Suposta interferência de Bolsonaro na PF faz Moraes reabrir inquérito

O ministro Alexandre de Moraes (STF), atendeu o pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de reabrir inquérito que aponta uma possível pressão de Bolsonaro contra o ex-ministro da Justiça e atual senador Sérgio Moro (União-PR).

O caso teria acontecido em 2020, quando o então ministro Sérgio Moro saiu do governo, alegando que o ex-presidente teria o pressionado, mediante mensagens. Na época, o ex-ministro do STF Celso de Mello autorizou a abertura de inquérito, que após não encontrar nenhum indício de crime pela PF, o caso foi arquivado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras.

Moro alega interferência

Tudo teria começado após a saída de Sérgio Moro, do governo, em 24 de abril de 2020, por alegar que Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal, em assuntos relacionados aos seus familiares, demitindo Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal e insistir na troca do comando do órgão, no Rio de Janeiro.

Logo após o anúncio da saída de Moro, o ex-presidente se pronunciou, afirmando que Moro propôs aceitar a demissão de Valeixo, se ele fosse indicado ministro do STF. Bolsonaro negou qualquer interferência, mas afirmou que pedia o então ministro da Justiça, relatórios diários da Polícia Federal, para poder tomar decisões de governo.

Três dias após a saída de Moro, no dia 27 de abril de 2020, Celso de Mello autorizou a solicitação do então Procurador-geral da República, Augusto Aras, de investigar as afirmações de Moro contra o ex-presidente Bolsonaro.

O ex-presidente, no dia 28 de abril de 2020, nomeou Alexandre Ramagem, que era diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e amigo da família de Bolsonaro, para ser o sucessor de Valeixo, no cargo de diretor-geral da PF. No dia seguinte, a nomeação foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, que alegou desvio de finalidade na nomeação.


Moraes abre investigação contra Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Moraes reabre inquérito

O ministro Alexandre de Moraes aceitou, nesta quinta-feira (16), o pedido do atual procurador-geral, Paulo Gonet, que afirmou encontrar elementos que precisam ser aprofundados na investigação e concluir se Bolsonaro realmente buscou informações privilegiadas em seu governo e influenciar em decisões que envolviam seus familiares e aliados políticos.

Para Gonet, existem indícios de que a troca do comando da PF, em 2020, e a solicitação da troca do comando do órgão, no Rio de Janeiro e Pernambuco, tinham como finalidade obter informações privilegiadas.

PF investiga se bebidas com metanol tem ligação com crime organizado

Aconteceu nesta terça-feira (30) uma coletiva de imprensa onde a Polícia Federal afirmou que vai investigar a ligação da adulteração de bebidas alcoólicas com metanol com o crime organizado. A investigação vai apurar de onde veio as bebidas, onde foram vendidas, e os principais fornecedores.

Segundo uma nota divulgada pela ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação), há uma suspeita de que o mesmo metanol usado nas bebidas alcoólicas pode ter sido usado para batizar combustíveis pelo crime organizado.

Três mortos são confirmados

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou que recebeu 16 denúncias sobre pessoas com suspeitas de intoxicação por metanol, 6 casos foram confirmados e os outros 10 segue em avaliação. Três mortes foram confirmadas até agora por ingestão de bebidas adulteradas por metanol.

Durante a reunião e coletiva de imprensa realizada hoje, ficou decidido que o Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) irá emitir um alerta aos Procons de todo o país, alertando para o perigo e cuidados aos consumidores e vendedores ao adquirir bebidas alcoólicas.

Foram acionados também o Ministério da Saúde, que ficará responsável por seguir os protocolos de atendimento a pessoas com intoxicação, e o Ministério da Agricultura será responsável por avaliar e ajudar outros órgãos a desenvolver ações de fiscalização.


Bebidas adulteradas com metanol deixam três mortos em SP (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Cuidados e Recomendações

Os cuidados e as recomendações de segurança foram passados para comerciantes e consumidores, principalmente do estado de São Paulo e regiões próximas. Em nota foi divulgada, uma ação em conjunto com o governo, empresas e sociedade no combate à venda de produtos falsificados, foi recomendado aos comerciantes e consumidores de não adquirir produtos de procedências duvidosas ou muito baratos, a prioridade agora seria a compra segura, com a devida conferência e rastreabilidade dos produtos.

