Brasil e EUA se reúnem nesta quinta-feira para negociar tarifas comerciais

O governo brasileiro e representantes dos Estados Unidos se reúnem nesta quinta-feira, em Washington, para discutirem as tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros. O encontro, considerado estratégico para o futuro das relações comerciais entre os dois países, reunirá o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o senador Marco Rubio, que atua como enviado especial do presidente Donald Trump para temas econômicos da América Latina.

A reunião é resultado de semanas de negociações diplomáticas em busca de reverter a decisão norte-americana de aplicar uma tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, como aço, alumínio, carne bovina e etanol. Segundo o governo dos Estados Unidos, a medida foi uma resposta “política” ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado.

Contexto político e diplomático

A decisão de Trump provocou forte reação em Brasília. O governo brasileiro classificou as tarifas como “injustificáveis e discriminatórias”, e vem trabalhando nos bastidores para evitar que a tensão se transforme em uma crise comercial de grandes proporções.

Em declarações recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende manter o diálogo aberto com Washington, mas deixou claro que o Brasil não aceitará “ameaças econômicas travestidas de política externa”. O líder brasileiro destacou que a relação entre os dois países deve ser pautada pelo respeito mútuo e pela cooperação, e não por medidas punitivas de caráter político.

Lula reforçou ainda a importância da parceria entre as duas maiores economias do continente. “O Brasil é um parceiro estratégico dos Estados Unidos, mas não será tratado como inimigo. Queremos respeito e cooperação, não retaliação”, declarou o presidente durante evento no Palácio do Planalto, antes da viagem da comitiva brasileira aos Estados Unidos.

Do outro lado, o presidente norte-americano Donald Trump tem adotado um tom mais duro. Em entrevistas recentes, o republicano voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal foi uma “vergonha para a democracia”. Segundo Trump, “os Estados Unidos não podem premiar governos que perseguem opositores políticos”, em referência direta às decisões do governo brasileiro e à condenação de Bolsonaro.

O que está em jogo

A tarifa de 50% imposta por Washington atinge diretamente setores estratégicos da economia brasileira, especialmente o agronegócio e a indústria de base. Dados do Itamaraty indicam que, apenas em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos movimentou US$88 bilhões, sendo que US$35 bilhões corresponderam a exportações brasileiras.


Motivo das tarifas contra o Brasil(Vídeo: reprodução/YouTube/@metrópoles)

Entre os produtos mais afetados pelas tarifas estão o aço e o alumínio, que representam um peso significativo na balança comercial e nas exportações da indústria pesada brasileira. Também sofrem impacto as carnes bovinas e de aves, que vinham registrando crescimento expressivo no mercado norte-americano, além do etanol e dos biocombustíveis, setores considerados estratégicos e que têm sido incentivados como parte dos esforços globais de transição energética.

Economistas apontam que, caso a tarifa seja mantida, o Brasil pode perder até US$7 bilhões por ano em exportações. A medida também tende a afetar pequenas e médias empresas do agronegócio, além de reduzir a competitividade de produtos brasileiros no mercado norte-americano.

Bastidores da negociação

Fontes do Itamaraty indicam que a estratégia brasileira é tentar convencer o governo Trump a substituir as tarifas por cotas de importação ou mecanismos de compensação gradual, o que permitiria uma transição menos brusca para os setores exportadores.

O chanceler Mauro Vieira pretende enfatizar o papel do Brasil como parceiro confiável na América Latina e reforçar que o país “não deve ser penalizado por questões políticas internas”.

Do lado norte-americano, Marco Rubio deve defender que as tarifas são “temporárias e revogáveis”, mas condicionadas à postura do governo brasileiro em relação ao julgamento de Bolsonaro e à política regional.

Perspectivas e próximos passos

Caso o diálogo avance, é possível que um memorando de entendimento seja firmado ainda nesta semana, prevendo um cronograma de revisão das tarifas e cooperação comercial em áreas como energia limpa, tecnologia e agricultura sustentável.

Entretanto, se as negociações fracassarem, o Brasil estuda levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e poderá adotar medidas de retaliação, como sobretaxas a produtos agrícolas e industriais dos Estados Unidos.

