Laudo do IML sobre Juliana Marins é dificultado pelo estado do corpo
O estado do corpo da publicitária Juliana Marins foi encontrado dias após a morte e embalsamado para transporte comprometendo análises periciais específicas

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro revelou que o estado do corpo de Juliana Marins, ao chegar ao Brasil, comprometeu as análises periciais. Juliana faleceu após uma queda durante uma trilha na Indonésia, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois. O processo de embalsamamento para repatriação, embora necessário, impactou a capacidade dos especialistas de obter respostas sobre a dinâmica do ocorrido e outros fatores relevantes. A realização de uma nova perícia foi um pedido da família à Justiça brasileira, acompanhada por um perito particular, após a decisão de preservar o corpo e enterrá-lo em vez de cremá-lo.
Desafios nas análises forenses
Segundo o IML, o embalsamamento realizado antes da necropsia impediu a estimativa precisa do horário da morte e dificultou a avaliação de sinais clínicos importantes, como hipotermia, desidratação, ou indícios de violência sexual. Não foram identificados sinais de contenção física nem encontrados espermatozoides ou lesões traumáticas nas regiões genitais ou perianais. Contudo, exames genéticos complementares ainda estão em andamento para verificar a presença de material biológico masculino.
A causa da morte foi atribuída a hemorragia interna, resultante de múltiplas lesões traumáticas, incluindo fraturas graves na pelve, tórax e crânio, compatíveis com um impacto de alta energia. Embora os ferimentos fossem letais em curto prazo, os peritos consideram possível um breve período de agonia física e psíquica antes do óbito. Sem parâmetros essenciais como temperatura corporal, rigidez cadavérica e livores, o exame cadavérico não pôde determinar a hora exata da morte.
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A niteroiense Juliana Marins viajava por vários países (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)
Ausência de informações
Os peritos também indicaram que a ausência de informações detalhadas sobre a dinâmica do evento comprometeu as conclusões sobre uma possível sequência de quedas ou o tempo de exposição da vítima ao ambiente antes do impacto final. A perícia também enfrentou dificuldades para apurar se fatores ambientais, como hipotermia, desorientação ou exaustão, contribuíram para o desfecho. Foram observados apenas ressecamento ocular e algumas lesões musculares, sem sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de drogas ilícitas.
De acordo com os peritos, Juliana poderia ter sobrevivido entre 10 e 15 minutos após o trauma, embora sem condições de reagir ou se locomover. Marcas de arrasto foram encontradas no corpo, compatíveis com a inclinação do terreno onde ela foi localizada. A análise final da dinâmica da queda será apresentada em um laudo complementar.