Alexandre de Moraes tem cartões de crédito bloqueados por sanção americana

Ocorreu recentemente, o bloqueio do cartão de crédito internacional do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após as sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos com base na chamada Lei Magnitsky, medida criada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. A medida atinge diretamente operações realizadas por bandeiras internacionais, como Visa e Mastercard, que seguem regras do sistema financeiro norte-americano.

Outra alternativa

O Banco do Brasil e o STF não comentaram sobre este assunto no momento. Segundo informações de bastidores, o bloqueio não afeta apenas o ministro, mas pode abrir precedente para outros brasileiros incluídos em listas de restrições externas. Para contornar a situação, o banco teria oferecido a Moraes um cartão com bandeira nacional, sem vínculo com redes estrangeiras, permitindo que ele continue utilizando serviços financeiros no país. Vale lembrar que Visa e Mastercard são americanas e Elo é do próprio país nacional com parceria do Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal.


Alexandre de Moraes na sessão sobre sanção americana (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Conflitos de legislações

O episódio reforça o impasse entre normas internacionais e a legislação brasileira. No Brasil, determinações de governos estrangeiros só têm validade se forem reconhecidas pelo Judiciário ou por órgãos nacionais competentes. Dessa forma, ainda que os EUA imponham sanções, bancos e empresas locais ficam diante de um dilema: seguir as regras de Washington e evitar punições fora do país, ou cumprir exclusivamente a legislação brasileira.

Moraes já havia alertado que instituições financeiras podem ser responsabilizadas no Brasil caso bloqueiem bens ou serviços apenas por conta de ordens externas. A interpretação é de que sanções internacionais não têm efeito automático dentro do território nacional.

Reações em geral

Como já foi mencionado, o Banco do Brasil preferiu não comentar sobre a informação, nem mesmo o Supremo Tribunal Federal, já o Mastercard afirmou que, segundo eles, não cabem a eles comentarem sobre titulares individuais de cartão. Outras instituições consultadas mencionaram que, por sigilo bancário, não podem confirmar se Moraes é correntista ou titular de cartão.

Tensão começa a crescer

Dentro do sistema bancário, cresce o receio de que eventuais descumprimentos às regras norte-americanas possam gerar sanções indiretas, como restrições ao acesso de bancos brasileiros ao mercado de dólar. Esse risco é avaliado como uma das principais pressões para que medidas como o bloqueio de cartões ocorram. Enquanto isso, no plano político, o episódio amplia a tensão entre Brasília e Washington, levantando debates sobre soberania, independência do Judiciário e os limites de interferência internacional.

Alexandre de Moraes determina depoimento de Bolsonaro em 48 horas após relatório da PF

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento em até 48 horas, após a Polícia Federal apresentar um relatório que aponta indícios de crimes cometidos por ele e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho. A investigação apura tentativas de interferir no julgamento de uma ação penal no STF relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes destaca a necessidade de esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas, a repetição de condutas ilícitas e a possibilidade de fuga. O pastor Silas Malafaia e o comentarista Paulo Figueiredo também são citados por disseminarem desinformação para desestabilizar instituições brasileiras.


Jair Bolsonaro fala à imprensa em Brasília (Foto: reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed/)

Violações de medidas

Ao analisar o celular de Jair Bolsonaro, foi revelado que o ex-presidente violou medidas que o proibiam de usar redes sociais. Ainda segundo a Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscaram apoio nos Estados Unidos para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, alegando perseguição política. Já Malafaia teria propagado narrativas falsas e incentivado iniciativas contra ministros do STF.


Bolsonaro deixa hospital após exames médicos (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Possibilidade de fuga

A PF também levanta a questão de risco de fuga do ex-presidente, já que em seu celular foi encontrado um documento com pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei. Conversas com o advogado norte-americano Martin de Luca, ligado a Trump Media & Technology Group e à plataforma Rumble, indicam que Bolsonaro discutiu ações judiciais nos EUA contra Moraes, sob a acusação de censura.

