Juliana Marins pode ter permanecido viva por 32 horas após queda

Nesta sexta-feira (11), em coletiva no Rio de Janeiro, promovida pela Defensoria Pública da União, legistas informaram os resultados de nova perícia e revelaram que Juliana Marins, brasileira que morreu após cair na Indonésia, pode ter resistido por até 32 horas após a queda. A primeira autopsia do corpo da jovem foi realizada no país asiático, mas uma nova perícia, agora realizada no Brasil, foi solicitada pela família pela Juliana.

Resultados da nova perícia

Em necropsia realizada no Instituto Médico Legal (IML), a estimativa do tempo de vida de Juliana após a queda foi descoberta mediante exames entomológicos, estudo de larvas que estavam na raiz dos cabelos e no tórax da jovem. A investigação feita por Janyra Oliveira Costa, especialista na área, ao observar traços, ovos e evolução, conseguiu chegar ao possível momento da morte da brasileira.

“A estimativa indica que Juliana morreu por volta do meio-dia do dia 22 de junho, horário da Indonésia. Como a queda ocorreu às 4h da manhã do dia 21, ela pode ter permanecido viva por até 32 horas”, declarou o legista Reginaldo Franklin.


Perito Nelson Massini explicando o novo laudo em coletiva (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O novo laudo da necropsia, confirmou a causa da morte como politraumatismo, ferimentos provocados pelos impactos sofridos no acidente. Durante os dias em que esperava resgate, Juliana ficava cada vez mais distante do local em que caiu por conta da superfície escorregadia onde estava, sofrendo várias quedas. Entre todas essas quedas, a última foi fatal, provocando uma morte dolorosa, afirmou o perito Nelson Massini.

“Foi um processo de sofrimento, com dificuldade respiratória enorme. Os alvéolos pulmonares estavam cheios de sangue, o que impede a entrada de oxigênio. Entra-se numa agonia respiratória e, em seguida, ocorre a morte”, disse Massini.

Sobre o acidente

Juliana Marins, de 26 anos, sofreu um acidente durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no final de junho. Após a queda, a publicitária esperou pelo regaste por mais de três dias e segundo novos relatos, a brasileira teria gritado por ajuda por mais de 10 horas. A jovem de Niterói, Rio de Janeiro, foi encontrada morta e teve corpo retirado por profissionais da região e voluntários que se sensibilizaram pelo caso.


Registro de Juliana Marins em Vale do Alcantilado, Minas Gerais (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

O novo laudo, divulgado nesta sexta (11), também mostrou que Juliana enfrentou um longo processo de morte, o que volta atenção ao despreparo das autoridades quanto ao resgate. O caso de Juliana segue sendo investigado sob sigilo pelas autoridades brasileiras.

Laudo do IML sobre Juliana Marins é dificultado pelo estado do corpo

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro revelou que o estado do corpo de Juliana Marins, ao chegar ao Brasil, comprometeu as análises periciais. Juliana faleceu após uma queda durante uma trilha na Indonésia, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois. O processo de embalsamamento para repatriação, embora necessário, impactou a capacidade dos especialistas de obter respostas sobre a dinâmica do ocorrido e outros fatores relevantes. A realização de uma nova perícia foi um pedido da família à Justiça brasileira, acompanhada por um perito particular, após a decisão de preservar o corpo e enterrá-lo em vez de cremá-lo.

Desafios nas análises forenses

Segundo o IML, o embalsamamento realizado antes da necropsia impediu a estimativa precisa do horário da morte e dificultou a avaliação de sinais clínicos importantes, como hipotermia, desidratação, ou indícios de violência sexual. Não foram identificados sinais de contenção física nem encontrados espermatozoides ou lesões traumáticas nas regiões genitais ou perianais. Contudo, exames genéticos complementares ainda estão em andamento para verificar a presença de material biológico masculino.

A causa da morte foi atribuída a hemorragia interna, resultante de múltiplas lesões traumáticas, incluindo fraturas graves na pelve, tórax e crânio, compatíveis com um impacto de alta energia. Embora os ferimentos fossem letais em curto prazo, os peritos consideram possível um breve período de agonia física e psíquica antes do óbito. Sem parâmetros essenciais como temperatura corporal, rigidez cadavérica e livores, o exame cadavérico não pôde determinar a hora exata da morte.


