Governador indonésio admite falha em resgates após desaparecimento de Juliana Marins
Lalu Muhamad Iqbal lamenta morte da brasileira Juliana Marins e reconhece falta de estrutura e profissionais qualificados para emergências no vulcão

O governador da província de Sonda Ocidental, na Indonésia, Lalu Muhamad Iqbal, reconheceu publicamente as deficiências na estrutura de resgate da região onde a turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu durante uma trilha no vulcão Rinjani.
Em um vídeo divulgado no Instagram em forma de carta aberta, o governador expressou suas condolências aos “irmãos e irmãs do Brasil” e manifestou solidariedade à família de Juliana.
Juliana estava em uma viagem de mochilão pela Ásia desde fevereiro e fazia uma trilha no Monte Rinjani, um dos pontos turísticos mais procurados da Indonésia, quando sofreu uma queda de um penhasco no dia 21 de junho. O resgate durou quatro dias e enfrentou grandes desafios devido às condições climáticas adversas e à precariedade da operação local.
Condicionantes climáticas e limitações técnicas
Segundo o governador, chuvas intensas e névoa densa prejudicaram os trabalhos de busca, dificultando até mesmo o uso de drones térmicos, essenciais para a localização precisa em terrenos de difícil acesso. Ele também explicou que o solo arenoso representou um risco adicional para as operações com helicópteros, já que a entrada de areia nos motores tornava o voo inseguro.
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Pronunciamento de Lalu Muhamad Iqbal (Vídeo:reprodução/Instagram/@iqbal_lalu_muhamad)
Outro ponto crítico apontado por Iqbal foi a ausência de profissionais certificados em resgate vertical e a escassez de equipamentos apropriados para emergências em áreas montanhosas. A maioria dos envolvidos na operação de resgate era formada por voluntários, que, segundo o governador, colocaram a própria segurança em risco para tentar salvar a turista.
Promessa com mudanças estruturais
O pronunciamento, feito em inglês e direcionado especialmente ao público brasileiro, também incluiu promessas de mudanças. Iqbal afirmou que pretende realizar uma revisão completa da segurança na região do Rinjani, reconhecendo que o local deixou de ser apenas um destino de trilhas para se tornar uma atração turística internacional. Ele também ressaltou a importância de reforçar as medidas de segurança nas trilhas, reconhecendo que melhorias estruturais são urgentes.
Enquanto isso, a repatriação do corpo de Juliana está sendo organizada com apoio da Prefeitura de Niterói, cidade onde vivia a publicitária. A administração municipal se ofereceu para custear o traslado após a família optar por esse caminho, mesmo com o governo federal tendo articulado alternativas.
A expectativa é que o caso de Juliana leve as autoridades locais a reforçarem a prevenção e os protocolos de emergência em áreas de risco.