Segundo os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relativos à safra 2022/2023 que encerrou-se na última quinta-feira (31), o Brasil alcançou um marco importante ao ultrapassar os Estados Unidos e tornar-se o maior exportador de milho do mundo. Esta conquista marca a primeira vez desde 2013 que o Brasil assume a "medalha de ouro" nas exportações de milho.
O papel das exportações de milho é fundamental para atender às necessidades globais de alimentação animal. Nesta safra, o Brasil consolidou sua liderança, respondendo por impressionantes 32% das exportações mundiais de milho. Enquanto isso, os Estados Unidos, que tradicionalmente detinham a supremacia nesse mercado por mais de um século, contribuíram com aproximadamente 23% das exportações.
Logo do USDA. (Foto: reprodução/Boulder Sausage)
Projeções e fatores
As projeções da USDA indicam que o Brasil exportou uma impressionante quantidade de 56 milhões de toneladas de milho durante a safra 2022/2023, superando os EUA, que registraram a venda de 41,277 milhões de toneladas. O total das exportações globais de milho atingiu cerca de 177,5 milhões de toneladas.
Vários fatores contribuíram para essa mudança de liderança no mercado global de milho. O Brasil colheu uma safra de milho excepcionalmente grande, desempenhando um papel crucial nesse processo. Além disso, a China, que historicamente adquiria quantidades significativas de milho dos EUA, está buscando diversificar seus fornecedores de grãos.
Por outro lado, os Estados Unidos enfrentaram desafios na última safra, incluindo condições climáticas adversas e aumento de custos na produção. Uma parte considerável de sua produção de milho também está sendo direcionada para a fabricação de biocombustíveis, farelo e óleos vegetais.
Destaque nas exportações de soja
Além de liderar nas exportações de milho, o Brasil também se destaca nas exportações de farelo de soja, superando a Argentina, que historicamente é a maior exportadora mundial desse produto. Essa mudança ocorreu devido a uma redução na produção argentina causada por uma seca significativa na região.
O Brasil já havia sido o principal fornecedor mundial de farelo de soja mais de duas décadas atrás, durante a safra 1997/98, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
Foto Destaque: Milhos. Reprodução/Agrishow Digital.