A decisão de Moraes reforça a urgência de esclarecer as condutas apontadas, enquanto a PF segue apurando as articulações que, segundo o relatório, visavam comprometer a democracia brasileira. As investigações continuam com foco na proteção das instituições e no combate a práticas ilícitas.

Bolsonaro descumpre medidas do STF sob orientação de Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia teria incentivado e orientado Jair Bolsonaro (PL) a não cumprir medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, segundo investigação da Polícia Federal.

Nesta terça-feira (20), a PF cumpriu mandado de busca pessoal e apreensão de celulares de Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A autorização para a operação veio do STF, dentro do processo PET nº 14129, que investiga ações de obstrução à Justiça vinculadas a uma conspiração golpista.

De acordo com a PF, o religioso atuou para que Bolsonaro descumprisse as medidas impostas pelo Supremo, especialmente no uso de redes sociais.

Estratégia de postagens e instruções detalhadas

De acordo com os investigadores, Malafaia fornecia a Bolsonaro instruções precisas sobre os melhores horários para postar e quais meios seriam mais adequados para a divulgação das mensagens.

Dessa forma, o dolo na conduta dos investigados ficou evidente a partir de um conjunto de ações previamente combinadas e deliberadas, estruturadas de forma gradual e consistente, com a finalidade de atender interesses ilícitos, em clara tentativa de coação de autoridades e restrição do livre exercício dos poderes constitucionais”, afirmou a PF ao STF.


Bolsonaro descumpre medidas do STF, diz PF (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

Comunicação sobre tarifas e pressão ao STF

Em uma mensagem de 13 de julho, Malafaia indicou como Bolsonaro deveria se posicionar sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, liderado por Donald Trump.

Tem que pressionar o STF, dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa será suspensa. Também pode usar: não queremos sanções contra ministros do STF ou suas famílias. Eles vão se preocupar com isso! A questão da tarifa é sobre justiça e liberdade, não economia. Direcione o discurso para isso!”, escreveu Malafaia, segundo documento da PF enviado ao Supremo.

Naquele período, o STF proibiu Bolsonaro de utilizar suas próprias contas nas redes sociais e também de se comunicar por meio de perfis de terceiros, incluindo familiares ou aliados políticos. A Corte também exigiu que ele utilizasse tornozeleira eletrônica. Após descumprimentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente.

Moraes alerta bancos brasileiros sobre riscos de sanções dos EUA

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alertou que bancos que operam no Brasil podem ser punidos caso apliquem sanções impostas pelos Estados Unidos no país. A declaração ocorre em meio a incertezas geradas após decisão do ministro Flávio Dino, que reforçou que ordens de outros países só devem ser cumpridas com aval do STF.

Moraes, recentemente sancionado pelo governo americano por meio da Lei Magnitsky, ferramenta que pune financeiramente estrangeiros, destacou que instituições financeiras não podem acatar sanções internacionais de forma independente, sob risco de penalidades internas.

A decisão de Dino, embora não mencione a Magnitsky, protege o setor bancário brasileiro ao impedir que empresas e filiais nacionais apliquem medidas coercitivas ou restrições de direitos baseadas em atos unilaterais de governos estrangeiros, preservando a soberania jurídica do país.

Repercussão internacional

Após a decisão de Dino, na última segunda-feira (18), o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA — equivalente ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro — publicou uma mensagem na qual se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como “tóxico”. O texto foi republicado em português pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil, ampliando seu alcance.

O comunicado alertava que cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com Moraes. Além disso, ressaltava que pessoas de outros países devem agir com cautela, pois qualquer apoio material a indivíduos considerados violadores de direitos humanos também pode gerar sanções internacionais.