A niteroiense Juliana Marins viajava por vários países (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

Ausência de informações

Os peritos também indicaram que a ausência de informações detalhadas sobre a dinâmica do evento comprometeu as conclusões sobre uma possível sequência de quedas ou o tempo de exposição da vítima ao ambiente antes do impacto final. A perícia também enfrentou dificuldades para apurar se fatores ambientais, como hipotermia, desorientação ou exaustão, contribuíram para o desfecho. Foram observados apenas ressecamento ocular e algumas lesões musculares, sem sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de drogas ilícitas.

De acordo com os peritos, Juliana poderia ter sobrevivido entre 10 e 15 minutos após o trauma, embora sem condições de reagir ou se locomover. Marcas de arrasto foram encontradas no corpo, compatíveis com a inclinação do terreno onde ela foi localizada. A análise final da dinâmica da queda será apresentada em um laudo complementar.

Pai de Juliana Marins faz publicação comovente e diz “Deus estava com ela“

Manoel Marins, pai da jovem publicitária Juliana Marins, morta em um vulcão na Indonésia, fez uma publicação comovente em suas redes sociais na última quarta-feira (02), e em texto diz que ela não estava sozinha, mas que Deus estava com ela a todo momento.

Seu Manoel publica texto emocionante antes de velório

Junto de uma foto com a filha e a esposa, Manoel faz declaração cheia de fé. Em texto, ele destaca sua crença em Deus e tem convicção de que Deus sempre esteve com ele. Num trecho, ele destaca “Creio num Deus que, a exemplo de Jesus, caminha conosco, sorri conosco e chora conosco”. Publicação comove internautas que reagem ao seu discurso. Em alguns comentários, as pessoas elogiam a força e fé da família e o quanto tem aprendido com o caso. Nesse mesmo texto, seu Manoel finaliza dizendo que a filha nunca esteve sozinha no acidente, mas que Deus sempre esteve com ela.

Velório de Juliana Marins acontecerá em Niterói (RJ), nesta sexta-feira (04), no cemitério Parque das Colinas, às 10h. Manoel afirma que o corpo da filha será cremado. O corpo da jovem foi liberado à família pelo IML do Rio de Janeiro e teve chegada na terça-feira (1). Corpo foi liberado após conclusão de nova necropsia realizada por dois peritos legistas da Polícia Civil, e laudo preliminar tem até sete dias para obter resultado.


Imagem publicada por seu Manoel junto do texto (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

O caso cheio de reviravoltas que comoveu brasileiros

A jovem brasileira Juliana Marins sofreu uma queda enquanto estava numa trilha no vulcão Rinajani. Ela participava de um mochilão pela Ásia quando sofreu o acidente, uma queda de cerca de 300 metros. O que chamou a atenção e repercutiu nos brasileiros foi a falta de informação e possível negligência tanto do resgate na Indonésia quanto do translado para o Brasil.

Juliana teria ficado 4 dias desaparecida, embora turistas relataram terem visto a jovem ainda com vida e até produziram vídeo da vítima. Autópsia realizada na Indonésia não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato da morte, segundo a família. Esse é o motivo da nova autópsia e investigação realizada no Brasil.

Além disso, a família enfrentou problemas com o translado para o Brasil. Ministério das Relações disse que, por lei, não estavam autorizados por translados de brasileiros no exterior. Com a mobilização da internet, a prefeitura de Niterói, cidade da jovem, custeou os gastos do translado que a trouxe para o Brasil.

Corpo de Juliana Marins chega amanhã a SP em voo da Emirates

A companhia aérea Emirates será responsável pelo translado e confirmou que o corpo de Juliana Marins chegará a São Paulo nesta terça-feira (1º). A brasileira se acidentou e caiu numa trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Ela ficou desaparecida por quatro dias até ser encontrada sem vida.

Com escala em Dubai antes de seguir para o Aeroporto de Guarulhos, A Emirates informou que está em contato com a família da vítima e os preparativos para o translado do corpo de Juliana Marina estão sendo tomados. O voo terá uma escala em Dubai, antes de seguir para o Aeroporto de Guarulhos. Em nota, a companhia transmite “as mais profundas condolências para os familiares nesse momento difícil”. Nesta próxima quarta-feira (2), é previsto que o corpo de Juliana Marina chegue ao Rio de Janeiro.

