A discussão sobre a implementação de uma jornada de trabalho no formato 6×1 (seis dias de trabalho seguidos por um de descanso) ganha força no Congresso Nacional. Com 231 assinaturas de apoio na Câmara dos Deputados, a proposta avança, mas enfrenta resistência dos parlamentares, sindicatos e economistas, que apontam possíveis impactos negativos nas condições de trabalho e na economia.
O que é a escala 6×1
O modelo 6x1 consiste na obrigatoriedade de que os trabalhadores tenham um dia de descanso a cada seis dias consecutivos de trabalho. Embora seja amplamente aplicado em setores como comércio e serviços, sua formalização em lei pretende padronizar a prática em todas as categorias. A mudança tem gerado debates sobre sua aplicabilidade e possíveis efeitos.
Resistência parlamentar e sindical
Apesar do apoio inicial de 231 deputados, a proposta encontra barreiras dentro do próprio Congresso. Parlamentares da oposição e até mesmo alguns aliados do governo demonstraram preocupação com os impactos sociais da medida. Sindicatos têm sido vozes ativas contra a proposta, afirmando que a escala 6×1 poderia desconsiderar realidades regionais e setoriais, além de flexibilizar ainda mais a legislação trabalhista em favorecimento dos direitos dos trabalhadores.
O plenário da Câmara dos Deputados (Foto: reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Do ponto de vista econômico, especialistas questionam a efetividade da medida. Acredita-se que uma jornada mais rígida poderia reduzir a produtividade e dificultar a adaptação às demandas de setores específicos, como o de tecnologia, e que a diversidade de escalas é fundamental para setores que operam 24 horas por dia ou em horários diferenciados.
Próximos passos
Agora, a proposta segue para análise em comissões da Câmara antes de ser votada em plenário. Caso seja aprovada, será encaminhada ao Senado, onde deverá enfrentar novas rodadas de debate. A expectativa é de que o tema cause intensas discussões nos próximos meses, com pressões de diversos grupos interessados. Resta apenas saber se a proposta conseguirá superar as resistências ou se será mais uma entre tantas a ser arquivada antes de chegar à sanção presidencial.
Foto destaque: carteira de trabalho (Reprodução/divulgação/grupo recovery/Itaú)