Moraes alerta que bancos podem ser punidos ao seguirem sanções dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)

Impactos da Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky prevê sanções severas contra indivíduos considerados violadores de direitos humanos, sendo descrita por alguns especialistas como uma “pena de morte financeira”. Entre seus efeitos estão a proibição de manter cartões de crédito de grandes bandeiras nos Estados Unidos, a impossibilidade de abrir ou manter contas bancárias no país e restrições de entrada, incluindo o cancelamento de vistos.

Além disso, bancos e instituições financeiras internacionais podem ser obrigados a congelar ativos, encerrar contas e cancelar cartões do sancionado. A medida também gera impacto reputacional significativo, pois a pessoa passa a constar em uma lista internacional de indivíduos responsabilizados por violações graves e sistemáticas de direitos humanos.

X denuncia restrições digitais no Brasil e ações do STF

O X (ex-Twitter) enviou comentários ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), acusando o Brasil de adotar regras que ameaçam a liberdade de expressão e prejudicam o comércio digital. O documento foi publicado nesta terça-feira (19), em resposta à investigação sobre supostas práticas desleais no comércio internacional.

O órgão realiza uma investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, analisando  as práticas comerciais do Brasil a pedido do presidente Donald Trump.

Reclamações da plataforma

Nos documentos enviados ao USTR, a empresa expressa “sérias preocupações” sobre a proteção da liberdade de expressão e a aplicação justa das regras no Brasil, afirmando que tais práticas impactam diretamente os provedores de serviços digitais dos EUA.

“O ambiente regulatório brasileiro tem se deteriorado de forma significativa, com medidas que extrapolam os limites da jurisdição nacional e criam incertezas jurídicas para provedores de serviços digitais sediados nos EUA”, escreveu a rede social de Elon Musk.

O X afirma que decisões do Judiciário brasileiro enfraquecem as garantias do Marco Civil da Internet. A empresa cita, por exemplo, a decisão do STF em junho, que alterou o artigo 19 e permite a responsabilização de plataformas em alguns casos mesmo sem ordem judicial prévia. 

Segundo eles, a medida aumenta a incerteza jurídica e os custos de conformidade, estimula ações judiciais contra empresas norte-americanas de aplicativos e “cria fortes incentivos para que as plataformas removam conteúdos preventivamente, o que pode afetar discursos legais, inclusive de cidadãos dos Estados Unidos”.

A plataforma acusa diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de adotar medidas sem base legal, incluindo a suspensão da rede social no país, a apreensão de recursos de empresas sem relação com os processos e a desativação de contas, inclusive de políticos e jornalistas. A empresa afirma que grande parte dessas decisões ocorreram sob sigilo, impedindo a defesa nos processos.


Governo Lula solicita aos EUA reavaliação de investigação sobre o Brasil (Reprodução/YouTube/Metrópoles)

O que é Seção 301

A Seção 301 é uma ferramenta da legislação comercial dos EUA que permite ao governo investigar práticas de outros países consideradas prejudiciais ao comércio americano. O processo exige que o país investigado apresente sua defesa e geralmente dura cerca de 12 meses.

Se as práticas forem confirmadas, o USTR (Representante Comercial dos EUA) pode recomendar sanções, como tarifas extras ou restrições de mercado. Além da investigação, Trump aplicou sobretaxa de 50% a diversos produtos brasileiros e sancionou financeiramente o ministro Alexandre de Moraes.

Justiça italiana decide manter Carla Zambelli em presídio em Roma

A Justiça italiana decidiu manter a prisão cautelar da deputada licenciada Carla Zambelli, que está detida em Roma desde o dia 29 de julho. O pedido da defesa para que a prisão fosse convertida em regime domiciliar foi rejeitado em uma audiência recente, tendo a Corte italiana considerando válidos os argumentos apresentados pelo Brasil.

Sob a alegação de ser portadora de doença rara, Zambelli terá seu pedido de extradição avaliado no próximo dia 27 deste mês.