Nova autópsia de Juliana

O pedido da família foi aceito pela Advocacia-Geral da União (AGU), e o corpo de Juliana Marins passará por uma nova autópsia no Brasil. Segundo o órgão, partiu do presidente Lula a decisão de atender aos familiares da vítima.


Homenagem feita a Juliana Marins por seu pai, Manoel Marins (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

O procedimento realizado na Indonésia levanta dúvidas quanto à sua veracidade, uma vez que o laudo apontou que Juliana morreu cerca de vinte minutos após a queda. No entanto, ela foi filmada cerca de três horas depois por um drone de outra visitante, e ainda estava se movimentando.

Caso comoveu o Brasil

O caso, que comoveu o Brasil nos últimos dias, repercutiu fortemente nas redes sociais. Muitos internautas acusam o parque do vulcão e o governo da Indonésia de negligência e omissão no socorro à brasileira, alegando que ela poderia estar viva caso tivesse sido resgatada a tempo. Em informação divulgada ao vivo no Fantástico, foi informado que Juliana faleceu entre 24 e 12 horas antes do resgate.

O ex-jogador Alexandre Pato chegou a entrar em contato com a família de Juliana para arcar com todos os custos do translado, antes de o presidente Lula revogar a medida criada durante o governo Temer que isentava o Itamaraty de custear o transporte de brasileiros falecidos no exterior.

Justiça é procurada por família de Juliana Marins para nova autópsia no Brasil

Os familiares de Juliana Marins, brasileira que faleceu após uma queda em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, recorreram à Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU-RJ) para protocolar, por meio da Justiça, a realização de uma nova autópsia no Brasil.

A solicitação foi enviada à Justiça Federal com o apoio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), ligado à Prefeitura de Niterói.

Família busca esclarecer morte com nova autópsia

Mariana Marins, irmã de Juliana, compartilhou a informação no perfil criado nas redes sociais para monitorar o caso. Em declaração à CNN, afirmou que a família aguarda uma resposta da Justiça nas próximas horas, mas segue confiante na Justiça brasileira.

De acordo com Mariana, a família deseja uma nova autópsia para compreender melhor o que ocorreu com Juliana. Ela informou que, infelizmente, enfrentaram descaso do início ao fim desde o acidente. Além disso, acrescentou que o objetivo é apenas esclarecer se algo foi negligenciado ou mal interpretado na primeira autópsia.

A autópsia na Indonésia revelou que a causa da morte foi um traumatismo provocado pela queda. O exame ainda está pendente dos resultados dos testes toxicológicos, que podem levar até duas semanas para serem concluídos, embora não existam suspeitas de envenenamento ou a utilização de substâncias.


Família informa sobre a solicitação de uma nova autópsia (Foto: reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

DPU solicita nova autópsia e aguarda decisão judicial

A Defensoria Pública da União (DPU) confirmou, em nota, que encaminhou uma petição à Justiça Federal para solicitar a realização de uma nova autópsia no corpo de Juliana Marins. O pedido foi protocolado durante o plantão judicial no domingo (29), mas será analisado pelo juízo competente da causa.

O órgão informou que continua acompanhando o caso e aguarda a resposta do Judiciário sobre a petição protocolada.

Dificuldades no traslado do corpo

Em uma postagem, a irmã de Juliana comentou sobre a dificuldade em confirmar o voo do translado do corpo. Ela informou que estão tentando confirmar o transporte de Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão, mas a Emirates em Bali ainda não confirmou o voo. Mariana ressaltou que o descaso persiste do início ao fim.

A Prefeitura de Niterói confirmou que utilizou R$ 55 mil para custear o translado do corpo e os trâmites funerários no Brasil. O anúncio feito na quarta-feira (25) também inclui o sepultamento da jovem, que será em sua cidade natal.

Campanha para alpinista que resgatou corpo de Juliana é cancelada após polêmica sobre taxa

No domingo (29), foi cancelada a vaquinha em apoio a Agam, o alpinista que se voluntariou para resgatar o corpo da brasileira Juliana Marins. Até as 19h do dia anterior, a iniciativa já havia reunido mais de R$ 522 mil em doações.

