Putin pede regiões de Donetsk e Lugansk a Trump como troca para cessar guerra

De acordo com a agência de notícias britânica Reuters e o jornal “The New York Times”, durante o encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump, que aconteceu no Alaska na última sexta-feira (15), o presidente russo disse estar disposto a terminar a guerra com a Ucrânia se puder ficar com territórios das cidades de Donetsk e Lugansk. A oferta feita ao Presidente dos Estados Unidos e foi a primeira ação concreta da reunião entre os dois líderes. O encontro terminou sem que houvesse propostas oficiais ou um acordo de cessar-fogo.

A oferta

Segundo reportagens, a Rússia estaria inclinada a abrir mão de regiões na Ucrânia, atualmente ocupadas por suas tropas, se o governo de Kiev estiver de acordo em ceder os distritos de Donetsk e Lugansk para o país. As duas cidades fazem parte da região de Donbass, localizada a leste da Ucrânia e fazendo fronteira com o sudoeste russo. É nesta região onde fica o mais importante movimento separatista pró-Rússia.


Reunião entre Putin e Trump (Vídeo: reprodução/youtube/@bandjornalismo)

Vladimir Putin já exigia a região de Donbass anteriormente à guerra, alegando que a área é originalmente do território russo. Diante disso, três dias antes de iniciar a guerra com a Ucrânia, em 2022, Putin assinou um decreto onde reconhece Donbass como territórios independentes.

De acordo com o presidente russo, o diálogo com Trump foi “sincero e substancial”. Ele também afirmou que respeita a postura dos Estados Unidos e que pretende encerrar o conflito de forma pacífica.

O que disse Trump

Neste sábado (16), o presidente dos Estados Unidos falou que o encontro com Putin foi “ótimo e bem-sucedido”, porém um acordo de cessar-fogo, que era o foco de Trump antes do encontro, não foi atingido. Trump afirmou que agora o foco está em um acordo de paz.

Donald Trump falou nesta manhã em sua rede social Truth Social, que esteve em ligação na noite anterior com Zelensky e vários líderes europeus, entre eles, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e segundo ele, todos estão de acordo que para a guerra entre Rússia e Ucrânia terminar é preciso que haja um acordo de paz e não apenas um cessar-fogo.

Na mesma publicação na rede social, Trump confirmou que haverá uma reunião com Zelensky na próxima segunda-feira (18), na Casa Branca, para falar sobre as próximas medidas na tentativa de cessar a guerra entre os dois países, já que a reunião com Putin terminou sem um denominador comum.

Trump e Putin se encontram para um cessar-fogo entre Rússia x Ucrânia

Pela primeira vez desde 2022, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, irão se reunir pessoalmente a sós em uma base militar, em Anchorage, no Alasca. O motivo do encontro é para discutir o fim da guerra entre a Rússia x Ucrânia, um fato curioso, é que não haverá a presença de Zelensky, presidente da Ucrânia, nessa conversa. Para Putin, a reunião teria um potencial de, segundo ele, selar a paz mundial. A primeira vez em que se encontraram em particular, foi em 2018, tratando sobre a interferência russa nas eleições dos EUA. A conversa ocorre nesta sexta-feira (15) às 16h.


Trump e Putin em um encontro aberto em 2018 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Partida de Xadrez

Trump comparou o encontro a uma partida de xadrez, um primeiro movimento calculado, com possibilidade de disputa de poder velado. Ele descreveu a reunião como fase inicial de um processo que pode incluir uma rodada futura mais abrangente, com a presença do presidente ucraniano. “Será como uma partida de xadrez”, disse o atual presidente americano. Nos últimos meses, ele e Putin haviam feito críticas e ameaças entre eles, porém ambos avisaram que este seria um encontro cara a cara amigável.


Trump e Putin conversando (Foto: reprodução/JORGE SILVA/Getty Images Embed)

Ucrânia Ausente

A ausência de Zelensky, cujo país está diretamente afetado pela guerra, gerou forte reação de aliados europeus e líderes ucranianos, que acusam Trump de excluir o principal interessado da mesa de negociações. Muitos observadores alertam para o risco desse diálogo bilateral reduzir a pressão sobre Putin sem avançar em direção à paz. Vale lembrar que foi a ideia, por parte do presidente da Rússia, de realizar essa reunião com o Trump, de acordo com a porta-voz da Casa Branca.

