. O júri também teve acesso a documentos que mostram que Cassie Ventura era listada como acompanhante, com acesso total ao quarto e alteração de itens do local.
Ex-namorada
A ex namorada do rapper Diddy, Cassie Ventura, foi a principal testemunha do caso. Em 2016, um vídeo vazado das câmeras de seguranças de um hotel onde o ex-casal estava hospedado mostrava Cassie sendo agredida pelo cantor. Ela entrou na justiça pela divulgação das imagens e recebeu R$ 60 milhões de indenização do hotel. Além disso, ela também processou o ex-namorado e a justiça ordenou uma indenização de R$ 120 milhões.
Diddy também é acusado pela sua ex Cassie Ventura de agressão (Foto: reprodução/Jim Spellman/Getty Images Embed)
Os advogados admitem que seu cliente agrediu sua ex-namorada, mas negam as outras acusações associadas ao cantor, como tráfico sexual, ofensas a ex-funcionárias e danos ao patrimônio.
Foto Destaque: P.Diddy, o rapper, responde a diversas acusações (Reprodução/Paras Giffin/Getty Images Embed)