Em comunicado oficial nas redes sociais, a página Razões Para Acreditar, responsável pela campanha por meio da plataforma de vaquinhas online Voaa, anunciou o cancelamento imediato da campanha, com reembolso total e automático das doações pelos mesmos meios de pagamento, a partir desta segunda-feira (30).

Taxa de 20% gera críticas e leva ao fim da campanha

A decisão de encerrar a campanha ocorreu em meio a críticas e dúvidas levantadas por parte do público sobre a taxa administrativa de 20% aplicada à arrecadação. Em um post, a empresa informou que embora o aviso relacionado à taxa estivesse disponível no site desde o início, ela acabou causando insatisfação entre alguns doadores.

Segundo as organizações, a taxa de 20% aplicada pela Voaa reflete um modelo operacional único, que ultrapassa a mera oferta da plataforma de arrecadação. Contudo, admitiram que a comunicação sobre esses detalhes poderia ter sido mais transparente.

No comunicado, também foi informado que a devolução dos valores ocorrerá de forma automática, pelos canais originais de pagamento, sem que os doadores precisem realizar qualquer procedimento, respeitando os prazos estabelecidos por cada meio.


Comunicado do cancelamento da vaquinha (Foto: reprodução/Instagram/@voaa_vaquinha e @razoesparaacreditar)

Alpinista enfrentou perigo para preservar corpo de Juliana

Agam, o alpinista voluntário, colocou sua própria vida em risco para alcançar o local onde estava o corpo de Juliana Marins, uma jovem brasileira que caiu de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani.

Ele passou a noite ao lado da vítima, em uma encosta íngreme e instável, para impedir que o corpo deslizasse ainda mais. O gesto de Agam gerou grande repercussão nas redes sociais, o que impulsionou a arrecadação de mais de R$ 500 mil em poucos dias.

Governador indonésio admite falha em resgates após desaparecimento de Juliana Marins

O governador da província de Sonda Ocidental, na Indonésia, Lalu Muhamad Iqbal, reconheceu publicamente as deficiências na estrutura de resgate da região onde a turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu durante uma trilha no vulcão Rinjani. 

Em um vídeo divulgado no Instagram em forma de carta aberta, o governador expressou suas condolências aos “irmãos e irmãs do Brasil” e manifestou solidariedade à família de Juliana.

Juliana estava em uma viagem de mochilão pela Ásia desde fevereiro e fazia uma trilha no Monte Rinjani, um dos pontos turísticos mais procurados da Indonésia, quando sofreu uma queda de um penhasco no dia 21 de junho. O resgate durou quatro dias e enfrentou grandes desafios devido às condições climáticas adversas e à precariedade da operação local.

Condicionantes climáticas e limitações técnicas

Segundo o governador, chuvas intensas e névoa densa prejudicaram os trabalhos de busca, dificultando até mesmo o uso de drones térmicos, essenciais para a localização precisa em terrenos de difícil acesso. Ele também explicou que o solo arenoso representou um risco adicional para as operações com helicópteros, já que a entrada de areia nos motores tornava o voo inseguro.


Pronunciamento de Lalu Muhamad Iqbal (Vídeo:reprodução/Instagram/@iqbal_lalu_muhamad)

Outro ponto crítico apontado por Iqbal foi a ausência de profissionais certificados em resgate vertical e a escassez de equipamentos apropriados para emergências em áreas montanhosas. A maioria dos envolvidos na operação de resgate era formada por voluntários, que, segundo o governador, colocaram a própria segurança em risco para tentar salvar a turista.

Promessa com mudanças estruturais

O pronunciamento, feito em inglês e direcionado especialmente ao público brasileiro, também incluiu promessas de mudanças. Iqbal afirmou que pretende realizar uma revisão completa da segurança na região do Rinjani, reconhecendo que o local deixou de ser apenas um destino de trilhas para se tornar uma atração turística internacional. Ele também ressaltou a importância de reforçar as medidas de segurança nas trilhas, reconhecendo que melhorias estruturais são urgentes.

Enquanto isso, a repatriação do corpo de Juliana está sendo organizada com apoio da Prefeitura de Niterói, cidade onde vivia a publicitária. A administração municipal se ofereceu para custear o traslado após a família optar por esse caminho, mesmo com o governo federal tendo articulado alternativas.

