Bolsonaro deixa prisão domiciliar para realizar exames no hospital DF Star em Brasília
A saída foi autorizada pelo STF após o ex-presidente apresentar sintomas de refluxo e soluços persistentes; Bolsonaro deve apresentar um atestado que comprove sua ida ao hospital

Neste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou sua prisão domiciliar por algumas horas para realizar uma bateria de exames médicos no hospital DF Star, em Brasília. A saída foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou como condição a apresentação de um atestado comprovando o comparecimento ao hospital.
Segundo informações preliminares, os exames teriam durado pelo menos entre 6h e 8h da manhã. Ao deixar a unidade, Bolsonaro ignorou os jornalistas presentes e declarou que não falaria sobre o assunto.
A ida ao hospital ocorreu devido a problemas de saúde que o ex-presidente vem apresentando há alguns dias, incluindo refluxo gástrico e episódios de soluços refratários. A equipe médica responsável avaliou os sintomas e solicitou exames complementares, entre eles coleta de sangue, análise de urina, endoscopia e tomografia, a fim de investigar com maior precisão a origem do quadro clínico.
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Moraes autoriza Bolsonaro a sair de casa para fazer exames (Foto: reprodução/Instagram/@
portalg1)
Prisão domiciliar e restrições
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi imposta após o ex-presidente descumprir restrições previamente estabelecidas, durante participação em um ato político realizado no Rio de Janeiro. Desde então, o líder do PL encontra-se proibido de utilizar celular, além de não poder receber visitas sem autorização prévia do STF. Moraes justificou a decisão alegando que Bolsonaro vinha ultrapassando reiteradamente os limites das determinações judiciais.
Julgamento marcado
Após meses de expectativa, o presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, anunciou que a primeira sessão do julgamento da ação penal por tentativa de golpe de Estado está oficialmente marcada para o dia 2 de setembro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Bolsonaro como o principal articulador de atos voltados à tentativa de abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito, em 2022, com o objetivo de se manter na Presidência da República após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Acusações formais
A denúncia da PGR elenca uma série de crimes que pesam contra o ex-presidente:
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Organização criminosa armada: formação de grupo com quatro ou mais pessoas, estruturado e com divisão de tarefas, utilizando armas para a prática de crimes;
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Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: uso de violência ou ameaça para restringir ou extinguir os poderes constitucionais;
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Golpe de Estado: tentativa de derrubar o governo legitimamente eleito por meios violentos;
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Dano qualificado contra patrimônio da União: destruição ou deterioração de bens públicos, causando prejuízos expressivos;
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Deterioração de patrimônio tombado: danos a bens protegidos por lei, ato administrativo ou decisão judicial.
Somadas, as penas máximas atribuídas a esses crimes podem chegar a até 43 anos de prisão, caso Bolsonaro seja condenado em todas as frentes apresentadas pela acusação