Condenação e fuga

Carla Zambelli foi condenada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por sua participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. A condenação, que também inclui a perda de seu mandato e o pagamento de uma indenização, tornou-se definitiva (transitada em julgado) após os recursos da defesa terem sido rejeitados.

Pouco depois da condenação, Zambelli, que possui cidadania italiana, deixou o Brasil e passou a ser considerada foragida pela Justiça brasileira. A pedido do STF, ela foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, sendo localizada e presa em Roma.


Sessão da CPI sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro conta com a participação de Carla Zambelli, em 2023 (Foto: reprodução/EVARISTO SA/AFP/Getty Images Embed)

Decisão da Justiça italiana

A defesa de Zambelli questionou a legalidade da prisão cautelar, mas a Justiça italiana, em decisão publicada na última sexta-feira (15/08), rejeitou os argumentos. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a Corte italiana reconheceu que a prisão foi correta e que o mandado de prisão emitido pelo STF, com a difusão vermelha da Interpol, é suficiente para a detenção.

Zambelli, que alega ser portadora de Síndrome de Ehlers-Danlos, uma doença rara, teve sua situação de saúde avaliada por uma perícia médica oficial, realizada nesta segunda-feira (18/08). O resultado do laudo será analisado em uma nova audiência, marcada para o dia 27 de agosto. A defesa espera que a deputada seja transferida para prisão domiciliar por motivos médicos.

Extradição e próximos passos

O processo de extradição de Carla Zambelli para o Brasil continua em andamento. O pedido foi formalizado pelo Ministério do Interior da Itália, e o caso será analisado pela Justiça italiana em todas as suas instâncias, um processo que pode se estender por mais de um ano. A defesa de Zambelli alega que os crimes pelos quais ela foi condenada são de natureza política, o que a isentaria da extradição, mas essa tese é contestada por especialistas em direito internacional.

Zambelli permanece detida no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, enquanto aguarda a decisão da Justiça italiana sobre seu pedido de prisão domiciliar e a análise final do processo de extradição.

Governo brasileiro responde à investigação dos EUA e defende STF e Pix

O Brasil enviou nesta segunda-feira (18) uma manifestação oficial ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) em resposta à investigação aberta pelos Estados Unidos sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. No documento, o Brasil nega a adoção de práticas comerciais desfavoráveis, injustas ou limitantes e afirma que não há fundamentos legais ou factuais que justifiquem a aplicação de sanções por parte do governo norte-americano. O documento também foi utilizado para reiterar a legitimidade das decisões do STF e do sistema brasileiro de pagamentos instantâneos (Pix).

Posicionamento do governo brasileiro

O Itamaraty destacou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos é mutuamente vantajoso, ressaltando que os EUA mantêm um saldo positivo histórico na balança bilateral. O governo brasileiro também enfatizou que já realizou reformas nos setores mencionados pela parte norte-americana, todas conforme as diretrizes do comércio internacional. “Não há prejuízo às empresas norte-americanas em comparação com companhias de outros países”, informa o documento. Na avaliação do governo brasileiro, a adoção de medidas unilaterais violaria os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em relação ao Pix, o governo informou que o sistema de pagamentos instantâneos segue padrões de segurança e proteção ao consumidor, sem impor barreiras a empresas estrangeiras. Ressaltou ainda que o sistema ampliou a inclusão financeira, incentivou a competição no setor de pagamentos, obteve maior participação de empresas privadas, inclusive dos EUA, e foi elogiado por instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Sobre propriedade intelectual, o Brasil afirmou que cumpre normas internacionais e está alinhado aos acordos da OMC.

O governo salientou que países como União Europeia, Índia e até os EUA adotaram sistemas semelhantes ao Pix, citando o FedNow, do banco central americano, como exemplo, que segundo o documento, o sistema “oferece funcionalidades semelhantes ao Pix”.


