Em meio à visita ao Brasil por conta da cúpula do G20, o presidente dos Estados Unidos,Joe Biden, autorizou neste domingo (17), o uso pelo exército ucraniano, de mísseis de longa distância, os ATACMS, no conflito contra a Rússia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobrava junto aos EUA a autorização para utilizar o armamento fornecido pelos estadunidenses.
A autorização de Biden, segundo especialistas, pode aumentar a tensão entre os dois países, pois anteriormente Vladimir Putin havia ameaçado utilizar armas nucleares contra a Ucrânia caso os ATACMS fossem utilizados. Segundo a CNN, o uso foi autorizado após intensificação dos ataques russos contra instalações energéticas de Kiev.
Contexto da autorização
Moscou promoveu neste domingo (17), um intenso ataque contra instalações energéticas ucranianas, no período que antecede o inverno, que poderá ser rigoroso. Outro motivo, este de grande preocupação mundial, teria sido o envio de cerca de 10 mil soldados da Coreia do Norte para recuperar a cidade de Kursk, que foi ocupada pela Ucrânia, meses atrás. Segundo a CNN, o envio de militares norte-coreanos teria feito os Estados Unidos a mudarem de opinião quanto ao conflito.
Uso deverá ser restrito
Em um primeiro momento, a Ucrânia deve utilizar estes mísseis de longo alcance para se defender na cidade de Kursk, afirmou uma autoridade estadunidense que não quis se identificar. A cidade está ocupada há três meses sem que os russos tenham conseguido expulsar a ocupação ucraniana.
Kursk se tornou fundamental para os planos de Zelensky por conta de um possível fim da guerra, onde troca de territórios podem ser utilizados em uma futura negociação. Com a autorização dos mísseis de longo alcance, é possível que o exército ucraniano consiga manter por mais tempo a cidade sob seus domínios.
Coreia do Norte se envolve no conflito
Uma possível utilização de cerca de 10 mil soldados norte-coreanos na ofensiva russa para recuperar a cidade de Kursk preocupa o Ocidente. Caso se confirme, será a primeira vez que um terceiro país se envolve neste conflito, que se intensificou em 2022. Uma utilização do exército norte-coreano para recuperar Kursk na linha de defesa, poderia ser estrategicamente importante para liberar militares russos para combater em outras frentes.
Soldado ucraniano segurando um míssil (Foto: reprodução/Diego Herrera Carcedo/Anadolu/Getty Images Embed)
Ameaça nuclear
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou anteriormente que, caso os Estados Unidos autorizasse o uso dos mísseis de longo alcance pela Ucrânia, poderia responder utilizando armas nucleares contra Kiev. Emissoras de televisão da Rússia mostraram neste domingo (17), após a autorização estadunidense, vídeos mostrando e ameaçando quais áreas da Europa poderiam ser atingidas caso fossem utilizadas armamentos nucleares.
Eleição de Trump gera preocupação em Kiev
Com a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA a partir de janeiro de 2025, o presidente ucraniano Zelensky, tem se preocupado por conta do alinhamento do estadunidense com Putin e um possível fim do conflito com a perda de territórios para a Rússia.
Por conta disso, analistas afirmam que Joe Biden tenta, nestes últimos meses de mandato, proteger, pelo menos até o fim de 2025, a Ucrânia. Zelensky afirmou na última sexta-feira (15), que com a eleição de Trump, a guerra poderia terminar mais rápido. Trump repetiu reiteradas vezes em sua campanha que a guerra no Leste Europeu não teria começado se ele fosse o presidente.
Foto Destaque: EUA autorizam Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia (Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)