Vereadores de Belo Horizonte decidem citar Moraes como “persona non grata”
Câmara aprova moção contra Alexandre de Moraes e cita ministro como “person non grata”; decisão é simbólica e não tem efeito prático

Vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, aprovaram ontem, segunda-feira (08/09), uma moção que cita o Ministro do STF, Alexandre de Moraes, como uma “persona non grata”. Decisão vem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e da aproximação das Eleições de 2026.
Moraes x bolsonarismo
Em meio a um julgamento histórico contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (acusado de Golpe de Estado e outros crimes), uma atitude do vereador mineiro Pablo Almeida (PL-MG) gerou repercussão nas redes sociais no começo desta semana. Ele propôs uma moção que torna o Ministro do STF uma “persona non grata”. O termo, traduzido do latim, significa pessoa “indesejada”, “não bem-vinda” ou “não agradável”.
Parlamentares da oposição, do PT e do PSOL, foram contra a decisão da Câmara, e disseram que essa ação poderia ser usada para uma situação ou algo mais grave e não por “capricho político”, ou como “instrumento de perseguição política”.
A justificativa usada pelos aliados do vereador do PL foi que Alexandre de Moraes se manifestou de forma obscena em uma partida de futebol, no dia 30 de julho de 2025, em um vídeo que viralizou na Arena Neoquimica, em São Paulo. Outra pauta usada foi a aplicação da lei Magnitsky em Moraes, usada pelo presidente dos Estados Unidos Trump a estrangeiros corruptos e que ferem os Direitos Humanos.
Pablo Almeida, autor da proposta (Vídeo: reprodução/Instagram/@pabloalmeidabh)
Alexandre de Moraes x golpe de Estado
Moraes será o vice do STF a partir do dia 29 de setembro de 2025 e quem assume a presidência do tribunal será o Ministro Flavio Dino. Mas antes disso, nos dias 9, 10, 11 e 12, Moraes e mais quatro ministros da primeira turma do STF, (Flavio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux) julgam oito réus acusados de dar um golpe de Estado no Brasil. São eles:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente;
- Alexandre Ramagem, deputado federal;
- Almir Garnier, comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI de Bolsonaro;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro.
A decisão final do julgamento sai na sexta-feira (12/09).