Lula em discurso sobre política econômica (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Brasil defende STF

O governo brasileiro assegurou que as decisões do STF e ordens judiciais não resultam em discriminação contra empresas americanas, nem afetam sua capacidade de competir no Brasil ou globalmente. Destacou que o uso de multas e medidas obrigatórias é comum em qualquer Estado de Direito, inclusive nos EUA, e que exigências legais para empresas estrangeiras são práticas normais. O Brasil negou que o artigo 19 da Lei do Marco Civil da Internet seja direcionado contra empresas dos EUA, defendendo que se trata de norma geral. Segundo o documento, a objeção americana parece questionar medidas legítimas do país para proteger direitos fundamentais e combater crimes online.

Flávio Dino determina que leis e atos externos não tem efeitos no Brasil

Nesta segunda-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, decidiu que leis e decisões de outros países não possuem efeitos no Brasil se caso as mesmas não passarem por validação da justiça brasileira.

Sem mencionar a Lei Magnitsky, Dino afirmou que a medida tornou-se necessária, uma vez que, segundo o ministro, o Brasil tem sido alvo de ameaças e sanções, e ainda menciona a imposição de força de um país sobre o outro.

Impedimento de ações externas

A decisão foi tomada após uma análise que perdurava desde o ano passado sobre uma ação movida no Reino Unido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que questionava a possibilidade de municípios brasileiros entrarem com ações judiciais no exterior. A ação está relacionada com a tragédia ocorrida em Mariana–MG, em 2015, em que municípios buscaram indenização contra a mineradora Samarco pelo desastre ocorrido na cidade mineira.

Em uma nova tese, o ministro determinou que sentenças e medidas tomadas em outros países só serão válidas no Brasil caso essas forem homologadas pela justiça nacional ou seguirem os trâmites formais de cooperação internacional.

Na mesma oportunidade, Dino decidiu que estados e municípios do Brasil não mais poderão propor ações em outros países, além de que empresas e bancos não deverão seguir ordens externas sem aval dos tribunais brasileiros.

Lei Magnitsky

A decisão de Dino ocorre dias depois que a Lei Magnitsky foi aplicada ao também ministro do STF, Alexandre de Moraes. A lei é um dispositivo da justiça americana, que concede ao governo dos EUA a permissão para impor sanções econômicas àqueles que são acusados de corrupção ou de violação de direitos humanos.


O ministro do STF, Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky (Foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)

O ministro Alexandre de Moraes foi alvo da Magnitsky por conta da insatisfação do presidente dos EUA, Donald Trump, com as decisões do Poder Judiciário brasileiro com as ações tomadas contra o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), e seus apoiadores, por uma suposta tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido após a derrota do candidato do Partido Liberal à reeleição nas eleições gerais de 2022.

STF reafirma direito de recusa à transfusão de sangue por convicção religiosa

O Supremo Tribunal Federal reforçou que pessoas adultas e plenamente capazes podem recusar transfusões de sangue por motivo de crença religiosa, garantindo também o acesso a tratamentos alternativos no sistema público de saúde.

Essa decisão favorece ao grupo religioso, Testemunhas de Jeová, pois são muito conhecidos, principalmente, por proibirem transfusão de sangue, devido a ser contra as suas crenças. Ministros votaram por negar o recurso, entre eles, o Alexandre de Moraes. Caso não haja pedido de vista, a maioria da votação será confirmada até esta segunda-feira (18).


Mulher realizando transfusão de sangue (Foto: reprodução/Ian West/Getty Images Embed)

Decisão com impacto jurídico e social

O STF formou maioria ao rejeitar recurso que tentava reverter entendimento anterior, confirmando o direito à recusa de transfusões sanguíneas por motivação religiosa. Com isso, a Corte confirma a autonomia individual como princípio fundamental, inclusive em contextos médicos. Isso se aplica de forma ampla, com repercussão geral, ou seja, todas as instâncias da Justiça deverão adotá-la como referência jurídica.

