Em alguns dados concedidos ao g1, prossionais da Economia explicam sobre um saldo positivo a nível nacional durante este ano, porém, a tendência é de menor crescimento em 2024. Com base nos dados, os economistas consultados afirmam sobre a taxa de desemprego em queda, o crescimento da atividade econômica e a menor inflação.
O trimestre concluído em outubro apresentou o menor índice de desemprego desde fevereiro de 2015, de 7,6%, tendendo a finalizar o ano com aproximadamente 8%.
Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o PIB fechará o ano com 2,9%, e a inflação deve atingir 4,2%, o que está abaixo dos 5,6% constatados no ano passado.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor executivo do Instituto Fiscal Independente consultado pelo g1, fala sobre o PIB potencial, que vem sendo recuperado após a queda da pandemia. “O que permite que você tenha uma coisa que parece contraditória, quando olhamos à primeira vista, mas não é: o desemprego em patamares muito baixos e a inflação não pressionada, ao contrário, a inflação em redução, até surpreendendo positivamente a cada resultado mensal”, afirma.
Queda nas mercadorias
Matos, da FGV, explica sobre os agentes que levaram à redução a inflação, apontando para um choque de valores nas commodities, aumentados em 20% no ano anterior, e neste ano, tiveram uma queda, por meio da política monetária do Banco Central e valorização da moeda brasileira.
O especialista afirma, ainda, sobre um acréscimo na oferta de alimentos, trazendo consequências à inflação.
Matos relata que a inflação domiciliar afeta em grande importância, os alimentos, o que causa efeito direto à economia, quando se trata de famílias que encontram-se em vulnerabilidade social. Em 2022, houve uma inflação de 13,2%, e neste ano, uma deflação de 0,8%.
"Para famílias de baixíssima renda, pensando aí no Bolsa Família, um terço da cesta deles é esse tipo de alimentação. É muito alto”, constatou.
Sobre a redução de bens industriais, o profissional dá destaque aos 9,5% no ano passado, para 1% neste ano.
PIB trimestral (reprodução/G1)
Quanto à atividade econômica, Matos afirma que a trajetória do PIB do ano recorrente, em 2,9% em uma realidade bastante distinta de 2022, em 3%, mesmo com resultados semelhantes. Apontando para a diferença constatada nos setores que contribuíram para a economia. Em 2022, a maior parte da contribuição veio da indústria, e neste ano, o maior contribuinte foi o agronegócio e as atividades de extração, que correspondem a mais da metade do PIB.
Expectativas para 2024
Salto fala sobre a tendência à menor taxa de crescimento para o próximo ano, “é uma dinâmica que provavelmente vai ser puxada pelo consumo e pelo investimento no ano que vem em razão da redução dos juros que já está acontecendo há algum tempo”.
Enquanto Warren, faz uma projeção de que para a inflação, os valores devem chegar a aproximadamente 3,5%, sem efeitos do El Niño, e o objetivo do governo, com o valor de 3%.
Já a FGV aponta para a inflação de 4,1%. Matos fala sobre a inflação de alimentos, o que tende a ser desanimadora, com relação a este ano, com a previsão de maior preço, devido aos fenômenos climáticos ocorridos ao final de 2023.
Foto destaque: desemprego teve queda em 2023 (reprodução/Farol da Bahia)