O primeiro ministro britânico Boris Johnson anunciou sua renúncia na manhã desta quinta-feira (7) após pressão do governo do Reino Unido não conseguiu permanecer como líder do Partido Conservador, o que garantia seu cargo. O partido dará início ao processo de escolha de uma nova liderança que assumirá o posto de chefe de Governo. A partir de agora, Johnson continuará como primeiro-ministro de forma interina.
Vários ministros e funcionários do governo renunciaram ou foram demitidos, como é o caso do o ministro da Saúde, Sajid Javid, ministro do Tesouro, Rishi Sunak, e o ministro para o País de Gales, Simon Hart.
Esses casos ocorreram menos de um mês depois que o primeiro-ministro enfrentou uma onda de desconfiança em que 41% dos parlamentares do partido conservador votaram contra ele.
Em 30 de junho, o jornal britânico "The Sun" publicou que Chris Pincher, então deputado da bancada do Partido Conservador no Parlamento, apalpou dois homens em um clube privado em Londres, parlamentar este ligado a Johnson.
Chris Pincher e Boris Johnson. (Foto Reprodução: site pinknews)
Pincher, que havia sido nomeado para esse cargo por Johnson em fevereiro de 2022, renunciou imediatamente.
Em poucos dias, a mídia britânica trazia informações de que pelo menos, seis outros casos de supostos abusos sexuais provocada por Pincher nos últimos anos.
No entanto, em 4 de julho, o porta-voz disse que Johnson estava ciente de "alegações que foram resolvidas ou não avançaram para a fase de reclamação" e que não foi considerado apropriado interromper a nomeação de Pincher devido a "alegações sem fundamento".
Porém, a rede de comunicação britânica BBC, revelou na tarde daquele mesmo dia que Johnson havia sido informado através de uma queixa formal sobre o "comportamento inapropriado" de Pincher enquanto trabalhava no Ministério das Relações Exteriores entre 2019 e 2020. Queixa esta que levou a um processo disciplinar confirmando o comportamento inadequado
Mais tarde, em uma entrevista à mesma telemissora, Johnson disse: "Houve uma reclamação que foi trazida à minha atenção especificamente... Foi há muito tempo, e chegou até mim verbalmente. Mas isso não é desculpa, eu deveria ter agido a partir disso".
O primeiro-ministro descreveu como "um erro" ter nomeado Pincher, que ele disse ter se comportado "muito, muito mal", e Johnson pediu desculpas às pessoas afetadas.
Foto Destaque: Boris Johnson após anúncio de que deixará liderança do Partido Conservador e, consequentemente, cargo de primeiro-ministro; ele governará até a escolha de seu sucessor. Foto Reprodução: NIKLAS HALLE'N/AFP.