Os consumidores devem atentar-se ao lacre das bebidas alcoólicas, se estiverem violados, abertos, rasgados ou tortos, não adquirir o produto e sempre desconfiar de promoções duvidosas.

Polícia Federal prende grupo suspeito de invadir sistema PIX de bancos

A Polícia Federal prendeu em flagrante, no início da manhã de sexta-feira, José Elvis dos Anjos Silva, Fernando Vieira da Silva, Rafael Alves Loia, Marcos Vinícius dos Santos, Klayton Leandro Matos de Paulo, Guilherme Marques Peixoto, Nicollas Gabriel Pytlak e Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha, suspeitos de participarem de uma organização criminosa, que realizava ataques em sistema de bancos. O grupo teria desviado por volta de R$ 1,2 bilhão de contas bancárias.

Ao chegar no imóvel onde o grupo se reunia, a Polícia encontrou computadores que contava com dados privilegiados da Caixa Econômica Federal, onde realizavam os desvios de dinheiro, via PIX. Os suspeitos teriam retirado um computador de uma agência da Caixa, levando para a casa onde os suspeitos foram encontrados.

O início da operação

Foi identificado um ataque em junho, gerando um prejuízo de R$ 800 milhões ao BMP. Depois, foi identificado mais um ataque, onde foram desviados cerca de R$ 400 milhões, em outra plataforma.

Nas investigações, os agentes acompanharam os suspeitos transportando o computador para uma casa na zona leste de São Paulo, se reunindo com os outros integrantes do grupo para a realização das fraudes.


Grupo de hackers preso em São Paulo pela Polícia Federal (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Ao chegar ao local, os suspeitos negaram as acusações, alegando estarem em reunião para uma festa. Foi apreendido um notebook, um pendrive e 12 celulares.

Os suspeitos respondem por dois crimes

Segundo a Polícia Federal, o grupo, que está em prisão preventiva, será julgado pelos crimes de organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico. Há investigações para descobrir se ainda há mais envolvidos no esquema de ataques cibernéticos e se também teve a participação de funcionários dos bancos que sofreram com os prejuízos.

A advogada de dois suspeitos, Rafael Alves Loia e José Elvis dos Anjos Silva, disse ao canal GloboNews, que “não há indícios”, negando a participação de seus clientes em crimes citados pela Polícia Federal.

Careca do INSS é preso em operação da Polícia Federal

Em uma nova fase da “Operação Cambota”, teve como resultado a prisão preventiva do “Careca do INSS”, apontado como um dos principais suspeitos de participar de esquema de desvio dinheiro de aposentadorias e pensões. O empresário Maurício Camisotti também foi preso, suspeito de fraude no INSS.

Segundo investigações, Antônio Camilo Antunes, que segundo a PF, é “sócio de miríade de empresas”, tendo 22 empresas registradas em seu nome, era a figura central do esquema e teria movimentado por volta de R$ 12,2 milhões dentro de quatro meses, em contas bancárias.

A investigação da Polícia Federal

A PF afirma que o esquema do Antônio Camilo era o grande operador, que realizava cadastros sem autorização, além de ter assinaturas falsas, descontando mensalidades de quem se beneficiava do INSS. Ele foi levado para Superintendência do Distrito Federal.


Prisão do "Careca do INSS" em operação da Polícia Federal (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Maurício Camisotti, participava como sócio oculto, conhecido popularmente como “laranja” em uma empresa, recebia os benefícios das fraudes. Ele foi preso em São Paulo. Sua defesa nega a participação do esquema.

Moraes pede detalhes à PGR sobre reforço policial na residência de Bolsonaro

Nesta segunda-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou detalhamento, em um prazo de cinco dias, à Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito do pedido de reforço policial na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assinado pelo diretor-geral, Andrei Rodrigues, o ofício da Polícia Federal (PF) solicita reforço urgente nas intermediações da casa do ex-chefe de Estado brasileiro.

Risco de fuga de Bolsonaro

Solicitado pelo deputado federal e líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), a Polícia Federal elaborou um pedido ao STF para haver reforço policial ostensivo nas proximidades da casa de Bolsonaro, além de checagem do sistema de monitoramento eletrônico, incluindo a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente.


