Durante sessão especial de emergência, nesta quarta-feira (11), membros da Assembleia-Geral da ONU exigiram cessar-fogo imediato entre Gaza e Israel. Com aprovação de 158 integrantes, a resolução "incondicional e permanente" do conflito entre militares palestinos e israelenses ainda incluí a rápida liberação de todos os reféns. Ao todo, participaram do pleito 193 representantes.
Em expressa e urgente determinação, a redação aprovada é semelhante à bloqueada no Conselho de Segurança do órgão internacional por um veto de Washington em 20 de novembro. Dentre as 9 nações participantes que se opuseram a resolução desta vez, estão Israel e, de novo, Estados Unidos. Outras 13 de abstiveram.
Votação na Assembleia-Geral da ONU para o cessar-fogo permanente (Foto: Reprodução/ @UNNews/X)
Sem caráter obrigatório, mas com apelo mundial sobre a guerra, o texto exige a “entrada completa, rápida, segura e sem restrições de assistência humanitária, em grande escala e sob coordenação das Nações Unidas, para toda a Faixa de Gaza e sua entrega a todos os civis palestinos que precisem, incluindo aqueles no norte sitiado de Gaza, que estão em extrema necessidade de alívio humanitário imediato.”
Operações assistenciais sem restrições
Uma segunda resolução de obrigações internacionais para o Governo israelense surgiu durante a Assembleia: a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio - UNRWA exigiu “assistência indispensável à sobrevivência, rejeitando qualquer esforço para privar os palestinos de alimentos”, incluindo provisão de serviços básicos para os civis e os mais de 6 milhões de refugiados da Faixa de Gaza.
Foram 159 votos a favor, 9 contra por representantes da Argentina, Israel, Estados Federados da Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné, Paraguai, Tonga e Estados Unidos, e 11 abstenções.
Famílias palestinas enfrentam insegurança alimentar e social. (Foto: Reprodução/ UNRWA)
Opostos às resoluções e discussões a favor
Com votos contra em ambas as resoluções que visam a restruturação da paz entre os territórios, o embaixador adjunto dos Estados Unidos, Robert Wood, justificou o posicionamento norte-americano: “As mensagens que mandamos ao mundo por meio dessas resoluções são importantes. E ambas têm problemas significativos."
Wood acrescentou que há duas recompensas: em uma a organização nacionalista Hamas minimiza a necessidade de libertar os reféns e em outra, Israel é ofendido sem um direcionamento claro para ampliar o assistencialismo humanitário aos civis palestinos.
Por sua vez, o Presidente de Israel aponta como “além da lógica” para os textos aprovados. “Apoiar a UNRWA hoje é apoiar o Hamas. Um futuro para Gaza deve ser um sem o Hamas, mas também deve ser um sem a UNRWA — sem sua cumplicidade”, justificou associando a Agência a um “refúgio para o terror.”
De acordo ao apelo à libertação permanente de todos os reféns, o representante da Malásia reconheceu a violência com os cidadãos sob sua jurisdição e de outros Estados-membros da ONU.
Em análise ao uso dos vetos, a representante turca ressaltou um marco histórico: “Embora um veto possa interromper uma resolução, ele não pode silenciar a verdade ou diminuir a urgência da justiça." Para ela, é preciso lembrar daqueles que ficaram do lado da paz.
Foto destaque: Assembleia-Geral da ONU ocorrida em 11 de dezembro (Reprodução/@UNNews/X)