O Vaticano encerrou oficialmente um dos debates teológicos mais antigos da Igreja Católica ao divulgar, nesta terça-feira (4), um novo decreto aprovado pelo Papa Leão XIV, no qual afirma que apenas Jesus Cristo é o Salvador da humanidade. A instrução, emitida pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovada pelo pontífice, orienta os 1,4 bilhão de católicos do mundo a não utilizarem o título de “corredentora” para se referir à Virgem Maria. Segundo o documento, o termo pode gerar “confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”.
Vaticano define limites para veneração
O decreto reafirma o papel de Maria como intermediária entre Deus e a humanidade, mas deixa claro que a redenção pertence exclusivamente a Cristo. O texto pontua que, ao dar à luz Jesus, Maria “abriu as portas da Redenção que toda a humanidade aguardava”, mas sua participação se limita à aceitação da vontade divina, não à obra redentora em si.
Papa Leão XIV se em Catequese de Audiência Geral (Foto: reprodução/Instagram/@vaticannewspt)
A decisão dá fim a um debate que perdurou por décadas e dividiu teólogos e líderes da Igreja. A discussão sobre a possibilidade de Maria ter colaborado na salvação da humanidade ganhou força e chegou a gerar divergências entre papas.
Encerramento de um impasse histórico
O novo decreto foi interpretado como uma reafirmação da doutrina cristã tradicional, que sempre reconheceu Cristo como o único redentor. Papas anteriores já haviam se manifestado sobre o tema: João Paulo II chegou a apoiar o uso do título de “corredentora”, mas recuou posteriormente; Bento XVI e Francisco se opuseram abertamente à ideia — o último chegou a chamá-la de “loucura”.
Com a decisão, o Papa Leão XIV põe fim a uma longa disputa interna e define uma nova diretriz para a fé católica, reforçando a centralidade de Jesus Cristo como único Salvador. O documento marca um posicionamento claro do Vaticano sobre os limites da veneração a Maria e deve servir de referência para orientações pastorais e catequéticas em todo o mundo.