Bolsonaro mostra sua tornozeleira eletrônica à imprensa (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

No ofício, a PF declara que possui conhecimento acerca de uma possível fuga de Bolsonaro, e uma evasão para o interior da Embaixada norte-americana, localizada a aproximadamente dez minutos de sua casa, podendo assim solicitar asilo político aos EUA. O político do PL cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, e ainda é réu, assim como outras 7 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, caso esse que será julgado no dia 2 de setembro.


Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues assinou o pedido de reforço policial na residência de Bolsonaro (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

Desde o início deste mês, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, podendo receber visitas apenas de advogados e familiares, sob autorização judicial. A pena aplicada ao ex-presidente decorre do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, a Polícia Federal divulgou um relatório em que indicia o ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), por coação na suposta tentativa de golpe de Estado. O documento da PF ainda aponta novos descumprimentos de Bolsonaro das medidas cautelares.

O relatório revela também que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam influenciado diretamente a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, acerca da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, como Alexandre de Moraes. Mensagens trocadas entre pai e filho corroboram para a tese em questão.

Com isso, o ministro do STF deu um prazo de 48 horas para que a PGR se manifeste a respeito das explicações prestadas pela defesa do ex-presidente. Em seguida, Moraes poderá decidir se manterá a prisão domiciliar de Bolsonaro, ou a converterá em prisão preventiva.

Notas sobre depoimento de Mauro Cid são encontradas em veículo de Bolsonaro

A Polícia Federal encontrou anotações feitas por Bolsonaro sobre as declarações de Mauro Cid durante operação de busca e apreensão na última segunda-feira (18). Os escritos de Jair Bolsonaro estavam no porta-luvas do carro do ex-presidente, mas não entraram na investigação sobre coação por serem considerados sem importância para o andamento do processo.

Conteúdo das notas

As anotações escritas por Bolsonaro contêm uma linha temporal que se inicia na delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Em uma das partes de suas notas, o político registrou “não existiam grupos, sim, indivíduos, considerando 3 ou 3 reuniões.”; “Previa: comissão eleitoral, nova eleição”.


Bolsonaro fazendo anotações durante interrogatório no STF (Foto: reprodução/Ton Molina/STF)

Bolsonaro também anotou a citação sobre a declaração de Cid acerca do dinheiro recebido da parte de Braga Netto. “Recebi o $ do Braga Netto e repassei para o Major Oliveira (…) Pelo volume, menos de 100 mil. Pressão para PR assinar ‘um decreto’ (…) defesa ou sítio, mas nada vai acontecer.” Algumas frases soltas também estavam registradas, como “preocupação em não parar o Brasil” e “Das oito, fiquei quatro semanas fora da Presidência”.

Sobre o planejamento do golpe, o ex-presidente escreveu que “Nem cogitação houve. Decreto de golpe? Golpe não é ilegal, golpe e conspiração”. Bolsonaro também havia destacado o dia 29 de novembro, mas teria riscado o registro em seguida. Ao lado da data, colocou “Plano de fuga do GSI caso a Presidência fosse sitiada”. Segundo a polícia, as anotações foram feitas ao longo da fala de Mauro Cid no interrogatório ocorrido em junho no STF e devem servir para a construção de estratégias da defesa de Jair Bolsonaro.

Inquérito por coação

Na última quarta-feira (20), Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados por coação durante a investigação sobre tentativa de golpe. Os dois são suspeitos de intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores para suspender processos contra o ex-presidente.


Bolsonaro, à esquerda, e Eduardo Bolsonaro, à direita (Foto: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)

Mensagens de texto e áudio enviados por Bolsonaro, desrespeitando as medidas de proibição de uso de redes sociais determinadas pelo STF, foram encontradas pela Polícia Federal após a apreensão do dispositivo e confirmam a ação de coação do político.

“Cela de Bolsonaro” é preparada pela Polícia Federal para eventual prisão

A cela do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já foi arrumada pela polícia federal (PF) caso ocorra seja decretada a condenação em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.

Foi divulgado que o ambiente se localiza em uma área no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, situada no Setor Policial de Brasília, capital do Brasil.