Movimento seguinte

Embora não tenha sido anunciada nenhuma decisão concreta no momento, o encontro pode ter um tom de uma abertura diplomática. Se houver avanço, um segundo encontro com a presença de Zelensky e líderes europeus poderá estabelecer um caminho real de paz, ou consolidar ainda mais o impasse atual.

Líderes europeus pressionam por inclusão da Ucrânia na cúpula entre Rússia e EUA

No último domingo (10), líderes europeus pressionaram pela inclusão da Ucrânia na reunião entre EUA e Rússia, que ocorre na próxima sexta-feira (15), no Alasca, visando encontrar uma maneira de findar o conflito entre russos e ucranianos, que perdura desde fevereiro de 2022.

Segundo os líderes do velho continente, o futuro da Ucrânia não poderá ser decidido sem o representante do país no encontro desta semana. O embaixador americano na OTAN, Matthew Whitaker, também se diz favorável ao ingresso da nação liderada por Volodymyr Zelensky.

Ucrânia sem convite

Na última sexta-feira (8), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na Truth Social que se encontraria com o líder russo, Vladimir Putin no próximo dia 15, no Alasca, não dando mais detalhes a respeito da reunião. Entretanto, fontes ligadas ao governo afirmaram que Putin teria oferecido um plano para findar o conflito entre Rússia e Ucrânia, em troca de concessões de territórios de Kiev, capital ucraniana.

De início, não houve nenhuma movimentação para que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estivesse presente no encontro, o que gerou controversas entre os líderes da União Europeia, que fizeram pressão pela inclusão do país na reunião que poderá definir o seu futuro. A não participação ucraniana no evento gerou certo temor de que um possível acordo prejudicial ao país pudesse ocorrer.

Em resposta, o diplomata americano, Matthew Whitaker, afirmou que é possível que Zelensky possa participar da cúpula, uma vez que não pode haver um acordo entre Rússia e Ucrânia sem que uma das partes não esteja envolvida na conversa.


Último encontro entre Putin e Trump aconteceu em 2019, em Osaka, no Japão (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/AFP/Getty Images Embed)

Os parabéns a Trump

No último domingo, líderes europeus, como os presidentes Emmanuel Macron e Alexander Stubb, de França e Finlândia, respectivamente, e os primeiros-ministros Friedrich Merz, da Alemanha, Giorgia Meloni, da Itália, Donald Tusk, da Polônia, Keir Starmer, do Reino Unido, além de Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia, emitiram uma nota solicitando que os interesses principais do continente e da Ucrânia sejam preservados nas tratativas diplomáticas com os russos.

Na declaração, os líderes agradecem o trabalho de Donald Trump “para impedir a matança na Ucrânia”, em referência à busca do republicano por tentar chegar a um acordo de paz entre os dois países que estão em guerra desde 2022. Além disso, afirmam que tem ciência de que estão preparados para conceder apoio militar e financeiro à Ucrânia.

Caminhões com comida chegam em Gaza após pausa humanitária

A faixa de Gaza recebeu nesta segunda-feira (28), pelo segundo dia consecutivo, vários caminhões contendo alimentos para a população que sofrem com a guerra, a ajuda humanitária chegou para amenizar a fome dos palestinos. Os alimentos estavam dentro dos caminhões da cruz vermelha e de outras organizações internacionais e tiveram que passar pelo Egito para chegar ao local do destino.

Dentro dos caminhões além de conter alimentos, também tinha itens de higiene pessoal, ao todo foram 135 caminhões com mais ou menos 1.500 toneladas de materiais.

O que diz Israel

O Exército israelense autorizou uma pausa das 10h às 20h no horário local (4h às 14h em Brasília) para que os caminhões com alimentos e remédios pudessem entrar em Gaza pelo norte da cidade, mas que durante a madrugada os caminhos estarão fechados e só abrindo durante o horário estipulado.

Israel decidiu ceder após várias críticas internacionais, pois os civis estavam passando fome. Não havia como as ajudas humanitárias chegarem ao local devido aos bombardeios. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, chegou a negar que Gaza estava passando fome nesta segunda-feira (28) em um comunicado.


Palestinos carregam suprimentos de ajuda humanitária (Foto: reprodução/Dawoud Abu Alkas/Reuters)


Médicos e funcionários passam fome em assistência aos refugiados em Gaza

O chefe da agência para refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarine, afirmou na última terça-feira (22), que funcionários da equipe humanitária estão desmaiando devido ao cansaço e a fome.
Ele também critica o esquema de distribuição de amparo aos funcionários, que tem apoio dos EUA, operado pela Gaza Humanitarian Foundation.

