O governo americano mostrou-se favorável ao pedido da National Coffee Association (NCA) para que o café seja dispensado das tarifas de importação recentemente instituídas. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (23) por William Murray, presidente da NCA, durante participação virtual no 30º Encontro do Café, realizado em Campinas (SP) pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Setor cafeeiro americano busca evitar impacto econômico
O pedido da NCA foi feito imediatamente após o presidente Donald Trump anunciar um novo conjunto de tarifas comerciais, em 2 de abril, impactando vários parceiros dos Estados Unidos. A taxa aplicada ao café do Brasil foi de 10%. Segundo Murray, a resposta do governo ao pedido de isenção foi considerada encorajadora. “Achamos um sinal positivo”, comentou.
Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)
A justificativa do setor é clara: os EUA cultivam menos de 1% do café que consomem, dependendo fortemente da importação. O presidente da NCA destacou ainda o peso do café na economia americana. “São 2,2 milhões de empregos, US$ 38 bilhões em impostos e US$ 343 bilhões movimentando a economia”, afirmou.
Tarifa pode elevar preços ao consumidor e afetar mercado
Murray alertou para os efeitos diretos da nova tarifa sobre o bolso do consumidor. “Não posso dar um número exato, mas uma tarifa de 10% no café importado representa mais de 10% de custo extra para quem compra”, disse.
Além do Brasil e da Colômbia, que enfrentam a taxa de 10%, outros países como Vietnã e Indonésia foram ainda mais penalizados, com tarifas de 46% e 32%, respectivamente. Entretanto, em uma mudança de rumo, Trump anunciou em 9 de abril uma redução temporária de todas as tarifas para 10% por 90 dias, exceto para a China.
Foto destaque: imagem de grãos de café (Reprodução/Aphotografia/Getty Images Embed)