Detalhes da cela

O ambiente conta com um banheiro, mesa de trabalho, cama, televisão e cadeira. O local foi organizado rapidamente, no mesmo padrão da cela na qual o atual presidente Lula (PT) ficou durante um período, na prisão da PF no Paraná, em Curitiba, nos anos de 2018 e 2019. Fernando Collor de Mello, ex-presidente que também ficou por um curto período preso, obtendo uma cela especial com os mesmos detalhes, mas que se localizava em Maceió–AL, foi esclarecido por advogados que ex-presidentes do Brasil têm esse direito garantido em possíveis prisões.


Ex-presidente Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Sendo nomeada como a “cela de Bolsonaro”, por policiais no Distrito Federal, onde não será necessário dividir com outros detentos por se tratar de um ambiente individual para atender às necessidades do ex-presidente, podendo ser designada a outras autoridades. Membros da PF fizeram um esclarecimento alegando que a cela foi elaborada há mais de 3 meses, sem focar especificamente em Bolsonaro, podendo servir para qualquer autoridade brasileira que for pressa atualmente.

Prisão militar para Bolsonaro

Foi esclarecido por delegados sobre a possibilidade de o Bolsonaro ser mantido em uma prisão militar por já ter exercido uma função no exército. As chances estão analisadas, a ação só pode ser ordenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, caso julgue necessário, cumprir regime fechado. Outra situação parecida foi a prisão do ex-ministro Anderson Torres, que se sucedeu em 2023.


Jair Messias Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A cela especial foi finalizada para, caso seja necessário, utilizá-la. Tendo sido estruturada logo após o fim da cúpula da PF, em conjunto com a Vara de Execuções Penais do DF, para realizarem uma conferência na Superintendência para ser averiguada a disponibilidade de um local para a detenção de Jair, sendo separada para ele. Pois no prédio central da PF não há lugar para residir.

Alexandre de Moraes determina depoimento de Bolsonaro em 48 horas após relatório da PF

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento em até 48 horas, após a Polícia Federal apresentar um relatório que aponta indícios de crimes cometidos por ele e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho. A investigação apura tentativas de interferir no julgamento de uma ação penal no STF relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes destaca a necessidade de esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas, a repetição de condutas ilícitas e a possibilidade de fuga. O pastor Silas Malafaia e o comentarista Paulo Figueiredo também são citados por disseminarem desinformação para desestabilizar instituições brasileiras.


Jair Bolsonaro fala à imprensa em Brasília (Foto: reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed/)

Violações de medidas

Ao analisar o celular de Jair Bolsonaro, foi revelado que o ex-presidente violou medidas que o proibiam de usar redes sociais. Ainda segundo a Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscaram apoio nos Estados Unidos para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, alegando perseguição política. Já Malafaia teria propagado narrativas falsas e incentivado iniciativas contra ministros do STF.


Bolsonaro deixa hospital após exames médicos (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Possibilidade de fuga

A PF também levanta a questão de risco de fuga do ex-presidente, já que em seu celular foi encontrado um documento com pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei. Conversas com o advogado norte-americano Martin de Luca, ligado a Trump Media & Technology Group e à plataforma Rumble, indicam que Bolsonaro discutiu ações judiciais nos EUA contra Moraes, sob a acusação de censura.

A decisão de Moraes reforça a urgência de esclarecer as condutas apontadas, enquanto a PF segue apurando as articulações que, segundo o relatório, visavam comprometer a democracia brasileira. As investigações continuam com foco na proteção das instituições e no combate a práticas ilícitas.

Bolsonaro descumpre medidas do STF sob orientação de Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia teria incentivado e orientado Jair Bolsonaro (PL) a não cumprir medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, segundo investigação da Polícia Federal.

Nesta terça-feira (20), a PF cumpriu mandado de busca pessoal e apreensão de celulares de Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A autorização para a operação veio do STF, dentro do processo PET nº 14129, que investiga ações de obstrução à Justiça vinculadas a uma conspiração golpista.

De acordo com a PF, o religioso atuou para que Bolsonaro descumprisse as medidas impostas pelo Supremo, especialmente no uso de redes sociais.

Estratégia de postagens e instruções detalhadas

De acordo com os investigadores, Malafaia fornecia a Bolsonaro instruções precisas sobre os melhores horários para postar e quais meios seriam mais adequados para a divulgação das mensagens.

Dessa forma, o dolo na conduta dos investigados ficou evidente a partir de um conjunto de ações previamente combinadas e deliberadas, estruturadas de forma gradual e consistente, com a finalidade de atender interesses ilícitos, em clara tentativa de coação de autoridades e restrição do livre exercício dos poderes constitucionais”, afirmou a PF ao STF.