Agência da ONU recebeu mensagens de emergências

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que mensagens enviadas pelos prestadores, sinalizavam o estado de emergência que enfrentavam e foram enviadas dezenas de vezes. Os funcionários da Agência descreviam condições graves e exaustão durante os serviços em Gaza, onde Israel trava uma guerra desde outubro de 2023 contra o Hamas. Lazzarini disse que ninguém está sendo poupado, e que os cuidadores em Gaza necessitam de cuidados. Ele ainda afirma que médicos, jornalistas, enfermeiros e trabalhadores humanitários também estão com carência de alimentos.
O chefe da Agência para refugiados também desaprovou o sistema de distribuição de ajuda aos funcionários, apoiado pelos Estados Unidos.
A organização, com finalidade de oferecer amparo aos trabalhadores, atuava desde o fim do mês de maio, mas autoridades de Israel, responsáveis pelo controle dos suprimentos que entram em Gaza, interrompeu um fechamento de 11 semanas.


Palestinos indo para região de Zakim em busca de alimento (Foto:reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/ Getty Images Embed)

Consequências

O número de pessoas atingidas foram mais de mil, que morreram tentando buscar ajuda alimentar desde o fim de maio. O porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke, contou aos jornalistas que as suposições de que a ONU teria cessado as atuações são “manifestamente incorretas”.
Além disso, o representante da OMS, Tarick Jasarevic, afirmou em uma coletiva que aconteceu em Genebra, que Israel atacou a moradia onde funcionários da OMS residiam, e que também fez ataques ao principal armazém da organização localizado na cidade de Deir al-Balah, em Gaza. Essa ação teria comprometido as operações da OMS no local.

Preocupações com jornalistas

A emissora Britânica BBC se uniu com as agências de notícias AFP, AP e Reuters nesta quinta-feira, para fazer um apelo pelos jornalistas que estão presos. A petição é para autorizarem a entrada e saída dos jornalistas em Gaza.
Segundo um comunicado em conjunto da Agence France-Presse, a americana Associated Press, a canadense-britânica Reuters e a BBC News, os jornalistas enfrentavam privações e dificuldades em zona de guerra, e que também eles eram motivo de preocupação por sofrerem ameaça a sobrevivência por estarem passando fome.

ONU e União Europeia pressionam Israel em meio à fome e crise humanitária em Gaza

As Nações Unidas e a União Europeia reforçaram o apelo para que Israel facilite a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Faixa de Gaza, diante de relatos de mortes por desnutrição. Segundo informações do Hamas, que administra o território, cerca de 20 pessoas morreram de fome nas últimas 48 horas.

O governo israelense nega que a população esteja sofrendo com escassez de alimentos e acusa o Hamas de desviar parte da ajuda destinada aos civis.

Jornalistas em situação crítica

A agência de notícias France Presse (AFP) relatou que seus jornalistas em Gaza enfrentam dificuldades extremas para cobrir o conflito devido à falta de comida e água. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (22), a AFP pediu a Israel que autorize a evacuação de seus profissionais e familiares.

“Estamos sem forças devido à fome”, afirmou um dos colaboradores.


Cerca de 1.054 pessoas foram mortas pelo exército de Israel (Vídeo: reprodução/Youtube/@CNNBrasil)

Crise alimentar e aumento de preços

Com a guerra, muitas famílias perderam suas fontes de renda, e os preços dos alimentos básicos dispararam. A farinha, item essencial para a sobrevivência, aumentou cerca de 3 mil vezes, tornando-se inacessível para grande parte da população.

A AFP reforça que a situação de fome em Gaza é crítica, marcada por bloqueios na entrada de mantimentos e pelo colapso do mercado local. “O cenário é o mais grave que já presenciei”, declarou Carl Skow, diretor-executivo adjunto de operações do Programa Mundial de Alimentos (PMA), após visitar o território no início deste mês.

Somente nas últimas 24 horas, 19 palestinos — incluindo crianças — morreram de desnutrição, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas está Yehia, um bebê de três meses, que faleceu no Hospital Nasser, em Khan Younis. Desde o início do conflito, o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa 59 mil pessoas, com cerca de 142 mil feridos.


