Bolsonaro ironiza ao sugerir Moraes como seu vice em 2026
Sessão de perguntas é parte da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado que teria acontecido após as eleições de 2022

Nesta terça-feira (10), durante o interrogatório que apura uma suposta tentativa de golpe Estado praticada após as eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convidou, em tom de descontração, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao convidá-lo para ser o vice-presidente em sua chapa nas próximas eleições que acontecerão em 2026.
O ex-chefe de Estado brasileiro dizia que planejava uma viagem para o Rio Grande do Norte, na sequência, perguntou ao ministro do STF se poderia fazer uma brincadeira, em resposta, Moraes o aconselhou a perguntar para seus advogados se isso seria possível. Então, ex-presidente disse que gostaria de convidar o juiz para ser seu vice-presidente na chapa que se candidataria à presidência nas próximas eleições gerais que acontecerá no próximo ano, ouvindo uma recusa como resposta.
Desculpa
Além da brincadeira, em um momento do seu interrogatório, Bolsonaro usou o espaço para pedir desculpas a Alexandre de Moraes. O fato ocorreu após o magistrado perguntar sobre qual o indício que o ex-presidente tinha para acusá-lo de receber milhões de dólares com os também ministros do STF, Edson Fachin e Luiz Roberto Barroso para supostamente fraudar a última eleição na qual Bolsonaro era candidato à reeleição.
O ex-presidente então disse que não possuía nenhum indício, e que essa fala tratava-se apenas de um desabafo ocorrido em uma reunião que não deveria ter sido gravada. Bolsonaro se refere ao encontro que teve com embaixadores antes das eleições presidenciais que culminou com a sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-chefe de Estado havia dito que “algo de esquisito” acontecia no país, e que não havia problemas em perder uma eleição, mas sim, ser derrotado em um pleito fraudado.
Bolsonaro está respondendo a perguntas de advogados e juízes sobre seu suposto papel em uma “organização criminosa” (Reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)
Bolsonaro envolvido
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro possuía ciência do “Punhal Verde Amarelo”, plano cujo objetivo era executar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o relatório elaborado pelo Procurador-Geral Paulo Gonet coloca aponta que o ex-presidente teria editado uma minuta que tinha o intuito de instalar um estado de exceção no Brasil após sua derrota nas últimas eleições presidenciais.
Nesta terça-feira, Bolsonaro foi o sexto de oito réus do chamado “núcleo 1” ouvido no interrogatório. No final da sessão, Alexandre de Moraes abriu o prazo de cinco dias para que tanto defesa quanto acusação apresentem diligências complementares, que são requerimentos e demais solicitações sobre o caso.