Bolsonaro descumpre medidas do STF, diz PF (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)

Comunicação sobre tarifas e pressão ao STF

Em uma mensagem de 13 de julho, Malafaia indicou como Bolsonaro deveria se posicionar sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, liderado por Donald Trump.

Tem que pressionar o STF, dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa será suspensa. Também pode usar: não queremos sanções contra ministros do STF ou suas famílias. Eles vão se preocupar com isso! A questão da tarifa é sobre justiça e liberdade, não economia. Direcione o discurso para isso!”, escreveu Malafaia, segundo documento da PF enviado ao Supremo.

Naquele período, o STF proibiu Bolsonaro de utilizar suas próprias contas nas redes sociais e também de se comunicar por meio de perfis de terceiros, incluindo familiares ou aliados políticos. A Corte também exigiu que ele utilizasse tornozeleira eletrônica. Após descumprimentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente.

Polícia Federal afirma que Eduardo Bolsonaro escondeu dinheiro na conta bancária da esposa

A Polícia Federal divulgou alguns detalhes do inquérito que indiciou o ex presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro por coação a autoridades responsáveis pelo inquérito de golpe de Estado.

Segundo a PF, a conta bancária de Heloísa, esposa de Eduardo, foi usada para esconder recursos bancários do deputado para ter acesso a valores recebidos de Bolsonaro e evitar bloqueios judiciais. O ex presidente fez o mesmo processo com sua esposa Michelle.

Movimentações chegam a R$ 2 milhões

Para chegar as transferências, a Polícia Federal tinha conseguido quebrar na justiça o sigilo bancário de Eduardo Bolsonaro.

A informação não era nova, já que o próprio Bolsonaro em depoimento afirmou ter transferido o valor de R$ 2 milhões para o filho, que está nos Estados Unidos, com o objetivo do mesmo não passar necessidade no país.


Eduardo Bolsonaro comemora sanções a membros do STF (Vídeo: Reprodução/X/@BolsonaroSP)

Para a PF, o ex presidente omitiu informações de que teria repassado outros valores. Segundo a investigação, Bolsonaro fez seis transferências que totalizam R$ 111 mil.

De acordo com a investigação, após Eduardo receber os 2 milhões do pai, realizou duas transferências para a esposa no valor de R$ 50 mil e de R$ 150 mil nos dias 19 de maio e 5 de junho, respectivamente.

Para os investigadores, as transferências tinham como objetivo esconder a origem do dinheiro para poder acessá-lo mesmo se a conta do deputado licenciado fosse bloqueada pelo justiça.

Bolsonaro também fez as mesmas movimentações bancárias

Além de Eduardo Bolsonaro, a investigação também chegou em movimentações bancárias de Jair Bolsonaro.

Ao analisar as movimentações bancárias do ex presidente, foi encontrado um repasse no valor de R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro, esposa de Bolsonaro, na véspera do depoimento dele a Polícia Federal em junho.

Para os investigadores da PF, Bolsonaro se desfez dos valores tendo consciência e liberdade, tendo claro objetivo de se desfazer de recursos financeiros que tinha em posse imediata para não perder os recursos em casos de bloqueios judiciais. A investigação ainda conclui que as transferências visavam apoiar Eduardo no intento criminoso de coagir autoridades responsáveis pelo julgamento dos atos golpistas.

Bolsonaros foram indiciados pela PF

Nesta quarta-feira(20), a Polícia Federal indiciou Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro por coação a autoridades responsáveis pelo inquérito e julgamento do golpe de Estado.

Além disso, a PF ainda concluiu que ambos, tentaram atrapalhar o processo de golpe de Estado e tentaram abolir o Estado Democrático de Direito através de ações que visavam atingir instituições brasileiras culminando segundo um dos investigados no tarifaço ao Brasil que passou a valer no dia 6 de agosto e em sanções ao ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF e do Congresso Nacional Brasileiro.

Também foram encontradas mensagens em sua maioria apagadas entre ambos os acusados e o pastor Silas Malafaia, tendo como assunto a intimidação de autoridades brasileiras responsáveis pela investigação e julgamento da trama golpista.