A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos deve diminuir a união do comércio internacional, aumentar a inflação e crescer a dívida pública do país, segundo analistas políticos.
Estas deverão ser as consequências caso as promessas que Trump fez em sua campanha sejam realizadas, como o aumento de subsídios e a deportação contínua de imigrantes sem documentos que residem no país.
Taxação de 60% à produtos chineses
A proposta de campanha que mais preocupa os especialistas é a tarifação de produtos importados, que afetará diretamente a China. Produtos importados do país asiático serão taxados em 60%, enquanto os de outros países parceiros comerciais receberão entre 10% e 20%. A China é observada pelo governo de Trump como um país inimigo, e ambos vivem uma “guerra comercial” há mais de um ano.
O argumento do presidente eleito é de que o chamado “tarifaço” iria incentivar as empresas nacionais e, com isso, novos empregos surgiriam no país, mas não é isso que os especialistas pensam. O jornal americano The Wall Street Journal entrevistou 39 economistas, e a resposta de todos foi igual: a medida, que é chamada de protecionismo tarifário, não é boa. Dentre todas as propostas do candidato e sua adversária, Kamala Harris, esta medida foi a única que teve total desaprovação dos analistas.
Donald Trump discursando após os resultados da eleição (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Anadolu)
Reflexo no mercado brasileiro
A taxação teria reflexo nos consumidores do país, que terão duas opções: ou pagam um preço maior no produto, ou deixam de comprar, o que causaria um impacto na economia do país. Caso isso aconteça, as exportações iriam diminuir, e outros parceiros comerciais, como o Brasil, seriam afetados diretamente.
Com isso, países do mundo inteiro que mantém alianças com os Estados Unidos serão afetados, e com o Brasil não será diferente. Com a previsão de queda nas exportações para os norte-americanos, que são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, espera-se que o país enfrente uma alta do dólar em um longo período. Analistas entendem que o momento será difícil a curto prazo.
Porém, outras oportunidades podem surgir para o mercado de exportação do Brasil. Uma crise comercial entre China e Estados Unidos faria o país asiático encerrar a compra de soja do país americano, abrindo as portas para o Brasil impulsionar suas vendas do produto. Os EUA são o segundo país com maior volume de exportação do produto, atrás justamente do Brasil.
Esta oportunidade não seria suficiente para compensar as perdas da guerra comercial, mas apenas para “aliviar” o prejuízo causado.
Foto destaque: Presidente Donald Trump (reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)