A Coréia do Norte confirmou ter feito dois testes de mísseis nesta semana. Desde o início do ano, o governo norte-coreano já executou seis lançamentos testes de mísseis, sequência que está entre o maior número de lançamentos já feitos em um mês.
A agência estatal KCNA anunciou nesta sexta-feira (28) que a Coréia do Norte conduziu testes de um míssil de cruzeiro de longo alcance atualizado e de uma ogiva de um míssil taticamente guiado nesta semana, e que o líder Kim Jong Un visitou uma “importante” fábrica de munições que está produzindo um “grande sistema de armas”.
A KCNA publicou imagens de Kim durante a inspeção a fábrica de munições. O dirigente aparece ao lado de outros oficiais, que tiveram a imagem dos rostos preservada. O ditador norte-coreano disse que "aprecia muito" o papel da fábrica em seu programa de armas, segundo a agência.
Kim Jong-Un em visita a fábrica de munições. (Foto: Reprodução/KCNA/Reuters)
Segundo as informações da agência, uma atualização de um sistema de míssil de cruzeiro de longo alcance foi testada na terça-feira (25), que atingiu "uma ilha alvo a 1.800 km de distância" no mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão.
Nesta quinta-feira (27), um outro teste foi realizado pelo governo para confirmar o poder de uma ogiva convencional em um míssil tático guiado de superfície a superfície que atingiu outra ilha alvo. De acordo com o relato da KCNA, "o poder explosivo das ogivas convencionais cumprem os requisitos de design".
Imagens fornecidas pelo governo da Coreia do Norte de testes de mísseis que segundo a KNCA foram realizados nesta semana em locais não revelados. (Foto: Reprodução/ KCNA via Reuters)
Isso faz parte do plano de Kim Jong-Un de acelerar o programa armamentista do país declarado em um discurso em dezembro. Segundo disse Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional em Seul, à agência de notícias France Presse, a ideia é "melhorar o arsenal estratégico".
Kim não esteve presente nos testes, mas, durante a visita à fábrica de munições, elogiou “os saltos de progresso na produção de grandes armas” para implementar as decisões do Partido dos Trabalhadores, tomadas em uma reunião do mês passado, relatou uma notícia separada.
Desde 2017, as armas nucleares ou ICBMs não são testadas na Coreia do Norte, mas uma série de lançamentos de mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) começou depois da paralisação das negociações pela desnuclearização após uma cúpula fracassada com os EUA em 2019.
Ambos os testes provocaram críticas internacionais e pressão por novas sanções dos Estados Unidos. Kim Jong-Un ainda ignora as ofertas do governo dos Estados Unidos para conversar.
O secretário de Imprensa do Departamento de Defesa dos EUA John Kirby condenou os últimos lançamentos e os chamou de “desestabilizadores” e pediu que Pyongyang “pare essas provocações”. A União Europeia emitiu nota dizendo que os testes representam uma ameaça à paz e à segurança internacional e regional e prejudicam as iniciativas para retomar o diálogo e ajudar o povo norte-coreano.
Foto destaque: Teste de mísseis de cruzeiro de longo alcance. Reprodução/GHZ