Nepal tem primeira-ministra mulher após renúncia de K.P. Sharma Oli
Sushila Karki assume como primeira-ministra do Nepal após saída de K.P. Sharma Oli, tornando-se a primeira mulher a liderar o país; população tem boas expectativas com a escolhida

Após a renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, o Nepal passa a ser governado por Sushila Karki, que se torna a primeira mulher a assumir a chefia do país. Shusila tomou posse do cargo nesta sexta-feira (12).
A saída de Oli ocorreu em meio a uma onda de protestos anticorrupção, organizados principalmente pela geração Z. Jovens tomaram as ruas contra a proibição das redes sociais, medida que o governo justificava como forma de conter notícias falsas e discursos de ódio. Na prática, a restrição ocorreu após ganhar força nas plataformas digitais o movimento #NepoKids, criado para expor a vida luxuosa dos filhos de políticos, enquanto a maioria da população enfrenta dificuldades. A hashtag se transformou em símbolo contra o nepotismo, prática que favorece parentes de autoridades em cargos públicos.
Quem é Sushila Karki
Karki já era uma figura de destaque no país por presidir a Suprema Corte do Nepal. Sua nomeação para primeira-ministra contou com apoio popular, em especial dos manifestantes que exigiam a saída de Oli. Sua imagem de honestidade, integridade e atuação firme contra a corrupção fortaleceu sua aceitação. A escolha, no entanto, também envolveu articulação política com Ram Chandra Paudel e o chefe do Exército, Ashok Raj Sigdel.
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Sushila Karki, de 73 anos, foi designada para ser a próxima primeira-ministra do Nepal (Foto: reprodução/Instagram/@portal7)
Expectativas para o novo governo
O Nepal enfrenta instabilidade política e econômica desde o fim da monarquia, em 2008. A crise agravou o desemprego e levou milhares de nepaleses a buscar oportunidades em países vizinhos ou até mais distantes.
Diante desse cenário, a população deposita grandes expectativas na gestão de Karki. Espera-se que ela fortaleça o combate à corrupção, garanta estabilidade institucional e ofereça governança mais transparente. Entre suas prioridades estão medidas de segurança pública e o fortalecimento das forças policiais.
O primeiro desafio da nova primeira-ministra, porém, será investigar e responsabilizar os envolvidos nos atos de vandalismo registrados durante os protestos recentes. A condução desse processo será vista como um teste inicial de sua disposição em manter a ordem e fazer valer a lei.