Distribuição de alimentos para os Palestinos em Gaza (Foto: reprodução/Getty Imagens Embed/Anadolu)

Tiroteio durante entrega de ajuda

No domingo (20), uma multidão aguardava caminhões da ONU com suprimentos no norte de Gaza. Um dos veículos foi interceptado por moradores, que levaram sacos de farinha.

Testemunhas relataram que civis levantaram as mãos quando soldados israelenses começaram a atirar, mas os disparos continuaram, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém, Yolande Knell. O PMA informou que houve ação de franco-atiradores e disparos de tanques, resultando na morte de ao menos 67 pessoas.

O exército israelense nega essa versão e afirma que suas tropas reagiram a uma “ameaça imediata”, efetuando tiros de advertência. A corporação divulgou imagens mostrando soldados de pé enquanto uma multidão cercava um caminhão de ajuda já vazio.

Rússia descarta avanços rápidos em negociações de paz com Ucrânia

O governo da Rússia sinalizou nesta terça-feira (22) que não vê chance de avanços significativos em uma possível retomada de negociações de paz com a Ucrânia. Em declaração a jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a sociedade não deve “esperar milagres” das tratativas, sugerindo que Moscou não acredita em uma solução de curto prazo para o conflito.

Não há razão para esperar qualquer avanço na categoria de milagres, é quase impossível na situação atual”, expressou Dmitry Peskov.

A fala ocorre após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter reiterado que não pretende dialogar diretamente com a Rússia enquanto o país mantiver tropas em territórios ocupados. Do lado russo, Peskov acusou Kiev de não demonstrar interesse em conversas produtivas, além de criticar o Ocidente por, segundo ele, alimentar falsas expectativas de acordos.

Condições impostas complicam avanço

Segundo o Kremlin, a postura de Zelensky de recusar qualquer negociação direta com Moscou enquanto a Rússia não se retirar completamente de áreas anexadas torna inviável qualquer progresso imediato. Peskov ressaltou que a posição russa segue sendo a de manter “operações militares especiais” até que seus objetivos sejam alcançados.

A exigência de garantias de segurança e neutralidade da Ucrânia também permanece como ponto central para a Rússia, que considera qualquer cessar-fogo condicionado como inaceitável neste momento.


Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky (Foto: reprodução/Justin Tallis/Getty Images Embed)

Analistas internacionais avaliam que a fala de Peskov indica uma estratégia de manter pressão militar enquanto demonstra uma abertura superficial ao diálogo. Na prática, os dois lados se acusam mutuamente de inviabilizar qualquer encontro diplomático sério. Enquanto isso, aliados ocidentais reforçam o envio de armamentos e apoio financeiro a Kiev, alimentando tensões com Moscou.

Cúpula de paz sem presença russa

Recentemente, a Suíça sediou uma conferência internacional para debater possíveis caminhos de paz, mas a Rússia não foi convidada. O Kremlin, inclusive, classificou o evento como “improdutivo” e sem valor prático, alegando que qualquer solução sem participação russa é “vazia”. Peskov reforçou que Moscou só participará de diálogos que reconheçam suas demandas territoriais e de segurança.

Do lado ucraniano, Zelensky mantém o discurso de que qualquer acordo só será possível com a retirada completa das forças russas, inclusive da Crimeia, anexada em 2014. Diante das condições impostas por ambos os lados, líderes europeus temem que o conflito continue sem perspectiva de encerramento no curto prazo. Enquanto isso, a população civil segue enfrentando ataques, deslocamentos forçados e incertezas sobre o futuro da região.

Papa Leão XIV pede o fim da “barbárie da guerra” após ataque a igreja católica em Gaza

O Papa Leão XIV fez neste domingo (20) um apelo contundente pelo fim da guerra em Gaza, ao comentar o ataque israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa, a Paróquia da Sagrada Família, na Cidade de Gaza. Durante a oração do Angelus, o pontífice classificou a ofensiva como uma “barbárie” e pediu respeito ao direito humanitário, especialmente à proteção de civis e locais de culto.

O bombardeio ocorreu na última quinta-feira (17) e resultou na morte de três civis cristãos, além de deixar dez pessoas feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli, pároco da igreja. A estrutura do templo foi parcialmente destruída, o telhado foi atingido nas proximidades da cruz principal, janelas foram quebradas e a fachada ficou queimada.