Especialistas em relações internacionais consideram que o encontro desta quinta-feira pode definir o tom da política comercial entre os dois países nos próximos anos.

Itamaraty reconhece avanço em tratativas entre Hamas, Israel e Trump

Neste sábado (4), o Itamaraty se pronunciou sobre o plano dos Estados Unidos para Gaza, ressaltando que acompanha de perto as negociações e reafirmando que a solução para o conflito depende da criação de dois Estados.

Conflito em Gaza ganha novo capítulo

Na última quarta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o governo brasileiro avalia positivamente o plano de paz proposto pelos Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em resposta a uma pergunta do deputado Luiz Carlos Hauly.

Na ocasião, comentou o anúncio feito por Israel nesta sexta-feira (3), sobre os preparativos para iniciar imediatamente a primeira etapa do plano de paz para a Faixa de Gaza, proposto pelos Estados Unidos. A decisão foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Chefe do Itamaraty, ministro Mauro Vieira (Foto: reprodução/globo/Evaristo Sa)

O governo de Israel anunciou que seguirá cooperando com os Estados Unidos para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, com base em princípios alinhados à visão do presidente Donald Trump. Nesta quarta-feira, o Hamas sinalizou disposição para discutir o plano proposto, incluindo a possibilidade de libertar reféns israelenses como parte das negociações.

Brasil apoia plano de paz

O governo brasileiro afirmou que, se o plano de paz dos EUA for implementado, espera o fim dos ataques a Gaza, a libertação dos reféns, entrada livre de ajuda humanitária, reconstrução sob liderança Palestina, retirada das tropas israelenses e restauração da unidade territorial da Palestina.

Sobre a proposta dos EUA que prevê uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional para Gaza, o governo brasileiro pediu cautela. Segundo o Itamaraty, qualquer missão desse tipo precisa ter um mandato bem definido e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, nada de improviso ou ações sem respaldo internacional.

Brasil cobra Israel por libertação imediata de brasileiros

Israel foi condenado pelo governo brasileiro, nesta quarta-feira (01), devido as forças israelenses terem interceptado as embarcações da Flotilha Global Sumud, na madrugada. Nessa interceptação, foram detidos 15 brasileiros, entre eles, a deputada federal, Luizianne Lins, do PT. Itamaraty ordenou para que os cidadãos pegos pelas forças de Israel sejam libertados de imediato e cobra garantias.

Nota oficial do governo

O governo brasileiro reagiu de forma dura após a detenção de cidadãos nacionais por Israel em uma flotilha humanitária que navegava rumo à Faixa de Gaza. Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou a operação como “ilegal e arbitrária”, afirmando que houve desrespeito às normas do direito internacional e violação da proteção a missões de caráter humanitário.

Exigência de libertação imediata

A nota do Itamaraty pede a libertação imediata dos brasileiros e exige que Israel apresente explicações sobre os motivos da detenção. Além disso, cobra que sejam garantidas condições adequadas de tratamento aos detidos e que seja assegurado o retorno seguro deles ao Brasil.


Publicação sobre a Flotilha (Foto: reprodução/Instagram/@canalgov)

Apoio diplomático e pressão internacional

Segundo o comunicado, todas as representações diplomáticas brasileiras estão mobilizadas para acompanhar a situação e oferecer apoio consular. O governo também destacou que levará o caso a fóruns internacionais, como a ONU, reforçando a posição de que ações contra missões humanitárias não podem ser toleradas. A equipe da Embaixada do Brasil fará uma visita consular nesta sexta-feira (03), para verificar as condições de saúde e segurança que os cidadãos brasileiros estão tendo, além de darem orientação e assistência.

Contexto da flotilha

A embarcação fazia parte de uma flotilha organizada por grupos civis com o objetivo de levar suprimentos e apoio humanitário à população de Gaza, duramente afetada pela guerra. O governo brasileiro ressaltou que iniciativas desse tipo têm amparo em tratados internacionais e não deveriam sofrer intervenções militares.