A expectativa é que o caso de Juliana leve as autoridades locais a reforçarem a prevenção e os protocolos de emergência em áreas de risco.

Autópsia revela causa da morte de Juliana Marins

Nesta sexta-feira (27), autoridades da Indonésia divulgaram o resultado da autópsia de Juliana Marins. A alpinista, de 26 anos, morreu após escorregar e cair enquanto escalava o vulcão Monte Rinjani, segundo maior da Indonésia. O acidente ocorreu no último dia 21. 

O corpo da jovem foi levado, na última quinta-feira (26), da unidade médica de Bhayangkara, onde está localizado o Monte Rinjani, até o Hospital Bali Mandara, em Bali, uma ilha da Indonésia.  

Segundo a equipe médica que realizou o exame de autópsia, um trauma contundente, resultando em danos a órgãos internos e hemorragia, ocasionou a morte de Juliana. Em pronunciamento sobre o caso, o especialista forense Ida Bagus Alit, um dos responsáveis pela autópsia, destacou que foram encontrados no corpo de Juliana “arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa”. Somadas, essas fraturas provocaram danos aos órgãos internos de Juliana, resultando em sangramento. 

Ainda em pronunciamento, foi descartada a possibilidade de morte por hipotermia. Segundo a equipe médica, Juliana não apresentava ferimentos nos dedos, típicos em casos de mortes ocasionadas pelo frio. 


Autópsia revelou que a morte de Juliana ocorreu por um trauma contundente (Vídeo: Reprodução/YouTube/g1)

Estimativa sobre o momento da morte

Em relação à quando ocorreu a morte da jovem, o especialista disse que, apesar de não haver indícios de que o falecimento aconteceu muito tempo após a queda, é difícil determinar exatamente o momento no qual Juliana morreu. Questões como o transporte do corpo de Bhayangkara até Bali prejudicaram a realização de uma análise mais precisa. 

A estimativa, porém, é de que Juliana faleceu 20 minutos após sofrer a queda. “A causa direta da morte foi, definitivamente, o trauma contundente. Estimamos que foi no máximo 20 minutos. Não há evidência de que essa vítima tenha morrido muito tempo após isso por causa dos ferimentos”, afirmou Ida Bagus Alit.  

Relembre o caso de Juliana Marins

Na madrugada do último dia 21, horário da Indonésia, Juliana Marins escorregou e caiu cerca de 300 metros, enquanto realizava uma trilha no vulcão Monte Rinjani. A jovem estava acompanhada de mais 6 turistas e 2 guias. Após se separar do grupo para descansar, Juliana sofreu o acidente, sendo encontrada por turistas depois de 3 horas. 

As buscas e tentativas de resgate foram realizadas por 4 dias, o que gerou críticas e insatisfação na família e em brasileiros que acompanharam o caso e acusaram o governo da Indonésia de negligência. Segundo autoridades do país, porém, condições adversas, como a dificuldade de acesso à trilha e questões climáticas, afetaram as operações. Na última terça-feira (24), a família da jovem informou, via redes sociais, do falecimento de Juliana. 

Nascida em Niterói, município do Rio de Janeiro, Juliana Marins era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bailarina de pole dance, a jovem estava viajando pela Ásia desde o último fevereiro. 

O corpo da jovem será trazido ao Brasil pela Prefeitura de Niterói.

Valor de excursão para trilha onde Juliana Marins morreu chega a mais de 10 mil reais

Empresas brasileiras especializadas em ecoturismo estão oferecendo expedições ao Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, Indonésia, local da trilha na qual a mochileira brasileira Juliana Marins morreu em junho de 2025. O valor médio cobrado por essas excursões supera os R$ 16 mil, segundo relatos de clientes que enfrentaram tempo extenuante de subida, terreno escorregadio e paisagens exuberantes.

Juliana Marins, natural de Niterói, desapareceu no dia 20 de junho enquanto realizava a subida ao vulcão de 3.726 metros. Quatro dias depois, seu corpo foi encontrado a cerca de 500 metros abaixo da trilha, em um local de acesso extremamente difícil. A morte foi confirmada pelas autoridades locais no dia 24 de junho.

