Valor de excursão para trilha onde Juliana Marins morreu chega a mais de 10 mil reais
O valor médio cobrado por essas excursões supera os R$ 16 mil; segundo clientes, os preços incluem transporte, guia local, alimentação e hospedagem básica

Empresas brasileiras especializadas em ecoturismo estão oferecendo expedições ao Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, Indonésia, local da trilha na qual a mochileira brasileira Juliana Marins morreu em junho de 2025. O valor médio cobrado por essas excursões supera os R$ 16 mil, segundo relatos de clientes que enfrentaram tempo extenuante de subida, terreno escorregadio e paisagens exuberantes.
Juliana Marins, natural de Niterói, desapareceu no dia 20 de junho enquanto realizava a subida ao vulcão de 3.726 metros. Quatro dias depois, seu corpo foi encontrado a cerca de 500 metros abaixo da trilha, em um local de acesso extremamente difícil. A morte foi confirmada pelas autoridades locais no dia 24 de junho.
Alta taxa em trilha com condições adversas
Segundo depoimentos de viajantes que retornaram ao percurso, os preços incluem transporte, guia local, alimentação e hospedagem básica. Mesmo assim, muitos afirmaram que o esforço físico exigido foi significativo: chuva, neblina e encostas escorregadias aumentam o grau de risco e exigem bom preparo físico, fatores que, para as empresas, justificam o preço elevado.
Há clientes que relataram ainda ter pago valores semelhantes para outras trilhas no sudeste asiático, mas afirmam que o trecho do Rinjani representa um dos mais desafiadores. Além disso, destacam a beleza natural do local, com vistas panorâmicas do vulcão e torno sublimes que, segundo os relatos, compensam parcialmente o desgaste físico.
Polêmica após tragédia de Juliana Marins
A cobrança de quantias tão elevadas reacende críticas após o trágico episódio envolvendo Juliana. Sua morte repercutiu nacionalmente, com cobertura intensa e mobilização do Itamaraty, que prestou apoio diplomático à família e acompanhou o resgate liderado por equipes indonésias.
O caso levantou uma série de questionamentos sobre segurança em trilhas de alto risco, preparação dos turistas e regulamentação das agências de turismo que operam internacionalmente. Segundo especialistas, a transparência sobre custos e exigências físicas das rotas deve ser prioridade para evitar acidentes e abusos.
Recomendações e cautela para aventureiros
Especialistas em turismo de aventura sugerem que os interessados em organizar a viagem busquem referências de outras expedições, exijam explicações detalhadas sobre o itinerário e evitem empresas que não esclareçam claramente os custos ou os riscos envolvidos. Treinamento físico, adaptação à altitude e equipamentos adequados são fundamentais.
Além disso, órgãos de defesa do consumidor recomendam que operadores brasileiros atuando no exterior garantam assistência mínima, seguros e cláusulas contratuais que protejam o viajante em caso de acidentes. O episódio envolvendo a morte de Juliana reforça a necessidade de protocolos mais rígidos e comunicação transparente em serviços turísticos de risco.