Itamarati responde ao secretário americano sobre declarações em redes sociais

Nesta quinta-feira (11), em Brasília, o Itamaraty divulgou uma nota oficial respondendo às declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Rubio chamou a condenação de “caça às bruxas” e acusou o ministro Alexandre de Moraes de perseguição política. A resposta brasileira veio em defesa da independência do Judiciário e da soberania nacional, afirmando que o país não aceitará intimidações externas. O atrito acontece após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado.

“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, disse Marco Rubio.

A declaração foi publicada na rede social X de Rubio, pouco depois da decisão do STF. O tom da mensagem aumentou a tensão entre os dois países ao sugerir possíveis medidas de retaliação por parte do governo americano.


Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Sergio Lima)

A resposta do Itamaraty

“O Poder Judiciário brasileiro julgou, com independência, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo.”
“Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia.”

Repercussão diplomática

O episódio expôs o atrito entre Brasília e Washington em torno do processo de Bolsonaro. De um lado, Rubio faz críticas internacionais e pressiona por uma reação dos EUA. Do outro, o Itamaraty deixa claro que não aceitará ingerência estrangeira em decisões da Justiça. A troca de declarações se soma ao clima de instabilidade política, reforçando a importância do julgamento no cenário interno e externo.

Brasil solicita à OMC uma solução para tarifaço de Trump

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, solicitou à OMC (Organização Mundial do Comércio) uma solução das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos exportados do Brasil para o país. O pedido foi divulgado nesta quarta-feira (06), mesmo dia em que as taxas entram em vigor.

Segundo o órgão brasileiro, os EUA estão violando compromissos centrais assumidos na OMC. “Como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização“, diz a nota. O governo do Brasil está disposto para negociações e esperam que o pedido de consulta feito à instituição contribua para uma solução.

Tarifas

O tarifaço começa a valer a partir de agosto e está sendo usado como ameaça para o STF mudar sua posição sobre as medidas cautelares e o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O valor das taxas passou de 10% para 50%.

Não são todos os produtos brasileiros que estão na mira da sanção. O suco de laranja e o petróleo, por exemplo, ficaram de fora da lista. Enquanto alimentos como a carne, o café e o açúcar serão taxados a partir deste mês. Todos esses produtos são exportados frequentemente para o território norte-americano.

Segundo analistas políticos, a decisão de Trump é uma forma de pressionar o Brasil sobre sua aproximação com a China e, principalmente, com o Brics.

Desde julho, o presidente Lula tem feito pronunciamentos a favor da soberania nacional. Durante a cerimônia de abertura de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que ocorreu nesta terça-feira (05), o ex-sindicalista disse que “Nossa democracia está sendo questionada. Nossa soberania está sendo atacada. Nossa economia está sendo agredida“. Para ele, os Estados Unidos fizeram uma “tentativa de ingerência sobre a independência do Poder Judiciário”.


 Veja trecho do discurso (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Nota

Veja a nota do Ministério das Relações Exteriores na íntegra:

“O Brasil apresentou pedido de consultas aos Estados Unidos da América (EUA) no âmbito do Sistema de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A solicitação questiona medidas tarifárias aplicadas por meio das Ordens Executivas intituladas “Regulamentação das Importações com uma Tarifa Recíproca para Corrigir Práticas Comerciais que Contribuem para Elevados e Persistentes Déficits Comerciais Anuais em Bens dos Estados Unidos”, de 2 de abril de 2025, e “Abordagem de Ameaças aos Estados Unidos por parte do Governo do Brasil”, de 30 de julho de 2025. Somadas, as medidas podem resultar na aplicação de tarifas de até 50% sobre ampla gama de produtos brasileiros.

As sobretaxas foram adotadas com base em legislações dos EUA, como a Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional (“International Emergency Economic Powers Act” – IEEPA) e a Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana de 1974.

Ao impor as citadas medidas, os EUA violam flagrantemente compromissos centrais assumidos por aquele país na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização.

As consultas bilaterais, concebidas para que as partes busquem uma solução negociada para a disputa antes do eventual estabelecimento de um painel, são a primeira etapa formal no âmbito do sistema de solução de controvérsias na OMC.

O governo brasileiro reitera sua disposição para negociação e espera que as consultas contribuam para uma solução para a questão.