Alta taxa em trilha com condições adversas

Segundo depoimentos de viajantes que retornaram ao percurso, os preços incluem transporte, guia local, alimentação e hospedagem básica. Mesmo assim, muitos afirmaram que o esforço físico exigido foi significativo: chuva, neblina e encostas escorregadias aumentam o grau de risco e exigem bom preparo físico, fatores que, para as empresas, justificam o preço elevado.

Há clientes que relataram ainda ter pago valores semelhantes para outras trilhas no sudeste asiático, mas afirmam que o trecho do Rinjani representa um dos mais desafiadores. Além disso, destacam a beleza natural do local, com vistas panorâmicas do vulcão e torno sublimes que, segundo os relatos, compensam parcialmente o desgaste físico.

Polêmica após tragédia de Juliana Marins

A cobrança de quantias tão elevadas reacende críticas após o trágico episódio envolvendo Juliana. Sua morte repercutiu nacionalmente, com cobertura intensa e mobilização do Itamaraty, que prestou apoio diplomático à família e acompanhou o resgate liderado por equipes indonésias.



O caso levantou uma série de questionamentos sobre segurança em trilhas de alto risco, preparação dos turistas e regulamentação das agências de turismo que operam internacionalmente. Segundo especialistas, a transparência sobre custos e exigências físicas das rotas deve ser prioridade para evitar acidentes e abusos.

Recomendações e cautela para aventureiros

Especialistas em turismo de aventura sugerem que os interessados em organizar a viagem busquem referências de outras expedições, exijam explicações detalhadas sobre o itinerário e evitem empresas que não esclareçam claramente os custos ou os riscos envolvidos. Treinamento físico, adaptação à altitude e equipamentos adequados são fundamentais.

Além disso, órgãos de defesa do consumidor recomendam que operadores brasileiros atuando no exterior garantam assistência mínima, seguros e cláusulas contratuais que protejam o viajante em caso de acidentes. O episódio envolvendo a morte de Juliana reforça a necessidade de protocolos mais rígidos e comunicação transparente em serviços turísticos de risco.

Corpo de Juliana Marins será levado para autópsia em Bali

A informação, nesta quinta-feira (26), anunciou que o corpo da jovem Juliana Marins passará pela autópsia em Bali. A vice-governadora da província de West Nusa Tenggara, Indah Dhamayanti Putri, foi quem confirmou a notícia.

Durante seu discurso, a vice-governadora disse que “Os preparativos do corpo serão realizados em Bali. Como a autópsia em Sumatra não pôde ser realizada, pois só há uma unidade disponível, buscamos a opção mais próxima”.

Informações do acidente

A jovem publicitária e dançarina de pole dance, natural de Niterói, no Rio de Janeiro, sofreu uma queda de mais ou menos 300 metros, durante uma trilha na última sexta-feira (20). Ela estava em um mochilão pela Ásia que iniciou em fevereiro, passando por Filipinas, Tailândia e Vietnã, quando fazia a trilha no vulcão Rinjani, local do acidente.




Última foto publicada por Juliana na Indonésia (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

Negligência no resgate

Juliana foi vista após a queda ainda com vida por turistas que imediatamente gravaram e enviaram o vídeo com a localização para a família, que assim que recebeu a notícia, mobilizou a internet durante as buscas. Familiares criaram uma página para repercutir e informar sobre o ocorrido e envolvidos no acidente, que em poucas horas ganhou milhares de seguidores, chegando a atingir a marca de 1,2 milhão.

A família disse que Juliana passou 4 dias desamparada aguardando resgate enquanto “escorregava” montanha a baixo. A jovem foi vista por drones várias vezes em pontos diferentes, antes de ser encontrada sem vida, foi avistada cerca de 500 metros penhasco abaixo, em seguida foi encontrada já morta a cerca de 650 metros do local da queda.

Prefeitura de Niterói assume translado do corpo

A prefeitura de Niterói, Rio de Janeiro, assumiu os custos do translado do corpo após impasse com o governo federal. Ministério das relações informou que, segundo artigo 257 do decreto 9.199/2017, não está autorizado a custear translado ou sepultamentos de brasileiros fora do país, a não ser em caso de natureza humanitária, condição que órgão disse não se enquadrar ao caso de Juliana.

O prefeito da cidade formalizou o compromisso com a família e em nota disse que assumiu o compromisso com o translado do corpo da Indonésia para a cidade de Niterói, onde será velada e sepultada.