O papa demonstrou solidariedade às famílias das vítimas e aos membros da comunidade cristã da região, afirmando que acompanha com preocupação os contínuos ataques militares contra civis e locais religiosos. Segundo o Vaticano, ele destacou o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, dizendo compreender o sentimento de impotência diante da escalada do conflito.


Pronunciamento do Papa Leão XIV em português (Foto:reprodução/X/@Pontifex_pt)

Bombardeio atinge igreja católica e causa mortes entre civis em Gaza

A igreja Sagrada Família vinha sendo usada como abrigo por famílias que perderam suas casas desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades palestinas, as vítimas foram levadas ao Hospital Al-Ahli, na mesma cidade. Os mortos foram identificados como Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud.


Torre da Igreja Sagrada Família em Gaza após ataque que deixou 3 mortos (Foto:reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Israel lamentou o episódio e alegou, por meio do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que uma munição “perdida” teria atingido o local. O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram uma investigação para apurar o ocorrido e que o país não tem como política atacar igrejas ou qualquer tipo de templo religioso.

Crescente número de civis mortos

No mesmo dia do pronunciamento do pontífice, a Defesa Civil local de Gaza informou que tropas israelenses teriam disparado contra palestinos que aguardavam ajuda humanitária, matando ao menos 93 pessoas. O episódio foi considerado um dos ataques mais letais contra civis que buscavam assistência desde o início da ofensiva militar.

Desde o início do conflito, acredita-se que cerca de mil cristãos viviam na Faixa de Gaza, uma região de maioria muçulmana. A paróquia atacada tinha forte ligação com o falecido papa Francisco, com quem mantinha contato frequente antes de sua morte.

De acordo com o Vaticano, o Papa Leão XIV deve retornar ao Vaticano nos próximos dias, após passar um período de descanso em Castel Gandolfo. Ele renovou o apelo por uma solução pacífica no Oriente Médio e reforçou a necessidade de interromper ações que, segundo ele, violam normas básicas do direito internacional humanitário.

Zelensky agradece a Trump pelo envio de armas à Ucrânia

Nesta segunda-feira (14), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, pelo envio de armas ao país do leste europeu. Além do reforço de munição, o chefe de Estado norte-americano ainda deu um prazo de 50 dias para que a Rússia anuncie um cessar-fogo, findando assim o conflito entre russos e ucranianos após mais de três anos de batalha.

Zelensky agradece

Em vídeo, o presidente da Ucrânia aparece para expressar sua gratidão ao chefe de Estado norte-americano pela prontidão em atender as necessidades do seu aliado, pois, essa, segundo ele, é uma atitude cujo objetivo é proteger o povo ucraniano. Zelensky ainda disse que as conversas com Keith Kellogg, representante de Trump na Ucrânia tem sido produtivas.

O discurso ocorreu após o anúncio do envio de armas dos EUA para a Ucrânia, seguido de um pedido de cessar-fogo aos russos no conflito que perdura desde o dia 24 de fevereiro de 2023, data em que houve uma invasão ao território ucraniano em larga escala.

Caso a Rússia não aceite a proposta para findar o conflito, Trump ameaçou impor tarifas contra o país europeu e a compradores de seu petróleo. O político norte-americano também anunciou o envio de armas à Otan, aliança militar do ocidente, com o intuito de apoiar ainda mais a Ucrânia.


Zelensky faz discurso para agradecer a Trump pelo apoio à Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/metropoles)

Trump mudou o discurso

Após seguidos elogios ao presidente russo, Vladimir Putin, Donald Trump mudou o seu discurso em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Em 2022, por exemplo, quando as tropas russas se preparavam para invadir o território inimigo, o norte-americano chamou o chefe de Kremlin de “gênio”.

Outro episódio semelhante ocorreu quando Trump julgou como “terrível” as intervenções russas em subúrbios ucranianos, mas chegou a afirmar que se dava muito bem com Putin.

Entretanto, nas últimas semanas, o republicano tem mostrado a sua insatisfação com o líder russo pela ausência de um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia, indo ao encontro do que Trump pregava em sua campanha presidencial. À época, o então candidato à presidência norte-americana afirmava que poderia solucionar o conflito em 24 horas.

Trump então tem se mostrado insatisfeito pela falta de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, chegando a afirmar que não estava contente com a postura de Putin. “Fala bonito, mas bombardeia todo mundo à noite”, afirma o líder dos EUA sobre o presidente russo.