A data e o local das consultas deverão ser acordados entre as duas partes nas próximas semanas.”

O processo tende a ser longo e novas informações sobre o caso podem ser acessadas no site do Governo Federal e também nas redes sociais do Itamaraty.

Brasil apresenta os riscos das altas taxas de Trump para OMC

A Organização Mundial do Comércio (OMC) receberá do Itamaraty por escrito os argumentos sobre as altas taxas que o presidente americano Donald Trump quer impor ao Brasil. Em um dos trechos do documento, o Itamaraty explicou que a medida de Trump coloca em “sério risco à arquitetura internacional de comércio”, e que ele descumpre obrigações dos Estados Unidos com os acordos da entidade, além de não ter motivos técnicos para essa taxação.

Para os diplomatas brasileiros, usar o sistema da OMC para resolver problemas mostra, para o mundo, que o Brasil está comprometido com o comércio justo entre todos os países.

Pontos Avaliados

O Itamaraty diz que Trump não está cumprindo com o acordo feito com a OMC e que o governo americano está ultrapassando o campo comercial, usando argumentos comerciais inexistentes. Segundo a entidade, isso coloca em riso a economia de ambos os países, além de dificultar as conversas entre os países para chegarem ao acordo.

Essa informação consta de uma nota técnica feita pelo Ministério das Relações Exteriores e será entregue a OMC. A informação foi dada pela CNN.


O Itamaraty se pronuncia sobre o tarifaço (Vídeo: reprodução/Instagram/@itamaratygovbr)

Tarifaço

As novas tarifas devem entrar em vigor nesta quinta-feira (07). Antes seria cobrado 50% de imposto, agora o governo de Trump estipulou novas taxas que vão de 11% a 41%, sendo o Brasil o país dentre os taxados que receberam as maiores alíquotas. Donald Trump alegou que essa taxa foi uma resposta a ações do governo brasileiro por representar uma ameaça a segurança nacional, a economia e a política externa dos Estados Unidos.

Lula sobre as tarifas

O presidente Lula está disposto a negociar sobre as tarifas e que agirá com cautela, falando e fazendo tudo o que for possível, mas sem ultrapassar a diplomacia, respeitando os limites de cada país. Na sexta-feira (01), Trump disse a imprensa que Lula pode ligar para ele quando quiser. Ainda os dois presidentes não conversam sobre o assunto.

Lei impede Itamaraty de custear translado do corpo de Juliana

Nesta quarta-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, anunciou que é proibido por lei de arcar com as despesas para o translado do corpo de Juliana Marins, jovem que morreu após cair em vulcão na Indonésia.

Segundo a Legislação, o Itamaraty é proibido custear o processo de repatriação do corpo com recursos públicos. O Ministério tem prestado assistência a família de Juliana e teve participação na finalização do resgate, enviando alguns funcionários para presenciar a operação.

Limitações do Itamaraty

Segundo o artigo 257 do decreto 9.199/2017, relembrado em comunicado do Itamaraty, o Ministério tem como algumas de suas responsabilidades: acompanhar os acidentes, falecimentos e prisões de brasileiros no exterior e de prestar assistência em cenário de conflito armado e catástrofes naturais.


Palácio do Itamaraty (Foto: reprodução/Andrea Pistolesi/Getty Images Embed)

Porém, o § 1º deste decreto diz que “A assistência consular não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário.”, o que impede a ação do Itamaraty no caso.

Sobre o acidente

Juliana Marins, publicitária brasileira de 24 anos, sofreu um acidente durante uma trilha na região do vulcão Rinjani, localizado na Indonésia. O local em que a jovem caiu era de difícil acesso e escorregadio; a brasileira precisou esperar o resgate por 72 horas. Ao longo destes dias, imagens de Juliana foram capturadas por drones e mostravam que ela estava cada vez mais distante do ponto em que caiu.


Juliana Marins e registro na Indonésia (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

A publicitária, nascida em Niterói, Rio de Janeiro, que estava viajando pela Ásia desde o início do ano e já tinha estado na Tailândia, Filipinas e Vietnã foi encontrada morta na última terça-feira (24) em meio a desinformações e despreparo da parte do governo da Indonésia.