Alternativas Asseguradas

Para quem recusa a transfusão, o Estado tem a obrigação de oferecer opções terapêuticas alternativas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Se o tratamento compatível não existir localmente, o paciente tem direito a ser encaminhado a outro local, com custos de deslocamento cobertos pelo sistema de saúde.

Vale lembrar que em setembro de 2024, o plenário decidiu que os cidadãos possuem o direito de recursar esse tipo de procedimento por questões religiosas, favorecendo o Testemunhas de Jeová. Mas, ao mesmo tempo, o STF reconheceu o direito do profissional de saúde de exercer objeção de consciência, podendo se recusar a realizar procedimentos que conflitem com suas próprias convicções éticas ou religiosas.

Tentativa do CFM

O Conselho Federal da Medicina, tentou recorrer à decisão, dizendo haver omissões nesta medida, devido à falta de esclarecimentos sobre como agir em cenários como esse, no entanto, o recurso foi rejeitado pela maioria do STF. Como base da decisão, o CFM utilizou dois casos como: a mulher de Maceió que recusou a transfusão para uma cirurgia cardíaca e o paciente do Amazonas exigindo um custeio pela cirurgia de artroplastia.

Bolsonaro deixa prisão domiciliar para realizar exames no hospital DF Star em Brasília

Neste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou sua prisão domiciliar por algumas horas para realizar uma bateria de exames médicos no hospital DF Star, em Brasília. A saída foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou como condição a apresentação de um atestado comprovando o comparecimento ao hospital.

Segundo informações preliminares, os exames teriam durado pelo menos entre 6h e 8h da manhã. Ao deixar a unidade, Bolsonaro ignorou os jornalistas presentes e declarou que não falaria sobre o assunto.

A ida ao hospital ocorreu devido a problemas de saúde que o ex-presidente vem apresentando há alguns dias, incluindo refluxo gástrico e episódios de soluços refratários. A equipe médica responsável avaliou os sintomas e solicitou exames complementares, entre eles coleta de sangue, análise de urina, endoscopia e tomografia, a fim de investigar com maior precisão a origem do quadro clínico.


Moraes autoriza Bolsonaro a sair de casa para fazer exames (Foto: reprodução/Instagram/@
portalg1)

Prisão domiciliar e restrições

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi imposta após o ex-presidente descumprir restrições previamente estabelecidas, durante participação em um ato político realizado no Rio de Janeiro. Desde então, o líder do PL encontra-se proibido de utilizar celular, além de não poder receber visitas sem autorização prévia do STF. Moraes justificou a decisão alegando que Bolsonaro vinha ultrapassando reiteradamente os limites das determinações judiciais.

Julgamento marcado

Após meses de expectativa, o presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, anunciou que a primeira sessão do julgamento da ação penal por tentativa de golpe de Estado está oficialmente marcada para o dia 2 de setembro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Bolsonaro como o principal articulador de atos voltados à tentativa de abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito, em 2022, com o objetivo de se manter na Presidência da República após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Acusações formais

A denúncia da PGR elenca uma série de crimes que pesam contra o ex-presidente:

  • Organização criminosa armada: formação de grupo com quatro ou mais pessoas, estruturado e com divisão de tarefas, utilizando armas para a prática de crimes;

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: uso de violência ou ameaça para restringir ou extinguir os poderes constitucionais;

  • Golpe de Estado: tentativa de derrubar o governo legitimamente eleito por meios violentos;

  • Dano qualificado contra patrimônio da União: destruição ou deterioração de bens públicos, causando prejuízos expressivos;

  • Deterioração de patrimônio tombado: danos a bens protegidos por lei, ato administrativo ou decisão judicial.

Somadas, as penas máximas atribuídas a esses crimes podem chegar a até 43 anos de prisão, caso Bolsonaro seja condenado em todas as frentes apresentadas pela acusação