Rússia é acusada de realizar o maior ataque com drones a Ucrânia

Na madrugada desta quarta-feira (9), segundo autoridades locais, a Ucrânia foi alvo do maior ataque com drones desde o início da guerra. De acordo com o Exército ucraniano, a ofensiva russa envolveu o lançamento de 728 drones e 13 mísseis balísticos, totalizando 741 mísseis e drones. Do total de mísseis lançados, o sistema de defesa aérea do país conseguiu destruir 718 drones e sete mísseis. Ao menos oito pessoas morreram em consequência dos ataques.

O bombardeio desta quarta-feira bateu um novo recorde em relação à quantidade de projéteis lançados em um único dia pela Rússia, o que supera os números da semana anterior. A ofensiva faz parte de uma tendência crescente. Durante as últimas semanas, a Rússia aumentou cada vez mais a quantidade de projéteis lançados à Ucrânia. O recorde anterior foi registrado na última sexta-feira (04), com 550 projéteis lançados, com sua maioria sendo direcionado a Kiev.

Segundo o presidente, o alvo principal do ataque mais recente foi a cidade de Lutsk, localizada ao noroeste do país, entretanto, há relatos de danos significativos em outras 10 regiões, Dnipro, Zhytomyr, Kiev, Kirovohrad, Mykolaiv, Sumy, Kharkiv, Khmelnytskyi, Cherkasy e Chernigov. O gabinete do procurador-geral local afirma que oito pessoas morreram em Donetsk.

O que diz o presidente ucraniano

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, repudiou o bombardeio ao seu país. Ele chama o ataque de “maciço” por sua grande escala, foi o maior da guerra até agora, com centenas de drones e mísseis, e reforça a necessidade de medidas internacionais mais duras contra Moscou.

Ele solicita novas sanções a respeito do petróleo russo, uma das maiores fontes de renda da Rússia. Zelensky pede que mais restrições econômicas sejam impostas tanto à Rússia quanto aos países que continuam comprando esse petróleo. Isso irá cortar a principal fonte de financiamento da guerra.

“Esse é um ataque revelador —e ocorre justamente num momento em que tantos esforços têm sido feitos para alcançar a paz, para estabelecer um cessar-fogo, e ainda assim apenas a Rússia continua rejeitando todos eles. Isso é mais uma prova da necessidade de sanções severas contra o petróleo [russo], que tem alimentado a máquina de guerra de Moscou com dinheiro há mais de três anos”, afirmou Zelensky.


Resultado do últimop ataque Russo (Foto: reprodução/ Bloomberg/Getty Imagens Embed)

Provocação entre Rússia e o presidente Donald Trump

O ataque, realizado nesta quarta-feira, é visto como uma provocação direta da Rússia ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na véspera do ataque, Trump havia declarado estar infeliz com o presidente russo Vladimir Putin, o chamando de “inútil” e dizendo que o mesmo “fala muita besteira”. Donald Trump ainda afirmou que Putin “está matando muita gente” no conflito com a Ucrânia e não descarta a possibilidade de impor novas sanções ao governo russo.

Em resposta, o governo russo afirmou nesta quarta que não se ofende com as declarações de Trump. O governo ainda mostra que não pretende alterar sua postura diante do conflito.


Ataque a Kiev nesta sexta-feira (04) (Vídeo: reprodução/Instagram/@noticiasredetv)

O Ministério da Defesa russo afirmou ter realizado “um ataque aéreo em grupo com armas de alta precisão e longo alcance”, que inclui mísseis e drones. O ataque focou seu alvo na infraestrutura aérea militar da Ucrânia.

O ataque realizado a Kiev na última sexta-feira durou horas, com início da noite até as 9h da manhã do dia seguinte. A população se abrigou durante a noite em estações de metrô subterrâneas, em meio a sirenes, drones e estrondos ensurdecedores. Ao total, foram 28 feridos.

O ataque de sexta-feira aconteceu algumas horas após uma conversa entre Trump e Putin por telefone realizada na quinta, dia anterior ao ataque. Donald relatou à imprensa local que a ligação ao presidente russo não os levou a “nenhum progresso” e diz ter se sentido decepcionado. O governo russo afirma que a conversa durou cerca de uma hora e Putin insiste que a Rússia “não abrirá mão de seus objetivos” na Ucrânia.