O acidente de Juliana e todo o cenário envolvendo a tragédia fez com que o Itamaraty se propusesse a reavaliar as recomendações dadas aos turistas brasileiros de aventura, que atualmente são rasas e genéricas, podendo incluir no documento itens para levar nas viagens e critérios para contratação de guias e empresas especializadas.

Coronel Tadeu assume mandato na Câmara após afastamento de Carla Zambelli

O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) tomou posse na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (16), após o afastamento de Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o país ao ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar, alvo de ordem de prisão e incluída na lista da Interpol, protocolou um pedido de licença de 127 dias, o que permitiu a posse de seu suplente, conforme determina o regimento da Casa.

Suplente é empossado após licença oficial de Zambelli

A posse do Coronel Tadeu ocorreu em decorrência de um pedido formal de licença apresentado por Carla Zambelli, com duração superior a 120 dias. De acordo com o regimento interno da Câmara dos Deputados, quando o afastamento supera esse prazo, o suplente do parlamentar é convocado automaticamente para ocupar a vaga.


Vídeo que descreve perfil de deputado Coronel Tadeu (Vídeo: Reprodução/YouTube/InfoMoney)

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como resultado, foi declarada inelegível e teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Após a condenação, a deputada deixou o Brasil e atualmente é considerada foragida.

O nome de Zambelli foi inserido na lista de difusão vermelha da Interpol, a pedido do STF. Segundo o Itamaraty, por meio do embaixador brasileiro na Itália, ela pode ser detida pelas autoridades locais a qualquer momento. O processo de extradição está em andamento.

Cassação do mandato ainda será definida pela Câmara

Apesar do afastamento, Zambelli mantém o mandato parlamentar até que a Câmara dos Deputados se pronuncie sobre uma eventual cassação. De acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a decisão sobre a perda do mandato cabe ao plenário.

Mesmo condenado, o parlamentar só perde o mandato automaticamente em casos de crimes inafiançáveis, o que não se aplica ao caso de Zambelli. Por isso, será necessária uma votação entre os deputados. Até o momento, não há data definida para que essa apreciação ocorra.

Durante a posse, Coronel Tadeu declarou que considera a situação delicada, mas destacou que respeita os votos conquistados por Zambelli. Ele também afirmou que seguirá atuando em defesa das pautas do seu partido e dos eleitores paulistas que o elegeram como suplente.

Ministério da Justiça solicita Itamaraty pedido de extradição de Carla Zambelli

Na última quarta-feira (11), o Ministério da Justiça enviou ao Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, um pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar está vivendo na Itália, como foragida, após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

A solicitação do Ministério da Justiça foi aprovada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Somada à extradição de Zambelli, o ministro do STF solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação dos direitos políticos da deputada, em decorrência da condenação, além do pagamento de multa à Procuradoria Geral da União (PGR). O valor estimado é de R$ 2 milhões, por danos morais e coletivos. 


Pedido de extradição de Carla Zambelli segue agora para análise de autoridades italianas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Próximos passos da extradição

Após o envio do pedido de extradição, realizado pela pasta da Justiça, é responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores entrar em contato com o governo da Itália, país onde Zambelli está foragida desde o último mês. O órgão italiano responsável pela análise da situação da deputada é conhecido como Autoridade Central Italiana, que atua em episódios de cooperação internacional. 

Caso a comissão italiana decida pela extradição da parlamentar, a deputada será enviada de volta ao Brasil. Sobre sua atual situação, Carla Zambelli afirmou que irá solicitar o cumprimento de sua pena na Itália. 

Relembre o caso de Carla Zambelli 

A condenação da deputada federal Carla Zambelli ocorreu devido à sua participação, junto ao hacker Walter Delgatti, no caso de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com a acusação, realizada pela Procuradoria-Geral da União, Carla Zambelli foi responsável por organizar a inserção de informações falsas no sistema do CNJ, com o intuito de descredibilizar instituições democráticas do país. Dentre os documentos inverídicos, estava um mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes

Zambelli ainda entrou com recurso para reverter sua condenação, porém o pedido foi negado por unanimidade pela Primeira Corte do STF.